Concertação está de volta, com mudanças à lei do trabalho na mira

Governo de Montenegro senta-se pela primeira vez à mesa com confederações patronais e centrais sindicais. Já disse que quer revisitar mudanças à lei do trabalho, o que os empresários apoiam.

A primeira reunião do novo Governo com as confederações patronais e com as centrais sindicais acontece esta terça-feira. Na agenda para este encontro está pouco mais do que a apresentação dos cumprimentos institucionais, mas o programa de Luís Montenegro já deixa adivinhar que a lei do trabalho deverá ser um dos temas quentes a serem debatidos na Concertação Social nos próximos tempos. Os empresários apoiam, pedindo a revogação das normas que consideram inconstitucionais, enquanto os representantes dos trabalhadores mostram receio, apelando à estabilidade.

O Governo vai retomar o diálogo com a Concertação Social, que foi negligenciado no passado. Impõe-se que o deixe de ser”, sublinhou a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, num debate recente no Parlamento.

De acordo com o programa do Executivo, e com as pistas deixadas pela governante nessa discussão na Assembleia da República, a lei do trabalho — em concreto, as alterações feitas na primavera do ano passado, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno — será um dos temas fortes sobre os quais os parceiros sociais serão chamados a contribuir.

“É urgente que a revisão laboral ocorra em sentido inverso àquele que a Agenda do Trabalho Digno consagrou no Código do Trabalho”, defende já Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, em declarações ao ECO.

Por sua vez, Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), avisa que o Governo deve avaliar o “timing correto e se dispõe de condições para propor uma revisão da legislação do trabalho”.

O Governo tem que avaliar o timing correto e se dispõe de condições para propor uma revisão da legislação do trabalho.

Álvaro Mendonça e Moura

Presidente da CAP

De notar que qualquer mexida na lei do trabalho implica o “sim” do Parlamento e o PSD não dispõe de maioria absoluta nesse órgão. Logo, mudar a lei depende de serem estabelecidas alianças no Parlamento, o que pode ser desafiante face ao atual desenho político.

“Qualquer revisão deverá sempre ser precedida de debate aprofundado em sede de Concertação Social. A seu tempo, a CAP gostaria de avançar com uma proposta de alteração sobre o regime jurídico do trabalho intermitente“, acrescenta Álvaro Mendonça e Moura.

Já João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), alertou numa entrevista recente ao ECO que os patrões querem aproveitar esta revisão potencial da lei do trabalho para retirar as normas consideradas inconstitucionais que foram introduzidas na primavera passada.

“O que deve cair? As confederações empresariais apresentaram um documento onde consideraram que algumas dessas medidas são inconstitucionais. Na situação atual, pensamos que provavelmente haverá maior abertura [para retirar essas medidas da lei], mas estamos à espera de ver a posição do Governo”, salientou o responsável.

E que medidas são essas? Em causa estão a proibição de outsourcing depois de um despedimento coletivo, o alargamento do direito à atividade sindical onde não há trabalhadores filiados e a remissão abdicativa dos créditos dos trabalhadores são inconstitucionais.

Entretanto, também a Provedora de Justiça levantou dúvidas quanto a algumas dessas normas, tendo enviado duas delas (incluindo o tal travão ao outsourcing após despedimentos coletivos) para o Tribunal Constitucional.

Porém, até ao momento, nada se ouviu da parte dos juízes do Palácio Ratton, uma vez que, segundo escreveu o ECO, não têm prazo para o fazerem.

Ainda assim, João Vieira Lopes defende que, primeiro, há que fazer uma “discussão bastante aprofundada” sobre a lei do trabalho, que inclua medidas para enfrentar a escassez de mão de obra, com o qual se debatem as empresas de vários setores há vários anos, mas também medidas para reter os profissionais jovens no país.

Em contraste com as confederações patronais, as centrais sindicais mostram menos entusiasmo quanto à vontade do Governo de revisitar a lei do trabalho. Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, já defendeu que é importante haver um “período de estabilidade”.

Com a AD, as alterações à legislação laboral seriam sempre no sentido de fragilizar os trabalhadores e beneficiar o grande capital.

Tiago Oliveira

Secretário-geral da CGTP

E Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, teme que as mudanças que serão feitas servirão para fragilizar os trabalhadores. Avisa, desde já, que a central sindical que lidera vai estar “na linha da frente do combate pela valorização do trabalho e dos trabalhadores“.

Além das normas já referidas, a lei do trabalho foi sujeita a dezenas de outras alterações na primavera do ano passado, e foi nesse âmbito que se criou o mecanismo que abre a porta que os estafetas sejam considerados trabalhadores das plataformas. Esse poderá ser outro dos pontos a rever nesta legislatura.

“Se vamos acabar com a presunção de laboralidade do artigo 12.º-A? Depende daquilo que os parceiros quiserem”, sublinhou a ministra do Trabalho, que ruma esta tarde ao número 8 da rua João Bastos para arrancar os trabalhos.

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Investimentos de Recapitalização Estratégica do Banco de Fomento sofrem quebra de 10%

Riopele, Eurogalva, Tupai e Calvelex ainda não contratualizaram operações de recapitalização. Algumas negociações arrastam-se há mais de 20 meses. Contratualização "ocorrerá em breve", diz o BPF.

O investimento previsto no Programa de Recapitalização Estratégica do Banco Português de Fomento teve uma quebra de 10% face ao previsto no início de novembro. Várias empresas desistiram do programa, houve revisões em baixa dos valores investidos e até entraram novas empresas. Até agora, a utilização da dotação do programa é de 52,6%.

De acordo com a última atualização, a lista de beneficiários finais do Programa de Recapitalização Estratégica, Fitness Up Group, Qualhouse, Travel Store e Elastictek saíram da lista apesar de já terem as suas operações de recapitalização aprovadas, que oscilavam entre 9,9 milhões e 243 mil euros. O ECO já tinha noticiado a saída das três primeiras, no final de novembro, mas, na atualização da lista a 29 de dezembro, já tinha saído mais uma: a Elastictek de João Rafael Koehler, que tinha previsto um investimento total de 9,9 milhões de euros.

“A Elastictek optou por não prosseguir com a contratualização da operação nas condições aprovadas pelo BPF para a mesma“, explicou ao ECO fonte oficial do Banco de Fomento. O agravamento das condições foi uma das razões que estiveram na origem de algumas das saídas do programa, já tinha avançado o ECO.

O facto de terem sido alteradas condições entre o momento da aprovação e da contratualização, do investimento, nomeadamente com um agravamento dos spreads, levou algumas empresas a desistir. Além disso, com as negociações a arrastarem-se no tempo, as operações com o banco promocional deixam de ser competitivas face aos preços praticados pela banca comercial, que tem propostas muito agressivas, defendem alguns empresários ouvidos pelo ECO. Além disso, as operações que envolvem fundos públicos, como é o caso do FdCR, têm obrigações e condições que acabam por não se justificar, se as propostas não forem suficientemente atrativas.

Por outro lado, a Riopele que tinha desaparecido da lista em novembro, voltou a integrar a lista, depois de renegociar as condições da operação, que, no entanto, continua ainda por assinar, apesar de a candidatura já ter sido submetida há cerca de 20 meses. “A Riopele voltou a integrar a lista das operações do programa de recapitalização estratégica após uma nova negociação das condições da operação”, confirmou ao ECO fonte oficial do Banco de Fomento. “A operação está já em fase de contratação”, acrescentou a mesma fonte.

No início de novembro a lista de beneficiários finais do Programa de Recapitalização Estratégica tinha 20 nomes e o investimento total ascendia a 152,3 milhões de euros. Agora, a listagem é de 17 empresas e o investimento total é de 137,2 milhões, ou seja, houve uma quebra de 10%. No Programa de Recapitalização Estratégica, que tem uma dotação global de 200 milhões, a grande maioria das operações apresenta um investidor privado, que aporta o mínimo de 30% do investimento, a par do máximo de 70% assumido pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR). Com 105,3 milhões de euros do FdCR investido significa que pouco mais de metade (52,6%) está executado.

Lista de beneficiários a 6 de novembro

Na atualização feita em dezembro, entrou mais uma empresa têxtil – a Calvelex, de César Araújo. E, de acordo com a atualização de 29 de abril, ainda não assinou o contrato de investimento. As negociações arrastam-se há 26 meses, sabe o ECO.

Além disso, entre a listagem de dezembro e a de abril, os montantes aprovados mudaram. Inicialmente a empresa de confeção da Louvada ia receber 4,2 milhões de euros do FdCR e 1,8 milhões de capitais privados. Mas agora só estão aprovados 2,94 milhões do FdCR e 1,26 milhões privados.

Lista de beneficiários a 29 de abril

Banco de Fomento, Recapitalização Estratégica 29 Abril 2024

Riopele, Eurogalva (Galvanização e Metalomecânica), Tupai (uma empresa de metalomecânica ligeira) e a Calvelex são as únicas que ainda não contratualizaram as suas operações de recapitalização. Em causa estão 20,61 milhões de euros do FdCR.

Questionada sobre quando serão feitos os investimentos na Riopele, Tupai e Calvelex, fonte oficial do Banco de Fomento disse que “a contratualização dos investimentos”, nestas empresas “ocorrerá em breve, estando as empresas a reunir as últimas peças de documentação necessárias à prévia formalização da contratação”.

BPF confiante na execução integral do programa

O Banco de Fomento garante que será possível executar a totalidade dos 200 milhões de euros de dotação do Programa de Recapitalização Estratégica. “Os valores de investimento total à data são superiores aos verificados em novembro”, diz fonte oficial do Banco de Fomento. “O conjunto das operações, tanto em análise como já aprovadas, relativas ao Programa de Recapitalização Estratégica, excede o valor total destinado a este programa (mais de 212 milhões de euros)“, acrescenta a mesma fonte.

Banco de Fomento

“O conjunto das operações recebidas representa 321% da dotação do Programa de Recapitalização Estratégica, sendo que a soma das operações em análise e já aprovadas excede o valor total destinado a este programa”, acrescenta a mesma fonte, precisando que “tem havido uma requalificação da procura e o pipeline em análise apresenta oportunidades interessantes de apoio à economia portuguesa”.

Questionado sobre a dimensão desse pipeline, o Banco de Fomento revela que, atualmente, tem “operações em análise que representam mais de 107 milhões de euros em potencial investimento no Programa de Recapitalização Estratégica”.

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Geração Z está a mudar o mercado de trabalho? Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Estamos a viver mais, mas também a trabalhar durante mais tempo. Os portugueses trabalham em média 38,4 anos, valor que dá título ao podcast do ECO sobre o que está a moldar o mercado de trabalho.

Preferem modelos de trabalho não tradicionais, valorizam a flexibilidade e defendem a diversidade e inclusão. Afinal, de que modo está a Geração Z a mudar o mercado de trabalho? Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, Carla Gama, diretora de recursos humanos da Allianz, junta-se a nós para debater esta questão, garantindo que as mudanças motivadas por estes profissionais acabam por beneficiar todas as gerações.

Ouça o episódio no leitor abaixo ou através deste link.

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“Não têm tanto um limite de tempo e espaço. Interagem como qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo e a qualquer hora. Isto naturalmente traduz-se naquilo que procuram no mercado de trabalho”, descreve a responsável, que sublinha que a flexibilidade é uma das reivindicações desta nova geração.

Outra é uma liderança diferente do que praticada até aqui: mais empática e agregadora, destaca Carla Gama, que entende que ser líder é hoje mais desafiante do que há umas décadas.

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de maio, vamos explorar essa questão do ponto da geração Z.

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“Parece que o Governo quer eleições”, diz Pedro Nuno Santos

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Secretário-Geral do PS afirma que o partido não está no Parlamento "para assistir" e "tem iniciativa".

O Governo “parece que quer eleições”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Jornal da Noite à SIC, esta segunda-feira. O Secretário-Geral do PS avisa que o partido não está na Assembleia da República (AR) para “assistir” e que “tem iniciativa”.

No balanço de um mês do executivo de Luís Montenegro, o líder socialista vê “um Governo de combate, contra o Governo anterior, contra o que foi feito e contra as oposições”. E exatamente por essa estratégia de combate, Pedro Nuno diz que “parece que quem quer eleições é o Governo”.

Confrontado com a ‘coligação negativa’ no diploma das portagens nas ex-SCUT – em que a proposta do PS foi aprovada com os votos do Chega e da esquerda –, Pedro Nuno diz que o partido “não aprova medidas com o Chega” e que é preciso “pedagogia” sobre como funciona a vida parlamentar. “Não se pode pedir ao PS que se anule”, diz, antes de acrescentar que o partido não está no Parlamento só a “assistir”.

O também deputado socialista recordou um projeto-lei do PSD de 2020 sobre portagens, que foi aprovado com voto contra do PS. “A situação é igual”, até no valor, uma vez que a despesa nesse diploma era de “150 milhões de euros”. Neste tema, Pedro Nuno Santos fez ainda questão de lembrar que houve “mudança de liderança” no partido e que “o PS não está impedido de evoluir”.

Pedro Nuno Santos reitera que o PS não é “uma força de bloqueio” e que, aliás, partiu dos socialistas a solução para a eleição do Presidente da Assembleia da República. “Queremos cooperar, mas temos iniciativas para apresentar e não devemos ser demonizados”, diz. Assim, o PS está disponível para viabilizar os acordos que sejam obtidos entre governo e organizações sindicais, incluindo o caso dos professores.

Sobre os casos judiciais, que precipitaram a queda do anterior executivo de António Costa, Pedro Nuno defende que “a justiça também deve ser passível de ser escrutinada”. Tal como “a atuação do Ministério Público” e, por isso, Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República, deve ter a sua “atividade escrutinada pelo parlamento”.

Quanto às agressões a imigrantes na cidade do Porto na semana passada, Pedro Nuno Santos referiu que o discurso de ódio gera desconfiança e violência. “A extrema-direita tem um discurso de ódio”, refere. “O Chega também tem (esse discurso)”, acrescenta. No âmbito da imigração, o secretário-geral do PS alerta ainda que “é preciso dar resposta”.

Na entrevista teceu críticas ao partido de André Ventura por considerar que tem “um discurso fácil” no tema da imigração. Pedro Nuno Santos considera ser um trabalho difícil e que “há muito trabalho a fazer” em Portugal para combater a imigração ilegal e para ter capacidade para receber imigrantes ao mesmo tempo que se cuida de quem já está.

O líder socialista acabou a distanciar-se do partido liderado por André Ventura, afirmando que o PS está “nos antípodas” do Chega e que “em matéria económica e social o PSD está muito mais próximo do Chega do que do PS”. “O PS não tem nenhuma proximidade ideológica com o Chega”, remata.

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Bernie Sanders recandidata-se ao Senado aos 82 anos

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Apesar de há 4 anos ter perdido a nomeação presidencial para Joe Biden, o senador tem desde então apoiado de uma forma geral as políticas seguidas pelo seu antigo adversário democrata na Casa Branca.

O senador norte-americano Bernie Sanders, de 82 anos e ex-candidato à Casa Branca, anunciou esta segunda-feira que vai concorrer de novo à câmara alta do Congresso nas eleições programadas para novembro. “Anuncio hoje a minha intenção de concorrer a um novo mandato”, disse o representante independente, eleito pelo estado de Vermont, no nordeste dos Estados Unidos, em comunicado de imprensa.

Bernie Sanders é conhecido há mais de 40 anos por promover ideias socialistas, muitas vezes consideradas utópicas ou inconcebíveis nos Estados Unidos, sendo bastante popular entre o eleitorado progressista, sobretudo entre os jovens. Foi candidato à Casa Branca em 2016 e novamente em 2020, ficando em segundo lugar em ambas as eleições primárias do Partido Democrata.

Apesar de há quatro anos ter perdido a nomeação presidencial para Joe Biden, o senador tem desde então apoiado de uma forma geral as políticas seguidas pelo seu antigo adversário democrata na Casa Branca. Bernie Sanders tem sido, porém, muito crítico nas últimas semanas ao apoio da administração Biden a Israel, criticando o “desastre humanitário” na Faixa de Gaza e as “políticas atrozes” do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

A mobilização pró-palestiniana que abala as universidades norte-americanas, alertou o senador independente, “pode ser o Vietname de Biden”, que teme perder “não só os jovens, mas também grande parte da base democrata”. A nova candidatura de Bernie Sanders também faz parte de debates acesos em torno do envelhecimento da classe política norte-americana.

O atual Presidente, Joe Biden, tem 81 anos e Donald Trump, seu rival republicano nas eleições presidenciais de novembro, 77.

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Sabadell recusa oferta do BBVA

  • ECO
  • 6 Maio 2024

o Conselho de Administração do Sabadell considera que a oferta não solicitada “desvaloriza significativamente” o banco e as suas perspetivas de crescimento como entidade independente.

O Conselho de Administração do banco Sabadell rejeitou a proposta de fusão que o BBVA lançou na semana passada, por considerar que “desvaloriza significativamente” a instituição, de acordo com a informação enviada ao regulador espanhol. Em informação remetida à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola, o Conselho de Administração do Sabadell considera que a oferta não solicitada “desvaloriza significativamente” o banco e as suas perspetivas de crescimento como entidade independente.

O grupo bancário BBVA, o segundo maior de Espanha, anunciou, em 30 de abril, ter manifestado ao banco Sabadell interesse em iniciar negociações para explorar a possibilidade de fusão, três anos após o fracasso de uma primeira tentativa.

O Sabadell apontou ainda entre as razões para descartar a fusão a volatilidade das ações do banco presidido por Carlos Torres nos últimos dias, o que gera “incerteza adicional” sobre a proposta, que oferecia a troca de uma ação do BBVA por cada 4,83 do Sabadell. A gestão do banco acredita que sozinho vai gerar maior valor para os acionistas.

Com base nesta análise, e assessorado pelos bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley e pela sociedade de advogados Uría Menéndez, o Conselho de Administração concluiu, após reunião esta segunda-feira, que a rejeição da proposta satisfaz os interesses do banco, dos acionistas, clientes e funcionários.

A entidade reforçou o compromisso de distribuir entre os investidores, de forma recorrente, qualquer excesso de capital acima de 13% do rácio de solvabilidade CET1, que segundo os seus cálculos pode ascender a 2,4 mil milhões de euros este ano e em 2025, juntamente com os dividendos recorrentes daquele período.

O BBVA lamentou a rejeição do que considerou uma “oferta tão atrativa”, segundo a agência EFE.

A operação, que poderia ser a maior fusão bancária em Espanha desde a do CaixaBank e do Bankia em 2020, pretendia criar um gigante financeiro com 986.924 milhões de euros em ativos, segundo dados do final do primeiro trimestre de 2024, e posicionar o BBVA no terceiro lugar na banca europeia, atrás apenas do BNP Paribas e do Banco Santander.

Os dois bancos tinham anunciado um primeiro projeto de fusão em novembro de 2020, com o objetivo de resistir melhor à crise económica causada pela pandemia de covid-19.

O projeto, que teria dado origem a um gigante financeiro, seria, no entanto, abandonado 10 dias mais tarde, por falta de “acordo sobre a possível troca de ações entre as duas entidades”, segundo o Sabadell.

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Rússia adverte que entrega de F-16 a Kiev será considerada provocação da NATO

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Moscovo acusa o Ocidente de apoiar abertamente ações de sabotagem da Ucrânia em território russo, para além de fornecer a Kiev mísseis de longo alcance franceses e britânicos.

A Rússia advertiu esta segunda-feira que o envio de caças F-16 à Ucrânia será considerado uma provocação dos Estados Unidos e da NATO, estejam ou não capacitados para transportar armamento nuclear. “Independentemente das alterações efetuadas aos aviões entregues, serão por nós considerados como portadores de armas nucleares e consideramos esse passo dos Estados Unidos e da NATO como uma deliberada provocação”, assinalou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Moscovo tem sublinhado desde há vários anos que este tipo de aviões tem sido utilizado nas designadas “missões nucleares conjuntas” da NATO. “Espera-se que surjam em breve no teatro de operações da Ucrânia aviões polivalentes F-16 de fabrico norte-americano (…), não podemos ignorar o facto de esses aviões pertencerem às plataformas de duplo equipamento: nuclear e não nuclear”, assinala o texto.

A Ucrânia insiste desde há semanas na necessidade de apressar o envio destes aviões face aos contínuos bombardeamentos das forças russas contra infraestruturas civis e posições do seu Exército. A coligação de países ocidentais que há um ano se comprometeu em disponibilizar F-16 a Kiev inclui a Dinamarca, que se propõe enviar os primeiros aviões este verão, a Bélgica, Países Baixos e Noruega.

Moscovo tem condenado os planos ocidentais sobre o aumento do apoio de armamento a Kiev e a suas implicações nos combates na Ucrânia, que podem sugerir novas ameaças militares ocidentais dirigidas à Rússia. Em particular, Moscovo acusa o Ocidente de apoiar abertamente ações de sabotagem da Ucrânia em território russo, para além de fornecer a Kiev mísseis de longo alcance franceses e britânicos, e os novos ATACMS norte-americanos, que podem alcançar território russo.

A Rússia também acusa os EUA de prosseguir com os seus planos de utilização de mísseis de curto e médio alcance “em diversas regiões do mundo” e acrescenta que, quando esse armamento for efetivamente disponibilizado, responderá suspendendo a sua própria moratória sobre estes envios. O MNE russo também denuncia as afirmações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o possível envio à Ucrânia de contingentes da NATO e salienta as informações sobre a presença no terreno de efetivos da Legião Estrangeira francesa.

A diplomacia russa acusa o bloco ocidental de procurar “uma maior escalada da crise ucraniana até um confronto militar direto dos países da NATO e Rússia” com o objetivo de provocar uma “derrota estratégica” a Moscovo. Este cenário, segundo Moscovo, justifica a ordem emitida pelo Presidente russo Vladimir Putin às Forças Armadas sobre a realização “em breve” de manobras com armas nucleares táticas.

Caso se concretizem, estes exercícios – com o envolvimento da Força Aérea e Marinha – poderão ocorrer em território ucraniano, pelo facto de o Distrito militar sul incluir as quatro regiões ucranianas ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia). Moscovo também lamenta que a situação se encontre próximo do descalabro devido à acumulação de “decisões irracionais” por parte de Kiev e aliados ocidentais, e frisa que estas ameaças estão “especificamente” contempladas na doutrina de dissuasão nuclear da Rússia.

A Ucrânia tem garantido uma substancial ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022. Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais e que agora parecem estar ultrapassadas.

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Nova exoneração. Governo demite diretor nacional da PSP

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Luís Carrilho irá substituir José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro de 2023. Decisão foi de "exclusiva iniciativa" da ministra, indica o até agora diretor nacional da PSP.

José Barros Correia foi afastado do cargo de Diretor Nacional da PSP.Lusa

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, decidiu substituir o diretor nacional da PSP, cargo ocupado por José Barros Correia desde setembro do ano passado. Luís Carrilho, que até agora era comandante da Força Especial de Polícia, será o sucessor, segundo um comunicado do Ministério da Administração Interna enviado às redações esta segunda-feira.

“Esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da Polícia de Segurança Pública, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública“, refere o gabinete da ministra. “O Governo agradece ao diretor nacional cessante, José Barros Correia a elevação institucional, o profissionalismo e a entrega abnegada à missão de serviço público que desenvolveu”, lê-se no comunicado.

Numa nota interna, enviada entretanto a todos os polícias da PSP e citada pela RTP, José Barros Correia indica que a decisão foi de “exclusiva iniciativa” da ministra. O até agora diretor nacional da PSP acrescenta também que vai passar à situação de pré-aposentação depois de “cerca de 40 anos de dedicação à Polícia de Segurança Pública, à segurança dos nossos cidadãos e a Portugal”.

Esta é a segunda exoneração no espaço de uma semana, depois da demissão de Ana Jorge de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Em reação, Luís Montenegro recusou qualquer “saneamento político” do novo Governo. Dias antes o CEO do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, apresentou a demissão do cargo – tal como os membros da sua equipa – por um diferendo com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Luís Carrilho, o novo diretor nacional da PSP, foi Conselheiro de Polícia das Nações Unidas (UNPOL) e Diretor da Divisão de Polícia no Departamento de Operações de Paz da ONU em 2017. Esteve depois como Chefe do Serviço de Segurança da Presidência da República entre outubro de 2022 e outubro de 2023. Antes da nomeação, conhecida esta segunda-feira, Luís Carrilho era superintendente e Comandante da Unidade Especial da PSP.

Luís Carrilho é o novo diretor nacional da PSPAntónio Cotrim

Aos 58 anos, Luís Carrilho é licenciado pela Escola Superior de Polícia e tem uma pós-graduação em Ciência Política e Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

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Descida da inflação será completada este ano, diz diretora-geral do FMI

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

“Os EUA têm a tremenda vantagem de exportar energia numa altura em que a Inteligência Artificial exige muita energia”, indicou Kristalina Georgieva.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse esta segunda-feira em Los Angeles que a inflação regressará aos níveis desejados em 2024 e a Reserva Federal norte-americana deverá responder com cortes das taxas de juro. “Pensamos que a descida da inflação será completada este ano”, afirmou a responsável, durante um painel na Conferência Global do Milken Institute, que decorre em Los Angeles até 8 de maio.

Georgieva sublinhou que o nível de inflação não está apenas nas mãos da Reserva Federal, mas também das empresas norte-americanas que estão a reparar as cadeias de abastecimento e a desempenhar um papel no alívio inflacionista. “Há razões para estar contente com o desempenho da economia americana”, afirmou, apontando que os Estados Unidos têm uma economia muito inovadora e um mercado laboral muito forte, que estão a empurrar para cima a economia mundial.

“Os EUA têm a tremenda vantagem de exportar energia numa altura em que a Inteligência Artificial exige muita energia”, indicou, acrescentando: “Sabemos que outras economias estão a coxear por causa da sua dependência energética”. É a questão da energia que pode interromper a evolução positiva da inflação, que está a descer de forma sustentada, mas a perspetiva do FMI mantém-se otimista.

“No nosso cenário de base, vemos a inflação a descer até ao nível desejado e a Reserva Federal a começar a cortar as taxas de juro”, declarou Kristalina Georgieva. Pouco depois, o presidente do Banco da Reserva Federal de Nova Iorque, John Williams, optou por não apontar um horizonte temporal para a descida das taxas.

“Vamos tomar as nossas decisões com base nos dados e nos objetivos que temos, de máximo emprego e estabilidade dos preços”, indicou o responsável, numa das sessões seguintes da conferência. “Esperamos que o movimento seja na direção que queremos ver tanto na inflação como estabilidade da economia”, disse.

Williams, que preside a um dos 12 bancos regionais que compõem o sistema da Reserva Federal, disse que é preciso olhar para “a totalidade dos dados”, não apenas para o relatório de emprego ou para o índice de preços no consumidor. “Eventualmente vamos ter cortes das taxas”, afirmou. “Estamos num bom momento e temos tempo para recolher mais dados”, acrescentou.

Para a economia norte-americana, Williams espera “bom crescimento” mas um pouco inferior ao do ano passado, no intervalo entre 2% e 2,5%. Também avisou que vários dos problemas identificados – tais como um défice muito elevado, em torno dos 7% do Produto Interno Bruto (PIB), não são exclusivos dos Estados Unidos. “Claramente não é só nos EUA, em várias partes do mundo vimos aumentos significativos na despesa durante a pandemia e agora aumentos nos gastos com defesa após a invasão da Ucrânia pela Rússia”, declarou.

O presidente também salientou que, embora os volumes de comércio internacional estejam estagnados, não há sinais concretos de que estejamos num momento de desglobalização ou fragmentação. Isto apesar de reconhecer que muitas cadeias de abastecimento foram movidas para territórios mais perto após a pandemia. “Esta ideia de que estamos a fragmentar a economia global parece-me prematura”, considerou.

A Conferência Global do Milken Institute decorre no hotel Beverly Hilton, em Los Angeles, até quarta-feira, 08 de maio.

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Presidentes francês e chinês querem trégua olímpica aplicada a todos os conflitos

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Na visita a Paris, Xi apadrinhou um contrato para o grupo francês Suez construir uma central de produção de eletricidade a partir de biomassa no sul da China, por quase 100 milhões de euros.

Uma trégua olímpica, facilitação de vistos a chineses e possíveis acordos sobre conhaque estiveram esta segunda-feira em destaque no primeiro dia de visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a França. Numa declaração conjunta após uma reunião em que discutiram questões internacionais globais e relações comerciais bilaterais, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o apoio dos dois países a uma trégua olímpica abrangendo todos os conflitos durante os próximos Jogos de Paris, o que também permitiria avançar na busca de soluções.

“Pensamos que uma trégua olímpica para todos os cenários de guerra pode ser uma ocasião para trabalhar em soluções duradouras no pleno respeito do direito internacional”, afirmou Macron, na referência ao evento desportivo que se realiza na capital francesa em julho e agosto e para o qual se esperam 16 milhões de visitantes. O Governo francês também anunciou que vai facilitar a emissão de vistos para os viajantes chineses em negócios e turistas que visitam a França, um dia antes da reunião do comité interministerial do turismo (CIT) com o primeiro-ministro Gabriel Attal.

A França é o principal destino turístico do mundo, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, tendo no ano passado recebido 100 milhões de visitantes estrangeiros, que gastaram um total recorde de 63,5 mil milhões de euros. Vários contratos comerciais entre empresas francesas e chinesas foram assinados por ocasião da visita de Xi, nomeadamente nas áreas da energia, transportes e finanças, anunciou o Eliseu.

Xi Jinping e Emmanuel Macron durante a visita do presidente chinês a Paris.Lusa

Entre os contratos anunciados está um para o grupo francês Suez construir uma central de produção de eletricidade a partir de biomassa no sul da China, por quase 100 milhões de euros. O construtor ferroviário Alstom também obteve contratos para fornecer sistemas de tração elétrica para linhas de metropolitano em Pequim, Wuhan e Hefei.

Do lado financeiro, a seguradora Groupama vai criar uma joint venture com o Shudao Group “em finanças verdes”. Outros acordos comerciais menos avançados envolvem a Schneider Electric para instalação de pontos de carregamento de veículos elétricos, ou entre o Crédit Agricole e o Bank of China para “facilitar operações conjuntas”.

No início do dia, o ministro francês da Economia e das Finanças, Bruno Le Maire, defendeu uma “parceria econômica equilibrada e sólida” entre a França e a China, ainda “de longe” de ser alcançada hoje em detrimento de Paris. A França registou um défice comercial de cerca de 46 mil milhões de euros com a China em 2023, enquanto o da União Europeia atingiu cerca de 300 mil milhões.

De acordo com uma lista de presentes oferecidos ao presidente chinês, consultada pela agência noticiosa AFP, Macron entregou uma garrafa de Hennessy X.O. Cognac e um decantador de Rémy Martin “Louis XIII” Cognac. “Gostaria também de agradecer ao Presidente a sua abertura relativamente às medidas provisórias sobre o conhaque francês e o seu desejo de não as ver aplicadas”, acrescentou ainda Macron sobre a bebida alcoólica francesa que é objeto de um inquérito antidumping lançado pelas autoridades chinesas.

Em Paris foram ainda oferecidas a Xi obras de Victor Hugo, bem como o primeiro dicionário franco-chinês, publicado em 1742, e uma jarra “achatada nos dois lados, esculpida, em vidro de várias camadas”, de uma vidraria de Amboise (Indre-et-Loire).

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Renova reabre “The Sexiest WC on Earth” em Lisboa

  • + M
  • 6 Maio 2024

A casa de banho mais sexy do planeta está situada no Terreiro do Paço, em Lisboa. A Renova promete um novo conceito, que visa oferecer uma experiência sensorial e “instagramável”.

A “The Sexiest WC on Earth by Renova” reabriu no Terreiro do Paço, em Lisboa, com um novo conceito que visa oferecer uma experiência sensorial e “instagramável”.

“Este espaço de assinatura reúne funcionalidade, arte, arquitetura e design, estabelecendo-se não só como uma reinvenção estética do conceito de casa de banho, mas também como uma galeria de intervenções artísticas temporárias e uma loja de produtos exclusivos da marca“, explica-se em nota de imprensa.

A Renova convida assim neste espaço “os visitantes a viver uma experiência sensorial onde cada elemento – da música ao design, passando pela fragrância exclusiva do ambiente e possibilidade de escolher papel higiénico colorido da marca – é parte integrante de uma experiência única que conduz cada pessoa a uma jornada surpreendente”, acrescenta-se na mesma nota.

Além de uma “instalação vanguardista para higienização das mãos”, o espaço conta ainda com wi-fi gratuito, música e opção de pagamento cashless. Está aberto de segunda-feira a domingo, das 9h às 19h.

Tendo já marcado presença em locais como o Museu do Louvre, em Paris, além de outros museus e lojas de referência em Portugal, Espanha e Bélgica, a reabertura da The Sexiest WC on Earth reafirma o compromisso da Renova com “a arte, design e sustentabilidade, estendendo um convite irresistível a todos que procuram uma experiência fora do comum”.

Desde que foi inaugurada inicialmente, esta estrutura já foi visitada por mais de 300 mil pessoas de 70 nacionalidades.

Esta reabertura incidiu na exposição “L’été va bien se dérouler”, referente à recente campanha da Renova realizada em França. “A sua presença no espaço celebra o corpo e a cor de forma irreverente, destacando, em paralelo, a importância de uma convivência inclusiva e sem discriminação de género, idade ou condições de mobilidade”, refere-se na mesma nota.

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MP abriu três inquéritos para investigar ataques a imigrantes no Porto

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

A PGR dá conta de que num dos inquéritos foi detido em flagrante delito um dos alegados autores das agressões.

O Ministério Público (MP) abriu três inquéritos para investigar os ataques contra imigrantes ocorridos na cidade do Porto na madrugada de sexta-feira, que já levaram à detenção de uma pessoa, informou a Procuradoria-Geral Regional do Porto (PGRP). Num comunicado, divulgado esta segunda-feira na sua página na internet, a PGRP refere que foi determinada a instauração de três inquéritos, cada um deles por episódios distintos, e que correm termos no DIAP da Procuradoria da República do Porto.

Em causa estão os episódios de violência ocorridos na madrugada do dia 3 de maio praticados contra imigrantes, de nacionalidades argelina e marroquina, que, segundo a Procuradoria, são suscetíveis de integrar infrações criminais de natureza pública. Na mesma nota a PGR dá conta de que num dos inquéritos foi detido em flagrante delito um dos alegados autores das agressões.

Segundo a Procuradoria, o suspeito, que está indiciado pela prática dos crimes de detenção de arma proibida e de ofensa à integridade física qualificada, foi sujeito a primeiro interrogatório judicial, no dia 3 de maio, tendo-lhe sido aplicada medida de coação privativa da liberdade”. Esta segunda-feira, o executivo municipal do Porto, liderado pelo independente Rui Moreira, repudiou e classificou de racista o ataque a imigrantes, dizendo que a tolerância deve ser zero.

Os eleitos pelo Movimento “Rui Moreira: Aqui há Porto”, PSD, PS, CDU e BE condenaram veemente este ataque na reunião pública da câmara, frisando que o Porto é uma cidade “tolerante, aberta e de liberdade”. Estas posições surgiram depois de, no início da reunião, o autarca ter dito que este ataque é “inaceitável e um crime de ódio que não pode ser relativizado a qualquer título”.

Na madrugada de sexta-feira, vários imigrantes foram agredidos em três locais distintos da cidade do Porto, sendo que pelo menos dois dos agredidos receberam assistência no Hospital de São João. Num dos casos, o ataque deu-se na casa de 10 imigrantes, na Rua do Bonfim, que foi invadida por um grupo de 10 homens.

Na sequência das diversas agressões, seis homens foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.

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