Drahi escreve aos trabalhadores da PT: “Estamos perfeitamente aptos. Alexandre Fonseca tem a nossa confiança”
O ECO teve acesso a uma mensagem que Patrick Drahi, fundador da Altice, enviou a todos os trabalhadores da PT. O magnata tranquiliza-os: "Estamos preparados, perfeitamente aptos."
O multimilionário Patrick Drahi, fundador e dono da Altice, enviou um email a todos os trabalhadores da PT Portugal, tranquilizando-os neste período turbulento de mudanças na gestão da companhia e queda acentuada do preço das ações do grupo. “Decidimos, neste período importante para o grupo, fazer evoluir a gestão da Altice, assim como a das suas filiais”, escreve o homem que comprou a Meo em 2015, num email interno a que o ECO teve acesso.
“Decidimos, neste período importante para o grupo, fazer evoluir a gestão da Altice, assim como a das suas filiais. Em Portugal, pedimos ao Alexandre Fonseca para assumir as funções de CEO da Portugal Telecom. O Alexandre tem toda a nossa confiança e tem uma grande experiência em telecomunicações, em inovação e em tecnologia, no seio do nosso grupo. (…) A Claudia Goya, que se juntou a nós no último verão, e que soube gerir com sucesso a empresa durante os últimos meses, passará a ocupar a função de chairman“, escreve Patrick Drahi.
"Decidimos, neste período importante para o grupo, fazer evoluir a gestão da Altice, assim como a das suas filiais.”
Apesar de tudo, o fundador da Altice não se afasta da componente dos mercados. Desde a última apresentação de resultados, no início deste mês, as ações da Altice já desvalorizaram mais de 50%, de 16 para oito euros cada título, aproximadamente. “Dirijo-me a vós diretamente para vos dizer que as perturbações bolsistas nas ações da Altice não nos devem afastar do nosso objetivo quotidiano e comum: servir os nossos clientes”, lê-se na missiva.
Patrick Drahi vai ainda mais longe e garante que os mais de 50 mil milhões de euros de dívida da Altice, resultantes de várias operações de fusão e aquisição em todo o mundo nos últimos anos, estão garantidos a 85% com juros fixos. “Quero que tenham presente que, apesar da queda da cotação na bolsa, nós beneficiamos hoje de uma clara estabilidade financeira. A nossa dívida está garantida a 85% com taxa fixa e o primeiro reembolso relevante não acontecerá antes de 2022. Quer isto dizer, claramente, que se as taxas subirem ou se as agências revirem a notação da nossa dívida, tal não terá rigorosamente nenhum impacto na empresa nos cinco próximos anos.”
É por este motivo que o magnata acrescenta, tranquilizando os funcionários da PT: “Estamos preparados, perfeitamente aptos e, mais do que nunca, determinados a enfrentar este período irracional dos mercados.”
A nossa dívida está garantida a 85% com taxa fixa e o primeiro reembolso relevante não acontecerá antes de 2022. Quer isto dizer, claramente, que se as taxas subirem ou se as agências revirem a notação da nossa dívida, tal não terá rigorosamente nenhum impacto na empresa nos cinco próximos anos.
Drahi continua, escrevendo: “Estamos orgulhosos do trabalho efetuado, mas sabemos que podemos ir mais longe. Portugal é hoje uma das nossas maiores apostas no mundo. O nosso compromisso com o país, com a economia e com a inovação é continuar a construir um grupo Altice forte, sólido, moderno e capaz. É este futuro que todos os dias ambicionamos e para o qual todos os dias trabalhamos.”
E conclui: “Para mim, bem como para o Armando [Pereira], Portugal ocupa um lugar central nas nossas histórias pessoais, nas nossas vidas profissionais e no futuro deste nosso grupo. Podem, então, contar com o Armando [Pereira], com o Alexandre, com a Cláudia, com a administração da Portugal Telecom e comigo para vos acompanhar na prossecução do trabalho indispensável que todos os dias vocês dedicam à PT e a Portugal.”
Como o ECO avançou em primeira mão, a PT levou a cabo alterações na gestão da empresa em Portugal. Alexandre Fonseca é o novo CEO, Cláudia Goya passou a chairman não executiva e Paulo Neves, até aqui chairman executivo, demitiu-se da empresa.
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