BCP lucra mais de 500 milhões no primeiro semestre

O lucro do BCP BCP 5,15% superou os 500 milhões de euros no primeiro semestre, subindo 3,5% em termos homólogos, segundo anunciou esta quarta-feira.

Portugal contribuiu com 424 milhões para o resultado, subindo 3,2% em termos homólogos, enquanto a operação na Polónia continua a ser muito afetada pelo tema dos créditos em francos suíços, que representou um encargo de 276,5 milhões. Ainda assim, o Bank Millennium, detido em quase 51% pelo BCP, lucrou 121 milhões neste período.

A margem financeira subiu mais de 3%, totalizando os 1,44 mil milhões de euros, resistindo à pressão causada pela descida das taxas de juro. As comissões também ajudaram no resultado ao subirem 4% para perto dos 400 milhões por conta do aumento do número de clientes. Contas feitas, o produto bancário fechou praticamente nos 1,8 mil milhões, crescendo 3,5%.

Em conferência de imprensa, o CEO Miguel Maya lembrou que o semestre foi muito marcado pela incerteza e volatilidade por conta da guerra comercial e as guerras na Ucrânia e Médio Oriente, “que nunca é favorável à economia, não obstante os números positivos do crescimento apresentados hoje pelo INE“.

Os custos operacionais aumentaram mais de 10% a nível do grupo, ascendendo a 863,5 milhões de euros. Em Portugal, os custos cresceram 8,5% para 342 milhões.

No que toca aos recursos de clientes aumentaram 5,5% para 106,2 mil milhões de euros, dos quais 72,3 mil milhões correspondem à atividade portuguesa. Os recursos dizem sobretudo respeito a depósitos, que aumentaram 6% para 86 mil milhões — dos quais 55,1 mil milhões em Portugal.

A carteira de crédito cresceu 3,4% para 60,3 mil milhões de euros, dos quais 41,5 mil milhões em Portugal e 18,8 mil milhões nas operações internacionais.

No total, o volume de negócios ascendia a 167 mil milhões de euros no final de junho (112 mil milhões em Portugal, com o banco a apontar para um crescimento até aos 190 mil milhões (120 mil milhões) no final de 2028, segundo o plano estratégico apresentado em outubro.

Miguel Maya diz que o banco está seguir uma evolução de acordo com o plano e que está numa boa posição para cumprir as metas que incluem a distribuição de 75% dos resultados pelos acionistas através de dividendos e recompras de ações. O BCP aponta a uma média de lucros de mil milhões de euros (ou mais) ao ano até 2024.

(notícia em atualização)