Rentabilidade da banca cai para mínimos de dois anos no primeiro trimestre

Rentabilidade dos bancos caiu pelo terceiro trimestre seguido com os resultados a serem pressionados pela descida das taxas de juro.

Com os juros em queda, os bancos lucram menos e estão menos rentáveis. A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) caiu no primeiro trimestre do ano para mínimos de dois anos. Os banqueiros já avisaram que o tempo dos ganhos muito elevados já passou.

Segundo o Banco de Portugal, o ROE da banca nacional baixou para 13,9% nos três primeiros meses do ano, menos 1,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e igualando o valor registado no primeiro trimestre de 2023.

Foi, de resto, o terceiro trimestre seguido em que a rentabilidade do setor baixou, depois do pico de 16,3% atingido no segundo trimestre de 2024. Apesar da quebra, a rentabilidade continua em níveis elevados, sobretudo se compararmos com o que se passou na década passada.

Rentabilidade baixa após pico

Fonte: Banco de Portugal

Esta situação reflete sobretudo a descida das taxas de juro, que impacta diretamente a margem financeira dos bancos. Desde o verão passado que o Banco Central Europeu (BCE) tem aliviado a sua política monetária com vários cortes das taxas oficiais. Com as taxas Euribor a descerem, os bancos recebem menos juros pelos empréstimos que concedem. Os mercados esperam que o BCE promova um novo corte até final do ano, o que penalizará ainda mais o negócio bancário, tal como já avisaram os presidentes dos maiores bancos nacionais.

O supervisor bancário adianta ainda que o nível de custos dos bancos também aumentou em função das receitas que conseguem gerar. O rácio cost-to-income subiu para 42,8%, mais três pontos percentuais em relação ao final do ano passado.

Em relação à qualidade do ativo, os bancos baixaram ligeiramente o rácio de malparado para 2,3%, o valor mais baixo de sempre. Ainda assim, os balanços dos bancos ainda tinham NPL (empréstimos não produtivos) no valor de 7,53 mil milhões de euros em março. O rácio de NPL líquido de imparidades manteve-se em 1,1% (ou 3,4 mil milhões de euros).

O rácio de NPL baixou tanto no segmento de crédito à habitação (menos 0,1 pontos percentuais para 1,2%) e empresas (menos 0,2 pontos percentuais 4%), mas subiu no segmento do crédito ao consumo (mais 0,1 ponto percentual para 6,2%).

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