Marinha do Irão apreende petroleiro norte-americano por decisão judicial

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O navio esteve envolvido numa disputa de um ano que acabou por levar o Departamento de Justiça norte-americano a confiscar um milhão de barris de petróleo bruto iraniano.

A Marinha iraniana apreendeu esta quinta-feira no Golfo de Omã um petroleiro norte-americano que motivou uma grave crise entre Teerão e Washington, anunciaram as autoridades, uma medida que agrava as tensões no Médio Oriente. “A marinha da República Islâmica do Irão apreendeu um petroleiro norte-americano nas águas do Mar Arábico, de acordo com uma decisão judicial”, informou a agência noticiosa oficial Irna.

A Agência de Segurança Marítima do Reino Unido (UKMTO) e a empresa privada Ambrey tinham anunciado anteriormente que homens armados “uniformes pretos de estilo militar com máscaras pretas” tinham abordado um petroleiro no Golfo de Omã. O navio era conhecido como “Suez Rajan” e esteve envolvido numa disputa de um ano que acabou por levar o Departamento de Justiça norte-americano a confiscar um milhão de barris de petróleo bruto iraniano.

A apreensão ocorre também após semanas de ataques dos rebeldes Huthi do Iémen, apoiados pelo Irão, contra a navegação no Mar Vermelho, incluindo o maior bombardeamento de sempre de drones e mísseis, lançado na terça-feira. Este ataque aumentou o risco de possíveis retaliações por parte das forças lideradas pelos EUA, que atualmente patrulham aquela via navegável vital, especialmente depois de uma votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas na quarta-feira, condenando os Huthis e quando responsáveis norte-americanos e britânicos alertaram para as potenciais consequências dos ataques.

A agência marítima britânica, organismo que alerta os marinheiros no Médio Oriente, informou que a apreensão começou de manhã cedo, nas águas entre Omã e o Irão, numa zona onde transitam os navios que entram e saem do Estreito de Ormuz, a estreita foz do Golfo Pérsico através da qual um quinto de todo o petróleo comercializado é transportado.

A empresa de segurança privada Ambrey disse que “quatro a cinco pessoas armadas” entraram a bordo do navio, que identificou como o petroleiro “St. Nicolas”. Segundo a empresa, os homens cobriram as câmaras de vigilância quando entraram a bordo. O petroleiro encontrava-se ao largo da cidade de Bassora, no Iraque, a carregar petróleo bruto com destino a Aliaga, na Turquia, para a refinaria turca Tupras.

Os dados de localização por satélite analisados pela agência The Associated Press mostraram que o petroleiro, com pavilhão das Ilhas Marshall, tinha virado e se dirigia para o porto de Bandar-e Jask, no Irão. “St. Nicolas” foi anteriormente batizado de “Suez Rajan”, associado à companhia de navegação grega Empire Navigation.

Numa declaração à AP, a Empire Navigation, com sede em Atenas, reconheceu ter perdido o contacto com o navio, que tem uma tripulação de 18 filipinos e um cidadão grego. A empresa não entrou em pormenores. A Empire Navigation especificou ainda que “o fretador do navio é a [petrolífera turca] Tupras” e confirmou a ativação de “um plano de emergência”.

“Notificámos as autoridades competentes e estamos a envidar todos os esforços para restabelecer as comunicações com o ‘St. Nikolas'”, referiu a empresa, citada pela agência Europa Press. As atenções começaram a centrar-se no “Suez Rajan” em fevereiro de 2022, quando o grupo de defesa do ambiente United Against Nuclear Iran disse suspeitar que o petroleiro transportava petróleo da ilha iraniana de Khargh, o seu principal terminal de distribuição de petróleo no Golfo Pérsico.

Durante meses, o navio permaneceu no Mar da China Meridional, ao largo da costa nordeste de Singapura, antes de se dirigir subitamente para a costa do Texas sem qualquer explicação. O navio descarregou a sua carga para outro petroleiro em agosto, que libertou o seu petróleo em Houston como parte de uma ordem do Departamento de Justiça.

Em setembro, a Empire Navigation declarou-se culpada de contrabando de petróleo bruto iraniano sancionado e concordou em pagar uma multa de 2,4 milhões de dólares (cerca de 2,2 milhões de euros) por um caso que envolvia o petroleiro.

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Primetag capta 3,5 milhões para expandir plataforma que avalia influenciadores

Plataforma, que ajuda as marcas a medir o desempenho dos influenciadores, está presente em mais de 50 mercados. Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, França, EUA e México são as geografias na mira.

A Primetag, plataforma de marketing que ajuda as marcas a avaliar o desempenho dos influenciadores, fechou uma ronda de 3,5 milhões de euros, coliderada pela Iberis Capital e pela Indico Capital Partners. Desenvolvimento de produtos e expansão para novos mercados são os objetivos com este reforço de capital. Espanha, Itália, Reino Unido, Alemanha, França, EUA e México são as geografias na mira, adianta fonte oficial ao ECO.

“Há já algum tempo que estamos a aperfeiçoar a nossa plataforma e sentimos estar agora na posição certa para que o nosso produto principal escale a nível global. Esta ronda vai permitir este movimento e também que continuemos a acrescentar mais capacidade de análise de dados aos nossos clientes globais”, afirma Manuel Albuquerque, CEO da Primetag, citado em comunicado.

Fundada em 2016, com sede em Aveiro e escritórios em Lisboa, a plataforma da Primetag permite fazer o planeamento de marketing e medição e otimização de campanhas e influenciadores, cobrindo com as suas soluções e serviços mais de 50 mercados, segundo informa a empresa.

“O setor de marketing de influencers continua a registar um crescimento rápido, transformando fundamentalmente as estratégias de publicidade das marcas. À medida que esta indústria evolui, a procura por análises de dados personalizadas e sofisticadas aumenta. O software da Primetag está na vanguarda desta transformação, oferecendo soluções potenciadas pela análise de dados de desempenho de marketing de influencers. Estamos entusiasmados por apoiar a empresa no seu caminho para se tornar um líder global no setor”, refere Stephan Morais, presidente da Indico Capital Partners, citado em comunicado.

A injeção de capital irá permitir à empresa acelerar o crescimento da oferta de produtos, aumentar capacidade de vendas e lançar “uma nova linha de negócio.”

“A Primetag combina uma proposta tecnológica fortemente diferenciada que permite a marcas, agências e criadores, um salto na profissionalização da gestão deste meio cada vez mais relevante. Alia a essa componente tecnológica uma equipa de gestão com conhecimento profundo do mercado, experiência e ambição global que lhe permite legitimamente ambicionar uma posição de liderança neste espaço. A Iberis tem muito orgulho em fazer parte deste caminho da Primetag”, João Henriques, sócio da Iberis Capital, citado em comunicado.

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Portugal regista excesso muito elevado de mortalidade na primeira semana do ano

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O nosso País é o único, entre os 25 da rede europeia EuroMOMO, com o nível mais alto de óbitos relacionados com gripe, covid-19, diferenças de temperatura e outras ameaças à saúde pública.

Portugal é o país com o maior excesso de óbitos na primeira semana de 2024, entre os 25 que constituem a rede europeia EuroMOMO, que calcula semanalmente os números da mortalidade dos países membros.

Os dados, consultados esta quinta-feira pela agência Lusa, revelam que Portugal é o único membro da EuroMOMO registado com a designação “excesso muito elevado”, tendo uma pontuação de 12,14.

Os números recolhidos pela EuroMOMO, do instituto dinamarquês de prevenção de doenças contagiosas Statens Serum Institut, permitem a comparação do desvio padrão da mortalidade nos diferentes países (z-scores), medindo o excesso de mortes relacionadas com a gripe, covid-19, diferenças de temperatura e outras ameaças à saúde pública.

A medição inicia-se na base zero, sendo que os valores entre -2 e 2 encontram-se dentro do intervalo normal, enquanto a partir de 4 já é considerado “excesso moderado”.

De 2 a 4 é considerado “excesso reduzido”; de 7 a 10 “excesso elevado”; de 10 a 15 “excesso muito elevado”; e mais de 15 “excesso extraordinariamente elevado”.

Portugal tem vindo a registar “um excesso muito elevado” de mortalidade desde a última semana de 2023.

No mapa em que é identificado o caso português, apenas a Escócia e a Grécia se destacam por aparecerem com “excesso moderado”. Espanha e Alemanha também surgem assinaladas, mas com “excesso reduzido”.

O grupo de países da EuroMOMO inclui Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Áustria, Alemanha, Luxemburgo, Países Baixos, Hungria, Eslovénia, Malta, Grécia, Ucrânia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Suécia, Inglaterra, País de Gales, Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia, Chipre e Israel.

A rede EuroMOMO tem sido apoiada e trabalhado desde 2016 em estreita colaboração com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e o escritório regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Metrobus entre Serpins e Coimbra entra em funcionamento no final do ano

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

Metrobus "vai servir uma procura da ordem dos 13 milhões de passageiros por ano", diz João Marrana. Estão em curso quatro empreitadas das infraestruturas de base da responsabilidade da IP.

O presidente da Metro Mondego, João Marrana, garantiu esta quinta-feira que a primeira fase do Sistema de Mobilidade do Mondego, entre Serpins (concelho da Lousã) e a Portagem (concelho de Coimbra), entrará em funcionamento no final do ano. “A nossa expectativa é que no final do corrente ano se possa colocar em serviço a primeira fase, operando o metrobus entre Serpins, no Concelho da Lousã, e a Portagem no concelho de Coimbra”, evidenciou.

A garantia do presidente da Metro Mondego foi deixada no final da manhã desta quinta-feira, na Antiga Estação Ferroviária da Lousã, depois de uma visita às obras do Sistema de Mobilidade do Mondego, que contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, bem como da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

Nesta ocasião, João Marrana fez o ponto de situação do projeto, que tem atualmente em curso quatro empreitadas das infraestruturas de base da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), bem como a empreitada de fornecimento de sistemas técnicos, adjudicada pela IP e pela Metro Mondego.

Todas estas intervenções, que correspondem a um investimento global de cerca de 200 milhões de euros, são um pouco como as peças de um relógio. Podem ser maiores ou menores, mas todas têm que estar prontas e no seu lugar para que o sistema possa funcionar.

João Marrana

Presidente da Metro Mondego

Em curso está também a intervenção no canal da Baixa da cidade de Coimbra, o fornecimento de material circulante e dos respetivos sistemas de carregamento, o fornecimento e instalação dos abrigos de passageiros, a empreitada de construção dos postos de transformação, o fornecimento do sistema de bética e a construção do parque de materiais e oficinas.

“Todas estas intervenções, que correspondem a um investimento global de cerca de 200 milhões de euros, são um pouco como as peças de um relógio. Podem ser maiores ou menores, mas todas têm que estar prontas e no seu lugar para que o sistema possa funcionar”, sustentou.

Para que a primeira fase das obras esteja concluída, “muitos passos importantes terão ainda de ser dados”. Entre eles figuram a conclusão da componente das instalações físicas da empreitada entre Serpins e Alto de João e Alto de São João e Portagem, bem como ultimar a colocação dos abrigos e terminar a empreitada do parque de materiais e oficinas.

No que concerne aos equipamentos e sistemas, será necessário efetuar a receção e os testes de integração dos veículos, num total de 35, “o que deverá acontecer a partir do próximo mês”.

No seu entender, a colocação em serviço do Metrobus irá melhorar de forma muito expressiva as ligações entre Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo. “Vai servir uma procura da ordem dos 13 milhões de passageiros por ano. Vão ter acesso a um meio de transporte transporte acessível, oferecendo um elevado padrão de conforto, com uma frequência muito superior à atual e articulando-se com os restantes operadores através de um sistema de bilhete e tarifário integrados”, apontou.

João Marrana destacou ainda que, para além da população passar a dispor de melhor mobilidade, a região terá também maior atratividade. “A pegada ecológica do sistema de transporte irá ser expressivamente reduzida”, concluiu.

Metro Mondego é solução que melhor serve território, diz Costa

Para o primeiro-ministro, o Sistema de Mobilidade do Mondego é a solução que melhor serve território e população, transformando profundamente o tecido urbano de Coimbra e ligando-a aos concelhos vizinhos da Lousã e Miranda do Corvo. “Tudo visto, é a solução que vai servir melhor todo este território e as populações. Tínhamos 17 frequências de comboio, vamos ter mais de 50 frequências diárias de deslocação da Lousã para Coimbra e, sobretudo, a solução do metrobus é a solução em que esse sistema se insere de forma mais harmoniosa no tecido urbano da cidade de Coimbra”, destacou António Costa.

No seu entender, o Sistema de Mobilidade do Mondego cumpre a dupla função de ligar as populações da Lousã e de Miranda do Corvo, a Coimbra, permitindo ainda “transformar profundamente” o tecido urbano de Coimbra e o sistema de mobilidade no interior da própria cidade.

“Vamos ter uma nova forma de ligação entre a Baixa e a Alta [da cidade de Coimbra]. Com a ligação, desde logo a todo o sistema fundamental do nosso Sistema Nacional de Saúde, que são os hospitais: o da cidade de Coimbra, o Hospital Pediátrico e a futura maternidade, cujo projeto de execução foi agora concluído”, sustentou.

Aos presentes, e depois de recordar o difícil percurso, de oito anos, para se chegar a esta solução, António Costa frisou ainda que o Metro Mondego é também um contributo fundamental para se conseguir vencer o maior desafio que a humanidade tem pela frente, que “é o das alterações climáticas”. “Vai retirar qualquer coisa como 17 mil toneladas de CO2 que continuamos a emitir anualmente”, concluiu.

O Sistema de Mobilidade do Mondego, terá uma extensão de 42 quilómetros, ligando Serpins, Lousã e Miranda do Corvo a Coimbra.

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Medway queixa-se de concorrência desleal da rodovia com ferrovia de mercadorias

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O presidente da Medway avisou que o país corre o risco de investir milhões na rede e não ter comboios de carga a circular por não ser competitivo.

O presidente da Medway queixou-se hoje de concorrência desleal entre rodovia e ferrovia de mercadorias e avisou que o país corre o risco de investir milhões na rede e não ter comboios de carga a circular por não ser competitivo.

“Podemos chegar ao extremo de ter uma excelente rede ferroviária onde não circularão quaisquer comboios de mercadorias, face à gritante discriminação de medidas que apoiam a rodovia e penalizam a ferrovia“, afirmou Carlos Vasconcelos, em Lisboa, durante a cerimónia de apresentação das novas locomotivas Stadler Euro 6000, as primeiras quatro de um total de 16 locomotivas adquiridas há dois anos, num investimento total superior a 90 milhões de euros.

O presidente da Medway, antiga CP Carga, considerou mesmo que Portugal é um país “esquizofrénico” em termos ferroviários, que corre o risco de investir “milhares de milhões numa excelente rede”, mas “os operadores ferroviários de mercadorias terão mudado o seu material circulante para o país vizinho que desenvolve uma verdadeira política de incentivo à transferência modal”.

Em concreto, a Medway acusou o Governo de fazer “declarações de amor” à ferrovia, mas depois adotar medidas que beneficiam a rodovia, como por exemplo a taxa de utilização imputada aos operadores ferroviários de mercadorias, enquanto “a maior parte da rede rodoviária não tem qualquer portagem para carga”.

Carlos Vasconcelos realçou também que os operadores ferroviários suportam a quase totalidade dos custos de manutenção da infraestrutura, enquanto os rodoviários não, e que a rodovia recebe subsídios para a renovação da sua frota com camiões mais eficientes e sustentáveis e a ferrovia não.

“A rodovia recebeu as compensações pelo aumento dos custos dos combustíveis em 2022 e 2023, como sabem foram aumentos absolutamente exorbitantes, e a ferrovia? Nada. Nem um cêntimo. Porquê? Não sabemos. O Governo anunciou em 2022 estes apoios também para ferrovia e renovou-os para 2023 tal como o fez para a rodovia. Prometeu, mas não cumpriu, mas a rodovia já recebeu os seus apoios”, lamentou o presidente da Medway.

Outras das medidas que comprovam, para a transportadora, a concorrência desleal com a rodovia é a redução de portagens em nome da coesão territorial, mas, por outro lado, o transporte de mercadorias por comboio teve um aumento médio de 22%, a que se somarão mais 8% em 2025.

“Espanha cobra uma taxa de uso de 23 cêntimos por quilómetro, Portugal cobra 1.87 euros este ano, ou seja, é oito vezes mais caro transportar em Portugal do que em Espanha”, destacou o responsável, dando ainda como exemplo a Áustria, que isentou a cobrança de taxa de uso às empresas de transporte ferroviário de mercadorias, no âmbito das políticas de redução das emissões de dióxido de carbono.

As novas quatro locomotivas da Medway, encomendadas à fabricante suíça Stadler, são elétricas e, como habitual na empresa, vão receber o nome de filhas ou netas de trabalhadores.

Defender mudança de bitola é “ignorância”

O presidente da Medway, Carlos Vasconcelos, considerou, por outro lado, que falar em mudança da bitola, da ibérica para europeia, é ignorância e demonstra desconhecimento do mercado ferroviário. “Quem fala disso [da mudança da bitola] são ignorantes que não conhecem o mercado ferroviário, não conhecem as mercadorias e falam sem saber, não quero pensar que seja por outras razões”, afirmou o presidente da Medway, antiga CP Carga, em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de apresentação das novas locomotivas Stadler Euro 6000, em Lisboa.

Questionado sobre se a bitola ibérica, usada em Portugal e Espanha, é a razão para não se avançar com transporte de mercadorias por comboio para lá dos Pirenéus, que separam a Península Ibérica do resto da Europa, Carlos Vasconcelos foi perentório: “A bitola não é o problema”, mas sim a falta de rede para que seja competitivo transportar carga por esta via.

“A rede espanhola para mercadorias é exclusivamente bitola ibérica, as ligações a Portugal são todas de bitola ibérica. A Adif [administradora espanhola de Infraestruturas ferroviárias] não tem projetos nos próximos 10, nos próximos 20 anos para alterar esta situação, quem disser o contrário mente abertamente e está a tentar enganar as pessoas”, apontou o presidente da Medway.

Carlos Vasconcelos explicou também que construir bitola europeia em Portugal, sem que haja planos em Espanha para fazer a mesma mudança, iria obrigar a fazer dois transbordos de carga, um na fronteira com Espanha e outro na fronteira espanhola com França.

Questionado ainda sobre se a nova linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto devia permitir também a passagem de comboios de mercadorias, o responsável defendeu que a nova linha deve ser exclusiva para passageiros, para resolver os congestionamentos atuais.

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Miguel Alves satisfeito por contar verdade dos factos e confiante na justiça

  • Lusa
  • 11 Janeiro 2024

O MP acusa Miguel Alves - que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro após saber da acusação – de ter violado as normas de contratação pública.

O ex-presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, disse estar muito satisfeito por, finalmente, poder contar a verdade dos factos, em tribunal, manifestando absoluta confiança de que se fará justiça. Em declarações aos jornalistas à saída do Tribunal de Viana do Castelo, onde juntamente com a empresária Manuela Sousa começou a ser julgado por alegada prevaricação, negou todos os factos que constam da acusação do Ministério Público (MP).

“Estou muito satisfeito por poder, finalmente, dar conta da verdade dos factos e poder estar a esclarecer tudo o que se passou. Permite-me estar confiante que se realizará justiça”, afirmou. Para o ex-autarca socialista, “é muito importante” que se esclareça “a matéria” do processo. “Vamos continuar a falar. As testemunhas vão prestar declarações, todos vão poder falar. O que vos quero dizer é a absoluta satisfação por poder estar a esclarecer esta matéria. É muito importante que o façamos. Também a absoluta confiança de que se realizará justiça. Tudo ficará absolutamente esclarecido”, afirmou, após a interrupção dos trabalhos para almoço.

Já a arguida Manuela Sousa escudou-se a prestar declarações aos jornalistas no final da sessão da manhã. “Respeito muito o vosso trabalho, mas não vou prestar declarações”, disse.

O MP acusa Miguel Alves – que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro após saber da acusação – de ter violado as normas de contratação pública quando acordou com a empresária serviços de assessoria de comunicação para o município “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

Segundo a acusação, em 2014, Miguel Alves e Manuela Sousa, que à data dos factos usava o apelido Couto, “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida.

O despacho de acusação refere que Miguel Alves e a empresária, em reunião realizada a 4 de julho de 2014 na Câmara Municipal de Caminha, acordaram que uma das empresas “começaria, de imediato, a prestar serviços de assessoria de comunicação ao município”.

O MP diz que, pelo menos, durante o mês de julho de 2014 e a partir daquela data, a arguida “determinou que funcionárias das suas empresas, nomeadamente da MIT e da Mediana, prestassem serviços de assessoria de imprensa e promoção do município de Caminha, o que fez com conhecimento e acordo do arguido Miguel Alves”.

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Developer “inconformado” com recrutamento já vende 13,5 milhões e emprega 300 consultores

A Kwan, portuguesa especializada em outsourcing e nearshoring de perfis tech, emprega 300 pessoas e fatura 13,5 milhões de euros. Até 2026, a tecnológica quer ter na sua estrutura 500 pessoas.

Fundada em 2017 por Rui Pedro Alves, a Kwan, consultora portuguesa especializada em outsourcing e nearshoring de perfis tecnológicos, que integra o Grupo Rupeal, emprega 300 pessoas, fatura 13,5 milhões de euros e soma mais de 60 clientes de diversas áreas de negócio, sendo que os 14 clientes internacionais representam 30% do negócio.

“A Kwan existe porque um developer acreditou numa forma melhor de recrutar e gerir o talento tecnológico”, explica ao ECO/Local Online Duarte Fernandes, que assume agora o cargo de CEO. Antes de fundar a Kwan, Rui Pedro Alves, formado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, tinha criado em 2007 a Rupeal, conhecida pelo software de faturação certificado InvoiceXpress.

A Kwan existe porque um developer acreditou numa forma melhor de recrutar e gerir o talento tecnológico.

Duarte Fernandes

CEO da Kwan

Duarte Fernandes conta que o developer, na altura com 27 anos, “percebeu que algumas empresas por onde passou contratavam os profissionais em processos pouco transparentes e com uma gestão de carreiras inexistente”. Na prática, sentia-se um número para muitas dessas empresas para as quais trabalhou”, explica. É dessa frustração que nasce a vontade do Rui Pedro fazer diferente e decide criar a Rupeal “onde as pessoas ocupam o primeiro lugar na equação”.

Rui Pedro Alves, fundador do Grupo Rupeal ao qual a Kwan pertence, transita de CEO para assumir a presidência do conselho de administração do grupo, mantendo a posição de CEO do software de faturação certificado InvoiceXpressKwan

Dez anos mais tarde, o developer decidiu criar a Kwan para ter “uma marca que refletisse melhor os valores de outsourcing”, detalha o atual CEO da empresa. O nome Kwan é inspirado no filme Jerry Maguire, de 1996, em que Tom Cruise interpreta o papel de um agente de desportistas que acaba por cansar-se de trabalhar para uma agência que só pensava no lucro.

“Se colocarmos as pessoas em primeiro lugar, o resto acaba por ser uma consequência disso“, destaca Duarte Fernandes que trabalhou para empresas como a Hays e a Multipessoal, até entrar em 2012 no grupo Rupeal, a convite de Rui Pedro Alves. O CEO, formado em Psicologia das Organizações pelo ISPA, realça que “2023 foi o maior ano de crescimento da empresa”. No ano passado, contabiliza, faturou 13,5 milhões de euros (mais 30% em termos homólogos), conquistou 30 novos clientes e contratou 153 novos consultores.

A Kwan arranca o ano de 2024 com uma nova estrutura de gestão. Rui Pedro Alves, fundador do Grupo Rupeal, ao qual a Kwan pertence, transita da função de CEO para assumir a presidência do conselho de administração do grupo, mantendo a posição de CEO do software de faturação certificado InvoiceXpress; Duarte Fernandes, que assumia o cargo de COO, sobe a CEO. E João Mauritti transita de head of operations para COO da Kwan.

Para este ano, a Kwan prevê contratar mais 200 consultores e alcançar os 18 milhões de euros de faturação. Até 2026, a tecnológica quer ter na sua estrutura um total de 500 consultores.

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Já é possível embarcar só com imagem da face nos aeroportos de Lisboa e Porto

  • ECO
  • 11 Janeiro 2024

Sistema que facilita o embarque no avião já está a ser usado em voos selecionados da TAP dentro do espaço Schengen. Será alargado a mais companhias, destinos e aeroportos em Portugal.

A ANA instalou um sistema biométrico nos aeroportos de Lisboa e Porto que permite fazer o embarque apenas com a imagem da face, deixando de ser necessário mostrar o passaporte e a identificação. Solução vai ser alargada também a Faro, Madeira e Ponta Delgada.

O embarque biométrico está, por ora, limitado a voos selecionados da TAP dentro do espaço Schengen. “Numa segunda fase, juntar-se-ão outras companhias aéreas e mais destinos, incluindo voos extraeuropeus”, informa a concessionária dos aeroportos nacionais em comunicado. No segundo semestre, ficará disponível em Faro, Madeira e Ponta Delgada.

Para usar a Biometrics Experience desenvolvida pela Vinci Airports, dona da ANA, os passageiros têm de fazer o registo prévio num dispositivo móvel através de uma aplicação com o mesmo nome, disponível em IOS e Android. Podem também recorrer a um equipamento próprio no aeroporto, localizado à entrada do check-in, ou junto às portas de embarque, para passageiros em transferência de voos, indica a ANA.

O registo implica usar a aplicação ou o quiosque para fotografar “o cartão de embarque, o passaporte eletrónico ou o cartão do cidadão de nacionalidade portuguesa e tirar uma ‘selfie’, aceitando os termos e condições”, explica a concessionária. No embarque, basta dirigir-se à máquina que faz a leitura dos dados biométricos da face. Os dados são apagados após a partida do voo.

O sistema começou a ser instalado e testado no Aeroporto de Lyon, em 2022, e é apoiado pela União Europeia, através do programa NextGenerationEU. Segundo a ANA a tecnologia “está na vanguarda dos mais inovadores procedimentos de embarque nos aeroportos mundiais”. O valor do investimento não é mencionado.

“A tecnologia com o reconhecimento facial vai permitir uma viagem mais rápida, mais simples, em que o passageiro ganha conforto e tempo, com total segurança na confidencialidade dos seus dados e do processo”, afirma Thierry Ligonnière, CEO da ANA-Aeroportos de Portugal, citado no comunicado.

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Parlamento adia votação e já não vai regulamentar lóbi antes das eleições. PS acusa PSD de “incapacidade de resistir às pressões”

  • Lusa e ECO
  • 11 Janeiro 2024

Adiamento foi proposto em primeiro lugar pela IL mas foi rejeitado, com o voto contra do PS e do Chega. PSD usou um direito potestativo (obrigatório), atirando o dossiê para a próxima legislatura.

A votação na especialidade dos projetos de lei para regulamentar o lóbi foi adiada pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, pelo que o Parlamento não terá tempo para fechar uma lei até à dissolução.

O adiamento foi proposto em primeiro lugar pelo deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, mas foi rejeitado, com o voto contra do PS e do Chega. Na sequência da votação, o PSD usou um direito potestativo (obrigatório), adiando a discussão da representação legítima de interesses.

A Assembleia da República vai ser dissolvida pelo Presidente da República na segunda-feira, e o último plenário com votações está agendado para quinta-feira, a derradeira oportunidade para os diplomas serem aprovados em votação final global. Com este adiamento da votação na especialidade, decidido na quarta-feira, o parlamento já não tem tempo para aprovar uma lei nesta legislatura.

Os projetos apresentados por PS, PSD, IL e PAN constavam na ordem de trabalhos da reunião da 14.ª comissão, depois de a matéria já ter sido adiada na terça-feira por falta de quórum. Estes diplomas foram aprovados em plenário na generalidade na semana passada, tendo descido à 14.ª comissão para o processo de especialidade.

O PS tinha apresentado na quarta-feira um texto de substituição, que não chegou a ser apresentado na reunião. O líder do grupo parlamentar do PS lamentou esta quinta-feira, em declarações aos jornalistas, que o “país irá para eleições mais uma vez sem resolver este problema”.

O consenso gerado no hemiciclo foi perturbado por incapacidade do PSD de resistir às pressões para que a legislação não fosse finalmente aprovada.

Eurico Brilhante Dias

Líder parlamentar do PS

“Durante a última semana, depois da aprovação na generalidade dos diplomas sobre lóbi, o consenso gerado no hemiciclo foi perturbado por incapacidade do PSD de resistir às pressões para que a legislação não fosse finalmente aprovada“, atirou Eurico Brilhante Dias.

O responsável socialista defendeu que esta legislação era “importante para dar transparência e trazer para a luz um conjunto de instituições que praticam o interface entre as entidades públicas e o setor privado”. No entanto, a “manobra regimental” do PSD, lamentou, fez “soçobrar um processo que precisava de consenso amplo”.

(Notícia atualizada às 13h45)

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BCP e Novobanco fecham acordos com BEI para disponibilizar 700 milhões às empresas

  • ECO
  • 11 Janeiro 2024

BCP e Novobanco assinaram protolocos com o Banco Europeu de Investimento que permitirão que os dois bancos disponibilizem um total de 700 milhões às empresas das regiões menos desenvolvidas.

O BCP e o Novobanco assinaram acordos com o Banco Europeu de Investimento (BEI) que vão permitir que os dois bancos disponibilizem um total de 700 milhões de euros em novos empréstimos às empresas portuguesas.

No caso do BCP, a garantia do BEI permitirá a concessão até 400 milhões de euros em novas operações de crédito às mid-caps nacionais.

“Numa altura em que as taxas de juro são elevadas, o ambiente operacional é difícil e a oferta de crédito é reduzida”, aponta o banco liderado por Miguel Maya, o “acordo de garantia permitirá ao BCP conceder novos empréstimos com melhores condições de crédito, graças ao apoio do BEI”, adianta a instituição em comunicado.

Gemma Feliciano, Head of Division for Western Europe do BEI, e João Nuno Palma, vice-presidente da Comissão Executiva do BCPDR

Já o Novobanco explica que o contrato consiste numa garantia de 150 milhões de euros a prestar pelo BEI, reforçando a sua “a capacidade de financiamento e assunção de riscos (…) através de uma partilha de riscos de 50% relativamente a novos empréstimos a empresas portuguesas de média capitalização e a entidades do setor público, num total de 300 milhões de euros, em particular, beneficiando as regiões da Coesão”.

As operações de financiamento permitirão aos dois bancos financiar projetos de investimento e empresas nas regiões menos desenvolvidas em Portugal.

Os contratos foram assinados esta quinta-feira, em cerimónias que contaram com a presença da diretora do BEI Gemma Feliciani.

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Preços do gás de botija de butano e propano voltam a subir em janeiro

Depois de em dezembro se ter verificado uma subida nos preços do gás engarrafado, o regulador indica que a tendência deverá manter-se em janeiro. Garrafa de propano de 45 quilos com maior subida.

Os preços do gás de petróleo liquefeito (GPL) engarrafado deverão voltar a subir em janeiro, respeitando a tendência verificada em dezembro de 2023. De acordo com o relatório mensal da supervisão de preços de GPL engarrafado, no qual são analisados os preços estimados pelo regulador, a maior subida verificar-se-á na garrafa G110 de propano de 45 quilos, cujo preço eficiente deverá ascender os 110,02 euros por garrafa.

“Os preços de GPL, em janeiro, mantiveram a trajetória ascendente, acompanhando o comportamento das cotações internacionais no mês anterior”, lê-se no relatório da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), divulgado esta quinta-feira, no qual o regulador frisa que nas três principais garrafas de gás comercializadas os “preços (…) sobem em janeiro”.

O regulador recorda que no último mês verificou-se uma tendência crescente nas cotações internacionais do propano e do butano, representando um aumento de sensivelmente 7,8% e 1,2% para o propano e para o butano, respetivamente.

Assim, na botija de G26 de propano de 11 quilos o preço eficiente em janeiro estará 2,19% acima do preço eficiente verificado em dezembro – 29,35 euros em novembro para 29,83 euros em dezembro –, ascendendo os 30,48 euros por garrafa, este mês.

Na garrafa G110 de propano de 45 quilos a discrepância entre o preço eficiente de dezembro e janeiro é de 2,45%. Este mês, os consumidores deverão pagar 110,02 euros por garrafa de G110 de propano. Em novembro, o preço praticado foi de 105,45 euros e em dezembro o valor situou-se nos 107,39 euros por garrafa.

No caso da garrafa G26 de butano de 13 quilos, a diferença dos preços eficientes de dezembro e janeiro é de 0,55%, aumentando o preço desta botija para 31,44 euros por garrafa. Em dezembro o preço situou-se nos 31,27 euros, depois de em novembro se ter fixado nos 31,07 euros.

O preço eficiente corresponde ao valor médio mensal determinado pela ERSE, que tem em conta componentes como o preço do GPL nos mercados internacionais, a logística primária, a componente de retalho e outras parcelas relativas ao frete marítimo. O preço anunciado, por seu turno, resulta da média dos preços reportados no Balcão Único da Energia pelos operadores com volume de negócios superior a 1.000 garrafas por ano.

Olhando para os preços praticados em dezembro, o regulador indica que as diferenças nos três tipos de gás engarrafado variaram entre 2,8% e 5,1% face ao preço eficiente determinado pela ERSE.

De acordo com o relatório, o regulador indica ter verificado, em dezembro, uma diferença de 5,1% entre o preço eficiente e o preço anunciado na botija G26 de propano de 11 quilos, representando um preço praticado superior ao preço estimado pelo regulador em 1,617 euros.

Na garrafa G110 de propano de 45 quilos a diferença foi de 3,9%, representando um preço anunciado superior ao preço eficiente em 4,344 euros. Por seu turno, a disparidade foi de 2,8% entre o preço eficiente e o preço anunciado na garrafa G26 de butano de 13 quilos. Nesta botija, o preço anunciado foi superior ao preço definido pelo regulado em 0,898 euros.

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Marco Galinha reitera disponibilidade para “contribuir para solução” na GM e nega que tenham surgido dívidas após a due diligence

  • Lusa e + M
  • 11 Janeiro 2024

Galinha volta a acusar o fundo que controla a GM de incumprimento, repete que "decidimos já acionar todos os mecanismos legais e judiciais" e reitera disponibilidade "para contribuir para a solução".

O ex-presidente executivo da Global Media e atual chairman, Marco Galinha esclareceu esta quinta-feira que o grupo “não tem passivo de 50 milhões de euros” e que quando o fundo WOF “começou por incumprir” adiantou “verbas necessárias” para pagar salários. A troca de acusações entre o chairman da Global Media e o CEO continua assim a subir de tom. Recorde-se que o fundo que controla o grupo e o presidente do grupo Bel são sócios na empresa Páginas Civilizadas, tendo o fundo comprado 51% da empresa.

Na audição parlamentar decorrida na terça-feira, 9 de janeiro, o presidente executivo (CEO) da Global Media (GMG), José Paulo Fafe, afirmou que a empresa tem um passivo acumulado de quase 50 milhões de euros, “tem dívidas a fornecedores que não estavam na ‘due diligence’ [investigação] de cinco milhões de euros, um grupo que vai fechar o ano” com prejuízos de “sete milhões de euros”.

Hoje, em comunicado, Marco Galinha, que também foi ouvido no mesmo dia pela comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, refere que o grupo não tem aquele montante de passivo e mantém que o World Opportunity Fund – WOF está em incumprimento.

“O Global Media Group não tem um passivo de 50 milhões de euros e é falso que tenham surgido mais cinco milhões de euros de dívidas em faturas para além do que já tinha sido identificado durante a due diligence realizada pelo WOF“, garante o CEO do grupo Bel e anterior presidente executivo da empresa dona do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), TSF, entre outros.

Durante o período em que exerci o cargo de presidente da Comissão Executiva da GMG, em nenhum momento se verificou uma situação de salários em atraso e sempre cumprimos com todas as obrigações para com os colaboradores do grupo“, prossegue o gestor, numa altura em que os trabalhadores aguardam o pagamento dos vencimentos de dezembro.

Pelo sentido de responsabilidade social e empresarial que sempre tivemos, quando o novo acionista começou por incumprir as suas responsabilidades, fomos nós que adiantámos as verbas necessárias para garantir o cumprimento dos primeiros dois meses da massa salarial de todo o grupo“, salienta Marco Galinha, reiterando que “tendo-se continuado a verificar diversos incumprimentos por parte do novo acionista“, foi decidido “já acionar todos os mecanismos legais e judiciais em defesa dos contratos assinados entre a WOF e as Páginas civilizadas“, escreve.

Marco Galinha já tinha adiantado na comissão parlamentar que estavam acionados mecanismos para a defesa de contratos. No mesmo dia, o CEO da Global Media contradizia a acusação de incumprimento, referindo que o fundo WOF “cumpriu todas as obrigações até agora“.

Em cerca de três anos, Marco Galinha investiu 16 milhões de euros na GMG “convicto da excelência daquele projeto e da sua importância para o fortalecimento da comunicação social e da própria língua portuguesa”.

Marco Galinha propôs ao fundo WOF comprar o JN e O Jogo por cerca de 12 milhões de euros, assumindo dentro deste valor todas as dívidas fiscais, de acordo com fontes contactadas pela Lusa e como foi referido pelo atual CEO no Parlamento. Ou seja, no grupo que deixaria de ter o Jornal de Notícias e o diário desportivo, entrariam cerca de 4,5 milhões de euros.

“Apresentei uma proposta que permitiria resolver no imediato algumas das situações mais urgentes, não tendo até ao momento obtido qualquer resposta”, reforça esta quinta-feira no comunicado Marco Galinha.

Há ainda uma proposta com um grupo de empresários portugueses para um aumento de capital – segundo o Jornal Económico – de cinco milhões para estabilizar a tesouraria da empresa, em troca de uma participação de 51% no grupo.

Em 21 de setembro, o World Opportunity Fund (WOF) adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.

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