Lucros da banca de Wall Street vão disparar com Trump

Os seis maiores bancos norte-americanos poderão assistir a um aumento de 14% dos lucros anuais com o plano de redução dos impostos que a administração de Donald Trump pretende implementar.

Lucros, lucros e mais lucros. O plano fiscal que Donald Trump apelidou de “fenomenal” poderá representar a sorte grande para os grandes bancos de Wall Street. Contas da Bloomberg apontam para um aumento de 14% dos resultados das principais instituições financeiras norte-americanas em função das poupanças que a baixa de impostos prometida por Trump poderá trazer.

Os seis maiores bancos americanos poderão poupar um total de 12 mil milhões de dólares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, isto num cenário em que Trump baixa a taxa de impostos dos 35% para os 15%.

Têm sido sobretudo as ações do setor financeiro aquelas que mais têm subido desde que Donald Trump foi eleito Presidente dos EUA, a 8 de novembro de 2016. A perspetiva de impostos mais baixos foi um dos motivos para as valorizações expressivas da banca em Wall Street. Mas também a promessa do republicano de aliviar as regras impostas ao setor na sequência da crise financeira de 2007 deu ânimo aos títulos do setor.

O principal banco que beneficiará desta medida será o Wells Fargo, que poderá ver os lucros dispararem 16%. Já o JPMorgan Chase, o maior banco norte-americano, poderá poupar aproximadamente três mil milhões de euros por ano, o que permitirá aumentar os lucros em 14%.

Em contrapartida, o impacto do novo enquadramento fiscal no Citigroup e Bank of America seria menor. No caso do Citigroup, isto acontece porque grande parte dos seus resultados provêm das operações internacionais do grupo. Ainda assim, os seus lucros poderão aumentar 11%. No caso do Bank of America, o banco já goza de uma taxa fiscais mais baixa nos EUA, pelo que não iria beneficiar tanto da redução de impostos.

Goldman Sachs e Morgan Stanley também veriam os seus lucros acelerar a um ritmo semelhante ao que Wells Fargo e JPMorgan podem apresentar, embora as poupanças para os dois bancos sejam menores: em torno de mil milhões de dólares.

“A reforma fiscal é difícil, mas subir ou descer impostos é fácil”, referiu Fred Cannon, especialista da Keefe, Bruyette & Woods, citado pela Bloomberg. “Uma taxa de impostos mais baixa seria uma dádiva para os bancos, mais do que para os outros setores”, acrescentou.

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Justin Trudeau nas boas graças de Donald Trump. E vice-versa

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

Trump reuniu esta segunda-feira com Justin Trudeau e tudo aponta para um encontro amigável e conciliatório entre os dois líderes norte-americanos, que falam em reforçar laços apesar das divergências.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reuniu esta segunda-feira com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, naquele que foi o primeiro encontro oficial entre os dois líderes norte-americanos. A conferência de imprensa conjunta na Casa Branca fez eco de um encontro amigável e conciliatório, com o magnata a garantir que os Estados Unidos “têm muita sorte em terem um vizinho como o Canadá”, reproduz o National Post.

Num comunicado conjunto, os dois líderes reafirmam “a importância de estreitar a relação existente no comércio e no investimento e aprofundar a relação entre ambos os países, com o objetivo comum de fortalecer a classe média”, cita o The New York Times. Ambos os países herdaram do mandato de Barack Obama uma estreita relação, cuja manutenção está no topo das prioridades de Trudeau. As declarações, sublinha o jornal nova-iorquino, sugerem que o primeiro-ministro canadiano conseguiu alcançar os objetivos.

Uma das declarações deste comunicado a despertar mais atenção mediática é o ponto relativo à NATO: “Nós somos aliados indispensáveis na defesa da América do Norte e outras partes do mundo, através da NATO e de outros esforços multilaterais”, lê-se no comunicado conjunto. Recorde-se que Trump já referiu que a aliança “está a custar demasiado dinheiro” e que os Estados Unidos deveriam “reconsiderar” o papel na organização.

Imigração, um tema fraturante

De acordo com a CNN, na conferência conjunta dos dois líderes, Trump voltou a justificar a decisão de impedir a entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, uma ordem que foi entretanto bloqueada pelo poder judicial. “Não podemos deixar entrar as pessoas erradas”, disse o presidente norte-americano, apelidando a ordem executiva de “senso comum”.

Trudeau, em contrapartida, optou por tornar explícita a posição mais liberal do Canadá no que toca a políticas de imigração, embora tenha referido que não foi ao Estados Unidos para dar “um sermão” ao magnata no que diz respeito a este tema fraturante. De recordar que Trudeau já tinha dito que o Canadá “vai ser sempre fiel aos valores que tornaram este país extraordinário”, apostando na abertura social e cultural ao exterior. Ao contrário do vizinho sulista, que faz os possíveis por fechar as fronteiras e manter lá dentro apenas os nativos, Trudeau abriu as portas de casa a milhares de refugiados.

Uma mão lava a outra

Trump e Trudeau têm entre si uma das maiores fronteiras terrestres do mundo — e não é a única coisa que os separa. O magnata tem um discurso conservador e tendencialmente machista, é protecionista e quer tornar a América “grande outra vez” através do isolamento em relação ao resto do mundo. Justin Trudeau é um liberal que defende a igualdade de género e os direitos da comunidade LGTB e quer a maior abertura possível do Canadá ao exterior, económica, política e culturalmente.

Além disso, ambos têm uma longa e intensa parceira económica. Só em 2015, as trocas comerciais de bens e serviços entre Estados Unidos e Canadá superaram os 670 mil milhões de dólares (cerca de 630 mil milhões de euros), aproximadamente 3,5 vezes o PIB de Portugal. Em 2015, o Canadá importou 338 mil milhões de dólares (ou 317,5 mil milhões de euros) em bens dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos importaram 332 mil milhões dólares (312 mil milhões de euros) em bens do Canadá.

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Impeachment de Trump? Já pode fazer as suas apostas

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

Já há casas de jogos a aceitar apostas sobre a permanência (ou não) de Donald Trump na Casa Branca.

Passaram apenas três semanas desde que tomou posse enquanto Presidente dos EUA e as casas de apostas já antecipam um final abrupto na ainda curta permanência Donald Trump na Casa Branca.

Trump tem colecionado inimigos atrás de inimigos (mesmo dentro do seu próprio partido) desde que passou a morar na Casa Branca e são várias as casas de apostas que estão a aceitar “previsões” dos jogadores quanto ao futuro de Trump. Haverá um processo de impeachment para destituir Trump? O republicano vai apresentar a sua demissão? Faça a suas apostas.

Na casa de apostas PaddyPower, um cenário de impeachment já em 2017 apresenta uma odd de 4/1: por cada euro apostado, recebe cinco euros (ou quatro euros em termos líquidos). Na LadBrokes, uma das maiores casas de apostas no Reino Unido, o abandono de Trump do cargo de Presidente norte-americano — seja por via de um impeachment ou resignação — é encarado como bem mais provável, apresentando uma odd de 11/10.

“De uma perspetiva de apostas, a presidência de Donald Trump desencadeou um boom neste tipo de mercados”, referiu Alex Donohue, responsável da LadBrokes, ao Politico (acesso gratuito/conteúdo em inglês). “Com Donald Trump, tudo o que ele faz, pode tornar-se em especulação e isso pode transformar-se em negócio para nós”, acrescentou.

De acordo com aquele site, tendo em conta o controlo republicano do Congresso, um impeachment parece, na melhor das hipóteses, uma possibilidade remota nos próximos dois anos. Ainda assim, as polémicas decisões de Trump nas últimas semanas, como a proibição de entrada de pessoas oriundas de sete países com maioria muçulmana — e a guerra contra os juízes que contrariam a sua ordem executiva — alimentaram o debate político quanto à possibilidade de o Congresso avaliar a retirada de apoio a Trump.

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Wall Street abre semana em queda

A terceira semana da nova Administração traz acumulados vários problemas de imigração, contestação popular, relações diplomáticas e comerciais. Os investidores não estão a gostar da incerteza.

A incerteza continua a marcar a realidade norte-americana. No final da semana passada os mercados ficaram contentes com o anúncio de que Trump iria desregulamentar Wall Street, mas os conflitos relacionados com o decreto anti-imigração e as declarações sobre Putin estão a assustar a bolsa norte-americana.

Mesmo com os dados positivos relacionados com o emprego, divulgados na sexta-feira passada, os investidores não estão animados no início desta semana. O Dow Jones abriu a descer 0,2% para os 20.028,51 pontos, mantendo-se acima da linha dos 20 mil pontos. O S&P 500 acompanha essa descida com uma redução de 0,14% para os 2.294,09 pontos. Também em terreno negativo abriu o Nasdaq (-0,23%) para os 5.654,36.

Em causa estão as políticas isolacionistas que Donald Trump já anunciou ou prevê-se que vá anunciar, nomeadamente as restrições nos viajantes para os Estados Unidos. Além disso, confrontado com a afirmação “Putin é um assassino”, o Presidente dos EUA respondeu numa entrevista à FOX News que “há muitos assassinos”. “Acha que o nosso país é assim tão inocente?”, questionou.

Acresce a tensão atual entre Washington e Teerão com as sanções que Trump impôs ao Irão. “Algumas das mais recentes ordens executivas da Administração de Trump servem de lembrete que este Presidente vai seguir as promessas da campanha relacionadas com o comércio e imigração, que podem ser disruptivas para os mercados financeiros e a economia real”, recordou esta segunda-feira um analista da Goldman Sachs, Alec Phillips, citado pela Bloomberg.

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Marcelo deixa recados aos partidos e parceiros

Partidos e parceiros sociais devem repensar-se, sugere o Presidente da República. O importante é garantir a proximidade das pessoas e da realidade.

Recados e mais recados. Os parceiros económicos e sociais devem ter cuidado “para não descolarem das bases”. Os partidos têm de ser “capazes de olhar para a realidade e reformularem-se”. Estes foram dois avisos à navegação que Marcelo Rebelo de Sousa deixou num momento em que os parceiros sociais estão prestes a assinar uma adenda ao acordo de concertação que ditou o aumento do salário mínimo e que foi posto em causa pelo Parlamento na vertente da descida da Taxa Social Única.

“Atenção aos parceiros económicos e sociais para não descolarem das bases: não terem sindicalizados ou não terem representantes a nível patronal”, disse o Presidente da República, no primeiro episódio do programa Fronteiras XXI, da RTP1, dedicado ao populismo. “Por isso é que a concertação social é importante, tal como é o repensar dos parceiro económicos sociais“, acrescentou.

Quanto ao poder político os recados foram dois: mais proximidade, mas também capacidade de adaptação. “É fundamental a proximidade do poder político das pessoas, por isso tenho falado tanto de poder local”, justifica Marcelo. Por outro lado, “é importante algum consenso político entre partidos, mas é mais importante que eles se repensem, porque às vezes pode ser útil, como hoje é, haver, tendencialmente, dois termos de alternativa diversos sobre a governação do país”. “É bom haver alternativas, que cubram várias realidades e vários anseios”, frisa o Chefe de Estado.

É importante algum consenso político entre partidos, mas é mais importante que eles se repensem, porque às vezes pode ser útil, como hoje é, haver, tendencialmente, dois termos de alternativa diversos sobre a governação do país”. “É bom haver alternativas, que cubram várias realidades e vários anseios.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Entre as suas “preocupações permanentes“, Marcelo Rebelo de Sousa colocou ainda um melhor funcionamento da Justiça, uma reformulação do Estado para estar mais próximo das pessoas, uma educação que assegure a vitalidade da democracia, um discurso político “que não seja politiquês”. Preocupações que talvez ajudem a explicar os elevados índices de popularidade do Chefe de Estado, caracterizado como o Presidente dos afetos.

E como o programa era sobre populismo, um fenómeno que tem ganhado lastro tanto na Europa como nos Estados Unidos, Marcelo elogia o facto da realidade portuguesa ser diferente face a outras europeias. “O nosso sistema politico, que é mais novo, tem uma plasticidade e uma capacidade de adaptação dos partidos, da realidade política e de algumas instituições, infelizmente não todas, para se ajustar”. Uma diferença que justifica “largamente”, pela “capacidade de rejuvenescimento” nacional e que permite ao Presidente “uma palavra de otimismo, não irritante”.

Marcelo defendeu ainda o populismo e as ruturas existentes nascem “da incapacidade de acompanhar novas realidade económicas, sociais, científicas e tecnológicas”. “As instituições são incapazes de se adaptar, funcionam mal” e tem um “distanciamento” muito grande entre o exercício do poder político das instituições e a realidade. “Era possível prever há já algum tempo a desatualização dos partidos, dos representantes dos parceiros económicos e sociais, da representação funcional”, defende. “Há desajustamento” que é necessário colmatar, alerta.

 

É inevitável EUA reconhecerem a importância da Europa

Os presidentes passam”. O alerta é de um Presidente. Marcelo Rebelo de Sousa, sem nunca se referir diretamente a Donald Trump, lembra que “há coisas que são inevitáveis”. “Podem demorar um mês, um ano, dois anos, três anos, mas são inevitáveis”.

A inevitabilidade a que Marcelo Rebelo de Sousa se refere é a de que os Estados Unidos vão inevitavelmente acabar por reconhecer a importância da Europa. O Presidente, assumindo o seu papel de professor, lembra que “na história ria dos EUA há muitos presidentes que começam por ser isolacionistas”, mas “volvido algum tempo convencem-se de que a Europa unida é melhor do que a Europa desunida”.

Questionado sobre se é essa a sua expectativa relativamente a Donald Trump, Marcelo frisa que “não é uma expectativa é uma certeza”.

“Os EUA precisam sempre da Europa como aliada fundamental. Seja o Presidente A, B, C, D ou E”, frisa Marcelo Rebelo de Sousa, alertando ainda que não se pode “confundir a conjuntura com a estrutura”. “Há coisas em que a Europa é insubstituível”, nomeadamente porque “percebe melhor” África, “a componente de Leste”, “a zona do Mediterrâneo, do Golfo e do Próximo e Médio Oriente”.

Os EUA precisam sempre da Europa como aliada fundamental. Seja o Presidente A, B, C, D ou E.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

E não é por a Europa ter ficado “parada a meio da ponte”, em termos de integração, que perdeu importância. Marcelo aponta o dedo ao facto de haver “dúvidas existenciais” sobre aqui que já integrou e de os vários países que integram o projeto europeu verem, “de formas completamente diferentes”, “o relacionamento com os vizinhos, a questão da segurança, do terrorismo, das migrações, dos refugiados, a evolução económico financeira”.

É verdade que “fazem um esforço para ter posições comuns, mas não basta”, alerta. “Devem ser posições comuns que respondam à resolução de problemas concretos de pessoas de carne e osso”, conclui.

 

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Quem tem medo de Donald Trump? Wall Street

As ações norte-americanas somaram hoje a maior série de perdas desde a eleição de Trump. A política pouco ortodoxa do novo Presidente dos EUA e os resultados empresariais condicionaram as ações.

Wall Street treme com Trump. As ações norte-americanas somaram esta terça-feira a quarta sessão consecutiva de perdas, naquele que já é o mais extenso ciclo de desvalorizações desde a eleição de Donald Trump, em novembro do ano passado. Os investidores mostram assim os seus receios em torno das recentes decisões políticas controversas por parte do 45º Presidente dos EUA, mas o comportamento dos índices também foi condicionado pelos resultados empresarias.

O S&P 500, o índice que agrega as 500 principais capitalizações bolsistas norte-americanas, recuou nesta sessão 0,09%, para os 2.278,92 pontos, a quarta seguida, condicionado pelo desempenho dos setores industrial, financeiro e tecnológico. Já o índice industrial Dow Jones deslizou 0,54%, para os 19.864,09 pontos, enquanto o Nasdaq contrariou com um avanço modesto de 0,2%, para os 5.614,79 pontos, antes de serem conhecidas as contas trimestrais da Apple. O mercado antecipa que as contas da gigante tecnológica dececionem.

A Apple é apenas uma das empresas de referência que marcou para o dia de hoje para a divulgação dos seus resultados. O mesmo aconteceu, por exemplo, com a Exxon ou com a Pfizer. Os resultados de qualquer destas empresas desagradaram os investidores. O setor farmacêutico esteve, aliás, no centro das atenções no dia em que os presidentes das empresas farmacêuticas — produtoras e de investigação — reuniram com o novo Presidente dos Estados Unidos. Tal como prometeu, Trump afirmou que não vai facilitar o trabalho a esta indústria que, segundo ele, tem abusado nos preços dos produtos. De salientar que cerca de um terço dos membro do S&P 500 já apresentaram resultados esta temporada, das quais três quartos superaram as estimativas dos analistas sondados pela Bloomberg.

Os investidores estão precisamente muito focados na atuação do novo Presidente dos EUA, temendo aquele que poderá ser o impacto sobre a economia das recentes decisões políticas controversas. Entre as mais recentes, inclui-se a demissão da procuradora-geral interina dos EUA pela Casa Branca por esta se ter oposto ao encerramento das fronteiras, mas também o aviso deixado aos funcionários “rebeldes” da sua Administração de que não espera lidar com nenhum tipo de oposição interna.

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Cinco dias de presidência Trump, cinco decisões

  • Juliana Nogueira Santos
  • 28 Janeiro 2017

Donald Trump entrou na Casa Branca decidido a mudar o jogo. E em apenas uma semana no cargo de presidente da maior economia do mundo já conseguiu mudar o tabuleiro todo.

O novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, não tem dado descanso às suas canetas. Prometeu que assim que fosse proclamado presidente não iria descansar e assim cumpriu: desde que entrou na Sala Oval já assinou cerca de uma dezena de memorandos e ordens executivas, a maioria delas a revogar ou a congelar decisões do seu sucessor.

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Obamacare já está afastado. Falta substituir

Na sua primeira conferência de imprensa como presidente eleito dos EUA afirmou que só ia por mãos à obra na segunda-feira — visto que sexta-feira era a inauguração “e as pessoas iam passar um bom bocado” e no sábado teriam “uma grande missa e várias coisas boas a acontecer.” Contudo, Trump nem esperou pelo baile de inauguração.

No dia 20 de janeiro, assim que chegou da parada que o levou a ele e à nova administração para a Casa Branca, o presidente assinou uma ordem executiva que cessa a validade do Patient Protection and Affordable Care Act. Este “desastre”, como Trump lhe chamou durante toda a campanha eleitoral, proporcionou cuidados de saúde a mais de 22 milhões de americanos.

E candidatos para substitutos? O país ainda continua à espera deles. Ainda assim, o novo presidente assumiu que algumas condições do programa de saúde anterior podem ser transferidos para o próximo, como não poder ser negado seguro por doença preexistente ou a extensão dos benefícios dos planos aos dependentes com menos de 26 anos.

Em relação à saúde, nomeadamente à feminina, Trump decidiu-se finalmente por um lado da barricada em relação ao aborto e escolheu o dos Republicanos. Assim, assinou na passada segunda-feira uma diretiva que proíbe o financiamento federal a grupos internacionais que informem e realizem interrupções da gravidez.

Jardim da América à Beira Mar plantado

Protecionismo vai ser a palavra de ordem desta administração. Ao longo ao seu primeiro discurso como presidente, Trump fez questão de afirmar que estava na hora de deixar de beneficiar os outros países em detrimento do seu, repetindo a frase: “América primeiro.”

No mesmo discurso, afirmou que cultivar as parcerias era importante, mas Trump começou o mandato a quebrar uma — que não era assim tão antiga –, o Tratado Transpacífico. Este acordo comercial que foi feito na administração Obama, agrega 11 países da região, mas nunca foi ratificado pelo Congresso.

O próximo acordo internacional a ser revisto será o NAFTA, um acordo assinado entre os EUA, Canadá e México. A eliminação do tratado, que foi criado pelo antigo presidente Bill Clinton e que entrou em vigor em 1994. Era uma promessa frequente de Trump.

Crescimento movido a combustíveis fósseis

Visto pelos liberais como um ataque direto às medidas preventivas do aquecimento global, Trump aprovou na passada terça-feira a construção de dois oleodutos, o Dakota Access e o Keystone XL. O primeiro foi rejeitado em 2015 por Obama e o segundo ficou pendente para decisão do presidente seguinte.

Além de já ter negado publicamente a existência das alterações climáticas, Trump baseou o seu plano económico na renovação das infraestruturas já existentes, nomeadamente as de produção de combustíveis fosseis. Está também previsto que a maioria das restrições neste campo desapareçam.

Donald, o Construtor

O plano de uma das maiores infraestruturas alguma vez construída na América vai avançar. A ordem executiva para construção do muro na fronteira sul foi assinada no dia 25 — sublinha-se nesta a definição concreta do que é um muro, um muro contíguo e físico, ou uma barreira física similar que seja segura, contígua e intransponível.

O recibo, este continuará a ir para o México. Após o presidente do México ter afirmado que o seu país não ia pagar o muro e que ia adotar uma postura mais defensiva em relação ao seu vizinho — tendo cancelado um encontro entre os dois que iria ter lugar no dia 30 na Casa Branca –, a nova administração afirmou que se o dinheiro não vem do estado, poderá vir das empresas. Foi avançado que será cobrada uma taxa de 20% às importações mexicanas, mas entretanto houve um passo atrás.

A criação deste imposto poderia afetar produtos cruciais para o povo americano, como noticiou a agência Bloomberg: vários vegetais como tomates, cebolas, malaguetas, frutas como abacates, morangos e framboesas, bebidas alcoólicas e snacks poderão, se a taxa avançar, ver os seus preços inflacionados. Uma das empresas potencialmente afetadas, a produtora de cervejas Corona, antecipou-se na reação ao presidente dos Estados Unidos.

O muro visa travar a imigração de muitos mexicanos para os EUA. Mas neste ponto da imigração, Trump assinado ainda mais um decreto relativo à imigração que prevê um controlo reforçado nas fronteiras para impedir a entrada de “terroristas islâmicos radicais”. “Crio novas medidas de controlo para manter os terroristas islâmicos radicais fora dos Estados Unidos. Nós não os queremos cá”, afirmou.

Passado é passado

Trump e Obama em sorrisos.
Trump e Obama em sorrisos.Kevin Dietsch/Pool via Bloomberg

Como se pode perceber de quase todos os passos dados, o objetivo maior desta administração tem sido revogar as maiores decisões tomadas pela administração anterior. A começar pelo Obamacare passando pelos oleodutos e acabando em todas as regulações que se encontravam pendentes.

Assim que tomou posse, Donald Trump ordenou a todas as agências que congelassem permanentemente todas as decisões que tivessem ficado sem resolução, decisões que envolvem principalmente os departamentos de transportes, de proteção ambiental e da agricultura.

O que não fez, disse

Já habituado a mover mundos quando faz alguma declaração, principalmente no Twitter, as palavras de Trump têm tanto impacto no mundo quanto os seus atos. A mais recente polémica surgiu exatamente no Twitter, com o presidente a utilizar a sua conta pessoal para reiterar uma ideia que já tinha surgido anteriormente: houve fraude eleitoral. Este afirmou também que vai abrir uma investigação para que tudo fique apurado.

O panorama político também se incendiou depois das declarações de uma assessor de imprensa de Trump ter afirmado que nunca houve uma multidão tão grande numa inauguração como na de Trump. A sua conselheira Kellyane Conway, quando confrontada por um jornalista com os factos — a multidão foi bem menor do que as de outros anos — defendeu o colega e a administração dizendo que estes estão a entregar “factos alternativos” à população.

O último recado foi deixado aos media, e diz respeito ao seu filho mais novo, Barron, que tem sido alvo de bastante escrutínio público. Numa carta oficial enviada para as redações, a Casa Branca avisou que já é tradição que os filhos dos presidentes fiquem longe da ribalta, “a Casa Branca espera que esta tradição continue”.

Chelsea Clinton, filha do ex-presidente Bill Clinton, também veio a público defender o menor, afirmando que ele tem direito “a ser criança”.

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Decisão de Trump sobre oleodutos anima Wall Street

Se antes de tomar posse Donald Trump já ditava a evolução de Wall Street, esse efeito intensifica-se a partir deste semana que marca os primeiros dias de ordens executivas.

As empresas envolvidas nos oleodutos Keystone XL e Dakota Access viram as suas ações subir em Wall Street. Em causa está a aprovação destes projetos por Donald Trump, no segundo dia de ordens executivos do novo presidente dos EUA. Os três principais índices da bolsa norte-americana fecharam em terreno positivo, com o S&P 500 e o Nasdaq em recorde.

Estamos em época de apresentação de resultados do último trimestre de 2016, mas mais uma decisão de reversão de Trump ofuscou os resultados das empresas. Quem beneficiou foi a TransCanada e a Energy Transfer, empresas envolvidas nestes projetos. As ações da primeira valorizaram 2,89% para os 64,35 dólares enquanto as ações da segunda valorizaram 4,04% para os 37,195 dólares.

Além disso, as matérias-primas não valiosas, como o cobre e o alumínio, subiram esta terça-feira 2,5%, a maior evolução desde março de 2016, segundo a Bloomberg. Além das decisões de Donald Trump, também os dados positivos sobre a aceleração da economia mundial no final de 2016 e no início de 2017 estão a animar os mercados.

O mesmo foi corroborado pelos resultados da D.R. Horton, a maior construtora norte-americana, virada para o ramo habitacional, que mostraram o aumento da procura do mercado imobiliário. As ações da empresa valorizaram 6% esta terça-feira.

Segundo a Bloomberg, as ações em Wall Street registaram esta terça-feira o maior aumento em três semanas. O S&P 500 atingiu um máximo histórico, valorizando 0,65% para os 2.280 pontos, superando o recorde de 6 de janeiro. Em recorde esteve também o Nasdaq que subiu 0,86% para os 5.600,96 pontos.

Já o Dow Jones subiu 0,57% para os 19.912,72 pontos, ainda longe da excitação que, no final do ano passado, invadiu os mercados com a expectativa de que o índice chegaria aos 20.000 pontos.

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Betfair perde 5 milhões com a vitória da Trump

É consensual que a vitoria de Trump, vista da Europa, foi inesperada. Uma casa de apostas irlandesa acreditava tanto que esse cenário não se ia realizar que deu dinheiro a quem apostava em Clinton.

Estava convencido que Hillary Clinton ia ganhar as eleições norte-americanas? A Betfair também, mas perdeu cinco milhões de libras por causa disso, o que a levou a cortar a perspetiva de lucros para o ano de 2016. O resultado das eleições não só baralhou a política internacional como estragou as contas da empresa irlandesa.

A vitória do já empossado presidente dos Estados Unidos da América causou problemas à Paddy Power Betfair. A empresa de apostas culpou o “pouco expectável resultado das eleições nos EUA” custou à empresa cerca de 5,78 milhões de euros com as despesas que teve com quem apostou na vitória de Donald Trump, explica o comunicado da empresa.

O problema agravou-se porque a empresa decidiu pagar aos apostadores em Hillary Clinton antes de as urnas fecharem, assumindo que a candidata democrata iria vencer. No total foram 800 mil libras. Ainda assim, “o impacto na rentabilidade destes resultado foi parcialmente compensada por custos com staff e marketing mais baixos do que o previsto”, escreve a Paddy Power Betfair.

Um mês antes das eleições, Trump tinha 14% de hipóteses de ganhar, dizia a Betfair. Porquê? A data coincidia com a divulgação de uma gravação em que o então candidato às eleições denegria a imagem das mulheres e na qual se ouviu a frase “Grab them by the pussy”. Mesmo com a reabertura da investigação do FBI aos servidores dos emails privados, Hillary Clinton aparecia com 74% de hipóteses de vencer, relembra o The Guardian.

Uma vitória improvável acaba por beneficiar muito poucas pessoas. Se existirem muitas apostas num resultado improvável, como era o caso de Trump, um “outsider”, então a empresa costuma limitar os ganhos potenciais dessa aposta. No caso de Trump, as casas de apostar não acreditaram nas probabilidades do candidato republicano ganhar e não fizeram o ajuste.

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Trump já está a mudar acordos comerciais

  • Rita Atalaia
  • 23 Janeiro 2017

O Presidente-eleito dos EUA já tinha dito que iria renegociar diversos acordos comerciais. E já pôs o plano em marcha. Vai assinar uma ordem para renegociar o NAFTA e sair do Tratado Transpacífico.

Donald Trump já tinha alertado que os acordos comerciais internacionais estariam no topo da sua agenda quando assumisse a presidência. E não desiludiu. O Presidente-eleito vai assinar uma ordem executiva para pôr em marcha a renegociação do acordo de comércio livre assinado entre os EUA, Canadá e México. Trump também deverá assinar uma ordem para que a maior economia do mundo abandone o Tratado Transpacífico, um acordo comercial assinado entre os 11 países da região.

“Vamos começar a negociar o NAFTA”, disse Donald Trump no domingo. E hoje confirmou-se. Um porta-voz da Casa Branca disse à NBC News que o Presidente dos EUA vai assinar uma ordem executiva já esta segunda-feira para declarar a sua intenção de renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), um acordo assinado entre os EUA, Canadá e México. A eliminação do tratado, que foi criado pelo antigo presidente Bill Clinton e que entrou em vigor em 1994, era uma promessa frequente de Trump.

O acordo foi assinado com a intenção de eliminar a maioria das tarifas comerciais entre os três países, aumentar o investimento e proteger a propriedade intelectual. As exportações dos industriais norte-americanos para o Canadá e para o México, os dois maiores mercados dos EUA, aumentaram 258% com este acordo. No entanto, Trump diz que este tratado “é um dos piores acordos de sempre” e que destruiu o setor industrial dos EUA.

Mas o Presidente não fica por aqui. Donald Trump também vai assinar uma ordem executiva para que os EUA abandonem o Tratado Transpacífico, um acordo feito entre os 11 países da região e que nunca foi ratificado pelo Congresso, diz a fonte da Casa Branca. O Presidente vai simultaneamente iniciar negociações comerciais com cada país.

Trump tem agendado para esta segunda-feira um encontro com os líderes sindicais. Pretende também reunir-se em breve com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e com o Presidente mexicano, Enrique Peña, para darem início às discussões sobre o NAFTA. No entanto, não há muitos detalhes sobre o que Trump pretende fazer. Durante a sua campanha, o Presidente-eleito disse apenas que quer limitar a deslocação das fábricas e empregos dos EUA para o México.

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Trump viola a Constituição, acusa novo processo

  • Marta Santos Silva
  • 23 Janeiro 2017

Só tomou posse esta sexta-feira, mas o novo Presidente dos Estados Unidos já é acusado de quebrar a lei por permitir que os seus negócios recebam pagamentos de governos estrangeiros.

Uma organização supervisora de ética vai interpor um processo contra Donald Trump. O recém-empossado Presidente dos Estados Unidos viola a Constituição, argumentam, por permitir que os seus hotéis e outros negócios, dos quais não se distanciou suficientemente, aceitem pagamentos de governos estrangeiros.

A organização Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (CREW), que foi presidida até recentemente por David Brock, apoiante de Hillary Clinton, anunciou numa declaração enviada à imprensa que os negócios de Trump com países que incluem a China, a Indonésia ou a Índia violam a cláusula dos emolumentos da constituição norte-americana, que impede que um Presidente receba pagamentos de governos estrangeiros. “Quando o Presidente Trump se sentar à mesa para negociar acordos comerciais com estes países, o povo americano não terá forma de saber se ele também pensa nos lucros do homem de negócios Trump”, lê-se no comunicado, citado pelo The Guardian.

Um advogado citado pelo jornal britânico, Deepak Gupta, que está a trabalhar no caso com a CREW, afirmou que o processo servirá para procurar uma injunção legal que impeça Donald Trump de aceitar estes pagamentos.

O atual presidente da organização CREW, Norman L. Eisen, que foi advogado da área da ética na equipa de Barack Obama, disse ao New York Times ter a intenção de aproveitar este processo para conseguir ter acesso às declarações fiscais de Donald Trump, que este se recusou repetidamente a divulgar, visto serem necessárias para o tribunal avaliar os rendimentos que Trump recebeu ou empréstimos que possa ter em relação a governos estrangeiros.

Se acham que outros países não vão tentar usar relações com as empresas de Trump para influenciar políticas comerciais ou de defesa, isso é ingénuo.

Zephyr Teachout

Professora na Universidade de Fordham

No entanto, escreve o New York Times, alguns peritos dizem que o processo pode não ir avante visto que a organização tem de comprovar, enquanto queixosa, que as práticas do Presidente Donald Trump lhe causam dano. No processo, a CREW argumenta que teve de desviar a maior parte dos seus recursos para a monitorização das atividades de Trump, o que teve um impacto negativo nas suas outras prioridades.

Os advogados que representam Trump nas questões éticas, da firma Morgan, Lewis and Bockius, disseram ao jornal norte-americano não ter intenções de comentar o assunto. Este mês, uma das sócias, Sheri A. Dillon, contrapôs a ideia de que a cláusula dos emolumentos se aplicasse ao Presidente, por considerar que esta se refere à receção de presentes. “Ninguém pensaria, quando a Constituição foi escrita, que pagar uma conta de hotel fosse um emolumento”, afirmou numa conferência de imprensa.

A jurista Zephyr Teachout, da Universidade de Fordham, é uma das pessoas que subscreve o processo da CREW e discorda que a cláusula não se aplique a Trump. “Se acham que outros países não vão tentar usar relações com as empresas de Trump para influenciar políticas comerciais ou de defesa, isso é ingénuo”, disse ao New York Times.

O New York Times aproveitou para antecipar outros processos contra Trump que poderão estar a caminho nos próximos tempos. Outras organizações, como a American Civil Liberties Union, querem também fazê-lo com base na cláusula dos emolumentos da Constituição, mas procuram um bom queixoso antes de o interporem, disseram ao jornal, com esperança de encontrar um hotel que possa estar em competição com um hotel pertencente a Trump.

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Trump: Portugal “não tem nenhuma reserva”

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2017

Santos Silva garantiu que Portugal "não tem nenhuma reserva" quanto à nova administração liderada por Trump, e adiantou que está a ser preparado um encontro com o seu homólogo norte-americano.

O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu hoje que Portugal “não tem nenhuma reserva” quanto à nova Administração dos Estados Unidos, liderada por Donald Trump, e adiantou que está a ser preparado um encontro com o seu homólogo norte-americano.

Portugal não tem nenhuma reserva em relação à nova Administração dos EUA. Tem e terá a mesma relação que teve com a Administração anterior”, disse hoje Augusto Santos Silva, numa audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, depois de questionado pelo socialista Paulo Pisco sobre as expectativas em relação à presidência de Donald Trump, que toma posse hoje como 45º Presidente dos Estados Unidos.

O governante sublinhou que os Estados Unidos são “um vizinho” de Portugal, bem como “um aliado” e “o principal parceiro bilateral” no que diz respeito à defesa, por causa da base das Lajes, nos Açores.

Em resposta à deputada do Bloco de Esquerda Domicília Costa sobre a situação da comunidade portuguesa e lusodescendente nos Estados Unidos, Santos Silva disse que o Governo português “não vê nenhum alerta amarelo” neste momento, mas garantiu que acompanhará “com muito cuidado”, a nível bilateral e multilateral, “qualquer inflexão na política de imigração” norte-americana.

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