Marcelo lembra “corajosa voz” do Papa Francisco

  • ECO
  • 21 Abril 2025

O Presidente da República recordou que o pontífice "era o chefe de Estado sucessor da primeira entidade universal" que reconheceu a independência de Portugal, em 1179, "há quase 8 séculos e meio".

O presidente da República recordou, esta segunda-feira, “a corajosa voz” do Papa na defesa da “dignidade humana, paz, justiça, liberdade, igualdade”, em declaração ao país no dia em que o pontífice morreu, aos 88 anos, em Roma.

“Em nome de todos os portugueses (…), agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal”, mas sobretudo “a sua presença” ao lado dos que morreram vítimas de abusos dos direitos humanos, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.

A partir do Palácio de Belém, Marcelo afirmou que dos encontros com o pontífice guarda “a humildade do pároco nunca rendido às vestes do bispo do cardeal do Papa”, mas antes “simples, aberto, generoso, compreensivo, solidário, e também pletórico de vida e alegria partilhada”.

 

Para o Presidente da República, Francisco foi “talvez a mais corajosa voz de entre os líderes espirituais dos últimos doze anos na defesa da dignidade humana, da paz, da justiça, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do dialogo entre culturas e civilizações, da preferência pelos deserdados das periferias, pelos mais pobres, frágeis, sofredores, sacrificados, exclusivos e explorados, rejeitados e esquecidos deste tempo de antigos e novos senhores”.

“Mas Francisco foi muito mais do que o simbólico sucessor de quem nos legitimou como pátria independente, o amigo tardio mais intenso da nossa nação”. Marcelo relembra que o Papa “não era um qualquer chefe de Estado amigo de Portugal, era o chefe de Estado sucessor da primeira entidade universal a reconhecer a nossa independência em 1179”.

“Lembrar Francisco é prosseguir a nossa caminhada com ele, como ele connosco esteve até ao último dia, ontem, em Roma, sempre, sem medo. A sua luta não é a de um credo, de uma igreja, de uma nação eleita, de uma raça, de uma casta, de uma ideologia, de um ser humano predestinado. A sua luta é de todos e de cada qual. Hoje, amanhã e sempre”.

“Francisco descobriu Portugal e Fátima – que não conhecia até tarde na sua vida – em 2017, canonizando Francisco e Jacinta Marto e aí iniciando uma intensa ligação que envolveu a canonização de Bartolomeu dos Mártires e culminou na Jornada mundial da juventude (…) momento inesquecível da presença portuguesa no mundo.

Marcelo Rebelo de Sousa vai participar na missa de homenagem ao Papa Francisco que começa às 21h na Sé Patriarcal de Lisboa. Há dois meses, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que planeava fazer uma visita de despedida à Santa Sé, avançou a Agência Lusa.

Enquanto Presidente da República, já esteve três vezes no Vaticano, o primeiro destino que visitou no estrangeiro no início de cada mandato, em março de 2016 e de 2021, e onde regressou em janeiro de 2023, para o funeral do Papa emérito Bento XVI, indica a Lusa.

O Papa Francisco visitou duas vezes Portugal, ambas durante os dois mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República. A primeira vez foi numa visita apostólica por ocasião do centenário de Fátima, em maio de 2017 – que o Presidente da República, católico, acompanhou “como peregrino” – e na Jornada Mundial de Juventude, em agosto de 2023.

O Papa morreu às 7h35 da manhã desta segunda-feira, anunciou o Vaticano, através do cardeal Kevin Ferrell. Jorge Mario Bergoglio tinha 88 anos e esteve internado recentemente devido a uma pneumonia bilateral.

(Notícia atualizada às 20h35)

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