AD promete simplificar lei do trabalho para reduzir custos de contexto

Lei do trabalho deve mudar se a AD vencer as eleições. Isto de modo a cortar os custos de contexto, mitigar a segmentação e reforçar a possibilidade do teletrabalho. Coligação quer ACT mais presente.

Se a Aliança Democrática sair vencedora das eleições de 10 de março, a lei do trabalho deverá voltar a mudar. No programa económico apresentado esta terça-feira, a coligação que junta o PSD, o CDS e o PPM promete simplificar o Código do Trabalho, de modo a reduzir os custos de contexto. Os empresários têm apelado a estabilidade na lei do trabalho, depois de terem sido feitas várias alterações ao longo das legislaturas de António Costa.

“Este programa de reforma pretende estimular um mercado de trabalho dinâmico que melhore a eficiência na afetação de recursos humanos, combata a pobreza e a precariedade, através da promoção do investimento em capital humano“, anuncia a Aliança Democrática.

Ora, uma das medidas previstas para esse fim é a “simplificação do Código do Trabalho“. A intenção do PSD, CDS e PPM é, pois, “racionalizar” a lei hoje em vigor, com um foco na redução dos custos de contexto e na melhor compreensão das regras tanto por parte dos trabalhadores como por parte dos empregadores.

Ainda no que diz respeito ao Código do Trabalho, a Aliança Democrática promete “modernizar as regras para confrontar a segmentação do mercado e ajustar às transformações no mundo trabalho”. A direita tem salientado, por várias vezes, que a lei do trabalho, como está, cria um fosso entre quem tem um contrato de trabalho permanente e quem ainda não conseguiu um vínculo sem termo.

Por outro lado, depois de em janeiro de 2022 ter entrado em vigor a lei do teletrabalho e de esta ter sido ajustada em maio de 2023, a coligação promete agora um reforço da possibilidade do trabalho remoto por acordo entre o trabalhador e o empregador, ainda que não detalhe o que pretende fazer.

No mesmo sentido, a Aliança Democrática propõe reforçar “a possibilidade de transição, mesmo que temporária, entre regimes
de horário de trabalho“, mas também não especifica.

Na mesma linha, PSD, CDS e PPM defendem um “enquadramento flexível de transição entre durações do período normal de
trabalho semanal“. Por outras palavras, se um trabalhador próximo da idade da reforma quiser diminuir as suas horas de trabalho, abdicando de parte do salário, deve haver flexibilidade para tal.

E por falar em trabalhadores mais velhos, a Aliança Democrática quer acabar com a obrigatoriedade de cessação de contrato do trabalhador quando o trabalhador transita para o estado de reformado, bem como criar mecanismos de reforma a tempo parcial.

É de destacar ainda a promessa de reforço do papel da Autoridade das Condições de Trabalho através da criação do balcão da relação laboral que arbitra diferendos entre as partes, produzindo decisões arbitrais céleres.

E há também uma medida para os trabalhadores independentes: a coligação defende a convergência dos direitos à proteção social com o regime dos trabalhadores por conta de outrem. Isto “no âmbito de uma revisão profunda do Código Contributivo, no sentido de garantir simplificação, harmonização e equidade”.

Quanto aos salários, a Aliança Democrática defende a fixação do salário mínimo em mil euros até ao final da legislatura (2028) e espera que o salário médio chegue a 1.750 euros até ao final da década. Propõe ainda que o impacto do salário mínimo na economia portuguesa seja estudado.

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Comissão da Cultura e da Educação da UE dá luz verde a regulamento que protege media e jornalistas

Tendo sido dado mais um passo para a sua aprovação final, o regulamento tem agora de ser aprovado formalmente pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia.

Comissão de Cultura e Educação (CULT).Eric Vidal. Parlamento Europeu

A Comissão de Cultura e Educação (CULT) do Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira a versão final do Media Freedom Act, regulamento que visa proteger os jornalistas e a liberdade dos meios de comunicação social. O acordo foi aprovado com 23 votos a favor, quatro contra e duas abstenções.

Esta aprovação surge depois de o Parlamento Europeu, o Conselho da União Europeia (UE) e o Executivo comunitário terem acordado a versão final do regulamento em dezembro passado. Tendo sido dado mais um passo para a sua aprovação final, o regulamento tem agora ainda de ser aprovado formalmente pelo Parlamento Europeu – em princípio no plenário de março – e pelo Conselho da União Europeia.

Com o Media Freedom Act aprovado, os estados-membros terão de passar a “assegurar que os cidadãos têm acesso a notícias plurais e editorialmente independentes“, refere-se em nota de imprensa.

No caso dos meios de comunicação públicos, os países têm de garantir a sua independência editorial e funcional através da nomeação de diretores e administradores mediante processos “transparentes e não discriminatórios”, de um financiamento “transparente e objetivo” que assegure a sua independência e de uma “monitorização independente sobre sua independência política”.

Pela defesa do trabalho dos jornalistas, pretende-se banir todas as formas de interferência em decisões editoriais. Além disso, é garantida a proibição da existência de pressões exteriores sobre jornalistas para os obrigar a revelar as suas fontes, seja através de detenções, sanções ou buscas. A possibilidade desta interferência será analisada “caso a caso” quando esteja em jogo uma “razão imperiosa de interesse público” e está sujeita a autorização por uma autoridade judicial independente.

Para garantir a independência dos meios de comunicação, o Media Freedom Act pretende obrigar todas as empresas do setor a publicar informação sobre a sua estrutura proprietária. Além disso, também será requerido que todos os meios prestem informações sobre os fundos que recebem através de publicidade ou financiamento estatais (mesmo que de países fora da UE).

De forma a assegurar a independência dos media face à publicidade estatal, os procedimentos para a sua atribuição têm de ser feitos segundo “procedimentos abertos e não discriminatórios”, abrangendo uma “ampla pluralidade” de meios e tendo por base “critérios públicos”. As autoridades públicas vão ainda ter de publicar informação todos os anos sobre os seus gastos em publicidade estatal, detalhando os montantes investidos por cada órgão.

Já para evitar que as plataformas online grande dimensão possam afetar a liberdade dos meios de comunicação social (que as usam para partilhar notícias), o regulamento prevê a criação de um mecanismo para regular as ordens de remoção de conteúdos feitas por estas plataformas.

Além de os eurodeputados defenderem que as plataformas têm primeiro de “distinguir os meios de comunicação independentes das fontes não independentes”, o Media Freedom Act prevê que os meios de comunicação sejam notificados da intenção da plataforma de eliminar ou restringir o seu conteúdo e que estes disponham de um período de 24 horas para responder.

Se após o período de resposta a plataforma ainda considerar que o conteúdo não cumpre os seus termos e condições, poderá então proceder à sua “eliminação ou restrição”.

No entanto, se o meio de comunicação em causa “considerar que a decisão da plataforma não tem fundamento e prejudica a liberdade de imprensa, este tem direito de levar o caso a um órgão extrajudicial” para resolver a questão e solicitar a opinião do European Board for Media Services (Comité Europeu dos Serviços de Comunicação Social) – uma nova entidade europeia a ser criada com a aprovação final deste regulamento.

Em outubro do ano passado, o Parlamento Europeu aprovou a lei por uma maioria de 448 votos a favor, 102 contra e 75 abstenções, que seguiu depois para negociações com o Conselho. Mas a proposta encontrou muita resistência por parte dos governos dos 27, que temiam que a lei prejudicasse os seus poderes de supervisão sob o setor dos meios de comunicação social.

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CDU destaca que 48% dos seus candidatos são mulheres e 30% têm menos de 40 anos

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2024

As listas da CDU são compostas por 322 candidatos, dos quais mais de 48% são mulheres – que são cabeças de lista em 11 dos 20 círculos eleitorais.

As listas da CDU para as legislativas são compostas por 322 candidatos, dos quais 48% são mulheres e cerca de 30% têm menos de 40 anos, anunciou esta quarta-feira o secretário-geral do PCP, que manifestou confiança num reforço da coligação.

Em declarações aos jornalistas no Palácio da Justiça, em Lisboa, pouco depois de ter entregado as listas da CDU pelo círculo eleitoral de Lisboa, que o próprio encabeça, Paulo Raimundo referiu que a coligação concluiu assim a entrega das suas listas nos 22 círculos eleitorais.

De acordo com números apresentados pelo secretário-geral comunista, as listas da CDU são compostas por 322 candidatos, dos quais mais de 48% são mulheres – que são cabeças de lista em 11 dos 20 círculos eleitorais – e cerca de 30% têm menos de quarenta anos.

Para o secretário-geral do PCP, isso comprova que a CDU se esforçou para garantir a participação de mulheres no seu projeto e para introduzir um “processo de rejuvenescimento” nos candidatos que escolhe. São “listas com composição social muito diversa. Naturalmente com uma componente forte de trabalhadores, operários, empregados, mas também de quadros técnicos, pequenos e médios empresários, gente ligada às várias áreas, estudantes”, sublinhou.

Paulo Raimundo acrescentou ainda que os candidatos são “gente reconhecida por aquilo que faz”, estando presente “nas principais frentes de combate, quer no que diz respeito ao movimento sindical, organizações representativas dos trabalhadores, mas também em movimentos em defesa do ambiente, luta pelo acesso à habitação ou pela defesa do SNS”.

Questionado se a CDU está confiante de que vai conseguir recuperar os deputados que perdeu nas legislativas de 2022 no círculo eleitoral de Lisboa, Paulo Raimundo disse estar “muito confiante” de que a coligação vai crescer em número de votos, de percentagem e de deputados e assegurar que o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) regressa ao parlamento.

“É uma confiança assente nos contactos que temos tido, nas várias ações que temos desenvolvido, no ‘feedback’ que temos tido junto das empresas, nas ruas, em vários sítios”, afirmou. Para alcançar esse objetivo, prosseguiu o líder comunista, a CDU vai ter de crescer nos círculos onde perdeu deputados nas últimas legislativas, como em Lisboa, Porto, Évora ou Santarém, mas ambiciona também obter representação noutros distritos.

“Ainda ontem [terça-feira] estive no Algarve e vim de lá com a convicção de que é possível atingir esse objetivo de eleição de deputados noutros distritos de grande importância”, disse.

A lista da CDU no círculo eleitoral de Lisboa é encabeçada por Paulo Raimundo, e tem como número dois o ex-vice-presidente do parlamento António Filipe. Em número três está a professora Cláudia Martins, seguida da antiga deputada do PEV Mariana Silva e, em quinto lugar, do atual deputado Duarte Alves.

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AD propõe criar contas-poupança isentas de impostos para aumentar nível de poupança das famílias

A Aliança Democrática quer tirar Portugal do topo da tabela dos países que menos poupam na Zona Euro através da criação de contas-poupança isentas de impostos, como já sucede nos EUA e no Reino Unido.

Portugal continua a apresentar a mais baixa taxa de poupança entre as famílias do espaço da moeda única. Desde o final de 2021 que nível de poupança das famílias portuguesas é metade da média da Zona Euro.

Para mudar este cenário, a Aliança Democrática (AD), liderada pelo PSD, propõe a criação de contas-poupança isenta de impostos, à imagem do que já sucede com as “ISA Accounts” no Reino Unido ou nas contas 401k nos EUA.

Segundo o Programa Económico da AD, que foi apresentado esta quarta-feira em Lisboa, a ideia passa por adotar “um regime em que certo nível de contribuições dos trabalhadores e das suas entidades empregadoras sejam livres de IRS, salvo se e quando forem distribuídas, pagas ou, de qualquer forma, apropriadas pelos respetivos titulares.”

Para esse efeito, os membros da AD (PSD, CDS e PPM) propõem a Introdução de contas poupança com possibilidade de acesso a grande diversidade de instrumentos financeiros, como ações, fundos de investimento e outros ativos, “com eventuais limites à entrada”, em que as contribuições e reinvestimentos destes proveitos não são tributados, “incluindo se forem utilizados para amortização de crédito à habitação que onere a casa de morada de família.”

No Reino Unido, por exemplo, o limite de contribuições isentas de imposto é atualmente de 20 mil libras (cerca de 23.400 euros ao câmbio atual).

Além disso, a proposta da AD sublinha que poderá ainda “ponderar-se tratamento semelhante aos rendimentos prediais e de capitais (aplicando-se, assim, o princípio de que, se reinvestidos, continuam a não ser tributados)”, lê-se na proposta apresentada esta quarta-feira.

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Autoeuropa produziu mais de 220 mil carros em 2023

  • ECO
  • 24 Janeiro 2024

Em 2023, foram produzidos 220.100 carros na fábrica de Palmela, "sendo a Europa o principal mercado de destino".

Em 2023, a Volkswagen Autoeuropa produziu mais de 220 mil carros, “com a Europa a ser o principal mercado de destino”, adianta a administração da maior fábrica de automóveis em Portugal em comunicado.

No ano passado, foram produzidos 220.100 unidades na fábrica de Palmela, “com a Europa a ser o principal mercado de destino”.

Em 2023, foram entregues mais de 206 mil veículos na Europa, o que corresponde a um aumento de cerca de 14% face às 180.909 unidades vendidas no ano anterior. Ainda em 2023,” o SUV T-Roc, produzido em Palmela, foi o modelo da marca Volkswagen mais vendido na Europa”, acrescenta a nota de imprensa.

O diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa realça que este desempenho demonstra como este modelo “tem bastante procura no mercado” e sublinha que “ver o T-Roc no pódio mais um ano é, sem dúvida, um motivo de orgulho”. Thomas Hegel Gunther acrescenta ainda que o “sucesso” deste modelo resulta do trabalho das equipas, que “têm feito tudo o que está ao seu alcance para entregar o melhor produto”.

No ano passado, a Volkswagen entregou cerca de 4,87 milhões de veículos em todo o mundo, o que representa um aumento de 6,7% face ao ano anterior.

(Notícia corrigida às 20h39)

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EDP assina contrato de fornecimento de energia com produtor alemão de hidrogénio “verde”

Durante 15 anos, a Kronos Solar da EDP Renováveis fornecerá à Lhyfe energia renovável a partir de um projeto solar que deverá estar ligado à rede em 2025.

A EDP Renováveis assegurou o seu primeiro contrato de aquisição de energia (PPA, ou power purchase agreement ) na Alemanha. Trata-se de um acordo de 15 anos com a Lhyfe, um produtor e fornecedor europeu de hidrogénio verde e renovável.

De acordo com o comunicado divulgado esta quarta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), este PPA, que será promovido pela Kronos Solar — empresa alemã de desenvolvimento de energia solar, comprada pela EDP em 2022 — terá como propósito fornecer energia renovável aos futuros projetos de produção de hidrogénio verde da Lhyfe na região, que serão utilizados para mobilidade e processos industriais.

Segundo a nota enviada aos mercados, este PPA é também o primeiro contrato assinado com uma empresa de hidrogénio e a primeira materialização do acordo industrial entre as duas empresas, que tem por base uma parceira com a qual a energética portuguesa comprometeu-se em “criar valor e alavancar técnicas complementares e sinergias na promoção de projetos de hidrogénio renovável”.

Assim, e durante 15 anos, a Kronos Solar fornecerá à Lhyfe energia renovável a partir de um projeto solar com uma capacidade de 55 MWp (39 MWac), que deverá estar ligado à rede em 2025. Localizada em Meuselwitz, no nordeste da Alemanha, esta central solar fotovoltaica produzirá 58 GWh de energia limpa por ano, o suficiente para alimentar o equivalente a 18.000 habitações na região, detalha o comunicado da EDP.

A Lhyfe está a construir duas unidades de produção de hidrogénio, em Baden-Württemberg e na Baixa Saxónia, que representam uma capacidade de produção total máxima de oito toneladas por dia de hidrogénio verde e renovável. “Este hidrogénio será fornecido localmente para utilizações relacionadas com a mobilidade e os processos industriais”, acrescenta a energética liderada por Miguel Stilwell d’Andrade.

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Bruxelas abre investigação aprofundada à aquisição total da Air Europa pela dona da Iberia

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2024

A Comissão "tem preocupações preliminares de que a operação possa reduzir a concorrência no mercado dos serviços de transporte aéreo de passageiros em várias rotas domésticas".

A Comissão Europeia abriu esta quarta-feira uma investigação à aquisição total da companhia aérea espanhola Air Europa pelo grupo IAG, que é dono da Iberia e da British Airways, por ter “preocupações preliminares” de impactos na concorrência europeia.

Um dia depois de anunciar um processo semelhante à compra de 41% da companhia aérea italiana de bandeira ITA Airways pela alemã Lufthansa, o executivo comunitário anunciou esta quarta uma “investigação aprofundada sobre a proposta de aquisição da Air Europa pela IAG”.

“A Comissão Europeia deu início a uma investigação aprofundada para avaliar, nos termos do regulamento das concentrações da UE, o projeto de aquisição do controlo exclusivo da Air Europa pela International Consolidated Airlines Group, IAG. A Comissão tem preocupações preliminares de que a operação possa reduzir a concorrência no mercado dos serviços de transporte aéreo de passageiros em várias rotas domésticas, de curta e longa distância, dentro e fora de Espanha”, indica a instituição em comunicado.

O grupo aérea IAG, dono da também espanhola Iberia e da britânica British Airways, anunciou no ano passado que tinha concordado em pagar à espanhola Globalia 400 milhões de euros pelos 80% da Air Europa que ainda não detinha. Porém, este negócio necessita de ‘luz verde’ de Bruxelas, sendo que à Direção-Geral de Concorrência cabe avaliar as fusões e aquisições que envolvam empresas com um volume de negócios com dimensão e impedir concentrações suscetíveis de impactar significativamente a concorrência efetiva no espaço europeu.

“A IAG e a Air Europa exploram uma vasta rede de rotas domésticas em Espanha, rotas de pequeno curso no Espaço Económico Europeu, bem como rotas de longo curso, em especial de e para a América Latina”, recorda a instituição, indicando ter “preocupações preliminares” ao nível da concorrência.

Em concreto, a investigação preliminar já realizada e que antecedeu a aprofundada, agora anunciada, indica que a “operação pode reduzir a concorrência no mercado dos serviços de transporte aéreo de passageiros em várias rotas domésticas, de curta e longa distância”, adianta a Comissão Europeia.

O executivo comunitário tem até 7 de junho para tomar uma decisão final sobre o negócio. Numa altura em que o Governo português já anunciou a intenção de privatizar pelo menos 51% da TAP, o grupo IAG – à semelhança da companhia área alemã Lufthansa – manifestou interesse no negócio.

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Montenegro quer salário médio nos 1.750 euros em 2030

O programa económico da AD quer dar um impulso de cerca 300 euros face ao ordenado médio bruto atual que está nos 1.438 euros, segundo o INE.

O líder da AD (Aliança Democrática) e candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro, quer o salário médio a crescer até aos 1.750 euros no final da legislatura, em 2028, segundo o programa económico para as legislativas de 10 de março que está a ser apresentado esta quarta-feira.

“Que o salário mínimo não seja inferior a 1.000 euros e que o médio seja em torno de 1.750 euros nesta década. Há condições para que estes objetivos sejam realizáveis”, defendeu o presidente do PSD.

Isto significa, na prática, um impulso de 312 euros no ordenado médio face ao valor atual que está nos 1.438, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Ou seja, a AD, coligação que junta PSD, CDS e PPM, propõe-se a aumentar o vencimento médio à razão de 52 euros por ano, baseando-se “na soma da inflação à totalidade dos ganhos de produtividade”, de acordo com o programa económico.

Em relação à evolução do salário mínimo, Montenegro até tinha apontado para um cenário mais ambicioso com o valor a chegar aos 1.100 euros em 2028, como noticiou o ECO. Mas agora prefere ser mais prudente e igualar a proposta do PS de Pedro Nuno Santos, que aponta para um aumento para 1.000 euros no final da legislatura.

“Não temos de ser um país de baixos salários, nivelado por baixo, a ganhar o salário mínimo ou pouco acima”, reforçou Montenegro.

Outra das metas para a legislatura passa por “colocar a economia a crescer 3,5%, no final da legislatura”, afirmou Montenegro. “A base é baixa. O crescimento para 2023 e o projetado para 2024 são menos de metade daquilo que pretendo”, sublinhou. Por isso, será necessário “um caminho progressivo ao longo da legislatura”, acrescentando que “este objetivo é possível com a política fiscal e reforma dos principais sistemas públicos”. A meta é, na próxima legislatura, “ter a economia a crescer em velocidade de cruzeiro, em 4%”.

O objetivo da AD é crescer mais do que os outros países da coesão, é impulsionar a valorização dos salário e que ao rendimento do trabalho não seja subtraída a fatia de leão de impostos seja nas pessoas singulares, seja nas pessoas coletivas“, proclamou.

Ainda no cenário macroeconómico, a AD aponta para uma taxa de desemprego de 5%, em 2028. E uma “carga fiscal inferior a 37% do PIB, o que significa baixar a tendência de todos os anos de batermos todos os recordes de carga fiscal”, indicou.

Em concreto, “o peso da despesa corrente primária no PIB desce de 37,7%, para um valor em torno dos 35%, e o peso da despesa total de 44,5% para um valor próximo de 40% no final da década”, segundo o programa económico.

Neste aspeto, o líder do PSD recordou que o compromisso da AD é reduzir as taxas de IRS, especialmente na classe média, estabelecer uma taxa mínima de 15% para os jovens até aos 35 anos, exceto os que se encontram no último escalão, e isentar de IRS e contribuições sociais o prémio de desempenho até ao montante de um ordenado.

Para além disso, Montenegro lembrou o objetivo de elevar o referencial do complemento solidário de idosos (CSI) para os 820 euros, até ao final da legislatura, valor que passará a ser equiparado ao salário mínimo atualizado na legislatura seguinte. “Significa um verdadeiro rendimento mínimo garantido dos pensionistas”. Ou seja, entre a pensão que o reformado recebe o CSI, é assegurado um valor de 820 euros.

Montenegro quer ainda reduzir a dívida pública para que fique abaixo de 90% do PIB em 2028.

(Notícia atualizada às 18h23)

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Worten e Continente multados em meio milhão por venda de equipamentos ilegais

  • ECO
  • 24 Janeiro 2024

Comercialização de equipamentos de rádio que “não cumprem os requisitos legais" valem coimas de meio milhão de euros. Retalhistas do universo Sonae recorrem para o Tribunal da Concorrência.

A Anacom aplicou coimas de 515 mil euros à Modelo Continente e à Worten por “comercialização de equipamentos de rádio que não cumprem os requisitos legais”. A Worten, em concreto, foi alvo de uma coima de 291.250 euros, enquanto a Modelo Continente foi castigada em 223.700 euros, anunciou a Anacom num comunicado.

Na base da decisão esteve a venda de aparelhos sem o nome do modelo, número de lote e de série, ou qualquer outro elemento de identificação. A penalização aplicada pelo regulador, agora liderado por Sandra Maximiano, prevê ainda a “perda a favor do Estado” de um conjunto de 55 unidades de modelos considerados em situação irregular.

Em reação, as duas empresas já vieram contestar a decisão, dizendo que “não se [reveem] na decisão”. A Worten informa mesmo que “não procedeu ao pagamento da coima aplicada, tendo em alternativa impugnado judicialmente a decisão”.

“Cumpre agora ao Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão apreciar o caso e pronunciar-se. Nesta fase judicial terá a Worten a oportunidade de esclarecer os factos”, acrescenta a marca de eletrónica.

Reiterando o “compromisso de conduzir a sua atividade no estrito cumprimento da lei”, a empresa de retalho alimentar da Sonae refere que “este processo se baseia em factos ocorridos a partir de 2017, tendo a MC recorrido da decisão da Anacom, ao Tribunal da Concorrência”.

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Consultora do Porto abre tecnologia e mercados às fábricas portuguesas com nova aliança europeia

Market Access junta-se à espanhola ieTeam e ao organismo europeu EIT Manufacturing para "potenciar adoção de tecnologia disruptiva" e abrir novos mercados internacionais à indústria portuguesa.

A consultora portuguesa Market Access aliou-se à espanhola ieTeam e ao organismo europeu EIT Manufacturing para “abrir caminhos” para a indústria portuguesa adotar tecnologias disruptivas e entrar em novos mercados, numa parceria que visa “alavancar a inovação e a internacionalização”.

Em declarações ao ECO, Pedro Vieira, cofundador e administrador da portuense Market Access, fundada em 2005, explica que com este acordo com a empresa sediada em San Sebastián vão “juntar os processos de inovação com os processos de internacionalização, e alargar a oferta conjunta a uma escala iberoamericana”.

“Juntar os processos de internacionalização com processos de inovação significa, por um lado, inovar e trazer novo conhecimento e novas tecnologias para os processos de internacionalização das empresas; por outro, implementar os processos de inovação a uma escala global e não apenas local ou nacional”, acrescenta o líder da consultora nacional, que já fez projetos em 60 países.

Vamos apoiar a indústria portuguesa a desenvolver ações de inovação aberta que estreitem a ligação com start-ups europeias que potenciem a adoção de tecnologia mais disruptiva e a abrir novos mercados.

Pedro Vieira

Cofundador e administrador da Market Access

Já a aliança das duas empresas com o EIT Manufacturing, apresentada como a maior comunidade de inovação industrial europeia e que junta mais de 85 membros, acrescenta o acesso a uma rede de investigadores, startups, empresas e outros stakeholders determinantes na aceleração de um processo de inovação internacional, assim como a calls de financiamento de projetos.

“Em conjunto, vamos conseguimos apoiar a indústria portuguesa a desenvolver ações de inovação aberta que estreitem a ligação entre PME e grandes empresas com start-ups europeias que potenciem a adoção de tecnologia mais disruptiva e a abrir novos mercados. Em última linha damos um contributo para a reindustrialização da Europa”, resume Pedro Vieira.

Para assinalar esta parceria, as três entidades promovem esta quinta-feira, a partir das 14h30 na sede da Sonae, na Maia, uma conferência com o tema “Sinergias Globais”. O programa conta com a participação de vários oradores com experiência em inovação e internacionalização, entre os quais Javier González, business creation manager da EIT Manufacturing, que fará uma exposição acerca do papel da comunidade e os objetivos no desenvolvimento da inovação em Portugal.

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“Em termos políticos, esta investigação não mudou nada”, afirma Montenegro sobre buscas na Madeira

Esta quarta-feira, a Polícia Judiciária está a efetuar buscas, domiciliárias e não domiciliárias, em cerca de 60 locais, 45 desses locais na Região Autónoma da Madeira.

“Espero que esta investigação decorra com rapidez e diligência e que este quadro de suspeita possa ser alterado e esclarecido”, disse Luís Montenegro, à entrada da apresentação do cenário macroeconómico, no Centro de Congressos, em Lisboa. “Espero que seja elucidativo. Não é por estas pessoas serem do PSD que pode haver tratamento diferente, ninguém está acima da lei”, disse o líder social-democrata.

“Foi hoje conhecida uma investigação, são três inquéritos. Há ainda prova que tem de ser obtida”, sublinhou. Montenegro deseja que “sejam apurados os contornos da investigação. Nesses e noutros casos”, referindo-se à Operação Influencer. “Mas em termos políticos, não há nada que mude”, explicou. “Não estou a desvalorizar. Mas neste momento sei apenas aquilo que os senhores me disseram”. E falou apenas “numa perturbação da ação política”.

Esta quarta-feira, a Polícia Judiciária está a efetuar buscas, domiciliárias e não domiciliárias, em cerca de 60 locais, 45 desses locais na Região Autónoma da Madeira.

“O MP do DCIAP ordenou ainda a detenção de três suspeitos, para apresentação a primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação”, diz o comunicado do DCIAP, publicado no site do departamento do Ministério Público (MP).

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em causa estão factos ocorridos a partir de 2015 e os crimes de atentado contra o Estado de direito, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, abuso de poder e de tráfico de influência.

As investigações estão ligadas à Região Autónoma da Madeira e incidem sobre a área da contratação pública, essencialmente sobre contratos de empreitada celebrados pelo Governo Regional da Madeira e várias entidades públicas da Região Autónoma com empresas da região.

Entre os visados estão Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, Pedro Calado, presidente da Câmara do Funchal e do PSD Madeira, Caldeira Costa, empresário de Braga e Avelino Farinha, empresário da área da construção civil. “Sob investigação estão, além do mais, várias dezenas de adjudicações em concursos públicos envolvendo, pelo menos, várias centenas de milhões de euros”, diz o DCIAP.

Em causa estará a venda de uma quinta do presidente da Madeira a um fundo imobiliário com sede em Lisboa, em 2017, por 3,5 milhões de euros. O presidente do governo regional da Madeira é suspeito também de atentado ao Estado de Direito. Esse é um dos crimes indiciados pelo Ministério Público. Miguel Albuquerque é suspeito de condicionamento editorial de órgãos de comunicação social, mas também de controlo financeiro de jornais regionais, através de privados ligados ao governo regional. Em causa estão ainda crimes de abuso de poder, bem como recebimento indevido de vantagem.

Já sob Pedro Calado, presidente da câmara do Funchal, eleito pelo PSD, recaem suspeitas de favorecimento com as devidas aprovações de licenciamento camarário em troca de contrapartidas quando trabalhava no grupo AFA, que detém os hotéis Savoy.

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ERC pediu informação a mais acionistas e ainda não há data para a assembleia-geral da Global Media

Para além do fundo que controla a Global Media, a ERC pedir informação a outros acionistas. A assembleia-geral, anunciada pelos minoritários, ainda não tem data marcada.

A ERC esclareceu na tarde desta quarta-feira, em resposta ao +M, que “ainda decorre o prazo legal para os diferentes visados neste processo administrativo remeterem ao regulador as respetivas pronúncias“. Ou seja, a decisão sobre a aplicação do artigo 14ª da Lei da Transparência não será conhecida hoje e, por outro lado, o World Opportunity Fund (WOF), fundo que controla o grupo, não foi a única entidade a quem a ERC pediu explicações.

A data para o WOF entregar a informação pedida terminou ontem, dia em que terá sido enviada a documentação ao regulador. A ERC não avança detalhes sobre a documentação pedida a outros acionistas nem sobre os prazos no qual esta terá que ser recebida.

“No âmbito do processo administrativo em curso para a aplicação do artigo 14º da Lei da Transparência – Identificação da cadeia de imputação de participações sociais na Global Notícias – Media Group, S.A –, recebeu respostas de vários acionistas do Grupo”, escreve o regulador em resposta ao +M, acrescentando que a documentação está a ser analisada.

Entretanto, sabe o +M, também ainda não está marcada a assembleia-geral de acionistas, anunciada na última semana pelos acionistas minoritários e reclamada esta tarde pelos delegados sindicais.

Quando for convocada – o que terá que ser feito pelo presidente da mesa da assembleia-geral, Fernando Aguilar de Carvalho, a pedido dos acionistas – será necessário aguardar no mínimo 21 dias para a sua realização. Ou seja, não será antes de três semanas, após a convocatória.

Por outro lado, se a ERC optar pela inibição dos direitos de voto e patrimoniais do fundo que tem uma posição maioritária na Global Media através da Páginas Civilizadas, também de Marco Galinha, tal não significa o afastamento imediato da comissão executiva, atualmente composta só por José Paulo Fafe e Marco Galinha.

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