Um quarto dos beneficiários do apoio à renda recebe o valor máximo de 200 euros

  • Lusa
  • 8 Agosto 2024

Este apoio é atribuído oficiosamente, até um máximo de 60 meses (cinco anos), abrangendo inquilinos cujo contrato de arrendamento foi efetuado até 15 de março de 2023.

Um quarto dos inquilinos com apoio extraordinário à renda estão a receber 200 euros por mês, o valor máximo possível, segundo dados do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

Em resposta a questões da Lusa, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação indicou que no final de julho estavam a receber o apoio extraordinário ao pagamento da renda um total de 215.077 beneficiários — reportando-se a dados do IHRU.

Deste total, “55.291 pessoas recebem o valor máximo do apoio”, referiu a mesma fonte oficial.

Esta medida foi lançada em 2023, sendo dirigida a famílias cuja taxa de esforço com a renda supera os 35%, com o valor do apoio a ter por limite máximo mensal os 200 euros.

Tendo em conta os dados facultados à Lusa, cerca de 25% dos inquilinos com apoio estão a receber o valor máximo possível.

Este apoio é atribuído oficiosamente, até um máximo de 60 meses (cinco anos), abrangendo inquilinos cujo contrato de arrendamento foi efetuado até 15 de março de 2023.

Este critério da data, porém, levou a que várias famílias fossem perdendo o apoio, por se considerar que estavam perante um contrato novo de arrendamento quando este fosse cessado por iniciativa do senhorio e seguido de novo contrato, com um aumento de renda.

Esta situação levou o atual Governo a alterar a lei, permitindo que o apoio chegue a pessoas com novos contratos desde que o contrato de arrendamento anterior tenha cessado por iniciativa do senhorio, “e o contrato em vigor diga respeito ao mesmo locatário e ao mesmo imóvel, devendo corresponder à habitação permanente e domicílio fiscal do respetivo arrendatário ou subarrendatário beneficiário”.

A Lusa questionou o Ministério das Infraestruturas e Habitação sobre o número de pessoas que tendo perdido o apoio por aquele motivo, voltaram agora a recebe-lo, mas a resposta não aponta o universo dizendo apenas que o referido apoio “é atribuído oficiosamente pelo IHRU, sem necessidade de requerimento”, sendo calculado anualmente com base em elementos transmitidos pela Autoridade Tributária ao IHRU.

Seja como for, o universo de beneficiários desta medida extraordinária registado no final de julho baixou face ao final de abril, mês em que a medida chegava a 223.200 inquilinos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 8 de agosto

  • ECO
  • 8 Agosto 2024

Ao longo desta quinta-feira, 8 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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UAX moderniza a formação em medicina dentária com a renovação dos seus laboratórios de prática pré-clínica

  • Servimedia
  • 8 Agosto 2024

De acordo com um comunicado de imprensa divulgado na quinta-feira, o objetivo é renovar 210 postos de trabalho com os equipamentos de simulação profissional mais inovadores do mercado internacional.

A Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) está a remodelar e a modernizar os seus laboratórios de prática pré-clínica da Licenciatura em Medicina Dentária, no âmbito do seu compromisso de estar “sempre na vanguarda académica e tecnológica”.

O projeto inclui ainda novos simuladores digitais, cadeiras dentárias de última geração e uma melhoria das instalações onde os alunos do primeiro, segundo e terceiro anos da licenciatura em Medicina Dentária da UAX têm a oportunidade de realizar 200 horas de prática pré-clínica, complementando assim a sua formação teórica com experiências de simulação e digitais que depois poderão transferir para casos reais no seu desenvolvimento profissional.

No total, a UAX está a transformar os seus oito laboratórios para as disciplinas de prática pré-clínica, sete dos quais passarão a incorporar mesas de simulação e o oitavo será equipado com cadeiras dentárias de última geração. A remodelação estará concluída até ao final do ano, embora os três primeiros laboratórios estejam prontos no início do ano letivo.

A UAX garante assim aos seus alunos “dispor das mais modernas instalações e equipamentos do setor, que os ajudarão a pôr em prática todos os conhecimentos adquiridos na sua formação teórica e onde aprenderão a trabalhar com casos e situações reais que lhes permitirão saber lidar no futuro com o ambiente de trabalho”.

A melhoria destes laboratórios é mais um passo no processo de modernização e atualização com as mais recentes tecnologias que a UAX está a levar a cabo na sua Licenciatura em Medicina Dentária. No início deste ano, a UAX anunciou a digitalização das suas clínicas dentárias universitárias em Madrid, dois centros que atendem cerca de 12.000 casos por mês e que permitem aos estudantes de licenciatura e pós-graduação em medicina dentária da UAX adquirir experiência no atendimento ao paciente, diagnóstico, conceção e execução de tratamentos utilizando os últimos avanços tecnológicos. Entre os próximos passos, está prevista a implementação de um laboratório digital para o ano letivo de 2025/2026.

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“O lóbi é exatamente o oposto da corrupção”, reforça Rita Serrabulho

Rita Serrabulho, vice-presidente da Associação Public Affairs Portugal, faz o balanço destes primeiros quase três meses da entidade que pretende reunir empresas e profissionais de lóbi.

A necessidade de regulamentação do lóbi tem vindo ganhar adeptos em Portugal e já é apresentada uma das medidas do pacote anticorrupção apresentado pelo Governo em junho. No setor da comunicação, esta é uma batalha antiga da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações-Públicas), que inclusive lançou um código de conduta para autorregulação do lobbying, num microsite que lançado também com o objetivo de contar o tempo durante o qual o país vai permanecer sem legislação específica para a regulação desta atividade.

Também em maio foi lançada a Associação Public Affairs Portugal (PAPT), associação que pretende representar o setor de public affairs e representação de interesses em Portugal, e tem como membros fundadores a Atrevia, a Lift Consulting, a Loyal Ecosystem e a Political Intelligence Portugal, bem como os profissionais individuais Gonçalo Almeida Simões e Luís Rhodes Baião. O lançamento do seu site, no final de julho, é o ponto de partida para um primeiro balanço, com Rita Serrabulho, vice-presidente da associação.

A PAPT foi lançada em meados de maio. Qual o balanço destes primeiros meses?

Não podia ser mais positivo. Diria até que excedeu as expectativas, no sentido em que as interações que temos tido, quer com os stakeholders públicos quer privados, têm sido no sentido de muito reconhecerem a importância do nascimento de uma associação que represente o setor, e que tem como missão não apenas contribuir para a sua valorização, mas também para a sua literacia e regulamentação.

No que aos decisores públicos diz respeito, em dois meses reunimos com os grupos parlamentares e temos também já agendadas audiências com o Governo. Sem exceção, fomos recebidos com entusiasmo e, de uma forma geral, encontrámos um amplo consenso politico para avançar com a regulamentação.

Para esse fim, a Public Affairs Portugal partilhou também os seus contributos com estes decisores, que têm como objetivo enriquecer os diferentes projetos de lei de cada partido, que foram também muito bem acolhidos.

Relativamente às empresas e profissionais individuais, a Public Affairs Portugal tem sido encarada como uma organização que era há muito desejada, uma vez que permitirá às organizações terem uma representação de uma área muito relevante na atividade das empresas, e que muito pode contribuir quer para a sua transparência, quer para a sua profissionalização em Portugal.

A PAPT pretende juntar os profissionais a título individual e as organizações que se dedicam à atividade em representação própria ou de terceiros. Ou seja, profissionais, empresas e agências. Porquê esta opção?

Porque a atividade profissional de public affairs é desenvolvida por diferentes organizações, e os seus profissionais – independentemente de estarem a trabalhar na representação de interesses próprios ou de terceiros, – devem ter esse reconhecimento profissional. É incontestável que esta atividade existe há muitos anos em Portugal. Creio ser também incontestável o valor que acrescenta às empresas e sociedade civil, mas também ao país, quer em termos democráticos, económicos e sociais.

Falta efetivamente regular, para que esse valor seja reconhecido e possa ocorrer de forma transparente, evitando assim que vivamos num ambiente de desconfiança continua sobre as atividades quer dos atores públicos, quer privados. Com esta abrangência – agencias, empresas e sócios profissionais individuais, – ou seja, todos aqueles que praticam a atividade profissional de public affairs, estarão representados.

Pretendem, de acordo com o site, “desenvolver iniciativas de literacia direcionadas à sociedade civil e outros stakeholders sobre a gestão de Assuntos Públicos e a Representação de Interesses”. Que ações estão planeadas?

Um dos constrangimentos identificados relativamente à representação de interesses, é precisamente o elevado desconhecimento do que isso significa. Acresce a este fator, a forte perceção negativa que o lóbi tem em si, por ser muito associado – erradamente – a casos de corrupção. Ora, o lóbi é exatamente o oposto da corrupção. O lóbi é uma prática necessária em qualquer sociedade evoluída e democraticamente amadurecida, porque é o que vai permitir uma maior participação da sociedade civil na definição de políticas públicas.

Se esta relação não existir, como podem os legisladores construir e desenvolver leis que estejam próximas da realidade da vida das pessoas e da economia real? Como podem os investidores dar a conhecer os projetos que querem desenvolver em Portugal, se muitos destes projetos passam obrigatoriamente por mercados que são regulados por organismos públicos?

Dito isto, se os cidadãos, empresas e organismos públicos não entenderem esta realidade, estas relações continuarão a ocorrer num clima de desconfiança, de medo e de insegurança. Não é bom para ninguém.

Neste sentido, a Public Affairs Portugal definiu como uma das prioridades para este primeiro triénio, desenvolver um conjunto de atividades de literacia, que passam por construir protocolos com a academia, de forma a que os public affairs passem a ser parte também dos seus programas.

Por outro lado, iremos fomentar debates entre sociedade civil e decisores públicos, promover conferências nacionais e internacionais sobre a atividade e os seus diferentes players, promover estudos, práticas e tendências internacionais que enquanto associados da PACE temos acesso, entre outras ações.

Quantos associados têm neste momento e quais os objetivos em termos de número de associados?

Em apenas dois meses temos já 15 associados, e mais dez empresas a analisar a sua adesão.

No site têm os membros fundadores mas não os associados. Vão ser públicos?

Nesta primeira versão do site quisemos privilegiar a informação de base da Public Affairs Portugal e a adesão de novos sócios. Tornar públicos os membros associados não foi agora uma prioridade , mas é uma decisão que tomaremos em conjunto mais à frente, quando tivermos já uma maior massa associativa.

A regulamentação do lóbi faz parte do pacote anticorrupção aprovado no último mês em Conselho de Ministros. Quais as expectativas em relação a esta decisão?

A regulamentação tem que ser uma prioridade politica. Ninguém compreenderá, que depois de todos os acontecimentos recentes e que se repetem no nosso país, dos quais a maioria poderiam ser esclarecidos com a existência de registos e pegada legislativa, que este tema – com tão largo consenso politico, – não seja realmente uma discussão para ocorrer ainda em 2024. A sociedade civil não pode continuar a não confiar nas instituições que nos governam e o país não pode continuar a ser olhado com uma desconfiança permanente. A nossa expectativa é que até ao final do primeiro semestre de 2025, a lei que venha a ser aprovada esteja em vigor.

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Inapa ameaça beliscar contas do maior fundo imobiliário nacional

A Inapa deverá deixar de pagar as rendas de dois armazéns que ocupa e que pertencem ao CA Património Crescente. Nas contas do fundo, trata-se de uma perda de cerca de 2% do total das suas receitas.

A Inapa está em vias de fazer mais uma vítima da sua insolvência. A “fava” cairá ao CA Património Crescente, o maior fundo de investimento imobiliário nacional com mais de 1,2 mil milhões de ativos sob gestão, dado ser proprietário de dois armazéns onde a Inapa desenvolve ainda a sua atividade.

O risco de em breve a distribuidora de papel deixar de pagar as rendas destes dois imóveis é grande porque a Inapa encontra-se em “sérias dificuldades para prosseguir a sua atividade”, como é descrito pela própria empresa num comunicado de 29 de julho enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Ao ECO, Pedro Coelho, CEO da Square Asset Management, entidade gestora do CA Património Crescente, refere que, até ao final de julho não havia qualquer incumprimento da Inapa relativamente aos contratos de arrendamento destes dois armazéns. “Não temos rendas em atraso até julho”, revela Pedro Coelho. Mas isso deverá mudar em breve.

Dada a periclitante situação financeira da empresa, é provável que ambos os contratos entrem brevemente em incumprimento pelo inquilino. Pedro Coelho revela que ambos os armazéns, essenciais para o desenvolvimento da atividade da Inapa, oferecem ao CA Património Crescente uma yield na ordem dos 7,5% e que as rendas geradas representam menos de 2% da totalidade das rendas que o fundo imobiliário da Square AM recebe mensalmente de uma carteira de quase 150 imóveis.

Ambos os imóveis ocupados pela Inapa e detidos pelo CA Património Crescente foram adquiridos pelo fundo imobiliário à empresa em 2022 através de operações de leasebak, em que a Inapa vendeu o imóvel ao fundo e assinou um contrato de arrendamento.

“Não é uma situação agradável ter um contrato assinado e o inquilino deixar de pagar ou estar insolvente”, confessa Pedro Coelho. No entanto, o gestor destaca que o pior que pode acontecer ao fundo e aos seus subscritores é deixarem de receber as rendas de ambos os imóveis durante um período, quer seja pelo eventual incumprimento dos contratos quer seja posteriormente, caso os armazéns não sejam arrendamentos novamente ou alienados.

Apesar de danoso nas contas do fundo, esta é uma situação menos agressiva em comparação com aquela com que se deparam os pequenos acionistas, a Parpública e os obrigacionistas da Inapa, que correm o risco de ver o seu investimento reduzido da “cinzas”, caso a massa insolvente não seja suficiente para cobrir o seu capital.

Armazéns de quase 25 milhões de euros

Ambos os imóveis ocupados pela Inapa e detidos pelo CA Património Crescente foram adquiridos pelo fundo imobiliário à empresa em 2022 através de operações de leasebak, em que a Inapa vendeu o imóvel ao fundo e assinou um contrato de arrendamento.

Um desses imóveis é um armazém com quase 17 mil metros quadrados localizado em Madrid, a cerca de 20 quilómetros do Estádio do Real Madrid, que foi comprado a 28 de dezembro de 2022 por 11,8 milhões de euros e cujo contrato de arrendamento termina no final deste ano. Atualmente está avaliado na carteira do fundo por 13 milhões de euros.

Pedro Coelho revela ao ECO que desde o início do ano que a equipa de gestão do CA Património Crescente tem estado “a trabalhar” este imóvel. Não por antecipar a insolvência da Inapa mas porque o contrato de arrendamento sobre este armazém terminar no final do ano.

Essa situação gerou, inclusive, a “realização de algumas visitas ao armazém este ano”, confidencia o CEO da Square AM, notando que assim que o contrato entra nos últimos seis meses de vida, o inquilino é obrigado a abrir as portas do imóvel para visitas.

Instalações da Inapa Portugal, em Sintra, cujo proprietário é o fundo imobiliário CA Património Crescente, gerido pela Square Asset Management.

O outro ativo na carteira do CA Património Crescente que está ocupado pela Inapa é um armazém em Sintra com 15,4 mil metros quadrados de área, que foi adquirido pelo fundo por 12,2 milhões de euros a 17 de maio de 2022 e que tem associado um contrato de arrendamento de 10 anos.

Pedro Coelho revela que este armazém foi construído na década de 1990 e desde então já teve várias remodelações com vista a melhorar a eficiência do imóvel, como seja a instalação de um sistema de robotização que permite a movimentação de vários artigos por apenas uma pessoa através de um computador central.

Segundo a carteira de julho do fundo, o armazém de Sintra está avaliado em 11,9 milhões de euros e entre os dois imóveis ocupados pela Inapa é o que causa mais preocupação à equipa de gestão do CA Património crescente, dado que o contrato de arrendamento só termina em maio de 2032.

“O mais correto é não ter expectativas”, responde Pedro Coelho quando questionado sobre o que espera que suceda relativamente ao cumprimento do contrato de arrendamento. O gestor ressalva que existe um contrato válido e que “juridicamente devem pagar as rendas”, sobretudo porque, “apesar de estarem insolventes, continuam a faturar”, diz.

No entanto, caso isso não aconteça, Pedro Coelho está confiante que a Square AM será capaz de voltar a rentabilizar o imóvel, até por valores mais elevados aos praticados atualmente. “Achamos que conseguimos arrendar a valores na ordem dos 10% acima ao preço atual.”

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AHRESP defende que escolas profissionais também formem imigrantes para trabalharem no turismo

Governo está a preparar programa para formar imigrantes através das escolas do Turismo de Portugal. Ao ECO, secretária-geral da AHRESP diz que é preciso que escolas profissionais também participem.

Um “bom começo“, mas insuficiente se não for além do já anunciado. É assim que Ana Jacinto olha para o programa que o Governo está a preparar para dar formação aos migrantes e refugiados que queiram trabalhar no turismo. Em declarações ao ECO, a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) apela a que também as escolas profissionais sejam chamadas a participar, para que “possa haver maior cobertura geográfica”.

Entre as 60 medidas desenhadas pelo Governo para acelerar a economia, está prevista a criação de um programa de integração e formação de migrantes e refugiados no setor do turismo. Segundo explicou o Governo em julho, vão ser investidos 2,5 milhões de euros do orçamento do Turismo de Portugal em ações de formação para profissionais e não profissionais, que queiram trabalhar nesse setor.

Entretanto, esta semana, o Ministério da Economia adiantou ao Público que, numa primeira fase, serão abrangidas mil pessoas, um número que é um “bom começo”, mas é insuficiente face aos milhares de mãos que estão em falta no setor turístico, observa a secretária-geral da AHRESP.

“A necessidade de trabalhadores para as nossas atividades é de várias dezenas de milhares, e, por isso mesmo, mil trabalhadores são muito importantes, mas não são, de todo, suficientes“, sublinha Ana Jacinto. A AHRESP referiu estarem em falta 40 mil trabalhadores na restauração e hotelaria, ainda na primavera deste ano.

A necessidade de trabalhadores para as nossas atividades é de várias dezenas de milhares e por isso mesmo, mil trabalhadores são muito importantes, mas não são, de todo, suficientes.

Ana Jacinto

Secretária-geral da AHRESP

O Ministério da Economia sinalizou também que este programa será posto no terreno através da rede de escolas de hotelaria e turismo do Turismo de Portugal, mas a secretária-geral da AHRESP apela a que não se fique por aí.

“Para o resultado que queremos, o programa deve envolver também as escolas profissionais, e não apenas as escolas de turismo, para que possa haver maior cobertura geográfica e o plano alcance mais território. O trabalho em rede é fundamental“, defende Ana Jacinto.

A responsável realça, além disso, em declarações ao ECO, que as parcerias estratégicas para a qualificação e integração destas apenas não se devem “reconduzir apenas aos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Entende-se que o seja numa primeira fase, mas, a correr bem, devem ser estendidas a outras geografias“, salienta a mesma.

De resto, Ana Jacinto argumenta que, se a primeira fase deste programa tiver sucesso, poderão vir a ser formados mais cidadãos estrangeiros, o que seria benéfico para as empresas que procuram mãos. “Queremos acreditar que este programa tem potencial para ter sucesso, o que poderá levar ao seu reforço e alcance a mais alguns milhares de trabalhadores, contribuindo para diminuir a escassez de profissionais, especialmente qualificados”, afirma a responsável.

A secretária-geral da AHRESP avisa, contudo, que as dificuldades de integração dos imigrantes não se esgotam na formação. Há constrangimentos nos processos de legalização, bem como na habitação. “Também nestas matérias a AHRESP já apresentou propostas. Há, assim, que ver toda esta problemática com mais profundidade e de forma mais integrada“, defende Ana Jacinto.

A falta de mãos tem sido transversal a toda a economia portuguesa nos últimos anos, mas o turismo tem sido um dos setores mais afetados. Por ter sido um dos mais afetados pela pandemia (e pelas restrições que lhe ficaram associadas), este setor viu partir muito talento para outras atividades, queixando-se agora de sérias dificuldades no recrutamento. O acolhimento de mão-de-obra imigrante tem sido uma das soluções adotadas.

“Há muito que vemos a imigração, feita de forma regulada e organizada, como fazendo parte da solução, e isso implica também que os possamos integrar devidamente no meio laboral, assumindo a componente da formação um papel fundamental“, explica Ana Jacinto.

Ainda assim, a secretária-geral deixa um último recado ao Governo: não conhecendo ainda os detalhes deste novo programa, espera que os contornos sejam acertados em conjunto com as empresas, já que são estas que estão “a absorver esta massa humana, que chega maioritariamente sem qualquer tipo de formação”.

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#4 As férias de Cristina Castanheira Rodrigues. “Zoom out” do trabalho para “aprender e refletir”

A administradora-delegada da Capgemini Portugal, Cristina Castanheira Rodrigues, tenta desligar ao máximo do trabalho em tempo de férias, mas também pensar "estrategicamente" no futuro.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

“Recarregar energia” em família e, ao mesmo tempo, aproveitar a pausa no trabalho para “pensar estrategicamente sobre a nossa missão como empresa e as decisões futuras”, faz parte dos planos de férias de Cristina Castanheira Rodrigues. Defensora de um bom equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, a administradora-delegada da Capgemini Portugal diz tentar “desligar ao máximo”, embora seja “inevitável manter algum contacto” com a equipa mais direta. “Este contacto é restrito a questões críticas que só eu posso resolver. A confiança e a competência da minha equipa são fundamentais para que isso funcione.”

Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?

Nas minhas férias, gosto de balancear entretenimento com aprendizagem, mas sobretudo privilegiar o tempo em família, algo que, com as nossas vidas profissionais extremamente ocupadas, é bastante difícil. No entanto, gostava de partilhar algumas sugestões que visam tanto o enriquecimento pessoal quanto o profissional. Na parte literária, “Measure What Matters” de John Doerr é uma leitura indispensável, explorando o uso de OKRs (Objectives and Key Results) para impulsionar o desempenho e a inovação nas empresas. Outro livro muito interessante é o “The Innovator’s Dilemma” de Clayton Christensen. Um título essencial, que aborda a importância da inovação disruptiva e como as empresas podem evitar os perigos da complacência.

Quanto a séries, recomendo algumas que proporcionam uma reflexão mais profunda sobre o ser humano. “Black Mirror” é uma série antológica que examina a sociedade moderna e as consequências imprevistas das novas tecnologias, estimulando uma reflexão sobre os nossos próprios valores e comportamentos. “The Leftovers”, outra série envolvente, explora temas de perda, sobrevivência e a busca por sentido após eventos inexplicáveis, oferecendo uma profunda análise sobre a condição humana.

Quanto aos podcasts, partilho dois que combinam conhecimento e inspiração. “The Knowledge Project” de Shane Parrish, que entrevista pensadores e líderes de diversas áreas, fornecendo valiosas lições de vida e negócios. “HBR IdeaCast”, da Harvard Business Review, é uma fonte contínua de insights sobre gestão, inovação e liderança, perfeita para nos mantermos atualizados sobre as últimas tendências e práticas no mundo dos negócios.

Essas escolhas oferecem entretenimento, mas também são oportunidades para aprender e refletir sobre práticas de gestão e inovação, essenciais para qualquer líder.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Acredito na importância de um equilíbrio saudável entre as vidas pessoal e profissional, e durante as férias, tento desligar ao máximo para recarregar energias, mas sabemos que a realidade das nossas responsabilidades e compromissos não permite um desligar total e é inevitável manter algum contacto com a minha equipa mais direta.

Durante as férias, tento limitar ao máximo o contacto com as equipas, focando apenas em temas que exigem diretamente a minha intervenção. Este contacto é restrito a questões críticas que só eu posso resolver. A confiança e a competência da minha equipa são fundamentais para que isso funcione. A empresa deve operar de forma eficiente, permitindo-me desfrutar de um merecido descanso, e a quem está também em descanso.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Embora as férias sejam principalmente um momento de descanso e de proximidade com a família e amigos, é inevitável que esses períodos de tranquilidade também proporcionem uma oportunidade para reflexões mais profundas. Às vezes, é exatamente nesses momentos de afastamento das rotinas diárias que conseguimos fazer um zoom out e pensar estrategicamente sobre a nossa missão como empresa e as decisões futuras. No entanto, procuro equilibrar essas reflexões com o descanso, aproveitando o tempo livre para recarregar energias e voltar ao trabalho com uma perspetiva renovada.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Ao retornar das férias, alguns temas essenciais devem marcar o setor de consultoria de negócios e tecnologia. Em primeiro lugar, a transformação digital continuará a ser uma prioridade, com as empresas a terem o seu foco na integração de tecnologias avançadas como a inteligência artificial, o machine learning e a análise de big data para otimizar operações e tomar decisões mais informadas. Além disso, a sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa estão a tornar-se cada vez mais importantes, com as empresas mais focadas na geração do impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, catalisando o seu modelo de ESG em prol de todo o ecossistema interno e externo.

Outra tendência significativa é a cibersegurança, à medida que as ameaças digitais se tornam mais sofisticadas, exigindo soluções inovadoras para proteger os dados e a privacidade das organizações. Finalmente, a flexibilidade no trabalho, impulsionada pela pandemia, continuará a moldar o futuro do trabalho, com empresas adotando modelos híbridos e focando no bem-estar dos funcionários como uma prioridade estratégica.

Estas tendências não só definirão o rumo do setor nos próximos anos, mas também oferecerão oportunidades para a inovação e o crescimento contínuos.

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Tabuaço é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores

Das 18 autarquias que pagavam a mais de 60 dias, no segundo trimestre, dez melhoraram os prazos de pagamento, e oito agravaram. Oito demoravam mais de 90 dias a pagar, mais três que no anterior.

Tabuaço é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores. No segundo trimestre deste ano precisou de 143 dias para pagar as suas faturas, um desempenho que ainda assim representa uma melhoria face aos 155 dias dos três meses anteriores, ou aos 166 dias que chegou a demorar no terceiro trimestre de 2023, de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral das Autarquias Locais.

Num universo de 208 municípios para os quais existem dados (não os há para os restantes 100 municípios do país), oito demoravam mais de 90 dias a pagar as faturas a fornecedores, mais três do que no trimestre anterior. Mas, no primeiro trimestre só havia 99 municípios com informação validada no Sistema de Informação para o Subsetor da Administração Local (Sisal). Os dados revelam ainda que 18 câmaras demoravam mais de 60 dias, mais sete do que nos três meses anteriores.

Tabuaço não tinha dados validados no final do primeiro trimestre — caso tivesse, teria sido a segunda autarquia que mais tempo levava a saldar as contas, e não Tábua, já que a primeira tinha um prazo de pagamento de 155 dias e a segunda 125 (um valor revisto em alta em dois dias). No final do semestre, Tábua leva agora 123 dias a pagar, desempenho idêntico ao do último trimestre de 2023.

O presidente da câmara de Tabuaço já tinha reconhecido ao ECO que o prazo de pagamento da autarquia ia continuar a ser elevado, porque tem uma dívida de curto prazo muito elevada que já vem de executivos anteriores, sendo que alguma está a ser contestada em tribunal.

“Essas situações ainda não se resolveram, mas estes números não refletem a gestão diária do município”, frisou o edil social-democrata Carlos Carvalho. A situação já foi pior: Tabuaço chegou a levar 376 dias para pagar aos fornecedores antes de ter encontrado uma solução para a dívida de cerca de três milhões de euros junto do Grupo Águas de Portugal. E está confiante de que, assim que as dívidas herdadas forem consolidadas, será possível melhorar os prazos de pagamento.

Com uma diferença de 20 dias surge Tábua, que explica os pagamentos em atraso com o facto de a autarquia ter aderido a um saneamento financeiro voluntário. “Desde que tomámos posse que temos problemas de tesouraria e a solução encontrada com os ministérios das Finanças e da Coesão foi contrair um empréstimo para pagar aos fornecedores e depois ter pagamentos mais regulares”, explicou ao ECO Ricardo Cruz, aquando da divulgação dos dados do primeiro trimestre. Em causa está um saneamento financeiro voluntário, porque o volume de dívidas não é suficiente para um obrigatório, acrescentou o edil socialista.

“Para requerer o saneamento temos de ter um volume de faturas e não as podemos pagar, caso contrário saem do processo de saneamento. Depois pagaremos tudo assim que o empréstimo for concedido”, explicou Ricardo Cruz, admitindo, por isso, que nos próximos trimestres o prazo médio de pagamento a fornecedores voltaria a aumentar, facto que não aconteceu dada a revisão em alta dos valores do primeiro trimestre. A câmara está a negociar com os bancos um empréstimo em torno dos seis milhões de euros que só deverá ser concedido em setembro, detalhou o responsável.

O terceiro lugar do pódio é ocupado, em ex-aequo, por Pinhel e Caminha, ambas com uma demora de 112 dias e, há pelo menos um ano com pagamentos superiores a 60 dias. Mas a primeira agravou o tempo de pagamento em cinco sete dias e a segunda diminuiu em sete.

Freixo de Espada à Cinta, que liderava o ranking nos três primeiros meses do ano, ao demorar 161 dias para pagar aos fornecedores, conseguiu reduzir em 76 dias o prazo médio, um desempenho explicado pelo facto de a autarquia ter recorrido ao Fundo de Apoio Municipal em novembro de 2023, contraindo um empréstimo de 12,6 milhões. “Com a primeira tranche de quatro milhões de euros, recebida em janeiro deste ano, foi possível pagar todas as dívidas até dezembro de 2022”, disse ao ECO o presidente da Câmara. “Com a segunda tranche vamos pagar as dívidas até agosto de 2023”, acrescentou Nuno Ferreira, em declarações em maio. O edil socialista frisou que o objetivo era, no final do ano, ser possível pagar a 60 ou 90 dias.

A segunda maior redução nos tempos de pagamento foi de Vila Real de Santo António. Os 123 dias do primeiro trimestre passaram para 71, uma redução de 52 dias que o vereador com o pelouro da tesouraria explicou com a alteração da forma como a autarquia decidiu comparticipar a compra de manuais escolares aos alunos até ao segundo ciclo. “O procedimento foi contra-reembolsar 800 famílias, o que criou um problema administrativo” ao nível da verificação de faturas que “inundou os serviços”, disse ao ECO Fernando Horta. Este ano a situação não se voltará a repetir, garante, porque a autarquia fez um acordo com um fornecedor que entregará os manuais diretamente às famílias, “num só procedimento administrativo e não 800”.

Além disso, Vila Real de Santo António conseguiu “reduzir a dívida em 16 milhões de euros e melhor a capacidade de arrecadar receita, sem aumentar o regulamento de taxas”, sublinhou Fernando Horta.

Das 18 autarquias que pagam a mais de 60 dias, no segundo trimestre, dez melhoraram os prazos de pagamento, e oito agravaram, sendo que só Santa Comba Dão passou a fasquia dos 90 dias (passou de 82 dias no primeiro trimestre, valor revisto em alta em 21 dias, para 94), onde já estava Melgaço (passou de 92 para 93 dias) e Pinhel (de 107 para 112 dias).

O ranking dos prazos médios de pagamento das autarquias há muito que padece de falta de comparabilidade. Desde o quarto trimestre de 2019 que não existe uma listagem completa que inclua os 308 municípios devido às dificuldades técnicas de adaptação ao novo Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) introduzido em 2020. Não é só o prazo médio de pagamento dos municípios que é afetado. Também a aferição do seu nível de endividamento foi afetado.

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Livro Verde da Segurança Social quer ver mais ações e menos dívida na carteira do FEFSS

A Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social junta-se ao Tribunal de Contas e ao Conselho das Finanças Públicas para se promover uma reforma do fundo de reserva da Segurança Social.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) é frequentemente referido como a almofada financeira do Sistema Previdencial da Segurança Social, por desempenhar um papel crucial na garantia da sustentabilidade do sistema de pensões em Portugal.

No entanto, desde a sua fundação, em 1989, que a sua gestão tem oferecido pouco valor acrescentado para os contribuintes, que é espelhado por uma taxa de rendibilidade média real anual de apenas 2,2% ao longo dos últimos 35 anos até junho deste ano.

Essa realidade foi novamente exposta com o desempenho do fundo apresentando no primeiro semestre deste ano, com o FEFSS a registar uma taxa de rendibilidade líquida de transferências de apenas 1,5%, um valor significativamente inferior à taxa de inflação de 2,65% registada no mesmo período.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Este registo não é da total responsabilidade da equipa de gestão do fundo, mas das fortes limitações legais impostas à estrutura de exposição da carteira do FEFSS aos diferentes ativos que, entre outras situações, obriga a que pelo menos 50% do capital investido esteja alocado em títulos de dívida pública portuguesa ou outros títulos garantidos pelo Estado português.

Esta situação tem sido alvo de críticas por parte do Tribunal de Contas, do Conselho de Finanças Públicas e agora também por parte da Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social (CSSS), que recentemente publicou um conjunto de recomendações para melhorar a eficiência e a rentabilidade do FEFSS no “Livro Verde sobre a sustentabilidade do sistema Previdencial”, a que o ECO teve acesso.

Os técnicos da CSSS destacam que “embora o horizonte temporal do FEFSS, por ser de muito longo prazo, permita em princípio estratégias de investimento mais orientadas para títulos de rendimento variável e outros com maior risco, com a contrapartida de um maior rendimento, a estratégia adotada tem sido caracterizada por uma abordagem bastante prudente.

Essa estratégia, segundo a avaliação do “Livro Verde” tem-se “refletido por taxas de rentabilidade médias que se podem qualificar de baixas relativamente às alcançadas por outros fundos públicos de capitalização.

É importante uma reforma do respetivo modelo de gestão do FEFSS no sentido da adoção de uma estratégia de investimento que, em respeito da maturidade das suas responsabilidades, garanta níveis de rentabilidade mais elevados.

Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social

Livro Verde sobre a sustentabilidade do sistema Previdencial

Numa comparação com fundos idênticos ao FEFSS em mais 20 países da OCDE, a Comissão orientada por Mariana Trigo Pereira revela que Portugal está entre os países que têm prosseguido uma estratégia mais prudente em matéria de política de investimento do seu fundo público.

“Enquanto a maioria dos fundos considerados na análise tem mais de 30% dos seus ativos mobilizados em títulos de rendimento variável, Portugal tinha cerca de 11% (valor de 2017), um valor que era apenas superior ao registado em Espanha, México e EUA (OASI Trust Fund), que são fundos de obrigações a 100%”, lê-se no Livro Verde.

Para contornar esta situação e melhorar o desempenho do fundo, a Comissão revela que “é importante uma reforma do respetivo modelo de gestão do Fundo no sentido da adoção de uma estratégia de investimento que, em respeito da maturidade das suas responsabilidades, garanta níveis de rentabilidade mais elevados.”

Entre as medidas apontadas está a proposta para a realização de um estudo prospetivo de forma a analisar as seguintes opções:

  • Reduzir o limite mínimo de dívida pública portuguesa,
  • Alterar os limites de dívida de países da OCDE, incluindo Portugal,
  • Aumentar o limite do investimento em ações,
  • Aumentar a exposição não coberta do FEFSS a moedas não euro,
  • Ajustar os limites de investimento em dívida privada, ações de empresas de menor dimensão (small caps) e em fundos de capital de risco.

Forte dependência do Estado e pouca visão de longo prazo

Os técnicos da CSSS destacam também que a forte dependência do fundo de reserva da Segurança Social das transferências orçamentais e receitas fiscais consignadas é um ponto fraco do modelo atual do fundo.

Embora reconhecendo que o valor dos ativos do FEFSS tenha crescido significativamente desde 2017, os técnicos destacam que esta melhoria está alicerçada num modelo de financiamento que depende fortemente de transferências de receitas fiscais e saldos do sistema Previdencial, em vez de uma política mais diversificada e eficiente baseada “em ativos com maior rentabilidade a médio e longo prazo.”

Só durante os primeiros seis meses deste ano, o FEFSS recebeu uma injeção de 3.587 milhões de euros, a segunda maior transferência da sua história, elevando para quase 24 mil milhões de euros as transferências recebidas do Estado ao longo dos seus 35 anos de existência, o equivalente a 70% do atual património do FEFSS, avaliado no final de junho em 33,9 mil milhões de euros.

Significa que, desde 1989, as várias equipas de gestão que passaram pelo leme do FEFSS geraram menos de um terço do atual valor do FEFSS. Esse parco contributo deve-se a uma política de investimento que tem privilegiado títulos de rendimento fixo como as obrigações, especialmente dívida pública portuguesa, uma opção que é vista como demasiado conservadora pelos técnicos da CSSS, limitando com isso o desempenho potencial do fundo.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Por essa razão, a linha principal das recomendações do “Livro Verde” aponta para que a política de investimento do FEFSS deve ser revista para aumentar a sua rendibilidade e que uma maior diversificação da carteira de investimentos é essencial para atingir esse objetivo.

É importante notar que as críticas e revisões às limitações impostas à gestão do FEFSS não vêm apenas de fora da estrutura governativa, ora por parte do Tribunal de Contas e do Conselho de Finanças Públicas e agora da Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social.

A 22 de julho de 2021, o Instituto de Gestão do Fundo Capitalização da Segurança Social (IGFCSS), responsável pela gestão do FEFSS, “submeteu à Tutela para apreciação e discussão uma proposta de reflexão sobre a estratégia de investimento a longo prazo do FEFSS”, refere o Tribunal de Contas no parecer relativo à CGE de 2021.

Esta indicação, que foi acompanhada por uma proposta de revogação da Portaria 216-A/2013 (que apontava para a substituição dos ativos em outros Estados da OCDE por dívida pública portuguesa até ao limite de 90% da carteira de ativos do FEFSS) e de alterações ao regulamento de gestão do fundo foi colocada ao Governo justamente pela atual equipa do IGFCSS, liderada por José Vidrago, que iniciou funções a 25 de junho de 2021. No entanto, desde então nada mudou.

Além de uma maior diversificação da carteira do FEFSS com maior exposição a ações e menos a títulos de dívida, a Comissão orientada por Mariana Trigo Pereira recomenda o reforço dos recursos humanos do FEFSS, “para permitir uma estratégia de investimento mais adequada a maturidade das suas responsabilidades” e à mobilização do seu fundo imobiliário, por forma a “ser alargado com uma base de terrenos e edifícios do Estado e um montante limitado de fundos do FEFSS, que coloque lotes de património em concessões de gestão privada por concurso.”

As linhas gerais das recomendações do “Livro Verde sobre a sustentabilidade do Sistema Previdencial” espelham a ideia de que o futuro do FEFSS depende da sua capacidade de se adaptar às novas realidades económicas e da implementação de uma política de investimento que equilibre prudência com rentabilidade, em função dos objetivos e horizonte temporal para o qual foi desenhado em 1989.

A adoção de uma estratégia mais arrojada do FEFSS poderá, segundo os técnicos da CSSS, garantir não só a sustentabilidade do sistema de pensões, mas também promover um crescimento mais robusto do património do fundo.

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Nova regra do IRS dá mais 246 euros limpos de impostos a trabalhadores e pensionistas em 2025

Trabalhadores por conta de outrem e pensionistas vão poder abater 4.350,24 euros ao imposto a liquidar em 2025, uma subida face aos 4.104 euros que estavam congelados há mais de uma década.

O novo mecanismo de atualização da dedução específica vai dar mais 246 euros limpos de impostos a trabalhadores por conta de outrem e pensionistas, na altura da liquidação do imposto em 2025, segundo o diploma publicado esta quarta-feira em Diário da República e que se aplica aos rendimentos obtidos já este ano.

A parcela do rendimento isenta de IRS estava congelada nos 4.104 euros há 13 anos e, agora, vai subir para 4.350,24 euros, o que corresponde a um salto de 6% ou de 246,24 euros, de acordo com as novas regras que se aplicam aos salários de trabalho dependente e pensões deste ano. Fiscalistas consultados pelo ECO garantem que este mecanismo abrange já os ganhos de 2024 e terá impacto na receita de 2025.

A lei determina que o valor da dedução específica “é atualizado anualmente à taxa de atualização do IAS” (Indexante dos Apoios Sociais) e entra em vigor esta quinta-feira, dia 8, de acordo com a lei emanada da Assembleia da República.

Como este ano o IAS subiu 6%, passando de 480,43 euros para 509,26 euros, a dedução específica também irá crescer os mesmos 6%, de acordo com o novo regime, o que significa quer irá evoluir dos atuais 4.104 euros para 4.350,24 euros. “Serão mais 246 euros que não serão tributados, que estão limpos de impostos”, realça o fiscalista João Espanha, da sociedade de advogados Broseta. Nos anos seguintes, continuará a aplicar-se este mecanismo que foi introduzido no Código do IRS por via de uma proposta do Bloco de Esquerda (BE).

Este bónus extra “irá beneficiar os ganhos obtidos em 2024 com efeitos na liquidação do IRS de 2025, aquando da entrega da declaração do imposto”, indica João Espanha.

Para o perito em Direito Fiscal, Luís Nascimento, da consultora Ilya, também não há dúvidas de que “a atualização é para avançar já, uma vez que o diploma refere expressamente que entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação”. “Não há norma alguma a indicar que produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2025”, explica.

Paralelamente foi publicado em Diário da República um outro diploma, proveniente da bancada do PSD, que indica que o “Governo avalia, até à apresentação da proposta de lei do Orçamento do Estado para 2025, a possibilidade de indexar o valor das deduções específicas […] ao valor do Indexante dos Apoios Sociais”. No entanto, “esta lei tem menos força por ser de âmbito geral”, ressalva Espanha. Assim, “a norma especial, que dita a atualização anual da dedução com efeitos imediatos prevalece sobre a lei geral”, reforça.

A dedução específica é um instrumento que permite descontar um determinante montante ao rendimento anual declarado, baixando assim os ganhos sujeitos a IRS. Assim, quanto maior for a dedução, menor será a carga fiscal sobre salários e pensões.

A subida de 246,24 euros na dedução específica vai gerar uma poupança no IRS que acresce à redução das taxas entre 0,25 e 1,5 pontos até ao 6.º escalão e à atualização do mínimo de existência, cujos diplomas foram publicados esta quarta-feira em Diário da República.

Para o fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya, “esta subida é muito positiva, uma vez que vai libertar de tributação mais 246 euros de salário”. Porém, alerta que “o valor da dedução específica ainda não subiu o suficiente para cumprir a imunidade tributária do salário mínimo, que é um princípio constitucional”.

“A dedução específica foi criada para apoiar os rendimentos mais baixos, permitindo que boa parte da retribuição mínima mensal garantida ficasse livre do imposto. Mas ainda não chegamos a tais valores”, sublinha.

Desde 2011, ou seja, até à entrada da troika em Portugal, que a dedução específica está congelada nos 4.104 euros. Antes, seguia uma regra de atualização em que o seu valor deveria ser igual a 72% de 12 vezes o salário mínimo nacional. Se este mecanismo ainda fosse aplicado, a dedução específica devia estar nos 7.084,8 euros, o que significaria uma subida de 2.980,8 euros ou de 72,6%.

Custo deverá rondar 100 milhões de euros por ano

A alteração aprovada não reintroduz esta fórmula de indexação ao salário mínimo, mas possibilita o acompanhamento da evolução do IAS. Aliás, o diploma inicial do BE era mais ambicioso do que a lei entretanto aprovada, ao determinar que a dedução deveria subir já 582 euros para 4.686 euros, sendo atualizada, nos anos seguintes, em função do IAS. Mas este ponto da proposta foi chumbado, tendo só passado a atualização em função do Indexante dos Apoios Sociais.

Contas feitas pelo BE ao impacto orçamental do seu projeto inicial, que incluía a subida da dedução específica para os 4.686 euros, indicavam um custo de 252 milhões de euros por ano. Uma vez que apenas foi viabilizado o mecanismo de atualização, a perda de receita fiscal deverá ser menor, eventualmente na ordem dos 100 milhões de euros.

Ainda assim, esta despesa não estava prevista pelo Governo quando apresentou a sua proposta de alteração ao IRS que foi chumbada. Com o seu diploma, o Executivo contava gastar 463 milhões de euros entre a descida das retenções na fonte este ano (348 milhões) e o aumento dos reembolsos ou diminuição do imposto a liquidar em 2025 (115 milhões). Do mesmo modo, a proposta do PS, que baixa as taxas dos escalões do IRS, e que acabou por ser aprovada, não inclui a medida do BE. Os socialistas garantem, aliás, que a sua iniciativa tem um impacto igual à proposta do Governo.

O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre o custo da atualização da dedução específica e aguarda uma resposta. O impacto só será sentido em 2025, aquando da liquidação do imposto referente aos rendimentos de 2024.

Descida das taxas até ao 6.º escalão abrangem os rendimentos de 2024

A descida das taxas de IRS entre 0,25 e 1,5 pontos até ao 6.º escalão face à tabela em vigor também foi publicada esta quarta-feira em Diário da República e vigoram para os rendimentos obtidos a longo de todo o ano de 2024.

O diploma, que teve origem num projeto do PS, dá um alívio fiscal que, em termos absolutos, pode chegar aos 336 euros anuais ou 24 euros por mês, no caso de salários brutos mensais de 4.000 euros, que estão enquadrados no 8.º escalão, segundo as simulações realizadas para o ECO pelo fiscalista Luís Nascimento, da consultora Ilya.

Em termos relativos, os maiores ganhos sentem-se nos vencimentos mensais ilíquidos entre 1.000 e 2.000 euros, que estão entre o 2.º e 5.º escalões. No primeiro caso, o benefício de 48,10 euros por ano ou de 3,44 euros por mês traduz-se num alívio fiscal de 4,32%. Para um ordenado de 2.000 euros, o imposto irá baixar 224,38 euros no ano ou 16 euros por mês, o que significa uma taxa de poupança de 5,02%.

As contas foram realizadas para um trabalhador solteiro sem filhos e considerando o teto máximo das deduções em despesas gerais e familiares, de 250 euros.

Para um trabalhador que aufira 1.200 euros, a poupança relativa é maior ainda, de 5,43% em comparação com as taxas de IRS em vigor, ainda que o valor absoluto seja de 88,79 euros por ano ou de 6,34 euros por mês, isto é, mais baixo quando comparamos o ganho de 336 euros por ano ou de 24 euros por mês para quem ganha 4.000 euros por mês. Porém, e em termos relativos, a taxa de poupança neste nível de rendimentos é de 2,32%, ou seja,

Também foi publicado em Diário da República um diploma, proveniente da bancada do grupo parlamentar do PSD, que estabelece que os limites dos escalões de IRS devem ser atualizados em linha com a inflação e produtividade. Para além disso, indica que, “no quadro da revisão das medidas legislativas na área da habitação, o Governo pondera a extensão do alargamento da dedução de encargos com juros de dívidas contraídas no âmbito de contratos de crédito à habitação”. Neste momento, só é possível abater no IRS os juros de créditos à habitação contraídos até 31 de dezembro de 2011.

Aumento da dedução da renda de casa só a partir de 2025

Já o aumento das deduções da despesa com rendas de habitação própria e permanente irá entrar a 1 de janeiro de 2025. Isto significa que os inquilinos só irão sentir esse efeito nas declarações de IRS de 2026.

O diploma, com origem na bancada do PS, determina que o limite do valor que é possível abater no IRS irá subir faseadamente, até 2027, dos atuais 600 euros até aos 800 euros. Assim, no próximo ano, a dedução aumenta para 700 euros, em 2026, avança para 750 euros e, em 2027, totaliza os 800 euros.

Mas o teto da percentagem de despesas qualificáveis para as deduções com rendas mantém-se em 15% dos gastos suportados.

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Jogadores da LALIGA protagonizam as finais dos principais campeonatos de verão

  • Servimedia
  • 8 Agosto 2024

Cerca de cinquenta jogadores de futebol inscritos para a nova época da LALIGA em Espanha estão a participar nos principais campeonatos desportivos deste verão, como os Jogos Olímpicos de Paris.

No caso dos Jogos Olímpicos, os 19 jogadores que jogarão amanhã, sexta-feira, na final entre a Espanha e a França para ganhar a medalha de ouro, estarão em Espanha dentro de algumas semanas para jogar a nova época da LALIGA.

Desse número, 18 serão espanhóis, incluindo Álex Baena, do Villareal CF, avaliado no mercado em 40 milhões de euros, segundo o prestigiado site Transfermarkt, e Pau Cubarsí e Fermín López, do Barcelona.

A equipa francesa, que jogará em casa, no estádio Parc des Princes, na capital francesa, treinada por Thierry Henry, outro antigo jogador da LALIGA, contará com Loïc Badé, defesa-central que joga atualmente no Sevilha CF.

Esta nova final coloca mais uma vez a LALIGA como uma referência do futebol mundial, pois é a competição nacional que contribui com mais jogadores, 45 no total, para as finais dos mais importantes campeonatos internacionais de seleções disputados este verão, centrando os holofotes do planeta futebol nos três momentos altos do atual período estival.

26 ESTRELAS NA AMÉRICA

A seleção espanhola venceu o Campeonato da Europa contra a Inglaterra em julho, num jogo em que 19 jogadores da LALIGA participaram pela Espanha. Para além disso, dois deles, Nico Williams, do Athletic Club, foi nomeado MVP da final de Berlim, e Lamine Yamal, do FC Barcelona, uma das estrelas mais promissoras do futebol mundial, foi nomeado Melhor Jogador Jovem do Campeonato da Europa.

Outra das estrelas da LALIGA, Jude Bellingham, avançado e melhor marcador do Real Madrid, também esteve presente nessa histórica final. Apesar de ter perdido o título com a sua seleção nacional, foi um dos jogadores mais destacados de todo o torneio e, ao mesmo tempo, um dos melhores jogadores do planeta na sua posição.

No campeonato continental americano de futebol, a LALIGA também teve um papel fundamental na conquista do título pela Argentina na final contra a Colômbia, em Miami. Neste caso, seis estrelas da LALIGA, os argentinos Nahuel Molina e De Paul, do Atlético de Madrid, Marcos Acuña e Gonzalo Montiel, do Sevilla CF, e Germán Pezzella, do Real Betis, foram fundamentais para a vitória da Albiceleste. E a Colômbia, apesar de não ter conquistado o título, contou com Johan Mojica, antigo jogador do CA Osasuna e que acaba de assinar pelo RCD Mallorca.

A LALIGA declarou na quinta-feira que está a preparar o seu arranque a 15 de agosto, “recebendo os jogadores de melhor qualidade do planeta para fazer desta época uma campanha histórica e inesquecível no melhor campeonato de futebol do mundo”.

 

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UE e Mercosul em Brasília para avançar com acordo comercial

  • Lusa
  • 7 Agosto 2024

As taxas de carbono impostas unilateralmente pela União Europeia para a assinatura do acordo atrasaram as negociações. Lula criticou medidas unilaterais que afetam os agricultores brasileiros.

Representantes da União Europeia e do Mercosul reúnem-se em Brasília entre 4 e 06 de setembro para prosseguirem as discussões sobre o acordo comercial entre os dois blocos, disse à Lusa fonte da diplomacia brasileira. De acordo com a mesma fonte, esta será uma reunião entre negociadores, naquela que será a primeira presencial desde abril.

As taxas de carbono impostas unilateralmente pela União Europeia para a assinatura do acordo entre o bloco europeu e o bloco composto pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia (que entrou na semana passada) foram criticadas pelo chefe de Estado brasileiro. Apesar de ser importante a redução do carbono, disse, não deve ser feita em medidas unilaterais que afetam os agricultores brasileiros e consumidores italianos, considerou o Presidente brasileiro.

O acordo comercial visa eliminar a maior parte dos direitos aduaneiros entre as duas zonas, criando um espaço de mais de 700 milhões de consumidores da União Europeia e do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia).

Depois de ter sido alcançado um acordo político em 2019, a oposição de vários países, incluindo a França, bloqueou a sua adoção final, uma oposição que se tornou mais forte com a crise agrícola que assola a Europa. Outros países europeus, como a Alemanha, Espanha e Portugal defendem a sua conclusão e entrada em vigor.

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