Confiança dos consumidores na zona euro em mínimo histórico

  • Lusa
  • 22 Setembro 2022

O indicador de confiança dos consumidores, divulgado pela Comissão Europeia, recuou 3,8 pontos na zona euro e 3,5 pontos na UE, face a agosto.

A confiança dos consumidores recuou, em setembro, para os -28,8 pontos na zona euro e -29,9 União Europeia (UE), os níveis mais baixos de sempre em ambas, segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Comissão Europeia.

De acordo com os dados da Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, o indicador de confiança dos consumidores recuou 3,8 pontos na zona euro e 3,5 pontos na UE, face a agosto.

O anterior recorde, de -24,9 pontos na zona euro e -26,0 na UE, tinha sido atingido em julho, após o que se seguiu uma ligeira recuperação, respetivamente, de 2,1 pontos e 1,0 pontos em agosto.

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Consumo estrangeiro em Portugal disparou 82,5% este verão. Franceses são a maior fatia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 22 Setembro 2022

Consumo estrangeiro em Portugal supera largamente o consumo nacional, sendo os irlandeses os que mais gastam. Faturação de negócios de aluguer de carros dispara 85%.

Os negócios em Portugal registaram um aumento da faturação de mais de 30% este verão face ao mesmo período de 2021. Embora a faturação por via de cartões nacionais também tenha subido, foram os turistas estrangeiros – sobretudo os franceses – que mais contribuíram para o desempenho dos negócios nacionais, com a faturação destes a disparar acima de 80%, de acordo com dados de um relatório da REDUNIQ, que analisa a evolução dos pagamentos por cartão efetuados no país e será apresentado na sexta-feira.

Depois de um crescimento homólogo de 45% da faturação com cartões nacionais e estrangeiros nos primeiros seis meses deste ano, os negócios portugueses continuam a tendência de recuperação após a pandemia de Covid-19, tendo faturado mais 32,2% entre 1 de julho e 15 de setembro comparativamente ao mesmo período do ano passado.

Segundo os dados do “REDUNIQ Insights”, aos quais o ECO teve acesso, observou-se um crescimento homólogo de 19,6% da faturação através de cartões nacionais no período em análise, enquanto o consumo de estrangeiros em Portugal aumentou 82,5%.

Da faturação por via de cartões internacionais, são os franceses que representam a maior fatia (18%), apesar de o seu peso no total do consumo ter diminuído sete pontos percentuais. Atrás da França surge o Reino Unido, com 14% do “bolo” do consumo de estrangeiros em território nacional neste verão, logo seguido da Irlanda (11%), dos Estados Unidos (10%) e da Espanha (9%).

Analisando o valor médio de compra, o destaque vai para os turistas irlandeses, que gastaram uma média de 112 euros por compra. Os norte-americanos são a segunda nacionalidade que mais gasta nas férias em Portugal, num valor médio de 71 euros. Já o Reino Unido, a França e a Espanha tiveram um comportamento de compra idêntico entre si nestes meses, com um valor médio por transação de 48, 46 e 40 euros, respetivamente.

É de notar que os dados da REDUNIQ acompanham as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Banco de Portugal (BdP), que mostram, só no mês de julho, um aumento de 205,2% no número de hóspedes não residentes em Portugal face ao mesmo mês de 2021. A recuperação foi de tal forma significativa que julho de 2022 foi o melhor mês de sempre em número de hóspedes e de dormidas no país.

Faturação de negócios de aluguer de carros cresceu 85%. Lisboa e Açores são os destinos nacionais mais turísticos

Entre os diferentes setores de atividade, os negócios de rent-a-car registaram a melhor performance, com um aumento homólogo da faturação total (cartões nacionais e estrangeiros) de 85% no período de 1 de julho a 15 de setembro. A faturação total da hotelaria e da restauração, outras duas áreas associadas ao turismo, também teve uma subida elevada – de 71% e 50%, respetivamente – face ao mesmo período de 2021.

Este forte crescimento nos negócios turísticos está igualmente associado ao regresso de turistas estrangeiros a Portugal, tendo estes contribuído para aumentar em 117% a faturação da hotelaria, em 110% a faturação do aluguer de veículos e em 98% a faturação da restauração.

No entanto, o consumo nacional em hotéis e alojamentos turísticos decresceu 6% no período em análise em relação aos mesmos meses do ano passado, o que, segundo o porta-voz oficial do relatório da REDUNIQ, Tiago Oom, poderá ter que ver com uma contenção dos gastos dos portugueses devido à alta inflação.

Por distrito, Lisboa e Açores são os destinos portugueses mais turísticos. A faturação total nas duas regiões cresceu, respetivamente, 43% e 36% em relação ao verão de 2021, mas se se tiver em conta apenas o consumo estrangeiro, o aumento foi bem mais significativo: 125% na capital e 103% nos Açores.

Também Faro, Madeira e Porto apresentaram uma faturação total superior em comparação com o mesmo período do ano passado, assistindo a crescimentos de 36%, 32% e 28%, respetivamente.

Segundo Tiago Oom, que também atua como diretor comercial da UNICRE – proprietária da marca REDUNIQ –, o facto de este ter sido o primeiro verão sem a aplicação de restrições à circulação de cidadãos entre países devido à pandemia de Covid-19 foi o fator que mais impulsionou o aumento da faturação dos negócios nacionais, visto que gerou “uma maior confiança dos consumidores (nacionais e estrangeiros) a regressar aos principais pontos turísticos do país”.

Além disso, este impulso também se deve, por um lado, à “forte aposta” no turismo, mas também ao aumento generalizado de produtos e serviços no setor, como consequência da inflação elevada, acrescentou.

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CMS assina acordo de colaboração com a Pereira Monteiro Advogados

Este acordo de colaboração assinado entre a CMS e a Pereira Monteiro Advogados visa a "obtenção de ganhos de eficiência" e o "reforço da posição e capacidade de assessoria aos respetivos clientes".

A CMS e a Pereira Monteiro Advogados assinaram um acordo de colaboração para o desenvolvimento das respetivas práticas jurídicas. Este acordo visa a “obtenção de ganhos de eficiência” e o “reforço da posição e capacidade de assessoria aos respetivos clientes”.

“É com muita alegria e entusiasmo que acolhemos esta cooperação entre os dois escritórios. Trata-se de um prestigiado escritório, cujos advogados são espelho da excelência com que nos revemos na CMS. Este é um passo que damos para apoiar os nossos clientes em operações e investimentos na região centro, bem como capturar novas oportunidades de negócio”, considerou José Luís Arnaut, managing partner da CMS.

Miguel Pereira Monteiro acrescentou que “poder criar sinergias com um escritório com o prestígio da CMS é mais um passo que a Pereira Monteiro Advogados dá no seu percurso de excelência. Trata-se de acrescentar ao nosso know-how local uma dimensão internacional, única em Portugal”.

“O centro de Portugal é um espaço geográfico com muitas potencialidades de negócio. Ora, nessa região, a Pereira Monteiro Advogados é o escritório que detém as maiores credenciais, pelo que esta é uma cooperação que antevejo ser win-win para ambas as partes. Se por um lado a CMS Portugal consolida a sua presença e prestação de serviços a nível nacional, já a MPM beneficia da capacidade de recursos da CMS Portugal, por forma a poder prestar um serviço mais abrangente aos seus clientes, a nível nacional e internacional. Estamos muito entusiasmados de poder contar com a experiência do Miguel e da sua equipa”, sublinhou Alberto Galhardo Simões, sócio da CMS.

A assinatura decorreu na Castilho 50, em Lisboa, e contou com a presença de José Luís Arnaut, Miguel Pereira Monteiro, Pedro Moniz, Francisco Xavier de Almeida e Alberto Galhardo Simões.

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OE2023: Governo quer ajustar taxas de IRS a quem tem aumentos salariais

  • Lusa
  • 22 Setembro 2022

“Serão ajustadas as taxas de IRS para todos os que venham a beneficiar de aumentos de rendimento", indica a proposta de lei das Grandes Opções (GO) 2022-2026.

O Governo quer criar um mecanismo de ajustamento das taxas de IRS a todos os que tenham aumentos salariais no âmbito do acordo de médio prazo de rendimento e competitividade que está a ser negociado na Concertação Social. A medida está prevista numa versão da proposta de lei das Grandes Opções (GO) 2022-2026, a que a Lusa teve acesso, e visa “assegurar a neutralidade orçamental da melhoria dos rendimentos dos portugueses”.

“Tendo em conta a negociação em curso na Concertação Social de um acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade serão efetuados os ajustamentos necessários à estrutura deste imposto”, lê-se no documento.

Para tal, acrescenta o texto das GO, “serão ajustadas as taxas de IRS para todos os que venham a beneficiar de aumentos de rendimento, no quadro do referido acordo em sede de Concertação Social, a fim de assegurar a neutralidade orçamental da melhoria do rendimento dos portugueses”.

Ainda no âmbito da política fiscal dirigida às famílias, a proposta das Grandes Opções sinaliza que o Governo irá “facilitar a decisão” de as famílias terem os segundo e terceiro filhos, “através do aumento das deduções fiscais no IRS em função do número de filhos (excluindo a diferenciação dos filhos em função do rendimento dos pais)”.

A medida juntar-se-á ao já anunciado reforço do abono de famílias e das deduções fiscais o IRS, que visa assegurar a todas as famílias um valor de 600 euros por criança ou jovem. “A política fiscal dará um contributo relevante para o desafio da demografia, com o aumento concretizado das deduções fiscais para as famílias com filhos e com o alargamento e melhoria no IRS Jovem, aumentando o rendimento disponível de uma geração de jovens altamente qualificados, melhorando as condições para desenvolverem em Portugal os seus projetos pessoais e profissionais”, refere o documento.

No Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) o regime do IRS Jovem foi alargado a trabalhadores independentes e a jovens até aos 28 anos de idade, tendo ainda sido alargado o regime de isenção parcial do IRS por via do programa ‘Regressar’ e reforçadas as deduções ficais para as famílias com filhos. O Governo entrega no dia 10 de outubro, no parlamento, a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

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Governo conduziu atualização das pensões “de forma pouco transparente e pouco clara”, diz Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho de Finanças Públicas considera que Governo deveria ter alterado a lei das pensões, "ajustando-a", quando se percebeu a "dinâmica do processo inflacionista".

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) considera que o Governo lidou com a questão de atualização das pensões “de forma pouco transparente e pouco clara”. Num encontro com jornalistas esta quinta-feira, Nazaré da Costa Cabral afirmou que “as coisas poderiam ter sido feitas de outra forma” e que, agora, ficou a “sensação” de que o Executivo “procurou tornear a lei”.

“Deveria ter havido tempo, e houve, e logo que se percebeu a dinâmica do processo inflacionista, deveria ter-se procedido à alteração da lei, ajustando-a”, disse a responsável, notando que “a forma como este processo foi conduzido não foi a melhor”. Recorde-se que o Governo decidiu não atualizar as pensões em 2023 de acordo com a inflação.

“No momento próprio dever-se-ia ter procedido à alteração da lei”, acrescentou Nazaré da Costa Cabral, afirmando que todo o “processo foi conduzido de forma enviesada, pouco transparente e pouco clara”. E que, nesse sentido, “os cidadãos e os pensionistas ficaram com a sensação de que se procurou tornear a lei e isso não é um bom princípio”.

De acordo com as contas da CFP, feitas “com muita cautela” e “em termos brutos”, ou seja, sem considerar a incidência de IRS, se as pensões fossem atualizadas de acordo com a inflação em 2023, a despesa seria “1.300 milhões de euros, sensivelmente, mais elevada”, tendo já em conta os novos pensionistas, disse a responsável. Em 2024, a despesa aumentaria em 1.400 milhões de euros.

O CFP publicou esta quinta-feira as previsões para a economia portuguesa até 2026, numa base de políticas invariantes, estimando que a inflação em Portugal este ano fique nos 7,7% e nos 5,1% em 2023. Em termos de crescimento da economia, aquela entidade prevê um crescimento de 6,7% este ano e de apenas 1,2% em 2023. “Os riscos são grandes, o clima de incerteza é grande e não escondo que a situação pode deteriorar-se”, disse a presidente.

(Notícia atualizada às 16h48 com mais informação)

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Bruxelas autoriza Portugal a descer ISP abaixo do mínimo previsto na lei da UE

  • Lusa
  • 22 Setembro 2022

O pedido foi feito pelo Governo à Comissão Europeia em abril passado. O objetivo da medida é atenuar os elevados preços retalhistas dos combustíveis associados ao consumo de carburantes,

A Comissão Europeia aprovou o pedido feito por Portugal para ir, temporariamente, além dos mínimos previstos nas normas europeias relativas ao ISP para uma redução da carga fiscal nos combustíveis, esperando-se aval final na UE ainda este mês.

A informação foi avançada à agência Lusa por fontes europeias, que explicaram que o pedido foi feito pelo executivo português à Comissão Europeia em abril passado, permitindo acomodar medidas como a de redução do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) equivalente à que resultaria de uma descida de 10 pontos percentuais (de 23% para 13%) da taxa do IVA sobre os combustíveis.

Além de Portugal, Bruxelas aprovou um pedido semelhante feito pela Suécia sendo que “o Conselho [da UE] deverá adotar estas decisões antes do final de setembro”, segundo as mesmas fontes, cabendo então à estrutura em que estão representados os Estados-membros uma palavra final no processo.

De acordo com a decisão do executivo comunitário sobre o pedido português, datada de 22 de agosto e à qual a Lusa teve acesso, “Portugal é autorizado a aplicar taxas reduzidas do imposto especial de consumo ao gasóleo e à gasolina sem chumbo utilizados como carburantes, abaixo dos níveis mínimos de tributação” previstos nesta diretiva, propondo então a instituição que o Conselho da UE dê aval a tal medida.

Na argumentação que acompanha a decisão, lê-se que “o período de validade solicitado é até 31 de dezembro de 2022, ou seja, dentro do período máximo permitido”. “De acordo com as autoridades portuguesas, o objetivo da medida é atenuar os elevados preços retalhistas dos combustíveis associados ao consumo de carburantes, resultantes da atual evolução geopolítica e que afetam diretamente tanto os agregados familiares como as empresas”, refere também o texto explicativo.

Dando conta de contactos entre Lisboa e Bruxelas nos últimos meses para “informações adicionais” sobre o pedido de derrogação, a parte explicativa da proposta indica que, “no que diz respeito aos preços da energia e à sua evolução, de acordo com os dados fornecidos pelas autoridades portuguesas, desde o início do ano, os preços – antes de impostos – aumentaram substancialmente para o gasóleo e para o tipo de gasolina sem chumbo mais consumido (gasolina 95)”.

“Segundo as autoridades portuguesas, o imposto especial de consumo parece ser a única componente do preço em que é possível intervir para reduzir os preços de retalho a curto prazo e por conseguinte, em sua opinião, a derrogação é necessária para corrigir o atual aumento acentuado dos preços da energia em Portugal”, adianta o documento. Previsto está que a redução fiscal “compense parcialmente” o aumento dos custos da energia, “não sendo cumulativa com qualquer outro tipo de redução fiscal”, segundo a decisão consultada pela Lusa.

A Diretiva Tributação da Energia possibilita que, além das reduções e isenções já disponíveis para os Estados-membros, o Conselho possa autorizar um país da UE a introduzir outras isenções ou reduções que possam ir abaixo dos mínimos harmonizados, devido a considerações políticas específicas.

Um Estado-membro que o pretenda introduzir, tem de informar a Comissão e fornecer todas as informações necessárias, cabendo então ao executivo comunitário examinar os pedidos de derrogação à luz do funcionamento do mercado interno, da necessidade de assegurar uma concorrência leal e das políticas da UE em matéria de saúde, ambiente, energia e transportes. Como base nessa análise, a Comissão Europeia pode ou não apresentar uma proposta de autorização de tal medida ao Conselho, estrutura que tem de votar unanimemente para conceder o pedido de derrogação.

Na prática, a concretizar-se, esta autorização permitirá que Portugal vá além do limite mínimo do intervalo para a determinação da taxa do ISP aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo, de forma a garantir uma maior flexibilidade na adoção das taxas daquele imposto, tendo em conta o atual contexto de incerteza e volatilidade dos mercados dos produtos petrolíferos.

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Da compra ao carregamento, estes são os apoios à mobilidade sustentável

"Cheques" de até 6.000 euros ou isenção de pagamento de impostos. Existem incentivos à mobilidade elétrica e híbrida em Portugal e, em alguns concelhos, estacionar chega a ser gratuito.

Assinalou-se entre os dias 16 e 22 de setembro, a Semana Europeia da Mobilidade culminando, esta quinta-feira, com o Dia Europeu Sem Carro.

A iniciativa serve para lembrar que é urgente alterar hábitos de mobilidade, podendo esta semana ser aproveitada para testar meios de transporte mais sustentáveis ou até mesmo servir de oportunidade para serem considerados modelos automóveis com menos emissões, como os carros elétricos ou híbridos. O crescimento na procura já se verifica em Portugal uma vez que o número de novas matrículas de veículos elétricos, plug-in e híbridos elétricos cresceu 17,2%, no primeiro semestre deste ano – um resultando que vai em linha com um estudo da Boston Consulting Group que dá conta que, até 2030, os veículos elétricos vão ser responsáveis por 9 em cada 10 vendas realizadas na Europa.

Uma comparação entre um veículo elétrico ou híbrido com um carro a gasóleo permite-nos concluir que a diferença nos preços é significativa, algo que pode impedir alguns consumidores de fazer esta transição mais cedo. Neste sentido, foram disponibilizados um conjunto de incentivos com vista a ajudar a compra de viaturas elétricas, a reduzir os custos de carregamento na rede Mobi.E e instalação de postos de carregamento. Fique a conhecê-los.

Incentivos à compra de carros elétricos

Os incentivos públicos à compra de automóveis elétricos ou híbridos estão disponíveis tanto para particulares como empresas.

Para os particulares, existe um cheque de 4.000 euros para aquisição ou leasing de um veículo ligeiro de passageiros elétrico, cujo valor não pode exceder os 62.500 euros. Mas se a ideia for a compra ou leasing de um veículo ligeiro de mercadorias elétrico, o incentivo chega aos 6.000 euros. Para as empresas, os apoios à compra chegam aos 6.000 euros para aquisição ou locação financeira de veículo ligeiro de mercadorias elétrico.

Além dos apoios financeiros, existe um alívio fiscal. Para particulares, foi aplicada uma isenção ao pagamento do Imposto sobre Veículos (ISV) aos veículos elétricos e ao pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC). Já as empresas ficam isentas de pagar a Tributação Autónoma (tributação adicional que se aplica a todos os sujeitos passivos de IRC), o ISV e o IUC.

Ainda no âmbito da fiscalidade, as entidades podem, mais tarde, deduzir da totalidade do IVA as despesas relativas à aquisição, fabrico ou importação, à locação e à transformação em viaturas elétricas ou híbridas plug-in, de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas elétricas ou híbridas plug-in, quando consideradas viaturas de turismo. Nesta situação, o custo de aquisição não deve exceder os 62.500 euros. E ainda a dedução da totalidade do IVA associado a despesas respeitantes a eletricidade utilizada em viaturas elétricas ou híbridas plug-in.

Incentivos à compra de carros híbridos

Se a intenção for comprar um carro híbrido, também há apoios. Para os particulares, é descontado 75% do ISV para veículos híbridos plug-in e 40% do ISV para veículos híbridos em que ambos que tenham uma autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 quilómetros (Km) e emissões oficiais inferiores a 50 gCO2/km. Este desconto é também aplicado às empresas.

Além destas, as entidades que optem pelo veículo híbrido devem saber que as taxas de Tributação Autónoma aplicáveis sobre os encargos com veículos híbridos plug-in que tenham uma autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 km, e emissões oficiais inferiores a 50 gCO2/km, são de:

  • 5% para viaturas com um custo de aquisição inferior a 27.500 euros;
  • 10% para viaturas com um custo de aquisição igual ou superior a 27.500 euros e inferior a 35.000 euros;
  • 17,5%,para viaturas com um custo de aquisição igual ou superior a 35.000.

Apoios ao carregamento

A rede pública de postos de carregamento de veículos elétricos registou em julho um disparo de 87% no número de carregamentos. Naquele mês, somaram-se 222.945 carregamentos, comparativamente com o período homólogo, altura em que se contabilizaram cerca de 122 mil. Segundo a Mobi.E, tratou-se de o valor mensal mais elevado desde de que a rede foi constituída, em 2015, e a ideia é continuar a impulsionar a adesão.

Assim, para manter alguma estabilidade nos preços de carregamento na rede de mobilidade elétrica nacional e promover a adoção de veículos elétricos, o Governo aprovou um apoio financeiro aos utilizadores deste tipo de veículos. O apoio traduz-se num desconto aplicável ao custo de cada carregamento registado na rede e assume o valor de 0,2614 euros por cada carregamento.

Apoios à instalação de postos de carregamento

Em julho, existiam mais de 2.700 postos de carregamento espalhados por todo o país, incluindo Açores e Madeira — isto é, 41 por cada 100 quilómetros de estrada. A média de postos instalados por semana desde o início do ano a situava-se naquele mês nos 19.

Deste modo, por forma a promover a adoção de veículos elétricos e o seu carregamento nos edifícios residenciais, onde os veículos se encontram estacionados normalmente durante toda a noite, o Governo aprovou um incentivo para a instalação de carregadores de veículos elétricos em condomínios multifamiliares, de 80% do valor da compra de um carregador, até ao máximo de 800 euros por posto, e do valor da instalação elétrica, até ao máximo de 1.000 euros por lugar de estacionamento. Os postos de carregamento devem ser ligados à rede Mobi.E, constituindo-se o beneficiário como Detentor de Ponto de Carregamento (DPC).

O apoio do Estado é dado pelo Fundo Ambiental e suporta, ainda, a tarifa da Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica (EGME) aplicável ao DPC, por um período de dois anos. As candidaturas podem ser apresentadas até 30 de novembro de 2022, para investimentos realizados desde 1 de janeiro de 2022, por condóminos, grupos de condóminos (até um máximo de 10 condóminos) ou por administrações de condomínio.

Incentivos municipais

Além dos apoios disponibilizados pelo Governo, também as Câmaras Municipais desenvolveram incentivos de forma a impulsionar a transição para a mobilidade sustentável. Por exemplo, de acordo com a página do Mobie.E em Beja, Funchal, Guimarães, Lisboa, Loures, Mirandela, Oeiras, Oliveira de Azeméis, Povoa do Varzim, Ribeira Brava, Setúbal e Vila Real o estacionamento de veículos elétricos é gratuito. Já no Funchal e no Porto, existem descontos.

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Pedidos de subsídio de desemprego nos EUA aumentam em 5.000 na semana passada

  • Lusa
  • 22 Setembro 2022

Novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA subiram para 213.000, em termos semanais. Analistas esperavam que os novos pedidos se situassem nos 217.000.

Os novos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos aumentaram em 5.000 na semana concluída em 17 de setembro, para 213.000, face à semana anterior, anunciou esta quinta-feira o Departamento do Trabalho norte-americano.

Na semana passada, os novos pedidos de subsídio de desemprego na maior economia do mundo situaram-se em 208.000 (depois da revisão em baixa da estimativa inicial de 213.000), adiantou aquele organismo oficial.

Os economistas consultados pela agência de informação financeira Bloomberg esperavam que os novos pedidos se situassem nos 217.000.

A média das últimas quatro semanas, que constitui um indicador mais fiável da evolução do mercado de laboral nos Estados Unidos, situou-se em 216.750 na semana passada, contra os 222.750 pedidos (revistos) na semana anterior.

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Paranoia da produtividade? Três medidas que os líderes devem adotar para navegar no trabalho híbrido

Com o trabalho híbrido, é necessária uma nova abordagem que reconheça que o trabalho já não é apenas um lugar, mas uma experiência que precisa de transcender o tempo e o espaço.

Alguns dados evidenciam que o trabalho híbrido tem criado uma desconexão crescente entre colaboradores e líderes. Para colmatar esta lacuna, é necessária uma nova abordagem que reconheça que o trabalho já não é apenas um lugar, mas uma experiência que precisa de transcender o tempo e o espaço, permitindo aos colaboradores permanecer empenhados e conectados, independentemente do local em que estejam, conclui o estudo “Work Trend Index Pulse Report – Hybrid Work Is Just Work. Are We Doing It Wrong?”, elaborado pela Microsoft. Para começar? Acabar com a paranoia da produtividade.

“Os dados reforçam que precisamos urgentemente de uma nova abordagem para o envolvimento dos colaboradores, que agregue a força de trabalho digitalmente conectada e distribuída, realinhe os colaboradores às necessidades de negócio e os reintegre na cultura e missão das organizações. Os líderes devem concentrar-se no impacto dos seus colaboradores, esclarecendo que componentes do trabalho realmente importam e ouvir suas necessidades individuais“, afirma Paula Fernandes, diretora de colaboração e produtividade na Microsoft Portugal, em comunicado.

Para ajudar os líderes a navegar as novas realidades do trabalho, o relatório “Work Trend Index Pulse” revela três medidas urgentes que os líderes devem adotar:

1. Acabar com a paranoia da produtividade

Quase 90% dos colaboradores afirmam ser produtivos no trabalho, mas 85% dos líderes dizem que a mudança para o trabalho híbrido criou um desafio acrescido de confiança. “Os líderes precisam de promover a clareza e alinhamento em torno dos objetivos da empresa, eliminar tempo improdutivo — que não apoia esses objetivos — e ouvir os seus colaboradores”, revela a tecnológica.

No entanto, 57% das empresas raramente, se é que alguma vez, recolhem o feedback dos colaboradores.

2. Aceitar que as pessoas vão ao escritório umas pelas outras

Mais de 70% dos colaboradores admitem que precisam de uma razão melhor para ir ao escritório do que as expectativas da empresa. Contudo, estariam motivados a ir ao local de trabalho se pudessem socializar com os colegas de trabalho (84%) ou reconstruir laços de equipa (85%).

“A comunicação digital é, apesar disso, crucial para manter as pessoas conectadas dentro e fora do escritório – tanto os colaboradores como os líderes classificam a comunicação como a competência mais crítica necessária para serem bem-sucedidos nas suas funções este ano.”

3. “Re-recrutar” os colaboradores

Mais de metade (55%) dos colaboradores refere que a melhor forma de desenvolver as suas competências é mudando de empresa. Contudo, admite também que ficaria mais tempo na sua organização se fosse mais fácil mudar de funções internamente (68%) ou se pudessem beneficiar mais da aprendizagem e do apoio ao desenvolvimento (76%).

O estudo “Work Trend Index Pulse Report – Hybrid Work Is Just Work. Are We Doing It Wrong?” reuniu os dados de entrevistas a mais de 20 mil pessoas, em 11 países, numa análise de triliões de sinais de produtividade do Microsoft 365 e LinkedIn.

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Brilhante Dias afirma que PSD violou acordo de 2013 com PS sobre política fiscal

  • Lusa
  • 22 Setembro 2022

Líder da bancada socialista acompanha posição do ministro das Finanças e remete discussão sobre baixa do IRC para negociação ao abrigo do acordo de rendimentos.

O líder parlamentar do PS afirmou nesta quinta-feira que o Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho violou o acordo de 2013 com os socialistas sobre evolução da política fiscal, não tendo procedido a um desagravamento do IRS e IVA.

Eurico Brilhante Dias falava no final da reunião semanal da bancada socialista, depois de ter sido questionado sobre o papel da direção do PS de António José Seguro (2011/2014), da qual fez parte, na conclusão de um acordo sobre política fiscal com o executivo de então PSD/CDS-PP.

“Estive com António José Seguro e lembro-me bem. Naquele momento [em 2013] era preciso salvaguardar primeiro as pessoas, como sempre. O PPD/PSD e o CDS, na altura, queriam descer o IRC e, para terem o acordo do PS, só se procedessem também a reduções do IRS e do IVA”, referiu o presidente do Grupo Parlamentar socialista.

De acordo com a versão transmitida por Eurico Brilhante Dias, com essas exigências em torno do IRS e IVA, o PS “procurou salvaguardar as pessoas”.

“Infelizmente, esse acordo foi violado logo no ano seguinte, quando o Governo liderado pelo PPD/PSD prosseguiu a redução de IRC, mas não reduzindo o IRS e o IVA”, sustentou.

O líder da bancada socialista apontou depois que, no plano teórico, há uma vontade de descida global da carga fiscal, mas “importa fazê-la de forma justa”.

“Num momento de crise particular, como acontecia em 2014, reduzir apenas o IRC seria um sinal de injustiça fiscal traduzida em injustiça social. Por isso, a redução de impostos para as empresas e para as famílias, é um aspeto importante num quadro em que precisamos de ter contas certas”, salientou, antes de deixar nova linha de demarcação face aos sociais-democratas.

“Servimos o conjunto da comunidade. E, para a manter coesa, não podemos criar uma perceção tal de divergência que provoque na comunidade um sentimento de injustiça. Nós não vamos pactuar com isso”, frisou.

Eurico Brilhante Dias acompanha Medina

Questionado se o ministro da Economia, António Costa Silva, ao defender agora a redução transversal do IRC, colocou em causa o sentido de justiça, Eurico Brilhante Dias respondeu:

“Vemos esse conjunto de intervenções no quadro em que está a ser discutido o acordo de rendimentos. Não faço qualquer comentário nem positivo nem negativo. A linha do Governo é clara: Estamos a discutir um acordo de rendimentos”, alegou.

Perante os jornalistas, Eurico Brilhante Dias foi questionado se faz sentido o PS voltar a ter um acordo com o PSD em matéria de redução transversal do IRC.

“Há um conjunto de propostas eleitorais e há um caminho que o Governo empreendeu com os parceiros sociais para ter um acordo de rendimentos de médio prazo. É nesse caminho que esse conjunto de questões estão a ser discutidas”, respondeu o presidente da bancada socialista.

Eurico Brilhante Dias referiu que, no momento próprio, a Assembleia da República discutirá o tema referente à evolução da política fiscal e acentuou que “as contribuições do PPD/PSD, assim como as de outros partidos, serão seguramente analisadas”.

“Tivemos eleições em 30 de janeiro passado, foram apresentadas pelo menos duas visões ao país sobre a evolução dos impostos e o Governo está neste momento a fazer um esforço importante para concluir um acordo que será muito importante para o país”, reforçou.

Em matéria de política fiscal, o presidente do Grupo Parlamentar do PS adiantou, ainda, que a sua bancada “olhará para o global”.

“Olharemos para a proposta [do Governo] de Orçamento do Estado e olharemos, seguramente, para o acordo de rendimentos. Por isso, estar a fazer uma análise imposto a imposto, quando se procura uma aproximação global, talvez não seja a forma mais adequada de olhar para o assunto”, acrescentou.

Na quarta-feira, o líder da bancada parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, defendeu a reedição de um acordo com o PS, de 2014, para a revisão do IRC.

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CFP prevê inflação de 7,7% este ano e 5,1% em 2023

O Conselho das Finanças Públicas acredita que a inflação em Portugal este ano ficará nos 7,7%. Para 2023, a instituição antecipa que os preços vão continuar a aumentar.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) publicou esta quinta-feira as previsões para a economia portuguesa até 2026. Este cenário macroeconómico é apresentado numa base de políticas invariantes, o que quer dizer que não considera naturalmente medidas que o Governo venha a tomar, nomeadamente no Orçamento do Estado para 2023.

Para a inflação, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral prevê uma “uma aceleração na taxa de inflação, medida pelo IHPC, para 7,7%”.

E porquê um valor tão elevado? “A inflação em 2022 deverá refletir sobretudo as dinâmicas esperadas para o preço dos bens alimentares e energéticos nos mercados internacionais, a depreciação do euro e a manutenção de restrições do lado da oferta”.

O Governo já disse que este ano está a trabalhar com um cenário de inflação de 7,4%, segundo revelou o primeiro-ministro numa entrevista recente à TVI. Os 7,4% podem ser compatíveis com os 7,7% projetados pelo CFP já que esta última instituição faz as contas à inflação numa base harmonizada. António Costa não especificou se os 7,4% do Governo são ou não harmonizados.

Se para este ano as notícias não são boas em relação à inflação, para 2023 o cenário não é muito animador. O CFP antecipa uma inflação de 5,1% em 2023, o que quer dizer que os preços vão continuar a aumentar no próximo ano.

Para o PIB, este ano, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral prevê um crescimento de 6,7%, um valor até superior aos 6,4% com que o Governo está a trabalhar. Para 2023, estima um crescimento mas bastante mais contido, de apenas 1,2%.

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Inflação ajuda Governo a ter mais um “brilharete orçamental”, prevê o CFP

O Conselho das Finanças Públicas prevê um défice para este de apenas 1,3% e para o próximo ano está a antecipar um excedente orçamental, de 0,1%.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) publicou esta quinta-feira as previsões para a economia portuguesa até 2026. Este cenário macroeconómico é apresentado numa base de políticas invariantes, o que quer dizer que não considera naturalmente medidas que o Governo venha a tomar, nomeadamente no Orçamento do Estado para 2023.

A estimativa de défice para 2022 foi atualizada de 1,6% do PIB para 1,3% refletindo, “não apenas a revisão em alta da receita, influenciada sobretudo pelo efeito da inflação no crescimento da receita fiscal, mas também, entre outras, a incorporação de um impacto de medidas de natureza pontual e de emergência superior em cerca de dois pontos percentuais do PIB ao que era conhecido em março”.

Esta previsão é melhor do que a do Governo que para este ano está a contar com um défice de 1,9%. Nestas previsões, o Governo já teve em conta o pacote de medidas para ajudar as famílias apresentado no início de setembro.

Se para este ano, o CFP prevê um défice melhor, para o próximo antecipa um novo “brilharete orçamental” de António Costa.

“Considerando a reversão automática, no final de 2022, das medidas de mitigação do efeito do choque geopolítico e do apoio ao rendimento das famílias, a que acresce uma despesa com a pandemia superior ao previsto, projeta-se que o saldo para 2023 atinja um excedente de 0,1% do PIB, em linha com o alcançado no ano pré-pandemia”, lê-se no relatório do CFP.

 

As previsões da instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral são melhores do que as do Governo, que no Programa de Estabilidade apontava para um défice de 0,7% no próximo ano. A primeira e única vez em democracia que Portugal teve um excedente nas contas públicas foi em 2019, quando Mário Centeno e João Leão estavam nas Finanças. Nesse ano, o excedente também foi de 0,1%.

Contudo, o CFP alerta que “a projeção apontaria antes para um défice de 0,4% do PIB, caso se admitisse uma reversão apenas parcial (ao invés da reversão integral) de algumas dessas medidas legisladas para vigorar apenas em 2022”.

O rácio da dívida deverá diminuir cerca de 27 p.p. ao longo do horizonte projetado, atingindo 100,6% do PIB em 2026, um valor em linha com as previsões do Governo (101,9% no Programa de Estabilidade).

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