PS chumba requerimentos do PSD na CPI da TAP. Sociais democratas criticam “autoritarismo obstaculizante”

Socialistas chumbam requerimentos do PSD para receber emails do ministério das Infraestruturas e para obter queixa à PSP sobre adjunto de João Galamba.

O PS chumbou dois requerimentos do PSD na comissão parlamentar de inquérito à TAP, um a pedir emails em falta trocados entre a TAP e o Ministério das Infraestruturas e outro sobre a participação à PSP dos desacatos envolvendo o antigo adjunto de João Galamba.

A votação dos requerimentos apresentados pelos partidos para a obtenção de documentos desta terça-feira ficou marcada por dois chumbos. O PSD pediu os emails trocados entre a TAP e elementos do Ministério das Infraestruturas com uma lista de pessoas, alegando que os mesmos não foram remetidos pelo Governo no pedido original de documentação.

O PS decidiu chumbar este pedido. “Há aqui uma regra de proporcionalidade que esta comissão deve ter. Isto não é pesca por arrastão. Um requerimento que pede todos os emails independentemente do conteúdo é manifestamente excessivo”, defendeu Bruno Aragão.

Paulo Moniz do PSD, lembrou que na semana passada já tinha sinalizado “o início do rolo compressor do PS em funcionamento”. “Daqui para frente vamos ver se não é o primeiro caso em que vai obstaculizar a entrega de provas”, acrescentou. “Pela boca do deputado Bruno Aragão tivemos a prova inequívoca que o PS visa obstruir a descoberta da verdade”, acrescentou, referindo a entrada num “novo ciclo de autoritarismo obstaculizante da comissão”.

Os sociais-democratas lembraram que esta documentação já tinha sido solicitada num requerimento anterior, instando o presidente da mesa da CPI, o deputado socialista Jorge Seguro Sanches, a zelar pelo envio completo da informação pedida.

O segundo chumbo veio a seguir. O PSD apresentou um requerimento a pedir a cópia dos autos da participação feita na PSP a propósito dos acontecimentos no Ministério das Infraestruturas que envolveram Frederico Pinheiro, adjunto do ministro João Galamba. Os sociais-democratas pediram também o áudio das chamadas, o registo das ocorrências e os meios de prova preservados.

O PS voltou a dizer que iria chumbar, “por ser manifestamente contrário ao objeto desta comissão”, justificou Bruno Aragão, lembrando que a comissão de inquérito tem como objeto a tutela pública da gestão da TAP no período entre 2020 e 2021. “O que tem isto a ver com o objeto desta comissão? Absolutamente nada”, reiterou.

Paulo Moniz referiu que em causa estavam as notas feitas pelo adjunto numa reunião preparatória da ex-CEO da TAP, antes de uma audição no Parlamento, dizendo respeito a factos já ocorridos na audição. Voltou a acusar o PS de “obstaculizar” os trabalhos da comissão.

“Lamento profundamente esta posição do PS, que não podemos aceitar. Isto é um ataque à democracia e à busca da verdade”, considerou também Filipe Melo, deputado do Chega. “Lamento que seja vetado a esta comissão o escrutínio rigoroso e independente. A manter-se esta postura vamos ver se vale a pena continuar com esta comissão, porque está tudo dito ao que o PS vem”, acrescentou.

O PCP votou desta feita ao lado do PS. “Há limites do ponto de vista da abordagem. O nosso foco fundamental deve ser o mandato e não alimentar-se com acontecimentos que ela gerou”, defendeu.

(notícia atualizada ás 18h55)

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Perto do fim do mandato, Cadete de Matos defende que quadros da Anacom deviam poder candidatar-se à administração

Presidente da Anacom, cujo mandato termina em agosto, foi ao primeiro congresso de reguladores insistir que as nomeações dos gestores das entidades reguladoras deviam ser por concurso público.

O presidente da Anacom, cujo mandato termina em agosto, insistiu esta terça-feira que a nomeação de administradores para as entidades reguladoras independentes em Portugal deveria ser feita por concurso público internacional, para “não circunscrever” a escolha às pessoas conhecidas do ministro da tutela. Além do mais, João Cadete de Matos sugeriu que os quadros dos reguladores, como os da Anacom, deveriam ter a possibilidade de se candidatarem a tais funções, incluindo, portanto, a de presidente.

No 1.º Encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas, que decorre esta semana em Lisboa, o presidente da Anacom considerou que “tende-se a sobrevalorizar o papel das administrações” dos reguladores e enalteceu o papel dos quadros dos reguladores, que é preciso conseguir “atrair” e recompensar “suficientemente”. De seguida, ressalvou que é “essencial” que os gestores das entidades reguladoras “sejam competentes”.

“A Anacom defendeu que os membros dos Conselhos de Administração deviam ser nomeados na base de um concurso público e tenho a convicção de que seria a melhor forma de encontrar pessoas com vontade de servir o país, sem dúvidas quanto à sua competência, um exemplo que confio que também um dia será realizado no nosso país”. “Continuarei a juntar a minha voz aos que defendem esses princípios”, disse Cadete de Matos, sublinhando que “todos os dirigentes” e “dirigentes intermédios” da Anacom foram “nomeados na base de um concurso”.

Afirmando que a ideia tem respaldo em recomendações europeias, o ainda presidente da Anacom disse que, não sendo o seu caso, “todos os que já tiveram experiências governativas sabem da dificuldade de encontrar pessoas com competência para o desempenho de funções” e lembrou, também, que a lei impede que sejam “nomeados dirigentes de empresas” reguladas, para prevenir conflitos de interesses. “São escolhas que não são fáceis e não se deviam cingir a pessoas que possam ser do conhecimento do membro do Governo que tem a responsabilidade de, perante o Conselho de Ministros, fazer essa proposta”, atirou.

O objetivo, assim, seria o de “não circunscrever essa escolha a quem, pontualmente, seja do conhecimento da pessoa que propõe a pessoa para desempenhar essa funções”. “Incluindo, também, dando a possibilidade a que muitos dos quadros que existem nas próprias autoridades reguladoras – e que muitos deles podem não ter um trabalho muito visível, podem não ser do conhecimento do Sr. ministro A ou do Sr. ministro B, mas que são extremamente competentes e que têm uma carreira técnica consagrada nessas próprias autoridades reguladoras – poderem ser, naturalmente, candidatos a desempenharem funções de gestão naquela autoridade, ou noutra qualquer autoridade, porque, de facto, têm essa experiencia e esse currículo”, afirmou o presidente da Anacom.

O mandato de João Cadete de Matos termina formalmente a 15 de agosto de 2023 e a lei prevê que se mantenha em funções até ser substituído pelo Governo. A escolha da próxima presidente (que terá de ser mulher, devido à regra da alternância de género) recai sobre o ministro das Infraestruturas, João Galamba.

No mesmo painel participou o presidente da ERSE, Pedro Verdelho, que assumiu discordar desta proposta do presidente da Anacom e concordar com o modelo atual, em que o Governo propõe um nome que é escrutinado pela CReSAP e pela Assembleia da República. “Parece-me que o modelo que seguimos é um bom modelo, adotado em muitos países, que é envolvendo os órgãos democráticos da governação. Somos muito escrutinados, há o escrutínio dos deputados, e é um risco enorme quem não for competente passar por esse caminho”, defendeu o presidente da

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Benfica proibido de vender ingressos para próximo jogo fora nas competições europeias

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

Clube foi sancionado pela UEFA com uma multa de 35.000 euros e a proibição de venda de bilhetes aos seus adeptos para o próximo jogo a ter lugar fora nas competições europeias.

O Benfica está proibido de vender ingressos para o próximo jogo fora nas competições europeias de futebol, face aos incidentes ocorridos em Itália frente ao Inter, e foi multado em 35.000 euros, informou esta terça-feira o clube ‘encarnado’.

O Sport Lisboa e Benfica informa que foi sancionado pela UEFA com uma multa de 35.000 euros e a proibição de venda de bilhetes aos seus adeptos para o próximo jogo a ter lugar fora nas competições europeias”, escreveram as ‘águias’, em comunicado.

O líder da I Liga portuguesa refere que “a sanção em causa resulta dos incidentes verificados aquando do jogo Inter de Milão-Benfica [da segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões], no passado dia 19 de abril”, que terminou com o afastamento dos ‘encarnados’ da prova.

O Benfica “vai avaliar a possibilidade de recorrer desta decisão da qual foi notificado hoje pela UEFA”. No dia seguinte ao empate a três golos com os milaneses, o clube português escreveu uma nota ao Inter Milão com um pedido de desculpa: “O futebol que desejamos não envolve este tipo de situações, que são de total repúdio e não se coadunam com os valores e os princípios do Sport Lisboa e Benfica”.

Os adeptos do Benfica, situados no terceiro anel do Estádio Giuseppe Meazza, em Milão, arremessaram tochas para a zona em que estavam adeptos do Inter, uma ação que provocou o ferimento de várias pessoas, entre as quais uma criança de oito anos.

O arremesso das tochas aconteceu na segunda parte, com cerca de seis lançadas sobre a curva sul do estádio de Milão, provocando uma debandada de pessoas, a procurar refúgio no interior das bancadas. Antes da partida, tinham sido detidos 19 adeptos ‘encarnados’, após confrontos com a polícia, de que resultaram ferimentos em cinco agentes.

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Rio de Janeiro sediará cimeira do G20 em 2024

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

"É oficial: o Rio de Janeiro sediará a Cúpula de Chefes de Estado do G20 no próximo ano", anunciou o governador do Rio de Janeiro.

O Rio de Janeiro vai sediar a cimeira do G20 em novembro de 2024, ano em que o Brasil presidirá ao grupo que reúne as maiores economias do mundo e os países emergentes, anunciou esta terça-feira o governador deste estado brasileiro.

É oficial: o Rio de Janeiro sediará a Cúpula de Chefes de Estado do G20 no próximo ano. As vinte maiores potências económicas mundiais estarão reunidas, junto com outras dez nações que serão convidadas, num total de trinta”, informou Claudio Castro numa mensagem na sua conta na rede Twitter.

A reunião brasileira do fórum está marcada para novembro de 2024. As autoridades municipais e regionais do Rio de Janeiro, que já acolheu outros importantes eventos mundiais como a Cimeira da Terra (1992) e a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2002), vinham reivindicando a organização da cimeira do G20 perante as autoridades nacionais.

Entre os países que serão convidados para a cimeira do G20 no Brasil, destacam-se Paraguai e Uruguai, conforme anunciado até agora pelo governo brasileiro. A próxima reunião dos chefes de Estado e de Governo do fórum está marcada para os dias 9 e 10 de setembro, em Nova Delhi, já que a Índia ocupa atualmente a presidência rotativa do grupo.

O Brasil assumirá a presidência em dezembro deste ano. Os membros do G20, além de Brasil e Índia, são Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia e União Europeia.

Nos seus encontros mais recentes, em Bali (Indonésia), em 2022, e Itália, em 2021, o grupo abordou os temas mais importantes da agenda mundial, como a guerra na Ucrânia, as mudanças climáticas e os efeitos da pandemia de covid-19.

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BES/GES. Ricardo Salgado sabe se vai a julgamento a 14 de julho

A realização do debate instrutório ocorreu um ano após o arranque da fase de instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, no dia 26 de abril de 2022.

A leitura da decisão instrutória do processo BES/GES foi marcada para o dia 14 de julho, às 14h00, no tribunal de Monsanto (Lisboa), anunciou esta terça-feira o juiz de instrução Pedro Santos Correia no encerramento do debate instrutório.

A realização do debate instrutório ocorreu um ano após o arranque da fase de instrução no Tribunal Central de Instrução Criminal, no dia 26 de abril de 2022, então ainda nas mãos do juiz Ivo Rosa (que foi substituído por Pedro Santos Correia em setembro, por decisão do Conselho Superior da Magistratura), e quase três anos depois de ser conhecida a acusação do MP.

No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado.

Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Contrato de concessão da RTP está desajustado da realidade

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

"A RTP tem futuro, se quem tem responsabilidade política – tutela e parlamento – reunir as condições necessárias para o efeito", disse a coordenadora do Livro Branco sobre o serviço público de media.

A coordenadora do Livro Branco sobre o serviço público de media, Felisbela Lopes, defendeu esta terça-feira que “a RTP tem futuro”, mas salientou a necessidade de alterar o enquadramento legal e o contrato de concessão que estão “desajustados da realidade”.

Felisbela Lopes falava na apresentação do livro “Serviço Público de Média – Livro Branco”, resultado do trabalho realizado pela Comissão do Livro Branco do Serviço Público de Rádio e Televisão, no Centro Cultural de Lisboa (CCB), em Belém, com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. “A RTP tem futuro, se quem tem responsabilidade política – tutela e parlamento – reunir as condições necessárias para o efeito, nomeadamente alterando o respetivo enquadramento legal e o contrato de concessão, hoje desajustados da realidade”, disse Felisbela Lopes.

Para a coordenadora do livro e professora na Universidade do Minho, o futuro da RTP “tem de ser também assegurado por quem tem a responsabilidade de gerir a empresa” que, por sua vez, “deve contar com os meios necessários para assegurar um serviço público de referência em relação ao qual deve sempre prestar contas”. Felisbela Lopes defendeu a necessidade de uma “transformação digital” do serviço público de media português, uma mudança “transversal e urgente” que implica “reestruturar a concessionária” o que exige “liderança, estratégia e autonomia” e também “um clima de paz social”.

A Comissão do Livro Branco sobre o serviço público de rádio e televisão, designada por despacho do Governo e que está em funções há cerca de quatro meses, tendo ouvido mais de 100 pessoas e entidades, tem por objetivo elencar os desafios do setor, de modo a anteceder e a preparar a revisão do contrato de concessão da RTP.

“A par da transformação digital, propomos convocar a informação para o centro da atividade do operador público. Uma informação plural, diversificada, valorizadora dos territórios, com uma ética irrepreensível”, defendeu a coordenadora do Livro Branco. Ao nível dos conteúdos e distribuição, Felisbela Lopes sublinhou que “é necessário fazer ajustes na oferta e introduzir novas abordagens na televisão, na rádio e no digital” e “conferir mais notoriedade àquilo que se faz”.

Segundo acrescentou, o serviço público de media tem de “servir os cidadãos” o que, no seu entender, pressupõe “novas metodologias de trabalho, sobretudo na mediação da satisfação dos públicos, e outras prioridades nos conteúdos escolhidos”. Além da coordenadora Felisbela Lopes, integram a comissão Catarina Burnay, Clara Almeida Santos, Francisco Sena Santos, Jorge Wemans, Rui Romano e Sérgio Gomes da Silva.

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A União Europeia em números

Esta terça-feira comemora-se o Dia da Europa, que marca 73 anos da assinatura da Declaração de Schuman. Como evoluiu a União Europeia desde então em termos de população, área e PIB?

O Dia da Europa é celebrado esta terça-feira, 9 de maio, data que assinala o 73.º aniversário da assinatura da “Declaração Schuman. O antigo ministro francês dos Negócios Estrangeiros procurava, com esta declaração, garantir a paz a longo prazo na Europa do pós-guerra através da criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).

A CECA, cujos membros fundadores foram a França, República Federal da Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo, foi a primeira das instituições europeias supranacionais que deram origem à atual União Europeia.

Constituída por 27 Estados-membros, veja a União Europeia traduzida em números.

http://videos.sapo.pt/McPzWAQK5L5quml0FQe1

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Turismo mundial recupera com dobro dos viajantes no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

Nos primeiros três meses do ano, 235 milhões de turistas fizeram viagens internacionais, mais do dobro do que no mesmo período de 2022.

O turismo internacional dá sinais de recuperar a bom ritmo, com os números do primeiro trimestre de 2023 a mostrarem que os viajantes foram o dobro dos registados há um ano, indicou a Organização Mundial do Turismo (OMT). Segundo o barómetro OMT do turismo mundial, as chegadas internacionais alcançaram nos primeiros três meses 80% dos níveis anteriores à pandemia de covid-19.

As estimativas indicam que nesses meses, 235 milhões de turistas fizeram viagens internacionais, mais do dobro do que no mesmo período do ano anterior. De acordo com os dados revistos de 2022, no ano passado houve mais de 960 milhões de deslocações internacionais de turistas, o equivalente a dois terços (66%) dos números pré-pandemia.

Em relação à recuperação no primeiro trimestre de 2023, o Médio Oriente registou os melhores resultados já que foi a única região que superou as chegadas de 2019 (mais 15%) e a primeira a chegar aos números anteriores à pandemia num trimestre completo.

A Europa alcançou 90% dos níveis anteriores à pandemia graças à intensa procura intra-regional. África e o continente americano chegaram a 88% e a 85%, respetivamente, dos níveis de 2019. A região da Ásia e Pacífico alcançou 54% dos níveis pré-pandémicos, mas prevê-se que esta tendência de subida acelere agora que a maioria dos destinos, particularmente a China, abriram as suas fronteiras a viagens não essenciais.

Os dados da OMT também analisam a recuperação por sub-região e referem que a Europa mediterrânica e do Sul e o Norte de África também voltaram aos níveis pré-pandemia no primeiro trimestre de 2023, enquanto a Europa Ocidental e do Norte, a América Central e as Caraíbas estão muito perto de alcançar esses níveis.

“Este início de ano voltou a evidenciar a extraordinária capacidade de recuperação do turismo. Em muitos lugares, estamos próximos ou mesmo acima dos níveis de chegadas que existiam antes da pandemia”, afirmou Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT.

“No entanto, devemos estar atentos aos desafios que vão desde a insegurança geopolítica, à escassez de pessoal e à possível incidência da crise do custo de vida no turismo e temos de garantir que o regresso do turismo cumpra as suas responsabilidades como solução para a emergência climática e como motor de um desenvolvimento inclusivo”, salientou.

De acordo com a OMT, as receitas do turismo internacional voltaram a superar a barreira de um bilião de dólares em 2022, com um crescimento de 50% em termos reais na comparação com 2021. Os gastos dos visitantes internacionais atingiram 64% dos níveis pré-pandémicos (menos 36% em relação a 2019). Por regiões, a Europa obteve os melhores resultados em 2022, com quase 550.000 milhões de dólares em receitas provenientes do turismo (520.000 milhões de euros), o que representa 87% dos números registados antes da pandemia.

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“Não somos abutres”. António Esteves lança fundo “agnóstico” de 500 milhões

Fortitude, do ex-partner do Goldman Sachs em parceria com o BTG Pactual e a Atrium, acaba de lançar primeiro fundo. Novobanco e BCP estão fora do radar. Conta investir 400 milhões este ano.

A Fortitude, fundada por António Esteves em parceria com os brasileiros do BTG Pactual e a Atrium, acaba de lançar o primeiro fundo de investimento, com foco em Portugal. “Não somos um fundo abutre. Somos agnósticos, queremos olhar para qualquer empresa”, ressalva o antigo partner do Goldman Sachs. Até ao final do ano, o fundo conta levantar 250 milhões de euros junto de investidores privados, com um cap de 500 milhões. Interesse no Novobanco e BCP? “Não vou estar a fazer nada disso”.

“Portugal é um país que oferece boas oportunidades de investimento e necessita de um projeto deste, de um boost de capital”, explica António Esteves na sessão de apresentação do fundo de private equity aos jornalistas, em Lisboa.

Embora admita investimentos “em qualquer boa empresa que precise de capital ou financiamento”, António Esteves diz que está a “olhar com carinho” para os setores da agricultura, saúde, energia e entretenimento e conteúdo.

Até final do ano prevê fechar dois investimentos na ordem dos 400 milhões, o primeiro dos quais a ser concretizado até ao verão, de cerca de 50 milhões, num projeto agrícola.

Em relação a um eventual interesse no setor financeiro, “não está no topo da lista” da Fortitude, sublinha António Esteves, afastando também o interesse no Novobanco e BCP, que chegaram a estar associados ao fundo. “Se vou estar proativamente à procura de oportunidades no setor financeiro, não. Se vou investir no Novobanco ou tentar comprar o Novobanco ou arranjar uma solução de capital para o BCP, não vou estar a fazer nada disso. Há coisas mais interessantes para se fazer no mercado português”, atira.

Capacidade de tiro acima dos 500 milhões

O Portugal Special Situations Fund – assim se designa o primeiro fundo da Fortitude – já angariou 100 milhões e deverá atingir os 250 milhões no final do ano. Tem um cap de 500 milhões. “Mas a nossa capacidade de investimento vai muito além da capacidade do fundo”, aponta António Esteves. “Podemos ambicionar fazer projetos de qualquer valor… mil milhões, dois mil milhões… (…) Trazemos uma série de investidores alinhados connosco”, acrescenta.

Entre eles estão os grupos financeiros Carlyle, CVC, o Fundo de Pensões dos Professores de Ontário, a Sixth Street, o Banco Português de Fomento – a Fortitude foi uma das private equity selecionadas para o programa Consolidar, tendo recebido 10 milhões –, entre outros investidores. “Não há fundos de capital privado com esta capacidade de tiro”, reclama António Esteves.

A ideia passa por investir em empresas com bons planos de negócios e campeãs em setores que possam consolidar. “Não vamos andar a fazer turnarounds”, explica o gestor. “Em qualquer investimento, iremos ter envolvimento direto nas decisões estratégicas da empresa, mas não vamos substituir a gestão”.

António Domingues e Paula Amorim são conselheiros

A equipa executiva da Fortitude é constituída por oito elementos, sendo liderada pelo próprio António Esteves, com cerca de três décadas de experiência no setor financeiro.

A sociedade conta ainda com pesos pesados no conselho consultivo, incluindo António Domingues (ex-CEO da Caixa e ex-administrador do BPI), Paula Amorim (Galp), Filipe de Botton (fundador da Logoplaste), Alexandre Relvas, entre outros.

Para António Esteves, é a garantia de que a Fortitude fará uma “seleção muito cuidada de todas as oportunidades de investimento” que encontrar. O objetivo do fundo passa por gerar um retorno de 15% a 20% ao ano aos investidores.

(Notícia atualizada às 17h36)

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Carris podia parar durante três dias úteis sem violar regras de desempenho

José Manuel Viegas denunciou problemas nos contratos da Carris e da CP, criticando a atuação do Governo nesta última. Já o Metro de Lisboa nem sequer tem contrato, lembrou.

O especialista em mobilidade José Manuel Viegas denunciou esta terça-feira que o contrato de serviço público da Carris permite à empresa parar durante três dias úteis sem violar as regras de desempenho. Além disso, o professor emérito da Universidade de Lisboa e presidente da consultora TIS lembrou que o metro de Lisboa está a operar sem contrato de serviço público, que diz ser obrigatório desde 2019, criticou o facto de as cláusulas de desempenho do contrato da CP serem “confidenciais” e acusou o Governo de ter violado a autonomia da administração da CP.

No primeiro encontro dos reguladores, promovido pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), José Manuel Viegas disse que o contrato de serviço público da CP “tem uma coisa espantosa”: “As cláusulas de desempenho estão num anexo que é confidencial. E o regulamento europeu diz que são devidas especiais preocupações de transparência quando se trata de um operador interno. Nós não sabemos quais são os indicadores de desempenho a que a CP está obrigada. Por isso, a CP pode desempenhar mal e os cidadãos, e a imprensa e todos os stakeholders interessados não têm maneira de saber se está a violar o contrato ou não“, explicou.

Nós não sabemos quais são os indicadores de desempenho a que a CP está obrigada. Por isso, a CP pode desempenhar mal e os cidadãos, e a imprensa e todos os stakeholders interessados não têm maneira de saber se está a violar o contrato ou não

José Manuel Viegas

Professor emérito do IST

Sobre isto, e na presença da presidente da AMT, Ana Paula Vitorino, o especialista reforçou: “Não consigo entender o que há de confidencial nas cláusulas de desempenho da CP, a não ser pudor. Vergonha.”

Mas houve mais críticas além do metro de Lisboa e da CP. José Manuel Viegas apontou para a Carris dizendo que o contrato, que é público, permite, na prática, a não existência de serviço durante três dias úteis, sem violação do indicador de desempenho.

“A Carris podia não produzir transporte público durante três dias úteis por mês e continuava a desempenhar como se estivesse tudo bem. Se compararmos este contrato da Carris (que é aquele que é conhecido – o do metro não existe, o da CP é confidencial) com os contratos que são conhecidos, quer dos operadores de autocarros, quer dos contratos por exemplo da Fertagus e da Metro do Porto, que são concessões públicas (no caso do Metro do Porto, uma subconcessão), que têm critérios de desempenho múltiplos e exigentes, não é que não saibamos fazer. É que, quando a empresa é de capitais públicos, temos vontade de não fazer, ou não somos capazes de fazer. Isto, no meu entendimento, é grave”, atirou.

José Manuel Viegas explicou porquê: “Porque os serviços suprimidos por greves e as más qualidades sistemáticas que temos não geram penalização para os operadores, desde logo, e devia haver penalização. Mas pior do que isso, do ponto de vista da sustentabilidade, são o melhor instrumento para induzir os cidadãos que disponham de carro particular optarem pelo carro particular. E depois a treinarem-se, porque têm muitos dias em que há greve e se o itinerário do primeiro dia não for bom, pode experimentar o segundo e o terceiro.”

“É um programa de formação contínua em não utilização de transportes públicos”, atirou o especialista durante a intervenção.

Se não resolvermos isto, corremos o risco de deitar fora boa parte do dinheiro que se está a investir em infraestruturas e os apelos a mais ferrovia e a expandir as redes do metro de Lisboa, em termos da transferência modal que se pretende, porque, depois de feita a infraestrutura e posto lá o material circulante, o serviço é muito mau. Temos de ser capazes de acompanhar o esforço de infraestrutura pelo esforço de bom funcionamento, o que passa, em parte, pela exigência do regulador”, defendeu.

José Manuel Viegas disse, então, que as penalizações para os operadores públicos de transporte não podem ser financeiras. “Quando o operador é público, a penalização não pode ser financeira como no caso de um operador privado. Porque, senão, sai de um bolso do Estado e entra noutro bolso do Estado”, explicou.

“Violação” da autonomia da CP, acusa Viegas

Quanto à atualidade, o especialista acusou o Governo, através do Ministério das Infraestruturas, de violar a autonomia da gestão da CP ao negociar diretamente com os sindicatos.

Falando numa “coisa chocante”, José Manuel Viegas apontou que “foi o Governo que negociou o recente acordo com os sindicatos” anunciado na semana passada e que pôs fim às greves que ocorriam “há vários meses” na CP. “Mas isto é um total desrespeito pelo contrato, a parte que se conhece do contrato, e pela autonomia de gestão do Conselho de Administração. É uma coisa que me parece inacreditável. E a pergunta que tenho de fazer é a seguinte: e os custos acrescidos vão aparecer como adicional às indemnizações compensatórias para o contrato do próximo ano ou vão diretamente para o défice de exploração?”, interrogou. “Nada disso foi dito. Sinceramente, espero que seja a última vez que um Governo desautoriza desta maneira o Conselho de Administração de uma empresa pública”, concluiu.

O 1.º Encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas é uma conferência de dias promovida pela AMT em Lisboa e que reúne representantes dos reguladores portugueses. O evento decorre esta terça e quarta-feira na Fundação Oriente, em Lisboa.

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Citius e telefones dos tribunais em baixo durante 18 minutos

Sindicato dos Funcionários Judiciais fala em "falha anormal do sistema" mas Ministério da Justiça diz que foi "indisponibilidade momentânea", entre as 14.05 e 14.23 horas.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais denunciou esta terça-feira a falha do sistema informático Citius e rede telefónica dos tribunais. O alerta surge depois dos funcionários judiciais – que estão à frente das secretarias dos tribunais – terem estado num período alargado de greve. “De vez em quando, a plataforma tem algumas falhas, mas esta parece mesmo anormal”, diz o presidente do SFJ, que afirma que o problema “terá a ver com uma atualização crítica da parte da distribuição”.

Mas, segundo o Ministério da Justiça, ocorreu uma “indisponibilidade momentânea”, por um período inferior a 20 minutos (entre as 14:05, e as 14:23 de terça-feira), “no acesso aos serviços informáticos e telefónicos da Justiça, devido a um problema num equipamento. Ao contrário do que foi veiculado, esta interrupção não está relacionada com os trabalhos de desenvolvimento para disponibilização do novo modelo de distribuição eletrónica de processos”.

A tutela garante que o funcionamento normal de todos os sistemas foi já restabelecido, “após a atualização do referido equipamento, incluída na renovação e reforço de toda a infraestrutura da rede de comunicações da Justiça, atualmente em curso, suportada por fundos do Plano de Recuperação e Resiliência da Justiça (PRR)”, explica o gabinete de Catarina Sarmento e Castro.

“A seguir a um período prolongado de greves, isto impede o normal seguimento dos processos”, refere o presidente do Sindicato, à CNN, garantindo que, na maior parte dos tribunais, os funcionários “não conseguem enviar as peças processuais por e-mail porque a capacidade de armazenamento da caixa está esgotada”.

Os funcionários judiciais estiveram em greve de 26 de abril a 5 de maio. Reivindicam o pagamento do suplemento remuneratório em 14 meses, tal como chegou a constar em dois Orçamentos do Estado, e a questão da regular progressão na carreira, com acesso às categorias superiores, mesmo que de uma forma faseada.

No passado dia 28 de abril, o SFJ decidiu avançar com nova paralisação, que se pode estender até 15 de julho, face à “ausência de respostas do Ministério da Justiça que motivam os protestos que duram há meses e que têm motivado o adiamento de milhares de diligências e julgamentos”. Contudo, disse então António Marçal, o pré-aviso de greve não deverá entrar antes de 15 de maio com o objetivo de “dar tempo ao Governo” para, entre greves, ir ao encontro das reivindicações dos funcionários judiciais.

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“É importante” política pública que crie condições para salários atrativos

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

Ana Figueiredo, CEO da Altice, defende a necessidade de se criar maior competitividade fiscal, para as empresas poderem pagar melhores salários aos trabalhadores.

A presidente executiva (CEO) da Altice Portugal defendeu hoje que é “importante” em termos de políticas públicas, na componente fiscal, serem criadas “condições” para que salário que a emprega paga seja “atrativo” para os colaboradores.

Ana Figueiredo falava à agência Lusa no final do debate organizado pela Lusa, em parceria com a COTEC Portugal, que decorreu na sede da agência de notícias em Lisboa, subordinado ao tema atrair e reter melhores talentos.

“Além do papel que as empresas estão a fazer, têm que fazer, têm que continuar a fazer mais e melhor, acho que é importante do ponto de vista de políticas públicas, nomeadamente na componente fiscal, nós criarmos as condições para que o salário que a empresa paga seja líquido, seja percetível como um atrativo e como uma compensação equitativa para os colaboradores“, acrescentou a gestora, que assumiu há pouco mais de um ano a liderança da dona da Meo.

Durante o debate, a componente fiscal foi abordada, com o CEO da Corticeira Amorim a defender que o próximo Orçamento do Estado deve prever medidas para reter talento.

“Discutimos aqui algumas ideias, algumas ferramentas que possam ser feitas nessa matéria para, no fundo, criar maior competitividade fiscal, para as empresas poderem obviamente pagar melhores salários e para que esse melhor salário também seja traduzido numa melhoria da riqueza para os portugueses”, salientou a gestora.

“É importante que o tecido empresarial aposte numa cultura de inovação, é a cultura de inovação numa empresa que vai permitir que essa empresa, no fundo, construa vantagens competitivas, que permaneça competitiva, que possa crescer e, no fundo desenvolver e no final, até internacionalizar-se a partir de Portugal”, salientou, referindo que isso tem sido o “mantra” da Altice.

Na componente inovação, “é fundamental o talento humano” e Portugal tem “ferramentas ótimas” como escolas, universidades “para a criação de talento que possa depois ser utilizado pelas empresas”, apontou Ana Figueiredo.

“Temos que trabalhar empresas para a retenção desse talento em termos de atribuição e disponibilização de políticas salariais que sejam competitivas, não só com mais empresas portuguesas”, porque hoje em dia a concorrência é global para essa atração de talento, prosseguiu.

Por isso, “é fundamental termos salários competitivos e nessa matéria, as grandes empresas têm feito um papel fundamental, porque quando comparamos o salário médio de uma grande empresa” com o restante tecido empresarial, “pagamos cerca de 2 a 2,5 vezes acima daquilo que é a média. E isso leva depois à contaminação positiva pelo resto do tecido empresarial”, referiu.

A CEO da Altice Portugal defendeu que “estabilidade e previsibilidade regulatória e não alterar as regras do jogo” é “importante para qualquer empresa”. Para a indústria onde a Altice opera, isso é fundamental.

“Investimos capital intensivo, investimos 500 milhões de euros por ano” e é “necessário sabermos quando é que podemos ter rentabilidade ou retorno desse capital investido. Por isso não haver grandes alterações ou alterações das premissas que nos levaram a investir e a constituir o nosso modelo económico é obviamente fundamental”, argumentou a gestora.

Ana Figueiredo apontou para o facto de a Justiça e os tribunais em Portugal serem lentos, defendendo a necessidade da adoção de “competências necessárias para poderem decidir de forma ágil”.

“O ciclo de decisão, seja de atores políticos, seja também do sistema judicial, não é muitas vezes compaginável com o nosso ciclo de investimento e com a nossa pressa no investimento e na tomada de decisão que temos que ter”, disse.

Como empresa de capital estrangeiro, a Altice Portugal concorre com as outras empresas do grupo em termos de atração de investimento presentes em outros países. Por isso, a “componente regulatória, fiscal” e “também do seu sistema judicial” são fundamentais para convencer o acionista a investir mais em Portugal e garantir-lhe o retorno do investimento.

Ana Figueiredo, que liderou a operação da Altice na República Dominicana, refere que os “portugueses têm tanto ou mais talento” como outras geografias. “Acho que temos uma competência que eu acho que é inata, não sei se nascemos com ela, é o facto de nós conectarmos facilmente com qualquer povo”, afirmou.

Mas o que falta a Portugal? “Ambição”, responde prontamente. “Temos que querer ser melhores, temos que ser muito maiores e temos que ter ambição para crescer e temos que ter a coragem também como país para avançarmos“, apontou.

“Acho que os portugueses muitas vezes se limitam”, referindo que os espanhóis, por exemplo, “são muito mais positivos na assunção de risco em lançarem-se para novas empreitadas” e Portugal, muitas vezes, fica refém das suas “inseguranças”.

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