Chineses dizem não à Gas Natural. EDP derrapa em bolsa

As ações da EDP recuam mais de 1%, depois de Marques Mendes ter dito que os chineses da China Three Gorges não querem a fusão da EDP com a Gas Natural.

“Não”. Esta terá sido a resposta dos chineses da China Three Gorges à aproximação da Gas Natural a uma eventual fusão com a EDP. E os efeitos parecem estar a refletir-se no desempenho bolsista da elétrica portuguesa nesta sessão. As ações da EDP seguem a desvalorizar mais de 1%, contrariando o sentimento positivo que inunda a praça bolsista nesta sessão após a inesperada retirada de Portugal da classificação de “lixo” pela Standard & Poor’s. A EDP, a par da Corticeira Amorim, são os únicos títulos do PSI-20 a negociar no vermelho.

As ações da elétrica liderada por António Mexia desvalorizam 1,19%, para os 3,334 euros. Essa desvalorização acontece depois de Luís Marques Mendes ter dito no comentário semanal deste domingo da SIC que os espanhóis do La Caixa, donos da Gas Natural, receberam um “não” como resposta da China Three Gorges à sua proposta de fusão entre aquela empresa e a EDP.

Foi à China cheio de entusiasmo e regressou da China relativamente conformado com um não dos chineses”, disse Marques Mendes relativamente ao balanço da visita de Isidro Fainé, presidente do La Caixa, àquele país. E adiantou: “o mais provável é que a estratégia espanhola esteja condenada ao fracasso”.

Ações da EDP em queda

Isto acontece após diversas notícias que davam conta de discussões no sentido de uma eventual fusão da EDP, cujo maior acionista é a China Three Gorges com a espanhola Gas Natural, que daria origem a um gigante ibérico do setor da energia.

“Este comentador está habitualmente bem informado, por isso não ficaríamos surpreendidos se tal reação por parte da China Three Gorges à aproximação da Gas Natural fosse verdadeira” afirmou Jorge Guimarães numa nota de research do Haitong, desta segunda-feira. “Se for esse o caso, tal deve ser visto como negativo para o preço das ações da EDP, já que o preço estava a ser sustentado pelas conversações de M&A, e e um recuo destes por parte do maior acionista seria naturalmente no sentido de reduzir as probabilidades de acordo no curto prazo”, acrescentava o analista na mesma nota.

Foi a 3 de julho que surgiram as primeiras notícias que davam conta de que a Gas Natural teria sondado a EDP para uma eventual fusão. A notícia foi avançada na ocasião pela Reuters, citando fontes próximas do processo, referindo-se a uma operação que poderá ficar avaliada em cerca de 35 mil milhões de euros, criando a quarta maior empresa energética da Europa em valor de mercado.

No final da semana passada, o Expansión dava conta da viagem de Isidro Fainé, presidente da Gas natural, rumo à China para tentar convencer os chineses a avançar com o casamento. O ECO também avançava na ocasião que Fainé também já tinha estado em Lisboa, há algumas semanas, para um encontro com António Costa. O objetivo foi convencer o governo português das virtudes de uma fusão entre as duas companhias.

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