Projeto de hotel falha e antigo sanatório de Paredes de Coura volta a hasta pública

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Projeto turístico previsto para o antigo sanatório de Paredes de Coura, vendido em hasta pública em 2019, não vai avançar. O imóvel vai ser novamente colocado no mercado.

“O projeto inicial de fazer um hotel moderno, bonito, que conseguisse conciliar o turismo, bem-estar com percursos na natureza, acabou por se esboroar. A propriedade do sanatório voltou, outra vez, à ESTAMO [gestora de imóveis públicos que, em 2023, assumiu as competências da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) no que diz respeito à gestão do património imobiliário público]”, avançou o presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira.

Segundo o autarca socialista, a realização de uma nova hasta pública já tinha sido analisada com o anterior governo PS, contactos que vão ser iniciados com o novo executivo da AD. “Queremos que a nova hasta pública aconteça o mais breve possível. Ainda este ano”, referiu.

Em 2019, o antigo sanatório foi vendido a um “investidor local, que pediu anonimato, por 582.490 euros” na primeira hasta pública descentralizada para a venda de edifícios do Estado, que decorreu na Câmara Municipal de Paredes de Coura. “O promotor perde esse sinal e o projeto volta à estaca zero”, disse o autarca.

Vítor Paulo Pereira explicou que o projeto inicial falhou, porque os sócios que compraram o imóvel em 2019 tinham ideias diferentes sobre a unidade hoteleira a instalar no antigo sanatório e devido ao impacto da pandemia da Covid-19 no setor turístico.

Já perdemos oportunidades de receber eventos nacionais e internacionais porque não há uma estrutura hoteleira que consiga dar resposta. Temos turismo de habitação, mas o turismo de habitação cria alguns problemas. Os padrões e, os preços são diferentes.

Vítor Paulo Pereira

Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura

As coisas [diferenças entre os sócios] até se resolveriam. Porque falámos no sentido de encontrar um ponto de conciliação. Entretanto a pandemia acabou por atrasar tudo. As pessoas ficaram mais cautelosas, com algum receio, o que aconteceu por toda a economia”, especificou.

Com a recuperação do setor do turismo em Portugal, Vítor Paulo Pereira quer ver avançar a nova hasta pública para que apareçam novos interessados que venham a “colmatar uma grande insuficiência” do concelho. “Já perdemos oportunidades de receber eventos nacionais e internacionais porque não há uma estrutura hoteleira que consiga dar resposta. Temos turismo de habitação, mas o turismo de habitação cria alguns problemas. Os padrões e, os preços são diferentes”, apontou.

O antigo sanatório “Presidente Carmona”, inaugurado em 1934, foi reconvertido 70 anos depois em hospital psiquiátrico, quando chegou a ter em permanência cerca de 60 pacientes. A desativação do espaço aconteceu em 2002, encontrando-se ao abandono. Em 2008, o então Centro Hospitalar do Alto Minho (CHAM) e atual Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), proprietário do edifício, anunciou a intenção de o vender, numa altura em que um grupo espanhol demonstrou interesse em transformar a área, com 140 hectares, num campo de golfe de montanha.

O investimento deveria rondar os 50 milhões de euros, mas a hipótese nunca se concretizou, em parte — diz a autarquia — devido à indefinição sobre a tutela do edifício, processo que envolvia os ministérios da Saúde e das Finanças.

Depois de ter sido assaltado várias vezes e local de criação de animais, o ex-sanatório de Mozelos chegou a ser utilizado por grupos de jovens para a prática de jogos de aventura e descoberta por entre o que ainda restava do antigo espaço de tratamento de doentes.

Prazo para transformar solar em Paredes de Coura em pousada rural termina em junho

O presidente da Câmara de Paredes de Coura disse hoje que a transformação de um solar setecentista em pousada rural, por investidores brasileiros, tem de começar até final de junho. Em causa está a Casa do Outeiro, um solar setecentista enquadrado em meio rural na freguesia de Agualonga, concessionado em novembro de 2021 por 50 anos ao abrigo do programa Revive.

Em declarações à agência Lusa, Vítor Paulo Pereira disse esperar que a transformação do imóvel “arranque no devido tempo”, garantindo que em termos burocráticos o projeto está concluído. “Se não arrancar até final de junho, ou se arranja outro investidor, ou teremos de fazer nova hasta publica”, explicou o autarca socialista.

Em nota enviada à imprensa, em 2021, a Câmara de Parede de Coura explicou que a concessão previa o pagamento, pelo investidor, de uma renda mínima anual de 13.800 euros (1.150 euros mensais).

A Casa do Outeiro “integra um conjunto notável de solares de Paredes de Coura, que na região são preferencialmente denominados Casas Grandes”. O solar “é uma construção de tipologia seiscentista, ladeada de capela, e que combina modelos de raízes erudita e popular, em que sobressaem os cunhais, cimalhas, molduras e ornamentos em granito”.

Se não arrancar até final de junho, ou se arranja outro investidor, ou teremos de fazer nova hasta publica.

Vítor Paulo Pereira

Presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura

O imóvel “teve a função agrícola como atividade predominante, face à extensão dos dois espigueiros existentes no terreno fronteiro à casa”. A “propriedade possui uma área total de 10.443,30 metros quadrados e uma área edificada de 2.353,54 metros quadrados, a que acresce ainda uma área de possível ampliação. Com “um amplo corpo de construção de diferentes épocas, a arquitetura da Casa do Outeiro vagueia pelo maneirismo, pelo barroco, e numa fase mais tardia, pelas linhas simples e direitas de finais do século XIX”.

Em junho de 2020, a Câmara Municipal de Paredes de Coura procedeu à alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM) para “alargar” o uso do solar setecentista, permitindo a sua recuperação para fins turísticos, através do programa Revive.

O programa de reabilitação e valorização de património do Estado (Revive Património e Revive Natureza) é uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, e “pretende recuperar imóveis que se encontrem devolutos ou em mau estado de conservação, que não tenham potencial para serem adaptados para fins de habitação, permitindo que neles se desenvolvam projetos turísticos com recurso a investimento público e privado”.

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José Pedro Mozos lidera public affairs da All Comunicação

  • + M
  • 6 Maio 2024

Após passar pela SIC, Visão e Observador, José Pedro Mozos integrou a equipa do Governo liderado por António Costa como adjunto político e para a comunicação do Governo.

José Pedro Mozos, que até abril foi assessor do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, é novo responsável pela área de assuntos públicos da All Comunicação, consultora que reforça com esta contratação a prestação de serviços de consultoria estratégica na área de public affairs.

“No José Pedro Mozos encontrámos o perfil, o conhecimento e o talento para concretizar uma ambição que alimentávamos há já algum tempo: robustecer a nossa equipa de assuntos institucionais, para respondermos às necessidades e aos desafios crescentes dos nossos clientes de forma mais robusta e integrada. Estes são tempos exigentes e a experiência do José Pedro Mozos em comunicação política será, certamente, um aporte de grande valor para os serviços que oferecemos“, justifica citado em comunicado José Aguiar, partner da agência.

Fundada em 2016 por José Aguiar e Luís Lemos, a All Comunicação tem atualmente 17 colaboradores. “Hoje o aconselhamento em assuntos públicos é uma das prioridades das empresas, pelo que entendemos que era chegado o momento de reforçar uma área que, não só está na génese da criação da All Comunicação, como também é parte fundamental dos percursos dos seus sócios fundadores e, por isso, bastante acarinhada por nós”, prossegue o responsável.

José Pedro Mozos, 29 anos, foi jornalista entre 2016 e 2019, período no qual passou pela SIC, Visão e Observador, nas editorias de política. Em novembro de 2019 integrou a equipa do executivo liderado por António Costa como adjunto político e para a comunicação do Governo, passando pelos gabinetes do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e do secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Fez parte da coordenação da comunicação política até abril de 2024.

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Antas da Cunha Ecija reforça área de Healthcare & Life Sciences com nova sócia

Patrícia Paias é o novo reforço da Antas da Cunha Ecija e vai gerir a recém-remodelada business unit de Healthcare & Life Sciences.

Patrícia Paias é o novo reforço da Antas da Cunha Ecija. A advogada entra na firma na qualidade de sócia e vai gerir a recém-remodelada business unit de Healthcare & Life Sciences.

“Apesar de já termos algum trabalho desenvolvido na área de Healthcare & Life Sciences, devido à sua forte expansão e aos desafios cada vez mais complexos que são impostos às empresas, em grande medida suscitados pelos desenvolvimentos científicos e tecnológicos registados nos últimos anos, achámos que seria importante repensarmos a nossa estratégia e o nosso posicionamento“, refere em comunicado o managing partner Fernando Antas da Cunha.

Para o líder, esta é uma área “altamente regulamentada” e de “extrema complexidade técnica”. “Nesse sentido, pelo percurso profissional da Patrícia e pela experiência acumulada ao longo das últimas duas décadas, acreditamos que a sua integração irá revelar se uma grande mais-valia para os nossos clientes“, acrescentou.

Patrícia Paias possui cerca de 20 anos de experiência no setor de Healthcare & Life Sciences. Antes de ingressar na firma, foi sócia da DLA Piper e ocupou diversos cargos internacionais de liderança em multinacionais como a Gilead Sciences e a Sandoz International. Antes do seu percurso internacional, integrou a Vieira de Almeida (2008-2017). Em 2007 passou pelo European Patent Office e entre 2003 e 2007 pela F. Castelo Branco & Associados.

A business unit de Healthcare & Life Sciences tem como objetivo assessorar e apoiar clientes da indústria farmacêutica, biotecnológica, de dispositivos médicos, de saúde digital ou de cuidados de saúde, em todas as fases de desenvolvimento dos seus produtos e serviços, e em todos os assuntos regulatórios e de compliance, bem como na resolução de litígios, intervindo nos domínios pré-contencioso, contencioso e arbitral.

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Andreia Soares Ferreira reforça equipa da Pares Advogados

A nova associada da Pares Advogados, Andreia Soares Ferreira, vai integrar a área de Direito Público, Urbanismo e Ordenamento do Território.

A Pares Advogados reforçou a área de Direito Público, Urbanismo e Ordenamento do Território com a integração de Andreia Soares Ferreira, na qualidade de associada. A advogada transita da Andersen.

Nos últimos cinco anos, Andreia Soares Ferreira centrou a sua prática na área do Direito Administrativo, em especial no domínio da Contratação Pública, tendo presta apoio jurídico a operadores económicos, bem como a diversas entidades adjudicantes (incluindo assessoria in-house), no âmbito pré-contratual, contratual e contencioso.

A nova associada da Pares tem assessorado juridicamente diversos Programas Operacionais no âmbito da verificação da conformidade legal de procedimentos de contratação pública submetidos a cofinanciamento europeu.

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Bruxelas propõe fim do procedimento contra Polónia após seis anos

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Após concluir a sua análise, Bruxelas tenciona encerrar o caso sobre o Estado de direito na Polónia, argumentando que "já não existe um risco manifesto de violação grave".

A Comissão Europeia propôs esta segunda-feira o fim do procedimento aberto contra a Polónia por desrespeito dos valores da União Europeia (UE), incluindo Estado de direito, por reconhecer o “trabalho árduo e os esforços” do país após seis anos.

“O dia de hoje marca um novo capítulo para a Polónia. Após mais de seis anos, acreditamos que o procedimento no âmbito do artigo 7º [do Tratado da UE, acionado perante ameaças sistémicas nos países da UE ao nível do Estado de direito] pode ser encerrado”, anunciou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

Vincando que este “é o resultado do trabalho árduo e dos esforços da Polónia para fazer determinadas reformas”, a líder da Comissão Europeia felicita o primeiro-ministro, Donald Tusk, e o seu governo, que está em funções desde dezembro de 2023 e sucedeu a mais de oito anos de poder ultraconservador, por “este importante avanço”.

Em comunicado, Bruxelas dá então conta de que, após concluir a sua análise, tenciona encerrar o caso sobre o Estado de direito na Polónia no contexto do procedimento previsto no n.º 1 do artigo 7.º do Tratado da UE, argumentando que “já não existe um risco manifesto de violação grave”.

“A Polónia lançou uma série de medidas legislativas e não legislativas para dar resposta às preocupações relativas à independência do sistema judicial, reconheceu o primado do direito da UE e comprometeu-se a aplicar todos os acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem relacionados com o Estado de direito, incluindo a independência judicial”, elenca a instituição.

Bruxelas propõe ao Conselho (ao nível dos Estados-membros) e ao Parlamento esta avaliação para encerrar o caso que remonta ao final de 2017.

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Mais do que alcançar a paridade, é necessário conquistar a igualdade de oportunidades

  • Cláudia Pinto
  • 6 Maio 2024

Muito já foi conquistado nos 50 anos do 25 de abril no que respeita aos direitos das mulheres. Mas ainda faltam muitas décadas para que sejam naturalmente líderes.

Faltam 132 anos para alcançar a paridade total entre mulheres e homens. É o que conclui um estudo apresentado em março do ano passado pelo Movimento Life – Liderança no Feminino e que indica ainda que, “apesar de a área da saúde ser predominantemente feminina, com as mulheres a representarem 75% do total da força de trabalho, apenas um terço ocupa cargos de liderança”. Este foi o ponto de partida para mais um episódio do ciclo de conversas “Mulheres com Eco”, que contou com a participação de Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Marta Rebelo, ativista e consultora para a saúde mental e Maria do Céu Machado, médica pediatra e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.

Este é um debate que não se esgota e que deve envolver todos. E, apesar de tudo o que se conquistou em 50 anos do 25 de abril, há ainda um longo caminho a percorrer. “É uma discussão que temos mesmo de fazer para tentarmos alguma aceleração neste intervalo temporal assustador”, disse Marta Rebelo. E, acrescenta: “Na comemoração dos 50 anos do 25 de abril, faz todo o sentido falar daquilo que [esta data] abriu portas e daquilo que ainda não se concretizou.” Há 50 anos, as mulheres não votavam, precisavam de autorização para viajar e para trabalhar. Claro que muito aconteceu, mas ainda há muito que fazer. Sensibilizar as gerações mais jovens e promover o diálogo intergeracional entre mulheres e homens é algo que Marta Rebelo defende. “O tema da igualdade de género é um tema da sociedade, não é um tema das mulheres.”

Maria do Céu Machado deu o exemplo do nascimento das filhas, a mais velha – que nasceu um ano antes do 25 de abril – e a mais nova, que nasceu um ano depois. “Quando nasceu a mais velha, eu já era médica, e as médicas não tinham licença de maternidade, o que é uma coisa extraordinária. A lei indicava que a mulher tinha o bebé num dia e, no dia seguinte, tinha de ir trabalhar para o hospital”, referiu, acrescentando que “apesar de tudo, muito caminho foi percorrido”.

“Para se alcançar a igualdade de oportunidades é preciso uma geração de homens que perceba que, seja no trabalho, seja em casa, o seu papel não é só ajudar”, sublinha Maria do Céu Machado, médica pediatra e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa

A história mostra que na área da saúde houve uma grande vontade de as mulheres chegarem ao topo, no sentido de se mostrar que são capazes. “Agora estamos numa fase um pouco diferente. Já temos a noção de que conseguimos, mas há quem prefira atualmente ter uma melhor conciliação entre a vida profissional e familiar. Obviamente que para se alcançar esta igualdade de oportunidades é preciso uma geração de homens que percebe que, seja no trabalho, seja em casa, o seu papel não é só ajudar.”

Numa conversa dinâmica e informal, discutiram-se características específicas da mulher e do homem, mas também de personalidade, o que é transversal a ambos os géneros. Por um lado, a mulher alimenta a tradição dos papéis que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos anos. “Socialmente, ainda está reservado para a mulher a questão de cuidar dos filhos e da casa. E as primeiras culpadas somos nós porque perpetuamos essa dinâmica e educamos os nossos filhos dentro dessa dinâmica”, defendeu Marta Rebelo.

“No mundo ideal, eu não quero que seja líder uma mulher porque é mulher, mas que, no ponto de partida, o acesso seja condicionado às mulheres e seja favorecido aos homens, e ainda estamos aí, infelizmente”, afirma Marta Rebelo, ativista e consultora para a saúde mental

A ex-deputada do PS partilhou ainda que foi educada no sentido de “não há limites, fazes o que quiseres, o que conseguires e o que tiveres vontade, se te esforçares”. Esta ideia de meritocracia foi esbatida de frente quando se preparou para chegar à Assembleia da República, aos 30 anos. “Foi aí que percebi que o mundo não era como me tinha sido vendido [durante o crescimento].”

O setor farmacêutico é composto maioritariamente por mulheres. Ema Paulino confirmou que assim é e que esta realidade irá perpetuar-se “até pela demografia que continuamos a assistir nas próprias faculdades”. No entanto, também no setor farmacêutico, só até há bem pouco tempo é que houve uma liderança verdadeiramente feminina. “A primeira bastonária da Ordem dos Farmacêuticos foi há pouco mais de dez anos e, entretanto, tivemos uma segunda bastonária. Eu própria sou a primeira presidente mulher da ANF, nos últimos 50 anos”, afirmou. Ema Paulino é também a primeira mulher jovem a integrar o Comité Executivo da Federação Internacional Farmacêutica depois de um percurso feito nesta instituição.

“Cada vez que uma mulher chega a um lugar de liderança é a inspiração para muitas outras e para se perceber que há vários estilos de liderança que dão certo e que funcionam”, refletiu Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF)

Tem-se notado também uma “maior ambição por parte das farmácias para integrar as lideranças”. Ema Paulino não é propriamente adepta de quotas sobretudo quando se olha para uma lista e se percebe que a mesma está construída de acordo com as imposições legais. “Ao longo de toda a minha carreira, sempre pensei que não iria chegar a cargos de topo de liderança porque não tinha as características de um líder. Todos os líderes com quem tinha convivido e que tinha como referência eram homens.” Entretanto, nos últimos anos, foi interagindo com mais mulheres em posições de liderança e percebeu que consegue “liderar as suas equipas de uma forma eficaz” e com a concretização de objetivos.

“Cada vez que uma mulher chega a um lugar de liderança é a inspiração para muitas outras e para perceberem que há vários estilos de liderança que dão certo e que funcionam”, refletiu a presidente da ANF.
Neste episódio, falou-se também de saúde mental e da síndrome do impostor que se caracteriza pela tendência em desvalorizar os sucessos e as próprias capacidades, numa espécie de autossabotagem e de dúvida permanente. “No mundo ideal, eu não quero que seja líder uma mulher porque é mulher, mas que, no ponto de partida, o acesso seja condicionado às mulheres e seja favorecido aos homens, e ainda estamos aí, infelizmente”, disse Marta Rebelo.

No final desta conversa, a consultora para saúde mental explicou que “a saúde mental é a terra do preconceito com um estigma por parte de todos em relação a todos” e que a pandemia trouxe este tema para a discussão social. “As doenças mentais são muito democráticas, não olham a género, a condição social e, infelizmente, são um domínio de enorme igualdade.”

E o que esperam as convidadas para os próximos 50 anos? Ema Paulino confessa que espera que se “alcance, não a paridade por si só, mas a igualdade de oportunidades. E, tanto os homens como as mulheres, se sentirem que querem fazer um caminho de liderança de equipas ou de organizações, não se sintam discriminados para lá chegar”. Marta Rebelo concorda e defende que “do ponto de partida devemos estar todos nas mesmas condições independentemente do nosso género e espero que as minhas sobrinhas possam crescer durante mais tempo do que os meus 28 anos a acreditar que não têm obstáculos de género para conseguirem aquilo que entenderem “.

Maria do Céu Machado gostava de assistir a uma mudança de discurso quando são feitos convites para alguns cargos, como lhe aconteceu durante a sua carreira, e que o mesmo não seja no sentido de que o convite é endereçado “porque são precisas mais mulheres”, independentemente das competências e meritocracia.

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Benavente Logistic Park garante primeiro inquilino para 30 mil metros quadrados

Os CTT são a primeira empresa a ocupar uma área de aproximadamente 29.500 metros quadrados no Benavente Logistics Park.

Os CTT são os primeiros inquilinos do novo Benavente Logistic Park, localizado na zona da Grande Lisboa. A empresa portuguesa de distribuição de correio, serviços postais e logística irá ocupar uma área de 29.500 metros quadrados, o que corresponde a cerca de um terço deste complexo.

Com uma área total de 90.717 metros quadrados, “projetado para dar resposta às atuais necessidades dos operadores”, o Benavente Logistic Park teve a Invesco e a Magna General Contractors como promotores. O complexo conta com 93 cais e estacionamento para 183 veículos pesados e para 481 veículos ligeiros.

Benavente Logistic ParkSavills

Localizado numa zona de requalificação urbana do concelho de Benavente “dotada de excelentes acessibilidades” com proximidade ao nó da A10 e ligações a outras vias rodoviárias, este ativo pretende “dinamizar a economia da região, proporcionando as condições ideais para qualquer operação logística”.

“Colocar uma empresa de grande prestígio num ativo de referência do mercado nacional como o Benavente Logistic Park, é assessorar o match perfeito. Os CTT, com um crescimento contínuo das suas necessidades operacionais e novas áreas de negócio, necessitavam de um espaço que permitisse levar a cabo a sua atividade de cariz nacional, com uma localização estratégica, afirma Luís Rocha, I&L senior consultant da Savills, que assessorou o negócio.

 

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Nos está a recrutar pela primeira vez trabalhadores autistas

Operadora junta-se à Critical Software e à Critical Techworks no recrutamento de profissionais diversos. Candidaturas estarão abertas até 19 de julho. Há vagas em Lisboa, Porto e Coimbra.

A Nos está a recrutar, pela primeira vez, profissionais com perturbações do espetro do autismo. A empresa de telecomunicações decidiu juntar-se ao programa de neurodiversidade, que já vinha sendo promovido pela tecnológica Critical Software, pela Critical Techworks e pela Specialisterne. Neste momento, há vagas disponíveis nestas quatro empresas nas áreas de teste e desenvolvimento de software para as cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Vila Real, Tomar e Viseu.

O programa de neurodiversidade já contou com três edições, que resultaram em 22 contratações de profissionais autistas. Nesta quarta edição, a Nos surge como novo parceiro, sendo que a diretora de pessoal, Isabel Borgas, explica que o objetivo é “demonstrar a forma como estas pessoas, pelas suas valências muito específicas e empenho, podem ser uma mais-valia“.

“Acreditamos que este programa irá contribuir para tornar o nosso processo de recrutamento e integração ainda mais inclusivo, abrindo as portas para outros talentos, independentemente das suas condições específicas”, salienta a responsável, que garante que a integração destes profissionais será adaptada às suas características diversas para que o processo tenha sucesso.

Os interessados nas vagas disponíveis, tanto na Nos como nas outras três empresas já referidas, têm até 19 de julho para se candidatar, o que devem fazer pela via virtual.

“De modo a esclarecer dúvidas sobre o processo de seleção, as empresas vão promover dois webinars abertos a potenciais candidatos, familiares, amigos, associações ou profissionais da área do autismo nos dias 22 de maio e 26 de junho pelas 16h30“, acrescentam os empregadores, numa nota enviada às redações. Para participar nestes webinars, há que completar a inscrição online.

Para já, convém explicar que este programa é dirigido a profissionais com mais de 18 anos com perturbações do espetro do autismo, interesse pela área da tecnologia e um nível médio de inglês.

“Os candidatos devem ter também conhecimentos de uma linguagem de programação (Java, .net, C, C++ ou outra) ou de metodologias de desenvolvimento, segurança, testes de software para conseguirem integrar os projetos de engenharia”, é detalhado.

Depois de selecionados, haverá uma fase de formação, de 9 de setembro a 11 de outubro. Em novembro, os novos colaboradores começarão a trabalhar nas empresas que acolhem o programa.

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Euribor desce a três e a seis meses para mínimos desde outubro e julho

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Com as alterações desta segunda-feira, a Euribor a três meses, que baixou para 3,824%, permanece acima da taxa a seis meses (3,791%) e da taxa a 12 meses (3,658%).

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira face a sexta-feira e a três e a seis meses para mínimos desde outubro e julho, respetivamente. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que baixou para 3,824%, permanece acima da taxa a seis meses (3,791%) e da taxa a 12 meses (3,658%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, recuou esta segunda-feira para 3,791%, menos 0,011 pontos e um mínimo desde julho de 2023, depois de ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também caiu esta segunda-feira, para 3,658%, menos 0,035 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,824%, menos 0,003 pontos e um mínimo desde outubro, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,3% e 24,9%, respetivamente.

Na última reunião de política monetária em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 6 de junho em Frankfurt.

A média da Euribor em abril desceu nos três prazos, designadamente 0,037 pontos para 3,886% a três meses (contra 3,923% em março), 0,056 pontos para 3,839% a seis meses (contra 3,895%) e 0,016 pontos para 3,702% a 12 meses (contra 3,718%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Mineira de Aljustrel investe 11 milhões para reduzir emissão de poeiras

A Almina, que é a maior empregadora da região de Aljustrel e fatura 160 milhões de euros, investiu numa nova britagem de superfície para melhorar o controlo e redução da emissão de poeiras.

A Almina investiu onze milhões de euros na mina de Aljustrel para substituir uma instalação que existia há 16 anos. Em causa está uma nova britagem secundária de superfície, numa localização mais favorável para o controlo e redução da emissão de poeiras e consequente melhoria da qualidade do ar. A empresa mineira emprega 1.200 pessoas e fatura 160 milhões de euros.

A construção de uma nova unidade “mais compacta e de maior eficiência” reduz os elevados custos de manutenção, mas mantém a capacidade instalada de extração, licenciada pelo TUA (Título Único Ambiental) e SIR (Sistema de Indústria Responsável), de sete milhões de toneladas por ano, detalha a empresa em comunicado.

Ao invés da anterior britagem secundária, localizada junto à Lavaria, que estava implantada num layout disperso por três edifícios, a nova instalação ocupa apenas um espaço coberto já existente, recorrendo a “equipamentos de nova geração, mais eficientes e mais adequados tanto à atividade mineira como ao material a explorar”.

A redução da área coberta em 3.600 metros quadrados, aproveitando um espaço coberto já existente e a localização 90 metros mais afastada da EN61 e, consequentemente, da vila de Aljustrel são algumas das medidas de melhorias e minimização de impactos da nova britagem.

Outros aspetos salientados pela empresa são a localização a uma cota inferior em 11 metros relativamente à anterior, portanto mais abrigada e encaixada na topografia dos terrenos envolventes, minimizando assim a dispersão de poeiras; a diminuição em 264 metros do comprimento dos tapetes transportadores exteriores, reduzindo assim o números de pontos de dispersão de poeiras; e “o melhor controlo da dispersão de partículas, através da colocação de sistemas de nebulização em todo o perímetro.

Por fim, salienta ainda a empresa no mesmo comunicado enviado esta segunda-feira às redações, a nova britagem “reduz o consumo energético em 0,5 Kw/tonelada/hora, devido à utilização de equipamentos heavy duty de maior eficiência”.

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Atividade empresarial da Zona Euro cresce ao ritmo mais rápido em quase um ano

Índice de Gestores de Compras (PMI) composto da Zona Euro subiu para 51,7 pontos em abril, face aos 50,3 pontos registados em março, mantendo-se no patamar que sinaliza crescimento.

Em abril, a atividade empresarial da Zona Euro cresceu ao ritmo mais rápido em quase um ano, com o Índice dos Gestores de Compras (PMI) composto do HCOB e compilado pela S&P Global a subir para 51,7 pontos. Foi o segundo mês consecutivo acima da marca dos 50 pontos, que separa crescimento de contração, depois de o índice ter alcançado 50,3 pontos em março.

“O aumento do fluxo de novos negócios sustentou o aumento de atividade e o ritmo mais elevado de criação de emprego em dez meses, enquanto a confiança das empresas permaneceu forte. No entanto, as pressões inflacionistas intensificaram-se em abril”, lê-se no comunicado divulgado pela S&P Global.

A melhoria da atividade na Zona Euro foi impulsionada pelo setor dos serviços, que viu “os níveis de produção melhorarem solidamente e a um ritmo ligeiramente mais rápido do que o observado em média desde que os dados foram divulgados pela primeira vez em 1998”, nota a S&P Global. O PMI dos serviços subiu de 51,5 pontos em março para 53,3 pontos em abril, também o ritmo mais elevado no espaço de 11 meses.

“É encorajador o facto de o emprego ter aumentado a um ritmo mais rápido, acompanhando o aumento das novas atividades e o crescimento da carteira de encomendas, que registou a expansão mais forte dos últimos onze meses. Estas tendências sugerem um otimismo crescente entre os prestadores de serviços, um sentimento ainda mais reforçado pelas expectativas de negócios, que se encontram atualmente em níveis muito mais elevados em comparação com a média dos últimos dois anos”, afirmou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.

Já a confiança empresarial caiu ligeiramente em relação a março, após ter atingido um pico de 25 meses, mas manteve-se forte e em linha com a média a longo prazo. Por sua vez, as pressões sobre os preços aumentaram ligeiramente no setor dos serviços no mês passado. A taxa de inflação dos custos dos fatores de produção acelerou face ao mínimo de oito meses registado em março, ainda que apenas marginalmente. Os encargos com a produção também aumentaram a um ritmo mais rápido.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h56)

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Espanha inaugura 260 novos hotéis até ao final de 2025

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Desde abril deste ano até ao final de 2025 estão previstas 260 aberturas de unidades hoteleiras em Espanha, segundo a consultora CBRE.

Entre 1 de abril de 2024 e 31 de dezembro de 2025 estão previstas 260 aberturas de unidades hoteleiras em Espanha, de acordo com os dados da consultora imobiliária CBRE noticiados pelo El País.

No ano passado, o país vizinho consolidou-se com o segundo país mais visitado a nível mundial, com 85,3 milhões de turistas, deixando para trás o efeito devastador trazido pela pandemia, quando as visitas caíram para 19 milhões em 2020. As perspetivas para este ano são otimistas, esperando-se que atinja 100 milhões de turistas.

O boom do turismo abriu o apetite dos investidores hoteleiros e, dos 260 hotéis previstos, 57 (22% do total) estão enquadrados no segmento cinco estrelas ou cinco estrelas de luxo, perante a expansão de grandes marcas internacionais com Four Seasons, Thompson ou Nobun.

Se nos anos anterior à Covid-19 os investidores apostavam no segmento de férias, agora as atenções centram-se no segmento urbano, com Madrid, Valência, Málaga e as Ilhas Canárias a serem responsáveis por metade das aberturas previstas, nota ainda o jornal espanhol.

Os dados revelam ainda que no primeiro trimestre deste ano foram negociados 28 ativos, o que contrasta com os 17 registados no mesmo período do ano passado. “Os investidores continuam a apostar em hotéis de luxo graças à sua natureza mais resiliente e inelástica, representando 82% do total de transações: 55% dos ativos de quatro estrelas e 27% de cinco estrelas e cinco estrelas de grande luxo”, enfatiza o relatório.

Entre janeiro e março, o peso dos investidores espanhóis continuou a ganhar terreno, absorvendo 74% do total negociado. De acordo com os dados da CBRE, no final de março deste ano, a indústria hoteleira espanhola contava com 12.494 de imóveis e 1,23 milhões de quatros, com uma ocupação média de 61%. Neste período, o preço médio alcançou os 107 euros.

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