Lagarde assume que BCE reduzirá as taxas de juro em breve, “salvo surpresas de maior”

A presidente do Banco Central Europeu prepara terreno para reduzir em breve as taxas de juro, numa altura em que o processo de desinflação está a evoluir segundo as previsões do BCE.

À margem das reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), voltou a destacar a necessidade de a autoridade monetária da Zona Euro ter “um pouco mais de confiança no processo de desinflação” antes de iniciar cortes nas taxas de juro.

“Se tudo ocorrer conforme as nossas expectativas e não houver nenhum choque importante em desenvolvimento, caminhamos para um momento onde teremos de moderar a política monetária restritiva”, afirmou Lagarde.

As declarações de Lagarde ocorrem num momento em que a política monetária do BCE parece estar a preparar-se para um ajuste moderado das taxas de juro já no próximo mês de junho, dependendo da evolução da situação inflacionária e a ausência de choques adicionais.

Em declarações à CNBC, Lagarde sublinhou também que o caminho para alcançar a meta de inflação de 2% ainda é acidentado, mas mostrou-se otimista com os dados mais recentes. “Estamos a observar um processo de desinflação que está a evoluir conforme as nossas expectativas”, referiu a presidente do BCE.

Segundo Lagarde, o BCE mantém-se “extremamente atento” às flutuações dos preços do petróleo, especialmente após os recentes conflitos no Médio Oriente e os ataques aéreos sem precedentes do Irão a Israel.

Apesar destas tensões, a reação dos preços do petróleo foi considerada “relativamente moderada”. A presidente do BCE enfatizou a importância de uma vigilância contínua sobre esses preços, dado o seu impacto direto e rápido tanto na energia quanto nos preços dos alimentos.

Recorde-se que o Conselho do BCE manteve as taxas diretoras inalteradas pela quinta reunião consecutiva na semana passada, com a taxa de facilidade permanente de depósito a manter-se no valor mais elevado da história, nos 4%.

No entanto, o BCE adotou uma mudança de linguagem relativamente à inflação, dando sinais para uma possível desaceleração da inflação que levarão ao início de um ciclo de cortes das taxas.

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Livre rejeita ir às europeias coligado com Volt. PAN avalia decisão

Uma coligação a três para as europeias tem sido defendida pelo eurodeputado Francisco Guerreiro e subscrita pelo Volt, mas Livre já rejeitou posição e PAN admite ainda estar a avaliar.

A ideia surgiu do eurodeputado independente Francisco Guerreiro. Face aos resultados eleitorais nacionais, “considero difícil a eleição de um eurodeputado português para o grupo do Verdes. Daí considerar que o Livre, PAN e Volt Portugal deveriam ir em coligação garantindo uma concentração de votos numa frente ecologista”, afirmou em declarações ao ECO. Mas a ideia não terá asas para voar. Ao que o ECO apurou, o partido de Rui Tavares rejeitou essa proposta e do lado de Inês de Sousa Real a hipótese estará ainda ser estudada, ainda que o Volt revele ao ECO não ter recebido nenhuma resposta do PAN à proposta de coligação a três.

A ideia de uma coligação entre os três partidos surgiu pela primeira vez em 2022. Francisco Guerreiro – embora eleito em 2019 pelo PAN, tornou-se independente no ano seguinte, por “divergências políticas” com a direção do partido pelo qual foi cabeça de lista nas últimas eleições europeias – tinha defendido num artigo de opinião no Públicoque a melhor hipótese de os ecologistas portugueses conseguirem um eurodeputado nas próximas eleições europeias de 2024″ seria através de uma coligação entre o PAN, Livre e Volt Portugal.

“Este partido, que já tem como cabeças de lista às eleições europeias Duarte Costa e Rhia Lopes, respetivamente, podia ser assim uma mais-valia logística, programática e numérica neste esforço de ter uma corrente ecologista única para esta eleição específica”, justifica.

A posição é partilhada pela Volt Portugal. Ao ECO, Duarte Costa, que é também copresidente do partido, afirma que “enquanto partido pragmático, europeísta e promotor do diálogo e do bom senso na política” o foco é agora de “construir consensos com estes partidos próximos do Volt no contexto europeu“. O partido, com “ligações fortes” aos valores europeístas, não participou nas eleições europeias de 2019 por ter sido fundado no ano seguinte, preparando a sua estreia no sufrágio europeu a 9 de junho.

Perante a possibilidade de cada um dos partidos conseguir eleger três deputados, “e com isso contribuírem ativamente para uma frente verde progressista portuguesa no Parlamento Europeu”, o Volt tomou a iniciativa de reunir formalmente com a direção do PAN e do Livre “por forma a explorarmos esta possibilidade”.

Apesar de o Livre se ter disponibilizado para se reunir com a Volt Portugal, a confirmação de rejeição à proposta de coligação terá chegado ao partido europeísta “por via indireta”. Ao ECO, fonte oficial do partido de Rui Tavares confirma que na última assembleia do Livre, no passado dia 11 de abril, o partido decidiu que “não vai coligado a estas eleições”, optando por fazer a sua estreia no boletim de voto europeu a solo. As listas do partido ainda estão em fase de discussão internamente.

Quanto ao PAN, que “não respondeu” à solicitação de um encontro com o Volt, Inês de Sousa Real explica ao ECO que a decisão do partido cabe à Comissão Política Nacional do PAN, “que irá reunir após o processo de auscultação interna que a direção (Comissão Política Permanente) está a realizar”, não adiantando prazos. O partido também ainda não apresentou os candidatos às listas.

E quanto a Francisco Guerreiro, a deputada única do PAN frisa que o partido “não lhe reconhece qualquer legitimidade para comentar o que seja relativamente à estratégia do” partido, apontando que o eurodeputado, depois de se ter desvinculado do partido, “não só defraudou os eleitores” como se “recusou a ceder o lugar ao partido”.

As eleições ao Parlamento Europeu chamam às urnas cerca de 400 milhões de eleitores, entre os dias 6 e 9 de junho para elegerem 720 deputados europeus. Por cá, o processo decorre no dia 9 de junho, tendo os eleitores portugueses a capacidade de eleger 21 deputados.

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BE quer acabar com voos domésticos entre Porto, Lisboa e Faro

O BE quer acabar com os voos domésticos entre Porto, Lisboa e Faro, até 2030, priorizando a ligação ferroviária.

O Bloco de Esquerda (BE) quer que o Governo que substitua os voos domésticos até 2030 entre os aeroportos de Porto, Lisboa e Faro por ligações ferroviárias “reforçadas, rápidas e preços acessíveis”. Os bloquistas justificam a supressão destes voos com as “distâncias relativamente curtas” entre os três aeroportos e as ligações ferroviárias terem “a mesma qualidade e rapidez”. Além de permitir reduzir as emissões globais de gases com efeitos de estufa causadas pela aviação.

Esta sugestão integra um projeto de resolução que já foi entregue na Assembleia da República pelo grupo parlamentar do BE para ser discutida e votada pelos deputados. Os bloquistas Fabian Figueiredo, Joana Mortágua, Isabel Pires, José Soeiro e Mariana Mortágua colocaram de fora da recomendação os voos com origem ou destino internacional ou nas regiões autónomas.

Os deputados propõem, por isso, que a Assembleia da República recomende ao Governo “a substituição progressiva e total, até 2026, das ligações domésticas entre os aeroportos de Porto e Lisboa, e entre os aeroportos de Lisboa e Faro por ligações ferroviárias reforçadas, rápidas e preços acessíveis”. Também pedem a “substituição progressiva e total, até 2030, das ligações domésticas entre os aeroportos do Porto e Faro por ligações ferroviárias reforçadas, rápidas e preços acessíveis”.

A supressão dos voos domésticos em Portugal Continental é um dos compromissos que o grupo parlamentar bloquista inscreveu na sua proposta para Lei de Bases do Clima (Projeto de Lei 578/XIV/2).

Por tudo isto, o BE considera que “o caminho-de-ferro deve ser prioritário e deve começar uma reorganização para a substituição, redução e finalmente interdição de ligações aéreas entre estes três aeroportos“.

Entre os motivos para esta recomendação elencam ainda a “descarbonização da economia e em particular da mobilidade que deve assentar em medidas e compromissos concretos, devendo os meios altamente poluentes ser substituído por meios de transporte coletivo neutros em carbono”, lê-se na proposta dos deputados. Segundo os bloquistas, “a aviação contribui com cerca de 3% para as emissões globais de gases com efeitos de estufa. Existe ainda um outro conjunto de impactos negativos da aviação como a poluição sonora e por partículas finas”.

Os deputados pedem também que o Governo apresente um relatório anual à Assembleia da República com as viagens aéreas substituídas e o respetivo balanço de emissões de carbono.

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Em vez de Miranda Sarmento, Governo envia ministro dos Assuntos Parlamentares ao debate de urgência sobre IRS

O debate de urgência foi pedido pelo PS, após uma polémica sobre a dimensão da descida de IRS anunciada pelo primeiro-ministro. 

Será o ministro dos Assuntos Parlamentares a representar o Governo no debate de urgência sobre o IRS, esta quarta-feira, indicou ao ECO fonte do PSD. O debate foi pedido pelo PS, após uma polémica sobre a dimensão da descida de IRS anunciada pelo primeiro-ministro.

O pedido de debate foi anunciado por Alexandra Leitão, líder parlamentar do PS, que disse contar “com a presença do senhor ministro das Finanças”. “Estando certos que não se furtará a prestar todos os esclarecimentos bem devidos aos portugueses e ao Parlamento”, disse Alexandra Leitão.

A socialista acusou ainda o Governo de “total falta de credibilidade”, reafirmando que se trata de “um embuste e uma desfaçatez” e que “tudo o que tinha sido prometido” pela AD “é uma fraude“.

Em causa está o anúncio de uma descida de IRS no valor de 1.500 milhões de euros face a 2023, que, segundo explicou depois o ministro das Finanças, incluía a redução de cerca de 1.300 milhões já determinada pelo Executivo de António Costa no Orçamento do Estado para 2024, a que a proposta do PSD acrescenta mais 200 milhões de euros.

Apesar do debate ser sobre um tema da pasta de Joaquim Miranda Sarmento, será Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, a representar o Governo. O ministro das Finanças vai estar em Washington, na conferência do Fundo Monetário Internacional, numa participação que já estava agendada.

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FMI alerta bancos centrais para que não cortem já as taxas de juro

O FMI recomenda que os bancos centrais evitem uma flexibilização prematura das suas políticas monetárias para não terem de retroceder no futuro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) lançou um alerta através da publicação do primeiro capítulo do seu mais recente “Global Financial Stability Report”, instigando os bancos centrais a manterem-se vigilantes até ao final do processo de desinflação, apesar de um otimismo generalizado nos mercados financeiros.

Segundo o relatório publicado esta terça-feira, embora o mundo financeiro antecipe o fim da luta contra a inflação e um possível alívio da política monetária com a realização dos primeiros cortes das taxas de juro, os técnicos do FMI apontam para vários desafios que ainda persistem na economia, como as crescentes tensões geopolíticas e as pressões no setor imobiliário comercial que “podem aumentar o risco para alguns credores, especialmente com os problemas contínuos no mercado imobiliário da China”, lê-se no relatório.

O FMI destaca ainda que, embora a inflação tenha desacelerado rapidamente a nível global, começou recentemente a divergir em alguns países, como França, Alemanha, Itália, África do Sul, Reino Unido e EUA, com as expectativas em redor da inflação nos próximos anos a mostrar novamente uma tendência de subida.

“Este fenómeno pode comprometer a expectativa de uma desinflação contínua, com projeções indicando que a inflação futura em grandes economias pode não abrandar rapidamente, mantendo-se acima dos objetivos dos bancos centrais”, alerta a entidade liderada por Kristalina Georgieva.

Esta mensagem vai ao encontro do que tanto Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), como Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), têm defendido reunião após reunião dos Conselhos de Política Monetária.

O relatório do FMI adverte também para a discrepância entre a instabilidade nos preços dos ativos e a incerteza política e económica, que pode antecipar aumentos na volatilidade devido a choques negativos, tais como imprevistos na inflação, que têm potencial para abalar as expectativas de reduções consideráveis nas taxas de juros.

“Isso poderia resultar numa venda correlacionada de ativos, apertando as condições financeiras globais e afetando especialmente os mercados emergentes, que enfrentam taxas de refinanciamento desproporcionalmente altas”, dizem os técnicos do FMI.

Perante o cenário de incerteza que ainda perdura na economia mundial, o FMI recomenda que os bancos centrais evitem uma flexibilização prematura das suas políticas monetárias para não terem que retroceder no futuro. “Ao invés disso, devem combater expectativas demasiado otimistas dos investidores face ao alívio da política monetária”, para serem capazes de assegurar “uma transição estável para uma política monetária menos restritiva.”

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Bison Bank com lucro pela primeira vez em 2023

  • Lusa
  • 16 Abril 2024

Em 2023, o Bison Bank alcançou 641 mil euros de lucro, fechando o ano pela primeira vez no positivo desde que iniciou atividade e contra um prejuízo consolidado de 6,8 milhões de euros em 2022.

O antigo banco de investimento do Banif, agora Bison Bank, atingiu lucros de cerca de 641 mil euros em 2023, os primeiros em cinco anos de atividade, apesar das perdas do segmento dos criptoativos. Em 2023, o Bison Bank alcançou cerca de 641 mil euros de lucro, fechando o ano pela primeira vez no positivo desde que iniciou atividade e contra um prejuízo consolidado de 6,8 milhões de euros em 2022.

Para esta evolução, contribuiu a evolução da margem financeira – a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados nos créditos –, que subiu de 1,36 milhões de euros para 5,55 milhões de euros entre 2022 e 2023. Nesse sentido, o presidente executivo do Bison Bank, António Henriques, destacou o impacto das taxas de juro, que estiveram no negativo nos anos anteriores a 2022 e que desde então têm subido.

O grupo Bison Capital, com sede em Hong Kong, concluiu o acordo para a compra do Banif – Banco de Investimento em julho de 2018 – dois anos depois de assinado o acordo para venda, após atrasos atribuídos a exigências do Banco Central Europeu (BCE). A administração destacou a evolução face a 2018, quando o banco tinha tido prejuízos de 9,4 milhões de euros e uma margem financeira líquida de 167 mil euros negativos.

os ativos sob gestão atingiram, em 2023, 2.127 milhões de euros, contra 1.425 milhões de euros em 2018. Também o número de clientes subiu face a 2018, para 2.945, contra 598 no início da sua atividade em Portugal. Em conferência de imprensa, hoje, em Lisboa, a administração do banco mostrou-se satisfeita com os resultados.

“Não só alcançou o breakeven, como teve resultados positivos no primeiro trimestre, em linha com o modelo de negócio”, afirmou o presidente executivo do Bison Bank, António Henriques. Em sentido inverso, o Bison Digital Assets (BDA), prestador de serviços de ativos virtuais, teve um resultado líquido negativo próximo de 500 mil euros naquele que foi o seu primeiro ano de atividade, traduzindo-se num lucro consolidado próximo dos 100.000 euros.

António Henriques explicou que o Bison Bank “não quer ser o banco de cripto, quer ser um banco que também oferece cripto”. “Acreditamos na diversificação, acreditamos que um cliente deve diversificar todo o seu portefólio”, afirmou o presidente executivo. “Mesmo lançando uma startup e no primeiro ano de uma startup – é preciso notar que implica investimentos em tecnologia –, o banco foi capaz de gerar os próprios meios para esse custo”, saudou, por outro lado, o vogal executivo Eduardo Moradas.

O BDA, lançado em janeiro de 2023, conta com 52 clientes e um total de execução de 35 milhões de euros e negoceia quatro tokens: Bitcoin, Ethereum, USD Coin e Tether, esperando alcançar lucros até ao final deste ano ou em 2025.

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Finerge reforça posição em oito parques eólicos e atinge os 2 GW em Portugal e Espanha

A Finerge irá controlar totalmente sete dos oito ativos eólicos nos quais reforça a sua participação, ficando com uma posição maioritária no parque eólico de São Paio.

A Finerge assinou um contrato para adquirir posições em oito parques eólicos onshore que já estão em operação em Portugal, detidos atualmente pela Guild Investments Limited.

Com esta operação estratégica, que acrescenta 162 MW [megawatts] na capacidade de produção renovável da empresa, a Finerge ultrapassa os 2 GW [gigawatts] de capacidade instalada na Península Ibérica”, informou esta terça-feira a empresa, em comunicado.

O acordo entre as duas empresas prevê a compra de 18,7% de três parques eólicos (Ventominho, Arga e Espiga) e 15,9% num parque eólico (São Paio), todos estes no Minho, num total de 353 MW. Em paralelo, a empresa fechou a aquisição de 50% de quatro parques eólicos (Arada, Montemuro, Pinheiro e Cabril) em Aveiro e Viseu, somando mais 191 MW. No total, a Finerge fica com uma capacidade instalada global de 2.133 MW em Portugal e Espanha.

A Finerge já tinha uma participação nestes parques eólicos e geria-os. Após esta transação, a Finerge passará a controlar totalmente sete dos oito ativos eólicos referidos (532 MW) e conquista uma posição maioritária no parque eólico de São Paio.

“Não vamos parar por aqui, com mais projetos em pipeline, para que possamos continuar a fazer a diferença na transição climática”, afirma Pedro Norton, CEO da Finerge, citado no comunicado. A conclusão da operação está pendente da autorização por parte da Autoridade da Concorrência, o que é expectável que aconteça nas próximas semanas.

Para além desta aquisição, a Finerge possui um pipeline de projetos em desenvolvimento que excede os 1,1 GW em Portugal e em Espanha. Neste momento, a empresa tem sete projetos em construção, os quais deverão entrar em operação no primeiro semestre de 2024.

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Câmara de Coimbra perde 16,4 milhões de euros em 2023

Apesar deste resultado líquido negativo, relacionado com provisões para fazer face a processos em curso, o vereador das Finanças atesta a “saúde financeira” do município de Coimbra.

A Câmara Municipal de Coimbra atingiu em 2023 um resultado líquido negativo de 16,4 milhões de euros, relacionado com a constituição de provisões associadas a processos judiciais em curso. No ano passado, a autarquia registou um aumento da capacidade de endividamento e um saldo de gerência de 16,7 milhões de euros que transita de 2023 para 2024. Os dados fazem parte dos documentos de prestação de contas do exercício de 2023 que foram aprovados na reunião do executivo desta segunda-feira, com abstenção do PS e da CDU.

O município liderado por José Manuel Silva justifica o resultado líquido negativo com a rubrica “provisões”, que “obriga” a reservar valores relacionados com possíveis indemnizações associadas a processos judiciais que estão em curso e que podem fazer com que a autarquia tenha de desembolsar esses mesmos valores. Durante a apresentação dos resultados, o vereador do pelouro das Finanças, Miguel Fonseca, disse que o resultado líquido negativo está em linha com uma “tendência nacional” face à inflação e às revisões de preços extraordinários. O vereador das Finanças atestou mesmo a “saúde financeira” do município de Coimbra.

Os indicadores confirmam a estabilidade financeira do município, a baixa dependência de financiamentos externos, o património líquido como principal fonte de financiamento do ativo e a grande capacidade de solver dívidas quer a curto quer a médio e longo prazo.

Miguel Fonseca

Vereador com o pelouro das Finanças na Câmara Municipal de Coimbra

A autarquia registou ainda uma poupança corrente na ordem dos 16,3 milhões de euros que foi canalizada para financiar despesas de investimento. Assim como uma taxa de execução da receita cobrada de 92,1%, “o que evidencia forte rigor na gestão e resulta da monitorização permanente da execução orçamental, observada ao longo do ano”, atestou o vereador Miguel Fonseca, durante a apresentação dos documentos de prestação de contas do exercício de 2023.

A capacidade de endividamento aumentou de 23,4 para 24 milhões de euros. Já no que concerne a projetos cofinanciados, a autarquia obteve comparticipações na ordem dos 19,2 milhões de euros — mais 8,8 milhões de euros do que em 2022.

Os indicadores confirmam a estabilidade financeira do município, a baixa dependência de financiamentos externos, o património líquido como principal fonte de financiamento do ativo e a grande capacidade de solver dívidas quer a curto quer a médio e longo prazo”, sustentou o vereador.

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“20 anos juntos. E ainda há muito por fazer”: Ikea celebra 20 anos em Portugal

  • + M
  • 16 Abril 2024

A marca assinala a efeméride com uma campanha com criatividade da Uzina, produção da Proud e planeamento de meios da MediaCom. Marca presença em televisão, digital e out of home (OOH). 

É com o mote “20 anos juntos. E ainda há muito por fazer” que a Ikea celebra duas décadas de presença em Portugal. Até junho, a marca vai desenvolver várias ações externas e internas que “relembram e antecipam os principais marcos de uma autêntica história de amor entre Portugal e a marca de origens suecas”.

Entre as iniciativas encontra-se o lançamento de uma campanha, onde a Ikea mostra como “tem contribuído para uma vida melhor em casa, mantendo-se ao lado das famílias portuguesas nas diferentes fases da sua vida”, refere-se em nota de imprensa.

“2004 foi o início de uma história de amor. A Ikea entrou em nossa casa, e ajudou-nos a fazer dela um espaço onde podemos viver melhor o nosso dia a dia, com soluções flexíveis e funcionais, a preços mais acessíveis. Esta campanha pretende recordar essa história, celebrar o que aconteceu nas nossas vidas ao longo destes anos, e como as nossas casas (e a Ikea) fizeram parte desses momentos, sabendo que haverá sempre coisas por fazer – e por isso, muitas oportunidades”, explica Mónica Sousa, diretora de marketing da Ikea Portugal, citada em comunicado.

Com criatividade da Uzina, a campanha conta dois spots cuja produção foi da Proud e realização de Martim Condeixa. Marca presença em televisão, digital e out of home (OOH). O planeamento de meios foi da MediaCom.

Segundo Mónica Sousa, a campanha vai contar com dois momentos, “uma fase de awareness, que começa agora, e no próximo mês teremos uma segunda fase, promovendo o envolvimento direto com os consumidores, em que vamos desafiá-los a descobrir há quanto tempo a Ikea faz parte das suas vidas”.

A diretora de marketing da Ikea Portugal já tinha adiantado ao +M um pouco sobre aquele que é “um dos maiores, senão o maior, investimento de sempre em comunicação“, que se inspira numa frase do fundador da marca sueca. Na entrevista onde falou um pouco sobre a sua vida, o marketing e a comunicação, Mónica Sousa revelou que o que lhe é pedido é que a marca consiga provocar “um brilhozinho nos olhos”.

A Ikea encontra-se também atualmente a contratar, contando com mais de 100 vagas de emprego, para várias áreas do negócio, nas unidades Ikea de norte a sul do país.

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Economia mundial deverá manter ritmo de crescimento de 3,2% até 2025

Ritmo de expansão mundial será inferior à média anual histórica de 3,8% devido à guerra na Ucrânia, às consequências de longo prazo da pandemia e ao fraco crescimento da produtividade.

A economia mundial deverá manter o ritmo de crescimento de 3,2% até 2025, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, o que significa que o ritmo de expansão mundial será inferior à média anual histórica de 3,8%. A razão? A guerra na Ucrânia, as consequências de longo prazo da pandemia, o fraco crescimento da produtividade e a crescente fragmentação geoeconómica, aponta a instituição liderada por Kristalina Georgieva, no World Economic Outlook publicado esta terça-feira.

O Fundo sublinha que o crescimento de 2024 até foi revisto em alta uma décima face à atualização das previsões publicada em janeiro, mas o baixo crescimento subjacente da produtividade, as políticas monetárias restritivas e a retirada de apoios orçamentais – medidas para ajudar a travar a inflação – impediram uma progressão mais robusta. O FMI prevê que a inflação desacelere de 6,8% em 2023 para 5,9% este ano e 4,5% no próximo, uma revisão em alta de uma décima face a janeiro.

A queda da inflação global desde 2022 reflete “o desvanecimento dos choques de preços” – nomeadamente os da energia – bem como uma inflação subjacente mais baixa”. “A descida dos preços da energia reflete não só o aumento do fornecimento global de energia, mas também os efeitos das políticas monetárias restritivas”, explica o Fundo.

A atualização das taxas de crescimento em 2024 é justificada pela revisão em alta das previsões para os Estados Unidos, que deverá crescer 2,7% em 2024. Uma revisão de 0,6 décimas explicada pelo efeito de arrastamento do crescimento mais forte do que o esperado no quarto trimestre de 2023. Mas, no ano seguinte a economia deverá abrandar para 1,9%, em virtude do abrandamento da procura agregada devido a políticas orçamentais restritivas e um abrandamento do mercado de trabalho.

A zona euro deverá recuperar do magro crescimento de 0,4% em 2023 para 0,8% este ano e 1,5% no próximo. Mas estas previsões foram revistas em baixa uma e duas décimas, respetivamente, face a janeiro. “O consumo mais forte das famílias, à medida que os efeitos do choque nos preços da energia diminuem e uma desaceleração da inflação apoia o crescimento do rendimento real, deverá impulsionar a retoma.

O ritmo da recuperação é revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais para a Alemanha, tanto em 2024 como em 2025, tendo em conta a persistente fraca confiança dos consumidores, embora este ajustamento seja largamente compensado por melhorias em várias economias mais pequenas, incluindo Bélgica e Portugal”, explica o FMI.

De acordo com as estimativas do FMI, a diferença entre os níveis de produção atuais e potenciais em 2023 são positivas para os EUA em 0,7% e negativas para o Reino Unido em 0,3%.

O FMI considera ainda que “o crescimento do emprego e dos rendimentos manteve-se estável, refletindo uma evolução favorável da procura – incluindo despesas públicas e consumo das famílias superiores ao esperado – e uma expansão do lado da oferta num contexto, nomeadamente, de um impulso imprevisto à participação da força de trabalho”, detalha.

E realça a “resiliência económica inesperada, apesar dos aumentos significativos das taxas de juro dos bancos centrais destinados a restaurar a estabilidade de preços”, o que, aponta, reflete também a capacidade das famílias nas principais economias avançadas de recorrer a poupanças substanciais acumuladas durante a pandemia.

O FMI considera que os riscos para as previsões estão globalmente equilibrados, embora possam ser afetadas caso ocorra, por exemplo, um novo pico de preços devido à situação geopolítica ou um crescimento da economia chinesa abaixo do esperado.

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FMI mais pessimista que Centeno: economia vai crescer 1,7% em 2024

FMI antecipa que Portugal acelere o crescimento para 2,1% em 2025. Valor é inferior aos 2,3% previstos pelo Banco de Portugal, mas superior aos 1,8% da Comissão Europeia ou aos 1,9% do CFP.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano. Um valor revisto em alta pela instituição liderada por Kristalina Georgieva, mas que fica abaixo da mais recente previsão do Banco de Portugal de 2%, mas acima da inscrita no Orçamento do Estado para 2024, de 1,5%, e que o Governo replicou no Programa de Estabilidade entregue esta segunda-feira no Parlamento.

Nas previsões de outubro, o FMI esperava que Portugal crescesse 1,5%, em linha com o Executivo, mas agora reviu em alta as previsões em duas décimas. Aponta mesmo o desempenho da economia nacional como um dos motivos para que a revisão em baixa para a zona euro não seja ainda mais pronunciada.

“Prevê-se que o crescimento na zona euro recupere da sua taxa reduzida de uns estimados 0,4% em 2023, o que refletiu uma exposição relativamente elevada à guerra na Ucrânia, para 0,8% em 2024 e 1,5% em 2025”, lê-se no World Economic Outlook publicado esta terça-feira. “O consumo mais forte das famílias, à medida que os efeitos do choque nos preços da energia diminuem e uma desaceleração da inflação apoia o crescimento do rendimento real, deverá impulsionar a retoma. O ritmo da recuperação é revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais para a Alemanha, tanto em 2024 como em 2025, tendo em conta a persistente fraca confiança dos consumidores, embora este ajustamento seja largamente compensado por melhorias em várias economias mais pequenas, incluindo Bélgica e Portugal”, explica o FMI.

O Fundo antecipa que Portugal acelere o crescimento em 2025, apontando para 2,1%. Um valor inferior aos 2,3% previstos pelo Banco de Portugal, mas superior aos 1,8% da Comissão Europeia ou aos 1,9% do Conselho das Finanças Publicas. A instituição liderada por Nazaré Costa Cabral só vê a economia a crescer 2,1% nos anos seguintes, já depois de implementado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Já o Governo de Luís Montenegro calcula que a “economia deverá crescer 1,5% em 2024, em linha com o previsto no OE24, ainda que com expectativas mais favoráveis para o desempenho da procura interna e menos favoráveis para a procura externa líquida”. E, nos anos seguintes, num cenário de políticas invariantes, “o crescimento do PIB tenderá a estabilizar em 1,8%, em linha com o crescimento potencial da economia”, lê-se no Programa de Estabilidade.

Para a maioria dos principais parceiros comerciais de Portugal, o cenário é de desaceleração, o que penaliza as expectativas de exportações futuras e de crescimento por essa via. Espanha, por exemplo, deverá passar de um crescimento de 2,5% em 2023 para 1,9% em 2024, mas depois recupera para 2,1% em 2025. Já para a Alemanha, o FMI projeta um crescimento de 0,2% em 2024, após a contração de 0,3% o ano passado e um crescimento de 1,3% em 2025, em ambos os casos uma revisão em baixa de três décimas face a outubro.

Quanto à inflação, o FMI aposta numa desaceleração dos 5,3% registados em 2023 para 2,2% este ano e 2% no próximo. Um valor inferior aos 3,3% inscritos no Orçamento do Estado para 2024, mas também aos 2,5% que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, inscreveu no Programa de Estabilidade. Para 2025, o Governo aponta para uma inflação de 2,1%, que desacelera para os 2% nos anos seguintes.

Também ao nível do mercado de trabalho, o FMI está mais otimista: prevê que a taxa de desemprego desça dos 6,6% de 2023 para 6,5% este ano e 6,3% no próximo. Já o Governo aponta para uma taxa de desemprego de 6,7% em 2024 e 6,5% no próximo. Só em 2026 chegará aos 6,3%, continuando depois a trajetória descendente.

Já ao nível da balança das transações correntes, o Fundo espera uma melhoria de duas décimas no excedente de 2024 (1,6%) face ao ano anterior e depois uma redução para 1,5% no ano seguinte.

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MB Way com “alguma instabilidade” nos pagamentos e transferências

  • Lusa
  • 16 Abril 2024

Os restantes serviços, incluindo pagamentos de compras com cartão e a utilização dos caixas automáticos estão a funcionar "dentro da normalidade".

A SIBS confirmou esta terça-feira estar a registar “alguma instabilidade” nas operações de pagamentos e transferências via MB Way, devido a “alguns constrangimentos técnicos”.

“A SIBS informa que os utilizadores do MB Way poderão estar a sentir alguma instabilidade na realização de algumas operações como pagamentos e transferências devido a alguns constrangimentos técnicos”, refere a empresa em comunicado.

A entidade, responsável pelos sistemas de pagamento domésticos, aos quais acedem emitentes e adquirentes de cartões, aponta que a sua equipa está a trabalhar “por forma a ultrapassar os constrangimentos com a maior brevidade possível”.

A SIBS assegura que os seus restantes serviços, incluindo pagamentos de compras com cartão e a utilização dos caixas automáticos estão a funcionar “dentro da normalidade”.

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