A tentar criar motivação para a reciclagem, Ricardo Sacoto Lagoa, da Sociedade Ponto Verde, na primeira pessoa

Ricardo Sacoto Lagoa, coordenador de marketing e comunicação da SPV, quer criar motivação para a mudança de comportamentos. Benfiquista ferrenho, faz viagens com os amigos em função dos restaurantes.

Depois de passar por marcas como a Mars ou Longa Vida (da Nestlé), Ricardo Sacoto Lagoa assumiu o marketing e comunicação da Sociedade Ponto Verde (SPV) em maio do ano passado, desafio que decidiu abraçar desde logo por uma questão de propósito.

É de facto muito mais interessante e impactante poder trabalhar por um propósito – neste caso, no sentido de os portugueses reciclarem, cuidarem mais do planeta e terem um comportamento mais sustentável — do que trabalhar pela venda de um produto”, diz em conversa com o +M.

“Nada contra isso, foi a minha vida durante muito tempo e um dia até poderá voltar a ser. Mas de facto, neste momento, o trabalho com propósito da Sociedade Ponto Verde e o seu impacto na nossa sociedade e naquilo que somos enquanto cidadãos torna-se mais sedutor”, acrescenta.

As palavras-chave para concretização deste desafio são “criar motivação”, funcionando a “gamificação” e o “incentivo” como uma das “alavancas” neste processo de envolver a população e incentivar à reciclagem, explica o coordenador de marketing e comunicação da SPV.

Isto porque a SPV tem apostado numa lógica de gamificação, nomeadamente através da sua app “Acerta e Recicla”, para o envolvimento das pessoas no seu propósito. “Não passa só por aqui mas pensamos que passa necessariamente também por aqui“, diz Ricardo Sacoto Lagoa.

Através da sua app, a SPV disponibiliza conteúdos relacionados com a reciclagem e como a fazer mas, em determinados momentos do ano, aposta também numa estratégia de gamificação, tal como está precisamente agora a acontecer, a propósito do Natal.

Desafiando os utilizadores a testar o seu conhecimento, a marca vai oferecer prémios num valor superior a 30 mil euros aos jogadores que acumularem mais pontos na app. Além de 100 cartões de supermercado — os 15 primeiros classificados ganham 500 euros em cartão e os 85 classificados seguintes recebem 270 euros — são ainda distribuídas 40 bicicletas elétricas ao longo das quatro semanas de campanha, sendo oferecidas 10 por semana.

Percebemos que não podemos viver apenas de incentivos e de prémios, mas estes momentos servem para chamar à atenção, para mobilizar, para que as pessoas interajam. Umas mais pelo propósito, outras mais atrás dos prémios, mas o que interessa é que fiquem com mais conhecimento e mais propósito. Podem ter entrado pelos prémios, mas acredito que no final do jogo e da campanha vão ter uma sensibilidade maior para o tema. É fundamental criarmos motivação e incentivos para a mudança de comportamento. A gamificação acaba por ser o incentivo mais racional e mais direto“, explica o coordenador de marketing e comunicação de 38 anos.

Segundo o profissional, também faz sentido trabalhar outros tipos de incentivos, numa vertente ligada à motivação emocional. “Cabe-nos a nós fazer este caminho de educação e por isso trabalhamos a Academia Ponto Verde, onde ensinamos as crianças a reciclar nas escolas, mas fazemo-lo também através de outras campanhas que pretendem criar impacto emocional, chamar à atenção, colocar o tema no top of mind”, diz.

A comunicação da SPV acaba por ser desde logo marcada pelo seu target, que “é toda a gente”, no sentido em que engloba todos os portugueses mas também os parceiros que trabalham consigo no sistema de gestão da reciclagem das embalagens ou outras entidades como as Câmaras Municipais ou as Juntas de Freguesia.

Mas, em resumo, explica Ricardo Sacoto Lagoa, o trabalho da SPV em termos de comunicação acaba por assentar em alguns “pilares fundamentais”. Desde logo, o da proximidade que necessita de ter com os cidadãos, com a rua e com a operação, criando formas de ter uma conversa direta com os cidadãos — seja através da comunicação, do site ou das redes sociais — e sendo capaz de ter um impacto direto com ações de proximidade feitas através de parceiros, que são um “veículo para chegar ao cidadão”.

Outra “dinâmica muito forte”, passa portanto pelas lógicas de incentivo e de motivação, seja incentivo direto com a entrega de prémios ou através de “outros projetos de motivação mais emocional”.

Existe ainda outro pilar relacionado com a inovação. “Apoiamos diversos projetos de inovação”, diz o responsável de marketing, exemplificando com o Ponto Verde Lab ou o Pack4Sustain. “Acreditamos muito no papel da inovação como um grande enabler de proporcionar um melhor serviço à população, de facilitar o acesso à separação e à reciclagem“, acrescenta Ricardo Sacoto Lagoa, exemplificando com um projeto que se encontra a decorrer em Mafra, com um conjunto alargado de parceiros, no âmbito do qual os ecopontos permitem detetar as embalagens que lá são colocadas e dar um prémio direto para compras no comércio local.

“É um projeto local, ainda apenas na região de Mafra, mas mostra um pouco os pilares que deve haver para poder funcionar: ser feito em parceria, recorrer a inovação, estar colocado no terreno e recompensar o comportamento e incentivar a reciclagem de embalagens”, sintetiza.

Na concretização desta estratégia, Ricardo Sacoto Lagoa, que lidera uma equipa composta por outras cinco pessoas, conta com o apoio de um conjunto de agências, nomeadamente a Tux&Gill e Winicio (em termos de criatividade), a Nova Expressão (planeamento de meios), a LPM (comunicação e assessoria de imprensa) e a Dmp (ativações).

Mas antes de integrar a SPV, Ricardo Sacoto Lagoa começou a sua carreira nas telecomunicações, na Vodafone e na PT, experiências que, embora tenham sido de curta duração, lhe trouxeram aprendizagens que levou para o resto da sua carreira.

Abraçou depois um desafio na Mars, em FMCG (fast-moving consumer goods), para gerir uma marca (a Uncle Ben’s, de arroz), tendo na altura a ideia de que “gerir uma marca é exatamente como ter uma pequena empresa, que tem um portefólio, uma rentabilidade, produtos, pricing, vendas e publicidade para gerar vendas mas também para alavancar o posicionamento da marca”.

Acabou por estar vários anos na Mars, tendo feito o “percurso mais ou menos natural quando se trabalha numa multinacional”, trabalhando em trade marketing e passando depois para brand manager. Enquanto brand manager a nível ibérico, trabalhou em Barcelona durante dois anos, com marcas como M&M’s, Twix ou Snickers.

Voltou depois para Portugal para trabalhar na Lactalis, da Nestlé, que em Portugal é conhecida como Longa Vida. Depois de uma experiência de dois anos em Barcelona já queria regressar e viver em Portugal, mas também queria a “possibilidade de viver um bocadinho o sonho do marketeer” de, com o tipo de marcas e de autonomia que a Longa Vida tinha no país, poder fazer desenvolvimento de produto, de packaging e de comunicação, também localmente.

“Passei de uma realidade como a da Mars, que é uma empresa extraordinária para se trabalhar — com toda a potência de uma multinacional, com um marketing muito organizado e muito focada nas pessoas e bem-estar –, para uma experiência mais local onde tive a oportunidade de desenvolver uma quantidade de coisas que podia ser eu próprio a fazer”, explica.

Foi também nessa altura que passou a ter um foco na gestão de equipas e pessoas. A este propósito recorda uma “lógica engraçada”: “Depois de alguns anos, deixamos de estar felizes porque alguma coisa nos correu bem e passamos a estar felizes porque alguém fez alguma coisa muito bem e a nossa alegria é vivida através de outras pessoas que fazem parte da equipa“, diz.

Após uma experiência de cerca de cinco anos na Lactalis, abraçou então o desafio de dirigir o marketing e comunicação da Sociedade Ponto Verde.

Sendo “solteiro e bom rapaz”, Ricardo Sacoto Lagoa vive na Penha de França (Lisboa), embora seja do Montijo, onde viveu a maior parte da sua vida e terra à qual tem uma ligação “muito próxima”.

Praticou judo durante alguns anos e fez depois equitação. Tinha uma “vivência muito ligada a um lado mais rural“, uma vez que a maior parte da sua família, tanto do lado do pai como da mãe, trabalhou, em algum momento, ligada à agricultura e à pecuária, pelo que ter uma quinta e animais por perto sempre fez parte da sua realidade. Ou seja, teve efetivamente alguns anos de aulas de equitação, mas a verdade é que viveu a vida toda perto de cavalos e a montar de uma forma “um pouco mais selvagem”.

Foi uma infância feliz, perto da família e de amigos, com alguma atividade desportiva, ligada principalmente ao mundo dos cavalos“, resume.

Quando começou a “fazer a viagem de barco” e a desdobrar-se entre as duas margens, vivendo numa e frequentando a faculdade noutra, ficou com amigos dos dois lados do Tejo. “O que é bastante interessante é que entretanto membros dos dois grupos juntaram-se e o meu grupo de amigos hoje em dia já é uma mistura entre os da altura da faculdade e os do Montijo”, relata.

Atualmente faz ginásio “frequentemente” e joga “miseravelmente” padel. É “benfiquista ferrenho“, assistindo a todos os jogos “em casa” e a alguns jogos “fora”, mas acaba por acompanhar também muito desporto para lá do futebol, como basquetebol ou futebol americano. “Tenho uma paixão por desporto, do lado do praticante, mas se calhar até maior do lado de quem observa“, diz.

Viajar é outra das paixões tendo, relacionada com isso, uma “dinâmica engraçada” com o seu grupo de amigos. “Nós gostamos todos muito de comer e de conhecer restaurantes, pelo que há momentos em que marcamos viagens escolhendo onde vamos almoçar e jantar e, depois sim, decidimos onde vamos dormir em função disso. Nessa perspetiva fazemos umas road trips para conhecer restaurantes em Portugal e também em Espanha, servindo a viagem em si e as cidades um bocadinho de acessórios, a prioridade são os restaurantes”, explica.

Conseguir encontrar um equilíbrio entre o grau de desafio que o trabalho tem que dar para que não seja rotineiro e aborrecido, mas para que também não seja algo que consuma e esgote a energia de viver o “outro lado da vida”, é o grande desafio de Ricardo Sacoto Lagoa.

“O trabalho é uma parte, mas o resto acaba por ser o mais importante. O grande desafio é conseguir encontrar um trabalho que seja um desafio e onde haja bem-estar, para que este acabe por ser uma fonte de energia e não uma fonte de desgaste, porque o resto da vida é aquilo para que temos de ter energia para viver, aproveitar, estar com a família, com os amigos. Ou seja, [o desafio é ter um] trabalho nos dê as condições para viver a nossa melhor versão e aproveitar o outro lado”, explica.

Ricardo Sacoto Lagoa em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

De âmbito nacional, “Um amanhecer diferente”, da Nescafé. Eu era muito miúdo mas quis muito viver dentro daquele carro e ambiente, acho que criou um envolvimento com o produto e o momento de consumo muito forte. Curiosamente, ou não, hoje tenho um daqueles carros.

A nível internacional destaco a “No AD”, da TBWA para a Pague Menos. Há algum tempo que tinha na cabeça a ideia, quase uma piada, de comprar espaço no YouTube e criar uma pequena campanha com uma mensagem muito curta e com o benefício de permitir ao utilizador chegar mais rápido ao conteúdo. Esta campanha pega nesse insight e leva para outro patamar, patrocinando conteúdos/canais de YouTube sobre primeiros socorros para que estes retirem a publicidade e assim acelerando o acesso a conteúdos que salvam vidas.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Decidir o que é essencial numa marca e numa campanha, e o que tem de ser deixado para segundo plano. Ser capaz de traduzir isso numa execução eficaz.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Como colocar a reciclagem de embalagens no top of mind dos portugueses.

4 – O briefing ideal deve…

Ser claro, completo, racional, nunca deixando de ser motivador para quem o vai trabalhar.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Se torna parte da equipa e está focada em resolver o desafio. Uma agência que rompe barreiras criativas mantendo o foco no insight e no desafio de negócio.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

O mais importante é construir uma marca e uma empresa segura, se chegamos a este patamar temos de arriscar e fazer a diferença.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Teria de ter orçamento, mas também um scope de atuação mais alargada do que hoje. Mas teria Portugal cheio de soluções tecnológicas para recolha de embalagens ligadas aos sistemas de incentivos para o cidadão. Começando com ecopontos com sensores e tecnologia e acabando em drones a recolher porta a porta.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

Estamos numa fase de procura do equilíbrio entre ser criativo e impactante, resolver desafios de negócio e não ter problemas (ou seja, ser política e socialmente correto). Há espaço para se ser mais aventureiro e bem-disposto (sem medo de algum comentário negativo numa rede social, que vai sempre acontecer). Mas também há espaço para ideias criativas onde a piada não roupa eficácia a resolver o desafio de negócio.

9 – Construção de marca é?

É um exercício científico, em grande medida, em que se procura estudar o que o target pensa de nós. Depois, criativo para encontrar forma de fazer chegar o nosso posicionamento e benefícios racionais e emocionais (do nosso produto ou serviço) ao target. E repetir, estudar, procurar ter impacto, medir e voltar a procurar ter impacto.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Difícil responder, quis ser médico, advogado e até professor de história. Tendo o tal orçamento ilimitado da pergunta anterior, ficaria mais fácil e estaria a fazer criação de cavalos.

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Reino Unido condena violência e corta apoio ao governo da Geórgia

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2024

Londres limitará os contactos com os representantes do Governo de sonho da Geórgia até que seja posto termo a este afastamento das normas e liberdades democráticas europeias".

O Governo britânico condenou esta segunda-feira as “cenas chocantes de violência” contra manifestantes pró-democracia e jornalistas na Geórgia, anunciando que vai suspender “todos os programas de apoio” ao governo georgiano.

“À luz dos acontecimentos atuais, o Reino Unido suspenderá imediatamente todos os programas de apoio ao Governo da Geórgia, restringirá a cooperação no domínio da defesa e limitará os contactos com os representantes do Governo de sonho da Geórgia até que seja posto termo a este afastamento das normas e liberdades democráticas europeias”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, em comunicado.

A decisão tomada na semana passada pelo governo georgiano de adiar para 2028 a questão da adesão à União Europeia revoltou a população, desencadeando onze noites de manifestações pró-europeias em Tbilisi e noutras cidades. As manifestações pró-UE tiveram lugar no edifício do Parlamento e nas suas imediações e foram marcadas pela violência.

A maior parte das manifestações foi dispersada pela polícia com canhões de água e gás lacrimogéneo, como constatou a agência AFP no local. No domingo, os manifestantes voltaram a manifestar-se contra o governo. Liderado desde 2012 pelo partido Sonho Georgiano, o Executivo continua a afirmar que quer aderir à UE até 2030 e acusa a oposição e os manifestantes de pretenderem uma revolução e de serem financiados por outros países.

“Estes atos mancham a reputação internacional da Geórgia e são contrários ao compromisso constitucional da Geórgia com um futuro europeu”, lamentou Lammy, que garantiu que o Reino Unido ‘continuará a apoiar o povo georgiano no seu direito de escolher o futuro do seu país’.

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Centro2020 encerrou com “execução plena”, mas falhou meta de I&D

“O PT2030 está a arrancar com algumas dificuldades”, reconheceu Isabel Damasceno. Gestão dos períodos de programação é cada vez mais difícil. As autoridades de gestão estão numa luta contra o tempo.

O Centro 2020 encerrou com “uma execução plena”, “sem ter de devolver verbas a Bruxelas”, mas sem cumprir todas as metas fixadas para o programa operacional regional, revelou esta segunda-feira a presidente da CCDR Centro. O reforço da investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB é “um sinal vermelho”, reconheceu Isabel Damasceno, na cerimónia de encerramento do Centro 2020, em Albergaria-a-Velha.

A meta definida no Portugal 2020 era a de que o reforço da I&D em percentagem do PIB variasse entre 2,7% e 3,3%, mas o indicador ficou sempre aquém da meta: em 2020 era de 1,43%; em 2021 foi de 1,53 e em 2022 foi de 1,58%. “Ficou muito aquém da meta prevista”, reconheceu Isabel Damasceno, que por inerência é a gestora do Centro 2020 e agora do Centro 2030, sublinhando que há “uma preocupação evidente em relação à I&D”.

Um indicador cujo desempenho foi afetado pelo facto do PT2020 ter sido um dos quadros comunitários mais desafiantes, já que foi atravessado pelos incêndios de 2017 que devastaram a região, por uma pandemia, por uma guerra na Europa e por uma espiral inflacionista. Desafios que levam a responsável a afirmar-se “aliviada e grata” por este programa ter chegado ao fim.

“Foram muitas as vicissitudes e dificuldades”, disse Isabel Damasceno. “Desde que há ciclos este foi talvez o de mais difícil concretização”, admite, enquadrando que apesar de “a pandemia ter penalizado toda a gente, sacrificou mais os resultados das empresas”, o que explica o desempenho desta meta.

“O que não atingimos no Centro 2020 são os objetivos para o futuro”, definiu a responsável.

Mas o problema não é exclusivamente nacional, alertou Duarte Rodrigues. O vice-presidente da Agência para o Desenvolvimento & Coesão recordou que existe, a nível europeu, um problema de definição do que é I&D e que ninguém na UE está a cumprir esta meta.

O Centro 2020 deverá atingir este mês os 100% de pagamentos aos beneficiários finais, graças a um “overbooking generoso” – aprovar mais projetos do que a dotação existente. “Para chegarmos tranquilos ao fecho do quadro foi precisa alguma dose de loucura”, reconheceu Luís Filipe, vogal da comissão diretiva do Centro 2030, dando como exemplo o facto de terem sido aprovados 370 milhões de euros em overbooking.

Na conferência “Os fundos europeus não são invisíveis”, inserida no encerramento do Centro 2020, no Cineteatro Alba, recuperado com fundos europeus, foi feito um balanço da utilização dos 2,2 mil milhões do Centro 2020: financiaram 3.465 projetos de empresas e 1.544 projetos empresariais.

Numa comparação com os quadros comunitários anteriores, Luís Filipe sublinhou que os fundos europeus são cada vez mais preponderantes para o investimento público. “O QCAIII foi um programa quase linear. Éramos felizes e não sabíamos”, ironizou. E que os quadros comunitários arrancam cada vez mais tarde. “O PT2020 precisou de muito trabalho preparatório com a definição dos PEDUS, PARUS e PAMUS, que levaram os dois a três primeiros anos. No sétimo ano, só tínhamos 40% do quadro executado, foi necessário executar 60% nos restantes três”, disse.

“A tendência é executar cada vez mais tarde e a dependência dos fundos é cada vez maior”, resumiu o vogal do Centro 2030.

“A gestão dos períodos de programação é cada vez mais difícil. As autoridades de gestão estão numa luta contra o tempo”, sublinhou Luís Filipe. E o Portugal 2030 comprova-o. “O PT2030 está a arrancar com algumas dificuldades”, sublinhou Isabel Damasceno.

No encerramento, o secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional defendeu que devem ser estabelecidos critérios ainda mais exigentes na aplicação dos fundos europeus, perante a possível diminuição de recursos alocados à Políticas de Coesão. “No contexto de redução de recursos, há a necessidade de estabelecer critérios mais exigentes na escolha e aplicação dos fundos europeus. Será sensato apostar em áreas que aumentem o retorno económico e social de cada euro aplicado”, disse Hélder Reis.

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Biblioteca de Almada inicia empréstimo de instrumentos musicais

Guitarras, ukeleles e bandolins, entre outros instrumentos, podem ser levantados na Biblioteca José Saramago, no Feijó, para quem tenha o cartão da rede do município de Almada.

A Biblioteca José Saramago, em Feijó, Almada, iniciou o empréstimo de instrumentos musicais, que, tal como sucede com os livros, estão disponíveis gratuitamente para quem tenha o cartão da Rede de Bibliotecas do município.

A experiência pode durar 15 dias, com possibilidade de duas extensões por igual período, e inclui acessórios, designadamente afinadores digitais, suportes, alças e amplificadores. A iniciativa “representa uma oportunidade inclusiva para qualquer pessoa descobrir a sua habilidade musical”, indica a autarquia liderada por Inês Medeiros.

Os melómanos praticantes têm à disposição um cajón (instrumento de percussão), quatro guitarras clássicas (repartidas entre 3/4 e 4/4), dois ukuleles soprano, um bandolim, uma guitarra elétrica, um teclado digital de cinco oitavas, uma guitarra acústica com cordas de aço e um violino 4/4.

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Marinha Grande aprova orçamento com 40% dedicados à educação

Quase metade do orçamento da Marinha Grande para 2025 destina-se à educação, com uma dotação de 20 milhões de euros.

 

Câmara Municipal da Marinha Grande9 dezembro, 2024

A Câmara Municipal da Marinha Grande tem 49 milhões de euros de orçamento para 2025, 40% dos quais destinados à área da educação. A proposta foi aprovada, por maioria, pela Assembleia Municipal com 10 votos a favor do +MPM, sete votos contra da CDU e do PSD, e outras sete abstenções do PS e do BE.

Só para a educação, a autarquia, liderada por Aurélio Ferreira, inscreveu uma dotação de 20 milhões de euros no orçamento de 2025. O autarca assinala que este orçamento dá “prioridade à educação e aposta em áreas como requalificação urbana, habitação, saneamento e abastecimento de água, parques industriais, meio ambiente, cultura, desporto, recreio e lazer, rede viária, entre outras”.

É o maior orçamento municipal de sempre, que prevê o maior investimento público em obras realizado pelo município.

Aurélio Ferreira

Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande

Aurélio Ferreira diz tratar-se “do maior orçamento municipal de sempre, que prevê o maior investimento público em obras realizado pelo município, dando continuidade a projetos em curso e à execução de importantes investimentos no âmbito de candidaturas a fundos comunitários”.

Entre as empreitadas constam a reabilitação das escolas Pinhal do Rei e Loureiro Botas, do parque da habitação social, além da expansão da zona industrial de Casal da Lebre.

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Lítio: Tribunal Central Administrativo confirma rejeição da providência cautelar em Montalegre

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2024

O município de Montalegre tinha apresentado um processo cautelar contra a Agência Portuguesa do Ambiente a pedir a suspensão da eficácia da Declaração de Impacte Ambiental.

O Tribunal Central Administrativo do Norte confirmou a rejeição da providência cautelar interposta pelo município de Montalegre para impedir o avanço dos trabalhos na mina de lítio do Romano.

Segundo o acórdão, datado de sexta-feira e a que a agência Lusa teve acesso esta segunda-feira, o tribunal negou provimento ao recurso interposto pela Câmara de Montalegre, distrito de Vila Real, confirmando a sentença proferida em julho pelo Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Mirandela. O TAF de Mirandela julgou o processo cautelar improcedente e, em consequência, indeferiu a providência cautelar requerida.

O município de Montalegre tinha apresentado um processo cautelar contra a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a pedir a suspensão da eficácia da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida pela APA, em setembro de 2023, referente ao projeto de exploração de lítio da empresa Lusorecursos Portugal Lithium para aquele concelho.

Na ação, o município alegava que a DIA “faz tábua rasa dos impactos”, permitindo que se avance com a execução de um projeto cuja construção, a ser iniciada na pendência da ação administrativa principal, “inutilizará os direitos e interesses que se pretenderam tutelar com a mesma”.

É pedida a suspensão de uma DIA favorável condicionada emitida em fase de estudo prévio. Ora, não haverá qualquer construção enquanto decorrer o procedimento de verificação de conformidade ambiental do projeto de execução e Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) – enquanto não existir um licenciamento da Direção-Geral de Energia e Geologia”, pode ler-se no acórdão do tribunal superior.

Segundo o documento, “na verdade, não existe ainda um projeto a ser executado” e que “não se sabe que soluções contemplará, em que termos logrará conformar-se com as condicionantes, medidas de minimização e compensação”.

“Como se julgou, há ainda uma indefinição sobre a suscetibilidade dos impactes ambientais serem devidamente pormenorizados e acomodados pelo projeto de execução e RECAPE em sede de procedimento de verificação da sua conformidade com a DIA”, salientou.

Também o TAF de Mirandela concluiu que não se mostrava preenchido o “periculum in mora”, um dos requisitos necessários para a concessão da providência cautelar, por não haver “fundado receio da constituição de uma situação de facto consumado ou da produção de prejuízos de difícil reparação para os interesses que o requerente visa assegurar no processo principal”.

A Lusa tentou obter uma reação por parte da presidente da Câmara de Montalegre, o que não foi possível até ao momento. Aquando da decisão da primeira instância, o município lembrou que existe uma ação principal a decorrer que “é independente da providência cautelar”.

A mina do Romano, em Montalegre, obteve em setembro de 2023 uma DIA favorável condicionada por parte da APA, que impôs a alocação de royalties, medidas compensatórias para as populações locais e de minimização para o lobo-ibérico. A Lusorecursos já disse que tenciona iniciar a exploração mineira em 2027 e que a refinaria deverá entrar em laboração no ano a seguir. A mina é contestada por populares, Câmara de Montalegre e associações ambientalistas.

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Fim antecipado do acordo vai custar 62,7 milhões ao Novobanco

Novobanco e Fundo de Resolução chegaram a um acordo para terminar antecipadamente com o mecanismo de capital contingente, que vai ter custo de 62,7 milhões nas contas do banco.

O Novobanco e o Fundo de Resolução confirmaram esta segunda-feira que chegaram a um acordo para o fim antecipado do Acordo de Capital Contingente (CCA), com o banco a adiantar que vai ter um custo de 62,7 milhões de euros nas suas contas, enquanto o fundo lembrou a importância do mecanismo na estabilização do sistema financeiro.

Em comunicado enviado ao mercado, o banco liderado por Mark Bourke revela ainda que o termo antecipado do CCA vai aumentar os rácios de capital em cerca de 47 pontos base no que toca às contas de setembro.

Separadamente, o Fundo de Resolução considera que chegou o momento de fazer as contas ao mecanismo através do qual injetou 3,4 mil milhões de euros no Novobanco, abaixo do limite contratualmente previsto que ascendia a 3,89 mil milhões.

“É, pois, inequívoco que o mecanismo de capitalização contingente, pela sua própria conceção, se mostrou apto a reduzir significativamente a responsabilidade do Fundo de Resolução“, resume o fundo liderado por Máximo dos Santos.

O Fundo de Resolução defende ainda a sua atuação neste processo que nos últimos anos levantou muitas polémicas, sobretudo a nível político. O fundo salienta que se não fosse a sua ação “o valor agregado dos pedidos de pagamento e das pretensões do Novo Banco teriam conduzido a que tivesse sido esgotado o valor máximo contratual”. Ao invés, conseguiu ‘poupar’ 485 milhões “no que constitui um dos resultados mais relevantes da eficácia da permanente atuação do Fundo de Resolução em defesa do interesse público“, aponta.

Ambas as partes destacam ainda que o fim antecipado do CCA (que só estava previsto para acontecer no final do próximo ano) extingue todas as disputas pendentes relacionadas com montantes não pagos ao abrigo do mecanismo.

O Novobanco acrescenta que também significará o fim da comissão de acompanhamento, um órgão criado para fiscalizar a execução do CCA, e que deixa de ter limitações na gestão dos ativos (designadamente os que se encontravam ao abrigo do mecanismo).

Do lado do Fundo de Resolução é indicado que o fim do CCA elimina a cláusula que prevê que a participação do Novobanco detida pela Lone Star não é diluída caso ocorram aumentos de capital por conta da conversão dos ativos por impostos diferidos.

Por conta desta cláusula o Fundo de Resolução viu a sua participação de 25% ser diluída para 13,54%, a favor do Tesouro português, enquanto o fundo americano manteve os 75% intactos.

O fim antecipado do CCA, criado em 2017, coloca um ponto final num capítulo turbulento da vida do Novobanco e abre uma nova fase que permitirá à Lone Star avançar com a venda da sua participação de 75% comprada em 2017 a troco de mil milhões de euros.

O ministro das Finanças considerou esta segunda-feira tratar-se um “bom acordo” pois permitirá ao Estado receber dividendos de 300 milhões de euros. Sobre o processo de venda, que poderá ser lançado em maio, Joaquim Miranda Sarmento disse tratar-se de uma decisão do acionista maioritário e que o Governo não se imiscuirá na decisão se o comprador for um banco português.

(Notícia em atualização)

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Presidente da República dá “luz verde” a salário mínimo de 870 euros

O salário mínimo nacional vai subir dos atuais 820 euros para 870 euros. O aumento foi promulgado esta segunda-feira por Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu “luz verde” esta segunda-feira à subida do salário mínimo nacional, dos atuais 820 euros para 870 euros. Em causa está um aumento de cerca de 6,1%, que foi acordado pelo Governo com as confederações empresariais e a UGT, no âmbito do entendimento assinado na Concertação Social no arranque de outubro.

“O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que atualiza o valor da retribuição mínima mensal garantida para 2025”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência.

O acordo de rendimentos assinado pelo anterior Governo em 2022 na Concertação Social já previa uma subida do salário mínimo em 2025, mas apontava para um aumento dos atuais 820 euros para 855 euros. O Governo de Luís Montenegro quis, contudo, ir mais longe e negociou com os parceiros sociais um reforço de 50 euros para 870 euros, conforme referido.

No acordo de salários e crescimento económico assinado em outubro pelo Governo de Luís Montenegro, pelas quatro confederações empresarias e a UGT, está também previsto que o salário mínimo subirá dos tais 870 euros para 920 euros em 2026, 970 euros em 2027 e 1.020 euros em 2028, isto é, no último ano da legislatura.

De acordo com as contas do ECO, as empresas vão ter de gastar mais 866 euros por ano, por trabalhador, com o novo salário mínimo em 2025.

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Trabalhadores da Coindu de Arcos de Valdevez vão receber mais 17% de indemnização

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2024

As indemnizações terão de ser pagas quando a empresa deixar de laborar, tendo a administração apontado duas datas: 28 ou 31 de dezembro.

Os 350 trabalhadores da Coindu, em Arcos de Valdevez, que vai fechar até ao final do ano, vão receber, além dos direitos previstos ao abrigo do despedimento coletivo, mais 17% de indemnização por cada ano de trabalho.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), José Simões, revelou que aquele valor ficou decidido após horas de negociação, na sexta-feira, com a administração da empresa e representantes do Ministério do Trabalho.

“Pedimos 50% de indemnização por cada ano de trabalho e depois tivemos de negociar. Tivemos algum sucesso. Não foi tudo o que queríamos, mas o possível, porque eles [administração] queriam dar zero ou então 10%. Foi uma reunião muito dura, mas conseguimos chegar aos 17% de indemnização por casa ano de trabalho, para além dos direitos que os trabalhadores já têm”, explicou José Simões.

No dia 25 de novembro, o SIMA tornou público o encerramento, no final do mês, da fábrica de Arcos de Valdevez e o despedimento dos 350 trabalhadores. Segundo o SIMA, a decisão aconteceu cerca de um mês após a compra da empresa pelo grupo italiano Mastrotto. O dirigente sindical adiantou que as indemnizações terão de ser pagas quando a empresa deixar de laborar, tendo a administração apontado duas datas: 28 ou 31 de dezembro.

“Queríamos que fixassem um dia e hora, mas não conseguimos. O encerramento ocorrerá no dia 28 ou 31”, frisou. Em Portugal, a Coindu, fundada em 1988, tem unidades fabris em Arcos de Valdevez e em Joane, Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga. José Simões disse ainda que “há várias empresas na região que estão dispostas a contratar alguns dos 350 trabalhadores” que este mês ficam sem emprego.

Na semana passada, o grupo Coindu garantiu estar a cumprir com os direitos legais dos trabalhadores da fábrica de Arcos de Valdevez e rejeitou a relocação da produção daquela unidade para a Tunísia, referindo que o encerramento “é consequência do fim de vida do ciclo de produção dos veículos nomeados”.

Citado em comunicado enviado às redações, o CEO da Coindu, António Cândido, afirmou que ao longo de 2024 procurou “preservar a situação operacional, transferindo temporariamente algumas produções da fábrica Joane para Arcos de Valdevez, negociando novas oportunidades de projetos”.

“Apesar destes esforços, não foi possível garantir a sustentabilidade produtiva do local”, apontava. A empresa “está a avaliar oportunidades de produção em países extraeuropeus exclusivamente para novos projetos cujas características económicas não são compatíveis com a produção em Portugal”.

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Diretor do SIS admite que há ciberataques contra a soberania do país

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2024

"Há ataques provenientes de atores estatais que têm por objetivo a soberania de Portugal", admitiu esta segunda-feira Adélio Neiva da Cruz.

O diretor dos Serviços de Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz, afirmou esta segunda-feira que “há ataques provenientes de atores estatais que têm por objetivo a soberania de Portugal”, e que pretendem “a recolha de informação confidencial”.

O diretor do SIS falava na conferência do Diário de Notícias “Novo Regime Jurídico da Cibersegurança em Portugal”, organizada pelo jornal, a Ordem dos Economistas e a SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, que decorre na Fundação Oriente, em Lisboa.

Adélio Neiva da Cruz disse ainda que o SIS também atua “através de programas de sensibilização”, tendo já sido realizadas mais de “400 ações em termos nacionais” até novembro de 2024.

No mesmo painel falou o Eurodeputado do PPE, Helder Sousa da Silva, que começou a sua intervenção dizendo que “Bruxelas regula em excesso” e apela para que não se exija mais do que a diretiva NIS.

A NIS 2 (Network and Information Security) é uma diretiva sobre a Segurança das Redes e da Informação destinada a garantir um elevado nível comum de cibersegurança em toda a União Europeia.

No mesmo painel o vogal do conselho de administração da Empresa Portuguesa de Águas Livres (EPAL) Rui Lourenço alertou para o perigo do ciberespaço, dizendo que um “ciberataque pode por em causa o abastecimento” de água.

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Michael Rousseau eleito presidente do Conselho dos CEO da Star Alliance

  • Lusa
  • 9 Dezembro 2024

“Estou ansioso por trabalhar com o conselho nos próximos dois anos para continuar o nosso trabalho progressivo no fornecimento de uma experiência perfeita ao cliente”, referiu Michael Rousseau.

Michael Rousseau, da Air Canada, foi eleito novo presidente do conselho dos presidentes executivos da rede de companhias aéreas Star Alliance, sucedendo ao presidente executivo (CEO) da United, Scott Kirby, que ocupava o cargo desde dezembro de 2020.

Estou ansioso por trabalhar com o conselho nos próximos dois anos para continuar o nosso trabalho progressivo no fornecimento de uma experiência perfeita ao cliente”, referiu Michael Rousseau, em comunicado.

Na sua nova função, o presidente e presidente executivo da Air Canada vai liderar as duas reuniões anuais do conselho e atuar como porta-voz daquele órgão, orientando a direção estratégica da aliança global constituída por 25 companhias aéreas, entre as quais a TAP.

Cada uma das 25 companhias aéreas que integram a Star Alliance é representada pelo seu presidente executivo naquele conselho, que serve como órgão de direção e define a direção estratégica global.

O CEO da Star Alliance, Theo Panagiotoulias, citado na mesma nota, agradeceu a Scott Kirby o “seu bem-sucedido mandato de quatro anos” e disse estar “ansioso por trabalhar em estreita colaboração” com o seu sucessor, para concretizar a “visão renovada da aliança”.

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Venda do Novobanco? “Governo não se imiscuirá” na decisão se comprador for português, diz Miranda Sarmento

Ministro das Finanças considera que fim antecipado do CCA do Novobanco é um "bom acordo" pois extingue responsabilidade de 500 milhões para o Estado e abre a porta a dividendo de 300 milhões.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, considera que o fim antecipado do mecanismo de capital contingente no Novobanco é “um bom acordo” e adiantou que o “Governo não se imiscuirá na decisão” de venda do banco se o comprador for português.

“Foi um bom acordo e estamos muito satisfeitos”, declarou o ministro das Finanças em Bruxelas, elencando três razões para ter dado luz verde ao término antecipado do chamado CCA, tal como o ECO avançou na sexta-feira.

Por um lado, vai permitir “normalizar a situação do banco, que a partir desta semana opera em condições perfeitamente normais como a sua concorrência e isso é de salutar para o banco e para o sistema financeiro nacional”, apontou.

Para o Estado, por outro lado, o fim do CCA significa “deixar de ter uma responsabilidade contingente relacionada com a garantia de cerca de 500 milhões de euros” e “um encaixe financeiro de cerca de 400 milhões de euros” em dividendos.

O fim antecipado do mecanismo vai permitir ao fundo americano Lone Star (com 75% do capital do banco) lançar o processo de venda do Novobanco, algo que conta fazer em maio do próximo ano.

Para Miranda Sarmento, “compete ao acionista maioritário decidir qual é a estratégia que tem para o banco, ou de manutenção desse controlo acionista ou de eventual alienação”.

E se for para alienar a um banco português? “O Governo não se imiscui nessa decisão com exceção na medida em que detém 25%, mas participa como qualquer acionista que tem 25%”, explicou aos jornalistas.

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