Agricultores já começaram a receber apoios cortados nos ecorregimes

"Confirmo que pagaram 15% da agricultura biológica e 10% da proteção integrada, que correspondem a 50% do corte que foi feito”, diz ao ECO o secretário-geral da CAP. O restante será pago em março.

Os agricultores já começaram a receber esta sexta-feira o pagamento de metade dos apoios cortados ao nível da agricultura biológica e da produção integrada, confirmou ao ECO o secretário-geral da CAP. Em causa está um pagamento de 37,1 milhões de euros.

“Confirmo que pagaram 15% da agricultura biológica e 10% da proteção integrada, que correspondem a 50% do corte que foi feito”, disse Luís Mira. “Os restantes serão pagos em março”, acrescentou o secretário-geral da CAP.

O Ministério da Agricultura tinha assumido o compromisso de fazer os pagamentos ainda este mês, depois de ter tido luz verde da Comissão Europeia. Na quinta-feira, o Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) confirmou à Lusa que estava agendado para esta sexta-feira o pagamento de um adicional aos ecorregimes. Esclareceu ainda que o restante valor adicional (20% e 15%, respetivamente) será processado “a partir do mês de março, juntamente com o pagamento dos restantes ecorregimes e a candidatura à ajuda complementar nacional”.

Em causa está o pagamento de 37,1 milhões de euros, avançou o Ministério da Agricultura em comunicado (posterior à publicação desta notícia).

O problema começou com o anúncio em janeiro por parte do IFAP de que haveria um corte um corte de 35% nos apoios às medidas agroambientais, porque o Governo inscreveu uma área muito pequena para reconversão da agricultura normal em biológica, e de 25% na produção integrada. A CAP negociou com o primeiro-ministro e obteve a garantia de que os cortes seriam revertidos.

No entanto, à boleia das manifestações de agricultores em toda a Europa – que ainda persistem ao dia de hoje e que já levam a Comissão a fazer várias cedências –, os agricultores portugueses também realizaram inúmeros protestos de norte a sul do país, em movimentos inorgânicos.

Apenas foram travados após reuniões sucessivas com a ministra da Agricultura que lhes prometeu pagar as verbas em falta, mas também avançar com uma revisão da Política Agrícola Comum. Uma matéria que acabará por ficar para o Executivo que resultar das eleições de 10 de março e também do Executivo europeu que resultar das eleições de junho.

O pacote de apoios que o Executivo anunciou na véspera da primeira grande manifestação dos agricultores foi publicado esta sexta-feira em Diário da República.

Esta sexta-feira os agricultores receberam ainda 86,4 milhões de euros relativos a medidas agroambientais estabelecidas no Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), ou seja, “Culturas permanentes e paisagens tradicionais”, “Planos Zonais Agroambientais”, “Mosaico agroflorestal”, “Conservação do solo – Sementeira direta, Enrelvamento de culturas permanentes e Pastagens Biodiversas” e “Uso eficiente da água”, avança o mesmo comunicado do Ministério liderado por Maria do Céu Antunes.

“Foram também realizadas transferências adicionais nas medidas pagas no mês de janeiro, referentes a situações com pagamento suspenso devido a controlo ou a elementos em falta, bem como transferências relativas ao ecorregime “Maneio da Pastagem permanente” e aos
“Pagamentos Rede Natura””, acrescenta o mesmo comunicado acrescentando que “estas atingiram um montante de 18,2 milhões de euros”.

Nota: Artigo atualizado às 12h43 com o comunicado do Ministério da Agricultura

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Fundo Ambiental aprova novo orçamento e deixa 64 milhões nas mãos do futuro Governo

Dos 1,8 mil milhões aprovados para o próximo orçamento, 64 milhões ficarão à disposição do próximo Governo para o lançamento de avisos e outros projetos.

O Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) aprovou o orçamento do Fundo Ambiental para 2024. Este ano, este que é um dos maiores fundos públicos em Portugal, terá à disposição cerca de 1,8 mil milhões de euros, sendo que desses mais de 64,3 milhões de euros ficarão à mercê do próximo Governo.

De acordo com o comunicado divulgado esta sexta-feira, o ministério de Duarte Cordeiro optou por deixar um remanescente de 64,3 milhões de euros “à consideração do futuro titular da pasta”, ficando a cargo do futuro Governo decidir que “avisos e projetos adicionais pretende lançar e que beneficiários pretende abranger”.

Apesar de deixar a verba à disposição do próximo Executivo, que será formado após as eleições a 10 de março, “o atual Governo deixará identificados, em pasta de transição, os projetos e programas que tinha previsto executar com esta verba“, sublinha o comunicado.

Recorde-se que desde de que o Governo ficou em gestão que vários diplomas na área do ambiente e transição energética ficaram pendentes, nomeadamente, o lançamento de leilões como o de eólicas offshore, hidrogénio e biometano, avisos para a produção de gases renováveis e novas concessões para a exploração de lítio.

De acordo com o despacho publicado em Diário da República, esta sexta-feira, dos restantes cerca de 1,7 mil milhões de euros que ainda serão usados pelo gabinete de Duarte Cordeiro este ano, a maior fatia (1,3 mil milhões de euros) será destinada a apoiar os setores da água, da energia, e dos transportes e cerca de 230 milhões de euros servirão para concretizar compromissos assumidos pelo Fundo Ambiental em anos anteriores.

Ademais, estão previstos 174 milhões de euros para executar projetos previstos no orçamento deste ano, nomeadamente nas áreas de mitigação e adaptação das alterações climáticas, uso eficiente da água e proteção dos recursos hídricos, gestão de resíduos e florestal, proteção e conservação da natureza e da biodiversidade, transporte e mobilidade sustentável, eficiência energética e cooperação internacional.

Exemplos disso são 27 milhões de euros destinados aos municípios a propósito da devolução integral dos 30% da taxa de gestão de resíduos, 15,4 milhões de euros em apoios contra a seca no Algarve e 7,75 milhões de euros em intervenções diretas nas barragens. O MAAC prevê ainda apoiar a prevenção e proteção da floresta com mais de 34 milhões de euros.

Quanto às receitas deste fundo, estas continuarão a ser proveniente de várias taxas e impostos cobrados. Entre eles, destaque para a taxa gestão resíduos paga pelos municípios (40 milhões), a taxa sobre embalagens de utilização única paga pelos consumidores (8 milhões) e a Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), no valor de 125 milhões de euros. A maior fatia continua a ser proveniente dos leilões de licenças de emissão no âmbito do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) no valor de 629 milhões de euros.

O orçamento do Fundo Ambiental para 2024 surge numa altura em que o Tribunal de Contas (TdC) realiza uma auditoria à gestão deste organismo, também na sequência de um pedido do PCP, no ano passado, tal como o Capital Verde noticiou.

Não sendo esse o principal motivo para a sua auditoria, garante fonte oficial do TdC, recorde-se que o Fundo Ambiental tem nos últimos quatro anos apresentado o relatório e contas com sucessivos atrasos e pedidos de prorrogação a este tribunal. As contas relativas aos trabalhos de 2022 foram entregues ao principal organismo de gestão e fiscalização de contas nove meses depois do prazo, não tendo sido ainda divulgadas publicamente, como é habitual.

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Sorteio da Liga Europa: Benfica defronta Glasgow Rangers, Sporting terá pela frente a Atalanta

As “águias” jogam a primeira mão contra os escoceses do Glasgow Rangers no estádio da Luz no dia 7 de março, enquanto os “leões” recebem novamente os italianos da Atalanta a 5 de março

O Sport Lisboa e Benfica vai defrontar o Glasgow Rangers nos oitavos de final da Liga Europa. Já o Sporting Clube de Portugal vai ter pela frente a Atalanta, com quem já tinha jogado na fase de grupos.

As “águias” jogam a primeira mão contra os escoceses no estádio da Luz no dia 7 de março (20h), enquanto os “leões” recebem os italianos dois dias antes, a 5 de março, com o jogo a começar às 17h45.

O sorteio foi realizado esta sexta-feira em Nyon, na Suíça, poucas horas depois de os dois clubes portugueses terem assegurado a continuidade na prova, frente ao Toulouse e ao Young Boys, respetivamente.

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Sindicatos da Portway desconvocam greves após assinatura do novo Acordo de Empresa

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2024

Quatro sindicatos dos trabalhadores da empresa de 'handling' Portway, que pertence à ANA, decretaram o fim das greves iniciadas em julho de 2023.

Os quatros sindicatos dos trabalhadores da empresa de ‘handling’ Portway desconvocaram com efeito imediato todas as greves previstas, após a assinatura do novo Acordo de Empresa (AE), segundo um comunicado hoje divulgado.

As quatro estruturas sindicais representativas dos trabalhadores – Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (SINDAV), Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) e Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP) — e a Portway chegaram na quinta-feira a acordo para atualizações salariais e estabeleceram um novo AE, que revoga o anterior.

Com a assinatura deste novo AE, entendemos estarem reunidas as condições para a desconvocação de todas as greves que estavam em vigor desde julho de 2023, com efeitos imediatos”, anunciaram hoje os sindicatos.

As estruturas sindicais adiantam que as novas tabelas salariais contemplam uma “valorização salarial entre 4% e 7,84% (nos níveis mais baixos)”.

Segundo os sindicatos, o novo acordo prevê um aumento de 5% nas tabelas salariais com retroativos a janeiro, pagos em dois momentos: “4% já processados no imediato e 1% processado em novembro, mediante o cumprimento do objetivo operacional de 60 mil voos assistidos até 31 de outubro”.

Paralelamente estabelece um aumento de 5% de aumento no benefício social e o pagamento dos feriados “em escala a 150% (em vez dos atuais 50%”.

Relativamente aos subsídios de turno prevê “o pagamento de 21% do subsídio para quem atinge 38 horas noturnas e de 16% para quem atinge 30 horas noturnas (independentemente da amplitude)”.

Os sindicatos consideraram que “depois do enorme salto qualitativo que foi a assinatura do AE2020 comparativamente com o AE2016, este é mais um passo na melhoria e elevação das condições dos trabalhadores da Portway”.

A Portway destacou, na quinta-feira, “a boa cooperação entre representantes dos trabalhadores e da empresa”, o que, diz, “possibilitou a assinatura” do acordo.

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“Touradas só na cama”, diz PAN em novo outdoor

  • + M
  • 23 Fevereiro 2024

Depois de ter perguntado se "O tamanho importa?", o PAN volta a apostar no tom provocatório no seu novo outdoor.

Depois de um conjunto de três outdoors fora do registo habitual dos partidos, o PAN (Partido Pessoas Animais Natureza) voltou a usar o tom provocatório num anúncio exterior no Campo Pequeno, desta vez a favor da abolição das touradas. “Touradas só na cama – e com consentimento“, diz o partido, que apela ao término do financiamento do setor.

“A atividade tauromáquica recebe todos os anos 19 milhões de euros do Estado, dinheiro que é de todos os contribuintes, ao invés de serem canalizados para a verdadeira cultura ou para a promoção do bem-estar animal. O setor da tauromaquia recebe inclusive fundos comunitários do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que deviam ser investidos na conservação ambiental e no combate às alterações climáticas, e que estão a ser canalizados para os criadores de touros de lide”, refere Inês de Sousa Real, citada em comunicado.

“Estes fundos dariam também para garantir, por exemplo, transportes públicos gratuitos para mais de 600 mil pessoas em Portugal ou para investir em necessidades do país, como a agricultura biológica, saúde, a educação ou a habitação”, acrescenta a líder do PAN.

Segundo os dados revelados em nota de imprensa, foram realizadas 166 touradas em 2023 em Portugal Continental, atingindo o valor mais baixo de sempre, “o que demonstra o declínio deste setor e a crescente vontade da sociedade portuguesa em abolir esta prática”, sendo que em Lisboa se registou “um decréscimo de 70% nos últimos dez anos, com 13 touradas realizadas em 2013 e 4 em 2023”.

No final de janeiro, e com o objetivo de apelar ao voto para recuperar um grupo parlamentar nas próximas eleições, o PAN lançou uma campanha com o repto “O tamanho importa? Importa. Se com 1 é bom, em grupo é ainda melhor”, presente em três outdoors colocados na Calçada de Carriche, em Lisboa.

A First Five Consulting (F5C) está a trabalhar a comunicação estratégica do partido.

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+M

As quatro tendências que vão marcar o retalho em 2024, segundo a CI&T

  • + M
  • 23 Fevereiro 2024

O investimento em inteligência artificial, a continuação da evolução dos programas de fidelização ou a aposta na criação de experiências mais personalizadas são algumas das tendências para este ano.

Perante um cenário económico desafiante – tanto a nível global como europeu e nacional – o setor do retalho é também ele afetado e desafiado. Neste contexto, a CI&T, empresa de tecnologia da informação e software, identifica as principais tendências do setor para este ano.

Níveis de procura e descontos na medida certa

Para 2024, a CI&T antecipa um crescimento moderado do retalho, com os consumidores a fazerem as suas opções de compra de uma forma mais estratégica, tendo em conta que “têm de se adaptar a um contexto de inflação mais elevada”.

Referindo que no final do último ano foi sentido um impulso nas vendas no fim de semana da Black Friday, a CI&T prevê que os comerciantes procurem replicar esse aumento ao longo do ano, sendo que a chave para o conseguirem fazer é “atrair os compradores apostando em descontos em artigos novos, em vez de em artigos desatualizados“. Além disso, “as ferramentas de previsão e gestão da procura vão tornar-se mais precisas, devido à estabilização dos inventários e à maior integração da Inteligência Artificial (IA)”, refere.

Investimento em Inteligência Artificial

No próximo ano a inteligência artificial vai também contribuir para o aumento da eficiência, tanto para os consumidores como para os colaboradores do setor do retalho.

Esta tecnologia vai impactar o retalho em grande medida nas funções de pesquisa, ajudando a maximizar a eficiência das rotas logísticas, a otimizar os processos de venda nas lojas e a tornar as descrições de produtos mais atrativas, mas também a apoiar as estratégias de descontos flexíveis e em tempo real.

Neste sentido, o consumidor também “pode esperar que seja possível pesquisar produtos e ter acesso às suas várias especificidades de forma detalhada, e encontrar opções muito mais adequadas às suas necessidades durante a pesquisa“.

Já no apoio aos colaboradores, a IA pode ser utilizada em dispositivos portáteis para facilitar o processo de recomendações de produtos e aconselhamento aos clientes, mas pode também representar um auxílio na compreensão de padrões de vendas e na criação e gestão dos horários de trabalho.

Experiências personalizadas para os consumidores

No retalho online é esperado que os comerciantes criem experiências mais personalizadas para os consumidores. “Por exemplo, em vez de publicarem sugestões de presentes ‘para a mãe/pai/irmãos/companheiro’, mais comerciantes vão começar a implementar mecanismos de recomendação pensados para quem o comprador diz que está a comprar, permitindo criar uma ‘one-stop shop‘ online a que os clientes podem recorrer para as suas várias necessidades e vontades”, refere a CI&T.

Além disso, é cada vez mais importante que as marcas tenham conhecimento sobre o valor que os consumidores pretendem gastar o que, numa conjugação com recomendações inteligentes e orientadas por IA, pode ter um impacto positivo, permitindo, por exemplo, juntar diferentes artigos dentro de um orçamento geral.

Já nas lojas físicas, de forma a aliviar os períodos de compras mais agitados, “é possível implementar mais tecnologia de processos de pagamento móveis para oferecer um checkout mais rápido, e também tirar proveito das filas virtuais para os provadores”, refere ainda a empresa de tecnologia da informação e software.

Mais vantagens dos programas de fidelização

É ainda antecipada uma continuação da “grande evolução” dos programas de fidelização, nos quais os comerciantes têm transitado de acumulações de pontos, para “verdadeiros ‘clubes’ onde os consumidores conseguem poupar dinheiro diretamente”.

Em 2024, os comerciantes mais bem-sucedidos serão os que escolherem aumentar ainda mais as vantagens da fidelização, indo além dos preços – em particular, aumentando-as em momentos sazonais do ano para atrair novos clientes”, antecipa a CI&T, que adianta ainda outras ideias como estabelecer horários alternativos adicionais e mais calmos nas lojas, criar transmissões ao vivo exclusivas para os membros conseguirem produtos de edição limitada ou criar oportunidades exclusivas para os membros personalizarem as suas compras.

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NetZero em 2050 – uma possibilidade ou uma utopia?

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  • 23 Fevereiro 2024

O mundo está ainda no rescaldo da cimeira climática COP28 realizada em novembro no Dubai. Mais de 100 mil visitantes não saíram do encontro de mãos totalmente vazias.

Todos os 198 países presentes na COP28 chegaram a um acordo relativamente à transição gradual na utilização de combustíveis fósseis, que muitos classificaram como histórico e significativo.

No entanto, os mais críticos e céticos alertam para o facto de ter sido perdida mais uma oportunidade para estabelecer compromissos realmente ambiciosos e significativos, que permitam recuperar o tempo perdido. De facto, linguagem mais ambiciosa como a referência a uma “eliminação progressiva” dos combustíveis fósseis acabou por não ser incorporada no acordo final, apesar do apoio de mais de 100 países, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.

Muitos acreditam que esta omissão irá afetar de forma muito negativa o ritmo do, já de si, lento processo de descarbonização em curso. O estudo de 2023 da KPMG “NetZero Readiness Report” analisa a performance do processo de descarbonização dos principais países e setores económicos e antecipa os desafios que irão enfrentar na sua jornada rumo ao objetivo “net zero”.

Uma das principais conclusões deste estudo é que o processo de descarbonização irá exigir elevados investimentos por parte dos setores público e privado. No entanto, são identificados vários fatores que irão muito provavelmente condicionar a capacidade de investimento em descarbonização da Europa nos próximos dois a três anos.

Por um lado, a pandemia COVID-19 veio provocar um aumento da despesa pública com a saúde e apoios à economia, afetando a capacidade de investimento público em descarbonização, situação agravada pelos efeitos que a guerra na Ucrânia tem na subida dos preços da energia, obrigando os governos a conceder apoios às famílias e às empresas para subsidiar os custos com energia. A este contexto já muito adverso segue-se uma subida vertiginosa das taxas de juro, a qual afeta a capacidade de pagamento do serviço da dívida dos Estados e das empresas, condicionando fortemente a sua liquidez e a capacidade de realização de “investimentos verdes” com impacto na descarbonização da economia.

Pedro Q Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal

 

Portugal não será exceção e será muito difícil compatibilizar os exigentes investimentos de descarbonização com a falta de liquidez do atual enquadramento macroeconómico, marcado por uma forte incerteza política.

A transição para energias renováveis terá de desempenhar um papel central em Portugal, com a produção de energias renováveis – como a solar, eólica, hidroelétrica e biomassa – a ter de ser reforçada. Mas não bastará aumentar a capacidade de geração de energia renovável, será necessário assegurar uma adequada integração dessas fontes de energia na rede elétrica nacional e apostar no desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia, como baterias de íon-lítio, armazenamento térmico e sistemas de hidrogénio, cruciais para lidar com a intermitência das energias renováveis e para garantir um fornecimento confiável de energia.

Outro dos pilares da estratégia nacional para a redução das emissões de carbono terá de ser forçosamente a promoção de uma maior eficiência energética em todos os setores, desde edifícios e indústrias até produtos de consumo. Este objetivo implicará avultados investimentos na renovação do parque habitacional, especialmente desafiantes no atual contexto de crise da habitação em Portugal. Mas, também serão necessários investimentos muito significativos para a implementação de processos de produção mais limpos e eficientes na indústria, essenciais para reduzir as emissões de carbono.

Mas o desempenho de Portugal não irá depender apenas do poder político e da resposta das empresas. Uma maior consciência ambiental e uma mudança efetiva dos comportamentos dos cidadãos será fundamental em todo o processo de transformação. Uma mudança cultural em direção a estilos de vida mais sustentáveis, consumo responsável e conscientização sobre os impactos ambientais das escolhas individuais são tendências que irão afetar de forma muito relevante o sucesso do nosso processo de descarbonização.

Pedro Q Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal

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Os pontos de vista e opiniões aqui expressos são os meus e não representam nem refletem necessariamente os pontos de vista e opiniões da KPMG Portugal.

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Medina acredita que PIB pode crescer 1,5% em 2024 apesar de previsões pessimistas

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2024

O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse acreditar que o PIB ainda pode crescer 1,5% este ano, sendo este um "número atingível", apesar das previsões mais pessimistas da Comissão Europeia.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta sexta-feira acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) ainda pode crescer 1,5% este ano, sendo este um “número atingível”, apesar das previsões mais pessimistas da Comissão Europeia.

“É muito cedo no ano para fazer alguma alteração relativamente à previsão do Governo sobre essa matéria. Creio que os dados que temos e que tivemos do último trimestre, aliás, pelo efeito que têm de arrastamento para o ano de 2024, reforçam a convocação de que o número de 1,5% é um número atingível no ano de 2024“, indicou Fernando Medina, falando à imprensa portuguesa na cidade belga de Gante.

Nas declarações à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, o governante foi também questionado sobre a subida do desemprego em Portugal, pelo sétimo mês consecutivo, indicando que, apesar de tal acréscimo, também houve “aumento do emprego”.

Qualquer aumento do desemprego é, obviamente, uma notícia que preocupa e que não é do agrado de nenhum ministro das Finanças. Agora temos que perceber a situação que nós estamos a viver, uma situação muito excecional […] na qual a capacidade de criação de empregos muitas vezes não segue exatamente o mesmo ritmo da chegada das pessoas ao mercado de trabalho e por isso é que nós estamos a ter este paradoxo é que o emprego também está a aumentar”, elencou Fernando Medina.

E salientou: “Preocupa-me a situação do desemprego, [mas] preocupar-me ia mais se a economia estivesse um ponto de destruição de empregos face àquele que temos e não a crescer empregos”.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou em janeiro pelo sétimo mês consecutivo, subindo 4% em termos homólogos e 5,5% em cadeia, para 335.053, segundo dados divulgados na terça-feira.

Nas previsões económicas de inverno, divulgadas em meados de fevereiro, a Comissão Europeia disse prever que o PIB português cresça 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, uma revisão em baixa de uma décima para este ano, mas acima da média da zona euro e da União Europeia.

Nas previsões económicas de inverno, contudo, Bruxelas colocou Portugal, entre os países da moeda única, com o segundo maior abrandamento do ritmo de crescimento entre 2023 e 2024 (1,1 pontos percentuais), apenas ultrapassado por Malta (1,5 pontos percentuais).

O executivo comunitário estimou, então, que o crescimento do PIB português passe de 2,3% em 2023 para 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025, quando nas previsões de outono projetava um crescimento em 2024 de 1,3%.

Bruxelas assinalou que o crescimento em Portugal deverá “continuar moderado no início de 2024”, afetado pela “fraca procura por parte dos principais parceiros comerciais” e só aumente gradualmente posteriormente.

No Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Ministério das Finanças previu um crescimento do PIB de 1,5% este ano, tal como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entre as principais instituições económicas nacionais e internacionais, para 2024, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) projeta uma expansão do PIB de 1,6%, enquanto o Banco de Portugal de Portugal (BdP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 1,2%.

“Quanto mais se prolongarem elevadas taxas de juro, maior risco económico”

O ministro das Finanças defendeu que, “quanto mais tempo” o Banco Central Europeu (BCE) prolongar as elevadas taxas de juro, “maiores são os riscos” de “a situação económica se deteriorar”, dado o contexto de redução da inflação.

“Creio que os sinais do abrandamento económico, da estagnação económica, que hoje é visível numa parte muito importante dos países europeus, são muito claros […], por isso, quanto mais tempo se prolongar um regime de taxas de juro muito elevadas, maiores são os riscos de aqueles que estão em recessão poderem ver aprofundada das suas recessões de e aqueles que estão estagnados poderem ver a passagem para um estado de recessão”, disse Medina, à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, na cidade belga de Gante.

Um dia depois de o Eurostat ter divulgado que a taxa de inflação homóloga abrandou, em janeiro, para os 2,8% na zona euro e desacelerou na União Europeia para os 3,1%, com Portugal a registar a oitava menor (2,5%), o governante indicou que “isto merece uma reflexão muito cuidada do BCE naquilo que deve ser a retoma de uma posição mais normal das taxas de juro, que é […] significativamente abaixo daquelas que são atualmente”.

“A inflação está a ser vencida, mas também já é reflexo do forte abrandamento económico que estamos a ver em vários dos países centrais da Europa. Quando a inflação cai, ela cai como reflexo do que é um abrandamento da procura sobre a oferta disponível que temos em determinado momento”, apontou.

Fernando Medina recordou o contexto em que “um país como a Alemanha [está] numa situação de recessão, de países de grande dimensão em situação de estagnação” e em que “um número significativo de países também, com níveis de crescimento baixo, exceto Portugal e Espanha, que têm pontuado com crescimentos económicos bastante acima dos outros países europeus”.

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Economia alemã contraiu 0,3% no último trimestre de 2023

Contribuição do comércio líquido permaneceu neutra, já que tanto exportações como importações diminuíram 1,6% e 1,7%, respetivamente. Em termos homólogos, a economia contraiu 0,2% no quarto trimestre.

A Alemanha sofreu uma contração de 0,3% no último trimestre de 2023, após dois períodos consecutivos de estagnação, devido ao impacto do aumento dos preços, dos custos dos empréstimos e da fraca procura externa, o que penalizou particularmente a indústria transformadora e a construção, revelou esta sexta-feira o instituto alemão de estatística Destatis.

A formação bruta de capital fixo (investimento) caiu 1,9% (contra os 0,1% no terceiro trimestre), sobretudo devido a quebras nos investimentos em construção (-1,7% vs -0,8%) e máquinas e equipamentos (-3,5% vs 1,4%). Por outro lado, as variações de stocks retiraram 0,1 pontos percentuais ao crescimento.

Já o consumo privado aumentou 0,2% (contra os 0% no terceiro trimestre) e a despesa pública aumentou 0,3% (tinha sido de 1,1% no terceiro).

A contribuição do comércio líquido permaneceu neutra, uma vez que tanto as exportações como as importações diminuíram 1,6% e 1,7%, respetivamente. Em termos homólogos, a economia contraiu 0,2% no quarto trimestre.

Recorde-se que o Governo alemão reviu esta quarta-feira em baixa a sua previsão de crescimento para este ano, apontando para um aumento do PIB de 0,2% em vez de 1,3%, num cenário de crise. Uma crise causada por múltiplos fatores que se acumulam e penalizam o setor industrial alemão, que representa cerca de 20% do PIB e ainda não regressou aos níveis de produção anteriores à pandemia de Covid-19. O PIB da Alemanha teve um recuo de 0,3% no final do ano passado.

Por outro lado, os conselheiros económicos da Alemanha planeiam seguir o exemplo do Governo federal e reduzir também a sua previsão para o crescimento económico em 2024, segundo avançou à Reuters esta semana a conselheira Ulrike Malmendier. “Acho que definitivamente iremos na mesma direção… é isso que os nossos números indicam”, disse Malmendier, em entrevista.

A previsão de novembro do conselho de assessores económicos do Governo estimou que o crescimento atingiria apenas 0,7% em 2024. A próxima atualização oficial está prevista para meados de maio.

Também a Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento alemão para 0,3% este ano, contra os anteriores 0,8% esperados. Em 2025, a terceira maior economia do mundo – ultrapassou o Japão porque este entrou em recessão – deverá crescer 1,2% em 2025.

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“É evidente um atraso da transição energética”

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  • 23 Fevereiro 2024

Em entrevista ao ECO, Pedro Q Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, comenta as conclusões do estudo "Net Zero Readiness Report 2023", realizado pela KPMG.

O estudo “Net Zero Readiness Report 2023”, realizado pela KPMG, analisa as medidas tomadas por 24 países, bem como por setores económicos chave, para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e também discute o seu grau de preparação e capacidade para atingir emissões líquidas nulas destes gases até 2050.

Mas estará o caminho para esta transição a ser devidamente traçado? Há um avanço ou um atraso? Para responder a estas e outras perguntas, Pedro Q Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal, partilhou, em entrevista ao ECO, as conclusões a que chegou depois de uma análise aos dados recolhidos pelo estudo da KPMG.

De uma forma geral, o cenário é positivo ou ainda se percebe um atraso nesta transição?

Apesar de muitos países terem realizado avanços relevantes, em particular na Europa, que tem claramente liderado no combate às alterações climáticas, seguindo uma agenda regulatória consistente e focada em influenciar a descarbonização das suas economias, o cenário global não é muito positivo e é evidente um atraso da transição energética, como, aliás, fica bem patente na falta de consenso que se tem verificado nas sucessivas cimeiras climáticas.

As perspetivas de recuperação deste atraso não são muito otimistas no atual contexto mundial, fortemente marcado pelos efeitos de duas guerras, prevendo-se uma crescente dificuldade em manter o foco no combate às alterações climáticas e em compatibilizar os exigentes investimentos de descarbonização com outras necessidades, como, por exemplo, os apoios públicos para compensar os efeitos dos aumentos dos custos com energia, da inflação e do aumento das taxas de juro, bem como com necessidades de aumentar investimentos associados ao reforço da segurança nacional.

Dentro dos países analisados, há uns que se destacam pela implementação de medidas que aceleram esta transição energética face a outros. Mas o que torna uns países tão atrasados neste processo e outros não?

Destacaria duas naturezas de razões. Por um lado, existe um conjunto alargado de países com baixos níveis de desenvolvimento, com fortes constrangimentos financeiros, que enfrentam ainda grandes desafios para satisfazer necessidades básicas das populações, para os quais, obviamente, as alterações climáticas não são ainda uma prioridade.

Por outro lado, temos países desenvolvidos que estão mais atrasados por falta de foco no combate aos efeitos das alterações climáticas, que não têm colocado a transição energética no topo das prioridades políticas.

Como facilitar o acesso a soluções nos países que ainda não as têm?

O sucesso da transição energética nos países menos desenvolvidos terá de passar obrigatoriamente por estratégias de colaboração internacional e de financiamento das medidas de combate às alterações climáticas.

De facto, uma das grandes decisões da COP28 foi o lançamento de um fundo de “perdas e danos” para ajudar os países mais vulneráveis às alterações climáticas, com os países do norte e do sul a chegarem a acordo sobre as regras de funcionamento deste fundo, que prevê um financiamento de 100 mil milhões de dólares por ano, com início oficial previsto para 2024.

A primeira vez que a KPMG realizou este estudo foi em 2021, pouco antes da COP26. Quais as principais diferenças entre este estudo e o atual?

Globalmente, as alterações não são muito significativas entre os dois estudos. A principal diferença entre os estudos é a evolução positiva nos países europeus, beneficiando dos efeitos catalisadores de uma “avalanche” regulatória na União Europeia, que se desenvolveu de forma muito relevante desde 2021.

Por outro lado, destacaria a alteração de contexto nos Estados Unidos, marcada pela reentrada no Acordo de Paris, já com alguns impactos visíveis nas políticas adotadas, que se espera venham a ter efeitos relevantes nos próximos anos.

Pedro Q Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG Portugal
Considera que o objetivo de emissões líquidas nulas até 2050 vai ser realmente cumprido?

O objetivo de emissões líquidas nulas até 2050 será certamente atingido por muitos países, nomeadamente na Europa, mas parece-me muito provável que muitos países menos desenvolvidos não venham a conseguir atingir esse objetivo em 2050.

Por outro lado, países com um grande impacto nas emissões globais – como os Estados Unidos, a China e a Índia – têm ainda um longo caminho pela frente para conseguirem atingir este objetivo. O sucesso destes países determinará em grande medida o sucesso global.

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Portugueses são os segundos piores da União Europeia em literacia financeira

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2024

Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) pior classificado em literacia financeira, sobre questões como inflação e juros, revela um estudo divulgado esta sexta-feira.

Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) pior classificado em literacia financeira, sobre questões como inflação e juros, revela um estudo divulgado esta sexta-feira, no dia em que os ministros das Finanças europeus discutem como reduzir obstáculos.

No dia em que os ministros dos Assuntos Financeiros e Económicos da UE se reúnem na cidade belga de Gante, pela presidência rotativa do Conselho ocupada pela Bélgica, o grupo de reflexão Bruegel publica um estudo em que releva que, “em média, apenas uma em cada duas pessoas na UE tem conhecimentos financeiros”.

Com uma média europeia a 27 Estados-membros de 52% de inquiridos que responderam corretamente a pelo menos três de cinco perguntas feitas, esta percentagem foi de 42% para os questionados em Portugal, numa avaliação que tem por base cinco questões sobre juros compostos, inflação, relação entre taxas de juro e preços das obrigações, risco e rendimento e diversificação dos riscos.

“Em resposta a um inquérito de 2023 que continha cinco perguntas de avaliação dos conhecimentos financeiros básicos, apenas metade dos inquiridos respondeu corretamente a pelo menos três das cinco perguntas, facto que representa um baixo nível de conhecimentos financeiros e um obstáculo para os indivíduos investirem nos mercados financeiros”, acrescenta Bruegel, grupo dedicado a assuntos económicos.

Em causa está então um inquérito feito no ano passado pela Comissão Europeia e publicado no relatório, que indica que os portugueses inquiridos foram, só atrás dos romenos, os piores em conhecimentos financeiros.

As percentagens mais altas foram verificadas na Finlândia (73%), Estónia (67%) e Dinamarca (66%) e as mais baixas na Roménia (36%), Portugal (42%) e Grécia (43%).

A literacia financeira relaciona-se com o conhecimento e compreensão, mas também com a capacidade de promover a tomada de decisões financeiras.

De acordo com o Bruegel, “os países com maior proporção de pessoas com conhecimentos financeiros têm um maior número de pessoas que poupam e pedem empréstimos a uma instituição financeira, o que indica que os conhecimentos financeiros podem melhorar a inclusão financeira”.

O grupo de reflexão alerta que “as pessoas com mais conhecimentos financeiros são menos frágeis financeiramente, na medida em que conseguem cobrir as suas despesas em caso de perda súbita de rendimentos e estão mais confiantes de que terão fundos suficientes para se sustentarem durante a reforma”.

Neste caso em concreto, do inquérito, “as perguntas mais frequentemente respondidas corretamente pelos inquiridos mediam a compreensão da inflação e a relação entre risco e rendimento. Em contrapartida, apenas um em cada cinco inquiridos respondeu corretamente a uma pergunta sobre a relação entre as taxas de juro e os preços das obrigações”, especifica o Bruegel.

No estudo pedido pela presidência belga do Conselho da UE, e ao qual a Lusa teve acesso, os investigadores do Bruegel Maria Demertzis, Mejino Lopez, Annamaria Lusardi e Luca Léry Moffat recomendam que todos os países da UE criem uma estratégia nacional de literacia financeira.

É urgente pôr em prática estas estratégias […] e ajudar a colmatar as lacunas de género e outras lacunas de conhecimento entre os grupos vulneráveis e garantir que a educação financeira comece cedo e nas escolas“, adiantam.

Na tarde desta sexta-feira, durante uma sessão de trabalho na reunião informal dos ministros das Finanças da UE, na qual participa o governante português da tutela Fernando Medina, os responsáveis vão debater a literacia financeira dos cidadãos da UE e como melhorar a participação dos pequenos investidores nos mercados financeiros.

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Fosso entre forças de segurança pode levar militares a sair à rua

  • ECO
  • 23 Fevereiro 2024

Caso o Governo mexa nos subsídios das polícias de segurança e se esqueça da tropa, os sargentos admitem ir para a rua manifestar-se depois das eleições.

O “fosso” entre as forças de segurança estão a provocar descontentamento. Caso o Governo mexa nos subsídios das polícias de segurança e se esqueça da tropa, os sargentos admitem ir para a rua manifestar-se depois das eleições, avança o Expresso. Militares mais jovens são os mais disponíveis para lutar com “maior visibilidade” pelas reivindicações.

No início de fevereiro, a Associa­ção de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) já tinha avisado o chefe da Casa Militar do Presidente da República, vice-almirante Sousa Pereira, em Belém, que os quartéis estão em “efervescência” e “há um grande fosso em relação às forças de segurança”. Também a Associação Nacional de Sargentos (ANS) tem constado “a sensação de mal-estar pelo tratamento diferenciado a vários níveis” entre militares e forças de segurança.

Ao Expresso, António Lima Coelho, presidente da ANS, explicou os subsídios e suplementos de paraquedistas, submarinistas, mergulhadores, tripulantes de voo e dos inativadores de engenhos explosivos “não são devidamente tratados” e que “há 44 anos andam a bater-se por isso”. Por outro lado, António Mota, presidente da AOFA, garante que Marcelo está “perfeitamente a par de todas as matérias” e está “sensibilizado”.

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