Lucro do Totta baixa 6% até setembro com margem a cair 215 milhões

Com o resultado a ser penalizado pela descida dos juros, banco liderado por Castro e Almeida -- de saída para exercer funções no grupo -- viu a carteira de crédito às empresas superar a habitação.

O Santander Portugal, antigo Totta, registou lucros de 728,2 milhões de euros até setembro, menos 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado, penalizado pela redução das taxas de juro.

A margem financeira — que corresponde em grande medida à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — teve um decréscimo de 17,3% (menos 215 milhões de euros) para 1,03 milhões de euros, ainda que o banco liderado por Pedro Castro e Almeida tivesse conseguido um crescimento da sua carteira de crédito, à medida que mais empresas e famílias aproveitaram o alívio das taxas para pedir dinheiro ao banco.

A carteira de empréstimos do banco somou quase 9% para 52,2 mil milhões de euros, com o crédito à habitação a crescer mais de 7% para 24,7 mil milhões (à boleia da garantia pública, através da qual o banco concedeu quase mil milhões aos jovens). Mas o destaque vai para o segmento das empresas, com a carteira crescer mais de 10% para 25,2 mil milhões – e a valer mais do que o crédito hipotecário.

A subida da receita com comissões também ajudou a contrariar o aperto da margem: atingiram os 365,2 milhões de euros, após subirem 5,9% nos primeiros nove meses do ano. Ainda assim, não evitou que a produto bancário caísse 11,6% para 1,4 mil milhões.

Há ainda outros fatores que deram um contributo positivo para o resultado, como a devolução do adicional de solidariedade que o tribunal considerou inconstitucional (35 milhões de euros) e ainda os resultados com operações financeiras (quase 30 milhões).

Do lado dos custos, tiveram um aumento ligeiro de 0,4% para 388,4 milhões, com o banco a falar num controlo das despesas por conta do processo de melhoria comercial e operacional.

Quanto aos recursos de clientes, ascendiam a 48,6 mil milhões de euros no final de setembro, mais 6,5% em termos homólogos. Os depósitos subiram 5,6% para 39,1 mil milhões e os fundos de investimento dispararam mais de 16% para 5,5 mil milhões.

Castro e Almeida vai dar lugar à primeira mulher CEO de um grande banco

Em nenhum momento o banco fala sobre a renovação e transição da liderança que deverá ter lugar no próximo ano.

Isto porque, como noticiado na semana passada, Pedro Castro e Almeida, que ocupa o cargo de CEO desde 2019, deverá assumir funções de Chief Risk Officer a nível do grupo (e juntar-se-á a Manuel Preto, administrador de contabilidade).

A saída de Castro e Almeida irá dar lugar à primeira mulher a tornar-se CEO de um grande banco em Portugal: a administradora Isabel Guerreiro, 53 anos, que tem o pelouro do retalho, deverá ser o nome escolhido pelo acionista espanhol para liderar a operação portuguesa.

(Notícia atualizada às 9h27)

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