Governo dá “luz verde” a reforço até 5% do número de trabalhadores nas unidades do SNS

Quadro global de referência do SNS para 2024 prevê que as unidades de saúde públicas possam reforçar o número de trabalhadores em até 5%, face aos existentes no final de dezembro do ano passado.

As unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão poder reforçar o número de trabalhadores em até 5%, face aos existentes no final de dezembro do ano passado, segundo consta no despacho publicado esta terça-feira em Diário República, que aprova o quadro global de referência do SNS para 2024. O documento produz efeitos a 1 de janeiro deste ano.

“Neste quadro, o Governo define as instruções, enquadramento e os objetivos a atingir pelo SNS nos próximos 3 anos [2024,2025 e 2026]. É um passo fundamental para que depois os hospitais proponham, e façam aprovar os seus Planos de desenvolvimento organizacional (aprovação fundamental para terem autonomia)”, explica o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), ao ECO.

De acordo com o despacho, o quadro global de referência do SNS deve ter em conta quatro eixos principais: o desempenho assistencial, de modo a prever “uma melhoria gradual, ao longo do triénio 2024-2026, dos níveis de produção, acesso, qualidade, eficiência e integração de cuidados no SNS”, o desempenho económico-financeiro, recursos humanos e plano de investimentos.

No que diz respeito ao desempenho económico-financeiro este prevê, nomeadamente, que a despesa total das entidades do SNS para o conjunto das rubricas de gastos com pessoal, custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas (CMVMC) e fornecimentos e serviços externos (FSE)” seja “consistente com uma redução gradual do ritmo de crescimento ao longo do triénio 2024-2026”, bem como uma “melhoria gradual” do desempenho económico-financeiro “do conjunto das entidades do SNS, nomeadamente do resultado operacional”.

Já no que toca aos recursos humanos, entre outras coisas, fica definido que deve ser assegurado que “as entidades do SNS estão dotadas dos profissionais necessários, em quantidade e adequadamente distribuídos, para garantir o acesso, a qualidade, a segurança e a eficiência dos cuidados prestados, permitindo novos recrutamentos, mediante celebração de contrato de trabalho sem termo, que no seu conjunto podem ascender a um reforço de até 5% do número de trabalhadores, face aos existentes a 31 de dezembro de 2023“, lê-se no despacho assinado pelo ministro das Finanças e pela ministra da Saúde.

Por fim, no que concerne ao plano de investimentos deve ser assegurada a sua “planificação adequada” e “concretizada através da aprovação de um plano plurianual que contemple os novos investimentos de cada ano, assim como as despesas que lhe estão associadas”. O objetivo é “promover uma gestão eficiente da rede de instalações e equipamentos do SNS, a rentabilizar a utilização dos fundos comunitários disponíveis a nível nacional e a aumentar a taxa de execução global do investimento público no setor da saúde”.

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Defesa da ex-CEO avalia utilização das escutas a Costa no processo contra a TAP

A defesa da Christine Ourmières-Widener vai avaliar a utilização das escutas ao ex-primeiro-ministro, em que António Costa assume que a demissão da ex-CEO da TAP teve motivações políticas.

A defesa de Christine Ourmiére-Widener vai avaliar a pertinência da utilização das escutas a António Costa na “Operação Influencer” na ação judicial em que contesta o despedimento da ex-CEO da TAP e pede uma indemnização de 5,9 milhões de euros, apurou o ECO.

Numa escuta telefónica realizada no âmbito desse processo, o ex-primeiro-ministro assume a necessidade de despedir Christine Ourmières-Widener por motivos políticos e substituí-la pelo atual CEO, Luís Rodrigues, então na SATA, revelam a CNN Portugal e o Correio da Manhã.

O telefonema em causa, entre o então primeiro-ministro e João Galamba, que tutelava a pasta das Infraestruturas, aconteceu em 5 de março do ano passado, às 18h12, numa altura em que o executivo socialista se via confrontado com a polémica indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis, ex-administradora executiva da companhia aérea portuguesa. “Os 500 mil já nos custaram muito“, desabafou Costa, dizendo a Galamba que “as pessoas precisam de sentir que o Governo não consente com merdas destas“.

Foi então que, para estancar a indignação junto da opinião pública, o ex-chefe de Governo informou o seu ministro das Infraestruturas de que estava na altura de despedir Christine Ourmières-Widener. “Se isto se torna num inferno é ela ou nós. Já falei com o Fernando [Medina, então ministro das Finanças] e politicamente nós não nos safamos mantendo a senhora, nem a senhora se safa politicamente”, assumiu António Costa nessa chamada telefónica.

A ex-CEO da TAP deu entrada na Justiça com o prometido processo contra a TAP, contestando a sua demissão pelo Governo e pedindo uma indemnização de 5,9 milhões de euros. Christine Ourmières-Widener pôs no banco dos réus as duas empresas do universo da transportadora, a TAP S.A., dona da companhia aérea, e a holding TAP SGPS.

Uma das alegações da defesa da gestora francesa é de que o seu despedimento teve apenas motivações políticas. “A Autora [Christine Ourmières-Widener] foi demitida por motivos meramente políticos, numa tentativa – aliás conseguida – de abafar a total falta de coordenação entre tutelas, a responsabilidade pela nomeação da Eng.ª Alexandra Reis para Secretária de Estado do Tesouro, com responsabilidade pelo acompanhamento da execução do Plano de Reestruturação”, lê-se no processo, que o ECO noticiou em primeira mão.

A defesa de Christine Ourmières-Widener vai agora avaliar a pertinência da utilização das escutas, nomeadamente se elas têm ou não cabimento legal.

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Bruxelas e Banco de Fomento assinam acordo para disponibilizar 3,6 mil milhões às empresas portuguesas

Investimentos abrangem transportes sustentáveis, o apoio às PME e às pequenas empresas de média capitalização, incluindo para I&D e inovação, e empréstimos para projetos de infraestruturas sociais.

A Comissão Europeia e o Banco Português de Fomento (BPF) assinaram esta terça-feira um acordo de garantia de 210 milhões de euros, no âmbito do programa europeu de investimentos InvestEU. O objetivo é que mobilize 3,55 mil milhões de euros em investimentos, que serão operacionalizados através da banca comercial, que fará chegar o dinheiro às empresas, através de uma linha de crédito. O ministro da Economia garante que o dinheiro vai chegar às empresas “nos próximos meses”.

“O Banco de Fomento vai utilizar a garantia da União Europeia do programa InvestEU para mobilizar investimentos em Portugal utilizando três das suas ‘janelas políticas’: Infraestruturas Sustentáveis, PME, bem como Investimento Social e Competências”, explica a Comissão Europeia em comunicado. “Os investimentos abrangerão transportes sustentáveis, o apoio às PME e às pequenas empresas de média capitalização, incluindo as suas atividades de investigação, inovação e digitalização, bem como empréstimos para projetos de infraestruturas sociais”, acrescenta a mesma nota.

Ana Carvalho, CEO do Banco de Fomento, Luís Montenegro, primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pedro Reis, ministro da Economia, e Maria Celeste Hagatong, chairwoman do Banco de Fomento. (da esq para a direita)Lukasz Kobus/EC - Audiovisual Service 18 junho, 2024

A UE fornece uma garantia InvestEU de até 210 milhões de euros ao BPF para partilhar os riscos de financiamento. Isto permite à instituição, em cooperação com o Fundo de Contragarantia Mútua nacional e com as sociedades de garantia, oferecer garantias aos bancos comerciais que emprestam às empresas para que estas façam os seus investimentos. A garantia InvestEU também apoia empréstimos diretos do BPF aos beneficiários finais no domínio dos investimentos em infraestruturas sociais, explica a mesma nota de Bruxelas.

“O dinheiro chegará às empresas nos próximos meses”, disse o ministro da Economia, à margem da cerimónia de assinatura do acordo em declarações transmitidas pela RTP. O próximo passo será protocolar a linha com os bancos, à semelhança do que já foi feito no passado com outras linhas de crédito. “Os bancos levantam as candidaturas e o BPF aprova-as”, explicou Pedro Reis. “Será muito rápido”, garantiu o governante, recordando que há uma “grande agilização neste procedimento”.

O Banco de Fomento é o único parceiro implementador do InvestEU português. Para isso, “teve uma longa jornada que implicou diversas alterações internas”. Desde logo, um aumento de capital, mas também “ao nível da aprovação de políticas internas relativas aos sistemas de controlo interno e à proteção de dados pessoais, para assegurar a conformidade com as regras europeias, bem como ao nível da adaptação dos sistemas operacionais do BPF para fazer face às necessidades de reporte do programa InvestEU”, explica o banco no seu site.

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“Pulseira” do ISEG faz pagamentos por MB Way sem internet ou bateria

Sem internet, bateria ou cliques, Keychain ISEG permite efetuar pagamentos em loja com qualquer cartão bancário que esteja associado ao MB Way. Dispositivo custa 14,99 euros.

O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) acaba de lançar, em parceria com o MB Way, o keychain ISEG, tornando-se na “primeira business school a criar um MB Way pulse customizado”. Permite efetuar pagamentos em loja com qualquer cartão bancário que esteja associado ao MB Way e em qualquer terminal de pagamentos através da tecnologia contactless, sem internet, bateria ou cliques. O dispositivo custa 14,99 euros.

A escola de negócios explica que “o keychain ISEG é um dispositivo MB Way pulse que permite aos estudantes e restante comunidade ISEG realizar pagamentos de forma simples e prática, sem necessitar de cliques, acesso à internet ou bateria”. Na ótica do ISEG este dispositivo “vem facilitar a vida a todos os que procuram uma nova forma de pagamento, prática, rápida e segura”.

“Com a disponibilização deste MB Way pulse customizado, o ISEG pretende vincar o seu pioneirismo na adesão às novas tecnologias e às tendências emergentes no mercado e, por outro lado, acompanhar as novas formas de digitalização de pagamentos que dinamizam a Economia e a sociedade”, acrescenta a escola liderada por João Duque.

“OkeychainISEG é mais do que um simples dispositivo de pagamento. É um símbolo da nossa visão de futuro, onde a inovação e as novas tecnologias se aliam à tradição e à identidade da nossa comunidade académica. Acreditamos que o Keychain ISEG será um sucesso entre os nossos alunos, potenciais utilizadores deste serviço, mas também ex-alunos, colaboradores e parceiros. É com grande entusiasmo que lançamos este produto inovador e esperamos que ele contribua para reforçar a ligação entre o ISEG e a comunidade”, realça João Duque, presidente do ISEG.

No final de maio, o ISEG e a histórica marca portuguesa de calçado Sanjo estabeleceram uma “colaboração pioneira” que resultou no lançamento de uma edição exclusiva. As sapatilhas Sanjo x ISEG custam 80 euros e já estão à venda.

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População residente em Portugal ultrapassou 10,6 milhões

  • Lusa
  • 18 Junho 2024

O acréscimo populacional de cerca de 123 mil pessoas resultou de um saldo migratório de 155.701 pessoas, compensando o saldo natural negativo de -32.596.

A população residente em Portugal aumentou em 2023, pelo quinto ano consecutivo, ultrapassando 10,6 milhões, anunciou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 31 de dezembro, a população residente no país foi estimada em 10.639.726 pessoas, mais 123.105 do que em 2022.

“O acréscimo populacional resultou de um saldo migratório de 155.701 pessoas (136.144 em 2022), que compensou o saldo natural negativo, de -32.596 (-40.640 em 2022)”, de acordo com o INE.

Em 2023, em consequência do aumento da natalidade, o número médio de filhos por mulher em idade fértil aumentou para 1,44 filhos, contra 1,42 em 2022.

O envelhecimento demográfico em Portugal “continuou a acentuar-se”, notou o Instituto, segundo o qual, no ano passado, o índice de envelhecimento, que compara a população com 65 e mais anos com a população dos zero aos 14 anos, atingiu o valor de 188,1 idosos por cada 100 jovens (184,4 em 2022).

“A idade mediana da população residente em Portugal, que corresponde à idade que divide a população em dois grupos de igual dimensão, passou de 46,9 anos em 2022 para 47,1 anos em 2023“, referiu o INE, ao divulgar as estimativas da população residente.

Do total de residentes no país no final do ano passado, 5.083.568 eram homens e 5.556 158 mulheres.

O aumento de 123.105 pessoas relativamente a 2022 representa uma taxa de crescimento efetivo 1,16%, face a 0,91% em 2022, segundo a mesma fonte.

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Câmara de Barcelos paga quatro milhões por terreno para construir novo hospital

Autarquia fecha acordo com a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Martinho para adquirir o terreno onde vai ser construído o futuro centro hospitalar, que servirá os concelhos de Barcelos e Esposende.

A Câmara Municipal de Barcelos vai pagar quatro milhões de euros à Sociedade Agrícola da Quinta de S. Martinho pelo terreno onde vai ser construído o novo hospital da cidade. A 24 de maio, a ministra da Saúde garantiu que o equipamento iria avançar.

“Regozijamo-nos por, 16 anos depois, este executivo municipal estar a cumprir um passo fundamental neste processo, fazendo-o com total transparência procedimental, bem observável na instrução desta deliberação que hoje foi colocada a votação”, assinala o autarca Mário Constantino, citado num comunicado.

A compra dos terrenos do futuro Centro Hospitalar de Barcelos, que vai também servir a população do concelho vizinho de Esposende, obteve “luz verde” na última reunião extraordinária do executivo. Trata-se de uma “decisão de enorme importância e um passo muito significativo”, sublinha o social-democrata Mário Constantino Lopes.

Futuro hospital vai servir os concelhos de Barcelos e de Esposende18 junho 2024

Para o autarca, “esta é a prova cabal que demonstra o dinamismo que o atual executivo tem imprimido no desatar de nós e na resolução de problemas, e muitos deles arrastavam-se há décadas”.

Mário Constantino Lopes explana que a medida surge precisamente na sequência da garantia dada por Ana Paula Martins, durante a cerimónia de assinatura do auto de transferência de 15 viaturas para o município destinada às unidades de saúde locais.

Na ocasião, a ministra da Saúde garantiu ao presidente da Câmara de Barcelos a construção do novo hospital da cidade minhota. “Palavra dada é palavra honrada. Posso anunciar-vos que vamos finalizar o processo de arquitetura e preparar o lançamento do concurso do hospital de Barcelos“, assegurou Ana Paula Martins na ocasião.

Regozijamo-nos por, 16 anos depois, este executivo municipal estar a cumprir um passo fundamental neste processo, fazendo-o com total transparência procedimental, bem observável na instrução desta deliberação que hoje foi colocada a votação.

Mário Constantino

Presidente da Câmara Municipal de Barcelos

Na reunião, o executivo aprovou o “acordo de cedências e urbanização para a execução do Plano de Pormenor do Centro Hospitalar de Barcelos” que estabelece as normas da transação a efetuar entre o município e a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Martinho.

“O acordo não só refere o montante da aquisição de 155.850 metros de terreno, por quatro milhões de euros, como estabelece as áreas de cedência ao domínio público e as parcelas para a construção da Variante Poente e acessos ao novo hospital“, adianta o município. A medida ainda vai ser submetida à deliberação da Assembleia Municipal de Barcelos.

O autarca, eleito nas últimas eleições numa coligação que juntou o PSD, o CDS-PP e um movimento de independentes, aproveitou ainda esta decisão para “enaltecer a unanimidade político-partidária que se estabeleceu em Barcelos à volta deste importante desígnio para o concelho”.

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Luís Paes Antunes quer maior participação do CES na monitorização dos acordos da Concertação Social

Luís Paes Antunes reconhece desafios do CES, mas diz que deve ser reforçado, com uma maior participação na monitorização dos acordos celebrados na Concertação e com a valorização do espaço público.

Luís Paes Antunes defende que o Conselho Económico e Social (CES) deve ser reforçado, assumindo, nomeadamente, uma “maior participação” na monitorização e avaliação dos acordos que vão sendo celebrados na Concertação Social. O ex-secretário de Estado do Trabalho foi ouvido esta terça-feira no Parlamento, já que é o nome proposto pela Aliança Democrática (AD) para próximo presidente do CES.

Luís Pais Antunes, Managing Partner da PLMJ, em entrevista ao ECO/Advocatus - 29ABR19

“Seria importante que o CES tivesse — um pouco a exemplo do que se passa em Espanha — uma maior participação no processo de monitorização e avaliação dos acordos que são celebrados na Concertação Social. Atualmente não tem condições para o fazer, mas esse passo seria importante para o futuro do trabalho do CES”, declarou o advogado de profissão, no arranque da audição que teve lugar na Comissão de Trabalho e na Comissão de Economia.

Na intervenção inicial, Luís Paes Antunes garantiu que “não ignora” os passos que foram dados por Francisco Assis (que esteve na liderança do CES desde 2020) para reforçar esse órgão, mas defendeu que é preciso “prosseguir esse esforço“.

Na mesma linha, acrescentou: “O CES deve ter uma maior centralidade no apoio ao processo de definição e decisão das políticas públicas, em particular através da organização, da promoção e da valorização do espaço público de debate democrático e de uma maior participação da sociedade civil”.

Ainda assim, Luís Paes Antunes reconheceu que o CES enfrenta desafios e “constrangimentos de natureza estrutural bastante grandes”.

Questionado pelos deputados sobre que constrangimentos são esses, o advogado destacou três. Primeiro, o enquadramento legislativo, sinalizando que “está na altura” de repensar a lei, trabalho que cabe à Assembleia da República.

Segundo, a própria estrutura organizativa e os recursos humanos do CES. “O CES não pode deixar de ter nos seus quadros um conjunto de técnicos superiores com formação económica, jurídica e sociológica. É isso que nos vai dar sustentabilidade ao longo do tempo”, declarou.

As instalações atuais são adequadas ao que o CES é atualmente… E mesmo assim pouco adequadas. Para organizar seminários, o CES não tem instalações. Estava em curso um processo de mudança. Acho que se justifica uma atenção particular.

Luís Paes Antunes

Candidato a presidente do CES

E, em terceiro lugar, as instalações. “Para organizar seminários, o CES não tem instalações. Estava em curso um processo de mudança. Acho que se justifica uma atenção particular”, sublinhou Luís Paes Antunes. Este foi um tema também frequentemente realçado pelo anterior presidente do CES, que chegou a indicar que está em curso um diálogo com o Governo.

Por outro lado, o candidato foi questionado pelos deputados sobre a própria composição do CES, nomeadamente no que diz respeito à igualdade de género e à participação de novas organizações (como a Associação Portuguesa de Contribuintes).

Em resposta, Luís Paes Antunes garantiu que é um defensor da igualdade e paridade, e assegurou que, se for eleito presidente do CES, tenciona “fazer aquilo a que se chama advocacy“, nos contactos com os parceiros e organizações, para diminuir o gap de género que existe.

Quanto aos novos membros, o ex-secretário de Estado do Trabalho concordou que é preciso estudar o tema, admitindo que pode haver organizações demasiado representadas no plenário do CES, enquanto outras estão ausentes. “Deve haver um estudo. Devemos evitar entrar na corrida, criando sempre novos lugares“, declarou, referindo que os 80 lugares hoje existentes são adequados.

O que está a travar os salários?

Na audição desta terça-feira, o candidato a presidente do CES foi também repetidamente questionado sobre os salários (nomeadamente, o salário mínimo e o salário médio). Em reação, Luís Paes Antunes atirou que “estamos todos de acordo” que o salário médio está abaixo do que deveria estar, mas avisou que tal não se resolve por decreto. Antes, é preciso que a economia cresça e as empresas consigam pagar melhores vencimentos, afirmou.

Ninguém defende que o salário médio se deve encostar ao salário mínimo, porque isso é o fim da economia. O CES pode ter um debate interessante para identificar de forma mais precisa quais os entraves que estão a fazer com que haja uma excessiva aproximação entre o salário mínimo e o salário médio. Acho que é um tema que merece um debate aprofundado”, defendeu o advogado.

O salário mínimo e o salário médio têm sido um dos temas mais quentes da Concertação Social, nos últimos anos. Por exemplo, são um dos pilares do acordo de rendimentos celebrado pelo Governo de António Costa, e que o Governo de Luís Montenegro já disse que vai cumprir.

Sei quão difícil é alcançar consensos, mas o próprio processo é um estímulo ao processo democrático.

Luís Paes Antunes

Candidato a presidente do CES

Na audição desta manhã, o ex-secretário de Estado do Trabalho disse ainda que é preciso estudar, nomeadamente, o futuro do trabalho (por exemplo, a transformação impulsionado pelos impactos tecnológicos), sublinhou que a dinamização da negociação coletiva não se resolve apenas com o fim da caducidade (medida que tem sido reivindicada, ano após ano, pela esquerda) e deixou claro que acredita “firmemente nas virtualidades do diálogo social, da Concertação Social e do tripartidarismo”.

“Sei quão difícil é alcançar consensos, mas o próprio processo é um estímulo ao processo democrático”, assinalou ainda o responsável, que revelou que está ligado ao CES há cerca de 30 anos (primeiro como conselheiro, depois em funções governativas, e mais recentemente enquanto árbitro).

O nome de Luís Paes Antunes irá a votos no Parlamento esta quarta-feira. O candidato proposto pela coligação de direita vai precisar de ser aprovado por dois terços dos deputados na Assembleia da República, sendo, por isso, necessário um entendimento com o PS.

Luís Paes Antunes foi secretário de Estado do Trabalho e da Segurança Social nos governos de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes, entre 2002 e 2005. Anteriormente, tinha sido diretor-geral da Concorrência e Preços, e também membro da direção do PSD liderada por Luís Marques Mendes.

Notícia atualizada às 13h04

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PS queixa-se de falta de abertura do Governo nas negociações do novo pacote anticorrupção

  • Lusa
  • 18 Junho 2024

PS acusa o executivo de fazer reuniões unilaterais e com "pouco diálogo", lamentando que o Governo não dê espaço aos socilistas para apresentarem as suas propostas para o pacote anticorrupção.

O PS afirmou esta terça-feira que o Governo não deu espaço aos socialistas para apresentarem as suas propostas para o pacote anticorrupção que está a ser preparado, acusando o executivo de fazer reuniões unilaterais e com “pouco diálogo”.

Após um encontro com a ministra da Justiça no parlamento sobre a agenda anticorrupção, a líder da bancada parlamentar do PS, Alexandra Leitão, afirmou que não houve “nenhum avanço significativo” em relação ao último encontro, em 19 de abril, e que não houve nenhum assunto em que se tenha pedido contribuições ou propostas dos socialistas.

“Estamos disponíveis, mas até agora não há nada que, efetivamente, concreto nos tenha sido pedido para contribuir, para trabalhar, para apresentar propostas, nada. E, portanto, continuamos expectantes a ver qual é o passo seguinte nestas conversas“, lamentou a deputada socialista.

Alexandra Leitão disse que as ideias transmitidas pelo executivo são vagas e que, no momento para o PS apresentar as suas propostas, o Governo diz que entrará “em contacto e não entra”, tornando estas negociações “uma coisa unilateral”.

A socialista admitiu que não “vinha expectante” para a reunião dada o grau de complexidade desta matéria e o tempo curto deste encontro com a ministra da justiça.

“O que houve foi traços muito gerais que irão ser aprovados no conselho de ministros, em termos que também ainda não estão fechados dentro do próprio Governo e que depois virão para a Assembleia, que é coisa que nós já saberíamos, porque nos termos da Constituição têm que vir para a Assembleia”, acrescentou.

A ministra da Justiça está esta terça-feira na Assembleia da República novamente a ouvir os partidos com assento parlamentar sobre a prometida agenda anticorrupção, que já no final de maio disse estar numa “reta finalíssima”.

Em 03 de abril, no seu primeiro Conselho de Ministros, o Governo liderado por Luís Montenegro decidiu como primeira medida mandatar a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, para falar com todos os partidos com assento parlamentar, agentes do setor da justiça e sociedade civil com vista à elaboração de um pacote de medidas contra a corrupção, num prazo de 60 dias.

Em 28 de maio, à margem da sua primeira audição parlamentar, a ministra disse à Lusa que o trabalho estava praticamente concluído.

“Ouvimos muitas pessoas, muitas entidades, recebemos também alguns contributos escritos e estamos na reta finalíssima do que será uma agenda anticorrupção”, disse.

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Taxa Euribor a seis meses cai para novo mínimo de mais de um ano

  • Lusa
  • 18 Junho 2024

Esta terça-feira, a taxa Euribor desceu a seis meses para 3,695% e a 12 meses para 3,600%. No prazo mais curto (três meses), a tendência foi inversa, tendo subido para 3,717%.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três meses e desceu a seis, neste prazo para um novo mínimo desde 19 de maio do ano passado, bem como caiu a 12 meses. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que avançou para 3,717%, ficou acima da taxa a seis meses (3,695%) e da taxa a 12 meses (3,600%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, baixou esta terça-feira para 3,695%, menos 0,016 pontos e um mínimo desde 19 de maio de 2023, depois de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,1% e 25%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também recuou esta terça-feira, para 3,600%, menos 0,028 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses subiu, ao ser fixada em 3,717%, mais 0,006 pontos e depois de ter descido na segunda-feira para 3,711%, um novo mínimo desde 26 de julho de 2023. Em 19 de outubro, a Euribor a três meses foi fixada em 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

O Banco Central Europeu (BCE) desceu em 6 de junho as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 18 de julho.

Esta descida das taxas diretoras deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação.

A média da Euribor em maio desceu em todos os prazos, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos: 0,073 pontos, para 3,813%, a três meses (contra 3,886% em abril); 0,052 pontos, para 3,787%, a seis meses (contra 3,839%); e 0,021 pontos, para 3,681%, a 12 meses (contra 3,702%). Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Produtora portuguesa Bro Cinema conquista grande prémio em Cannes 

Portugal pode trazer mais prémios para casa, uma vez que o país conta com oito entradas em shortlist, através de trabalhos da Bar Ogilvy, Dentsu Creative, Judas, Havas e Coming Soon.

A produtora portuguesa Bro Cinema conquistou um Grand Prix no Cannes Lions International Festival of Creativity, o mais importante festival de criatividade do mundo, com o projeto “Magnetic Stories”. A realização é de Mário Patrocínio.

A conquista foi feita na categoria Pharma (Patient Engagement) e o trabalho foi desenvolvido para a Siemens Healthineers e contou com a colaboração da Cuf. O mesmo projeto conquistou ainda a distinção de prata, na mesma categoria, que contou com 232 candidaturas a concurso.

A criatividade foi da agência Area 23, de Nova Iorque, que contou com a colaboração da Sonido (portuguesa) e da Tempest Originals Custom Carpentry (norte-americana), e com a pós-produção da Ars Thanea (norte-americana).

“Magnetic Stories” é um projeto que transforma as experiências das crianças durante as ressonância magnéticas em histórias, combinando-as com sons das máquinas e procedimentos médicos, dando origem a audiolivros.

A melhor forma de exemplificar o poder da criatividade é tendo um impacto direto na vida das pessoas. O trabalho vencedor fez exatamente isso ao produzir audiolivros para crianças submetidas a exames de ressonância magnética, transformando um procedimento médico assustador numa experiência imersiva e envolvente”, diz Collette Douaihy, global chief creative officer da Dentsu Health e presidente do júri da categoria, citado em comunicado.

“As histórias foram meticulosamente trabalhadas por autores e designers de som de renome para sincronizar com precisão cada som da ressonância com momentos emocionantes da história, aliviando o medo e melhorando a experiência. Isto é storytelling no seu melhor“, acrescenta.

Portugal pode trazer mais prémios para casa tendo em conta que o país conta com oito entradas em shortlist. Os seis trabalhos, que permitiram as oito nomeações, foram desenvolvidos pela Bar Ogilvy (três), Dentsu Creative (dois), Judas (um), Havas (um) e Coming Soon (um).

A divulgação dos melhores trabalhos publicitários a nível mundial nas diferentes categorias do festival decorre até dia 21 de junho.

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Portugal teve a quinta taxa de inflação mais alta da UE em maio

  • Joana Abrantes Gomes
  • 18 Junho 2024

Efeito base do IVA Zero, que entrou em vigor em maio de 2023, explica que Portugal tenha registado a maior aceleração da inflação no mês passado. Na UE, teve a quinta taxa mais elevada (3,8%).

O Eurostat confirmou que a inflação homóloga da Zona Euro acelerou em maio pela primeira vez em cinco meses, para 2,6%, em comparação com os 2,4% registados em abril. Na União Europeia (UE), a taxa anual acelerou para 2,7%, mais 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior, segundo os dados publicados esta terça-feira pelo gabinete estatístico.

Comparando com abril, a taxa de inflação homóloga acelerou em 14 Estados-membros da UE, manteve-se estável em dois e desacelerou em 11. Em Portugal, a variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor — que permite a comparação entre os vários Estados-membros — em maio foi de 3,8%, acima quer da média dos 27, quer da média da área da moeda única, e acelerando face aos 2,3% registados no mês anterior.

As estatísticas definitivas do Eurostat confirmam assim que, dos 27 Estados-membros da UE, Portugal teve a maior aceleração da inflação homóloga face a abril, num total de 1,5 pontos percentuais. Este desempenho, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), é explicado pelo facto de, em maio de 2023 ter entrado em vigor o IVA Zero, que ajudou a controlar a espiral inflacionista no país.

Taxas de inflação homóloga (%) em maio de 2024

Fonte: Eurostat

Ainda assim, houve quatro países que registaram taxas superiores à portuguesa no mês de maio: Roménia (5,8%), Bélgica (4,9%), Croácia (4,3%) e Hungria (3,9%). Em sentido inverso, Letónia (0,0%), Finlândia (0,4%) e Itália (0,8%) tiveram as taxas anuais mais baixas.

Em termos mensais, o serviço europeu de estatísticas também confirma que os preços no consumidor subiram 0,2% em maio na Zona Euro — o que representa uma desaceleração face aos 0,6% no mês anterior –, assim como na União Europeia.

Ainda segundo o Eurostat, o maior contributo para a taxa de inflação anual da área da moeda única em maio foi proveniente dos serviços (+1,83 pontos percentuais), seguindo-se os produtos alimentares, álcool e tabaco (+0,51 pontos percentuais), os produtos industriais não energéticos (+0,18 pontos percentuais) e a energia (+0,04 pontos percentuais).

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Empresas de produção de gases renováveis têm apoio de 70 milhões do PRR

Empresas têm apoio máximo de 15 milhões de euros a fundo perdido. Verbas do PRR correspondem a 60% da despesa elegível, sendo que esta é revista depois da adjudicação do investimento.

As empresas de produção de gases de origem renovável, incluindo hidrogénio renovável, contam com um apoio a fundo perdido de 70 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). De acordo com o sistema de incentivos, que entra em vigor na quarta-feira, as empresas podem beneficiar no máximo de 60% dos custos elegíveis num limite de 15 milhões por beneficiário.

As regras do novo sistema de incentivos, publicadas esta terça-feira em Diário da República, admitem que o Fundo Ambiental possa reduzir a taxa de cofinanciamento de 60% para cumprir a meta de 77 megawatts (MW) da capacidade total instalada para a produção de hidrogénio renovável e gases renováveis prevista para este investimento do PRR. Além disso, para as mesmas despesas elegíveis, os apoios concedidos ao abrigo deste sistema de incentivos não são cumuláveis com outros auxílios ao investimento. Uma regra básica dos europeus que impede o duplo financiamento.

Como despesa elegível consideram-se os custos de investimento totais que “comprovadamente visarem e forem estritamente indispensáveis à produção de hidrogénio renovável e ou gases renováveis”, lê-se na portaria assinada pela ministra do Ambiente. “O montante máximo do investimento elegível previsto na operação é o menor montante de entre o custo real de investimento a incorrer com a operação ou do custo-padrão máximo de investimento (CAPEX) por tecnologia elegível”, valores que serão determinados pelo Fundo Ambiental nos avisos de abertura de concurso.

Contudo, a despesa elegível a cofinanciar é revista depois da adjudicação do investimento. Além disso, as candidaturas podem incluir investimentos acessórios com armazenamento e sistemas técnicos de apoio à gestão otimizada da produção de gases renováveis, mas estes têm de estar estritamente relacionados (e ser indispensáveis) para a viabilidade técnica e/ou económica do projeto. Estes investimentos estão ainda sujeitos a um custo-padrão máximo por tecnologia que é definido nos concursos.

Este sistema de incentivos, que se aplica apenas ao território continental, visa “aumentar a capacidade de produção de hidrogénio e de gases renováveis, aumentar a contribuição do hidrogénio renovável e de outros gases renováveis no consumo de energia, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, reduzir a dependência energética e melhorar a segurança do aprovisionamento de energia”. “O investimento público pretende apoiar tecnologias maduras com “nível de maturidade tecnológica” ou “TRL – Techonology Readiness Levels” superior a 8, incentivando não só a produção de hidrogénio renovável mas também a produção de outros gases renováveis através da recuperação energética da componente orgânica dos resíduos urbanos, lamas das estações de tratamento de águas residuais, efluentes agrícolas e industriais, entre outros (excluindo resíduos plásticos)”, explica a portaria.

Como em todos os apoios europeus as empresas têm de ter a situação regularizada em termos de fundos europeus; apresentar uma situação económico-financeira equilibrada e demonstrar ter capacidade de financiamento da operação; não podem ter salários em atraso nem ser “empresas em dificuldade”, devem ter contabilidade organizada e cumprir as regras relativas a auxílios de Estado.

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