Subida do preço da OPA protege CaixaBank da CMVM

A aproximação da cotação das ações do BPI ao valor da oferta poderá ser interpretado como um sinal do mercado de que o regulador não deve forçar uma alteração ao preço da OPA do CaixaBank.

O CaixaBank oferecia 1,113 euros por cada ação do BPI, mas acabou por rever o valor em alta. Com a OPA a passar de voluntária a obrigatória, por determinação da CMVM no seguimento da desblindagem dos estatutos, a contrapartida subiu, mas pouco. No mercado, os títulos estão já perto da nova oferta o que, dizem os analistas, deverá libertar o banco espanhol de aumentar novamente o preço da OPA.

As ações do banco liderado por Fernando Ulrich seguem hoje em forte alta, a valorizar 3,48%, para os 1,129 euros. Este valor está próximo dos 1,134 euros resultantes da revisão do preço após, facto que na perspetiva dos analistas significa que os investidores estão prontos para aceitar a proposta apresentada pela instituição catalã.

“Após ser conhecido o novo preço da oferta do CaixaBank e após a decisão de ontem da assembleia geral de acionistas do BPI de ter retirado o limite nos direitos de voto […], a cotação do título ajustou para o novo preço, refletindo o facto de a oferta avançar”, diz Albino Oliveira, analista da Patris Investimento, ao ECO, para justificar o comportamento do título na sessão de hoje.

Já Paulo Rosa, economista da sala de mercados do Banco Carregosa, vai um pouco mais longe ao salientar que o esperado ajuste da cotação do título ao novo preço da OPA, “poderá ser uma resposta à CMVM para que não peça uma revisão mais alta do preço da OPA”. Uma opinião que acaba por ser complementada por Henrique Dias, gestor da XTB, que salienta que “o novo preço oferecido está em linha com a média das cotações dos últimos três meses, sendo o mínimo exigido pela CMVM para OPA com estas características”. A CMVM poderá assim ver condicionada a decisão de, tal como lhe é permitido, pedir uma avaliação independente do valor do BPI como é pretendido por vários acionistas de referência, como por exemplo a família Violas que é acionista com 2,67%.

O novo preço oferecido está em linha com a média das cotações dos últimos três meses, sendo o mínimo exigido pela CMVM para OPA com estas características.

Henrique Dias

Gestor da XTB

A opinião dos analistas vai no sentido de existir já um encontro entre o valor da oferta do CaixaBank e o valor do BPI. “De acordo com a correção da banca no último ano, quer em Portugal quer na Europa, o valor da OPA do BPI, que foi revisto em baixo desde a primeira oferta de 1,329 euros o ano passado, andará à volta do real valor do banco. A banca tem sido penalizada e o BPI não acompanhou essa descida porque beneficiava de uma OPA a 1,113 euros. Por isso, este valor, e segundo o que se passa no mercado, poderá ser uma oferta justa”, esclarece Paulo Rosa.

E agora investidores?

Nas mãos dos investidores está agora a decisão de vender, ou não, ao CaixaBank os títulos do BPI que detêm. O novo preço da oferta é apenas ligeiramente acima do preço anterior, pelo que Albino Oliveira lembra que “a decisão para os investidores minoritários permanece a mesma: decidir se o preço atual (correspondente a um múltiplo de 0,6 vezes o valor dos ativos do banco) é justo para o CaixaBank passar a assumir o controlo do banco Português”.

Outro dos fatores que estes devem ter em conta na hora de vender ou não ao CaixaBank, prende-se com a liquidez das ações. “Caso o CaixaBank consiga obter mais de 90% do capital social na OPA poderá lançar uma OPA potestativa e obrigar os restantes acionistas (que não concordarem com a OPA) a vender. Caso não o faça, as restantes ações permanecerão em bolsa e a negociação, com menor liquidez, seguirá o rumo das congéneres e dos mercados, que não tem sido o melhor”, lembra Paulo Rosa. O economista vai ainda mais longe ao alertar que, se o CaixaBank não conseguir os 90%, os acionistas que não venderem sujeitam-se ao sabor dos mercados e poderá não haver distribuição de dividendos. “A Brisa fê-lo depois da OPA. A Cimpor desceu cerca de 95% desde a OPA a 5,5 euros”, exemplifica Paulo Rosa.

Mas manter os títulos o BPI também poderá ter vantagens, potenciado pela influencia em termos de estratégia que possa resultar do reforço do CaixaBank. Henrique Dias lembra que a OPA ao BPI “trará certamente mais estabilidade à instituição, com um investidor como o CaixaBank a assumir o controlo do banco, poderão delinear-se novas estratégias de posicionamento no mercado”.

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Ações do BPI sobem 3% para perto do preço da OPA

As ações do banco avançam 3,57%, para os 1,13 euros, ligeiramente aquém do novo preço da OPA oferecida pelo CaixaBank.

As ações do BPI arrancaram a sessão em forte alta, após a nova Oferta Pública de Aquisição (OPA) registada esta quarta-feira pelo CaixaBank. O título valoriza 3,57%, para os 1,13 euros face ao fecho de terça-feira, e após um dia em que estiveram suspensas a aguardar o resultado da assembleia-geral de acionistas que abriu o caminho ao controlo do banco liderado Fernando Ulrich por parte do CaixaBank.

Ações do BPI mais perto da OPA

O valor a que as ações estão a negociar hoje representa um desconto de 0,35% face aos 1,134 euros por ação do preço agora oferecido pelo banco catalão. O preço da oferta anterior era de 1,113 euros por ação. O mercado parece assim estar a ajustar ao novo valor da oferta.

A revisão em alta do preço da OPA surgiu em consequência da desblindagem dos estatutos do banco português aprovada esta quarta-feira em assembleia geral. É que com a supressão dos limites dos votos, os espanhóis, detentores de 45,5% do capital do BPI, passaram a ter mais de 33% dos direitos de votos no banco liderado por Ulrich, situação que determina o lançamento de uma OPA obrigatória e não voluntária – como acontecia até agora.

Com a passagem da OPA de voluntária a obrigatória o preço vai ser alterado. Aquilo que o código dos valores mobiliários determina é que “a contrapartida da oferta pública de aquisição não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes: o maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que em relação a ele, estejam em algumas das situações previstas no nº 1 do artigo 20º pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação preliminar da oferta; o preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período”.

 

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CaixaBank sobe preço para OPA sobre o BPI para 1,134 euros

Forçado a rever em alta o preço da OPA, o CaixaBank oferece agora uma contrapartida de 1,134 euros por cada ação que não detém no banco português.

Em vez dos 1,113 euros, os espanhóis do CaixaBank oferecem agora uma contrapartida de 1,134 euros na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI registada esta quarta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), aumentando a oferta em 1,88% face à anterior proposta.

A revisão em alta do preço da OPA surge como consequência da desblindagem dos estatutos do banco português aprovada esta quarta-feira em assembleia geral. É que com a supressão dos limites dos votos, os espanhóis, detentores de 45,5% do capital do BPI, passaram a ter mais de 33% dos direitos de votos no banco liderado por Ulrich, situação que determina o lançamento de uma OPA obrigatória e não voluntária – como aconteceu até agora.

A contrapartida espanhola de 1,134 representa um prémio de quase 4% face à cotação de fecho do BPI na terça-feira.

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Violas de saída do BPI

Família Violas vai vender os 2,681% que detém no BPI. Chega ao fim parceria de 35 anos.

A família Violas, que detém através da Holding Violas Ferreira (HVF) 2,681% do capital do banco de Fernando Ulrich, está de saída do banco. Tiago Violas Ferreira, administrador da HVF, adiantou ao ECO que vai “vender na OPA a posição” que detêm. “Não temos outra alternativa”, refere o gestor.

O administrador mostra-se descontente com esta situação. E justifica: “Éramos os maiores acionistas portugueses e estamos no banco desde o início, primeiro com a SPI, de 1981 a 1985, e depois desde essa altura até agora”.

"Não vamos ficar minoritários numa filial do CaixaBank.”

Tiago Violas Ferreira

Administrador da Holding Violas Ferreira

Com a aprovação por parte dos acionistas do banco da proposta de desblindagem dos estatutos que teve lugar esta quarta-feira de manhã em Serralves, no Porto, a OPA do CaixaBank tem luz verde para avançar, uma ideia que não agrada ao maior acionista português do banco, que inclusivamente apresentou duas providências cautelares sobre o BPI com o objetivo de inviabilizar a oferta do banco catalão.

“Não vamos ficar minoritários numa filial do CaixaBank”, afirma Tiago Violas Ferreira, que adianta: “Isto é muito triste, sobretudo porque estamos a falar das mesmas pessoas que nos aconselharam a não vender a sete euros quando o BCP há cerca de sete anos fez uma proposta para adquirir o BPI. E são ainda as mesmas pessoas que na primeira OPA lançada pelo CaixaBank (em fevereiro de 2015) também aconselharam os acionistas a não vender ao preço de 1,329 euros por ação, e agora defendem a venda a 1,113 euros por ação”.

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Santos Silva fala em “grande dia para BPI”

  • Lusa
  • 21 Setembro 2016

O presidente do BPI disse que com a aprovação da alteração de estatutos fica preenchida "a condição mais relevante" para o sucesso da OPA lançada pelo CaixaBank.

O presidente do BPI considerou que hoje é “um grande dia” para o banco, aprovada que foi a alteração de estatutos, e disse que fica assim preenchida “a condição mais relevante” para o sucesso da OPA lançada pelo CaixaBank.

Em conferência de imprensa no Porto, no final da assembleia-geral, o presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, adiantou que o fim da regra que impede um acionista de votar com mais de 20%, independentemente da sua participação social – o que impossibilitava até agora o espanhol CaixaBank, maior acionista do BPI, de fazer uso da totalidade dos seus 45,50% – foi aprovada por 94,04% do capital presente ou representado.

Esta proposta não tinha ido a votação nas duas assembleias gerais anteriores – de julho e início de setembro, que foram suspensas -, depois de a ‘holding’ Violas Ferreira (com 2,7%) ter metido uma providência cautelar para tentar travar a desblindagem.

Artur Santos Silva explicou hoje que, na terça-feira, o acionista Violas informou o banco de que ia retirar a ação judicial, mas que à hora da assembleia-geral ainda não havia o despacho do juiz, pelo que a proposta foi votada à condição de a providência cautelar ser efetivamente retirada.

Já a segunda proposta com vista à desblindagem de estatutos, apresentada precisamente pelo acionista Violas Ferreira Financial, obteve 88,22% dos votos expressos, acima dos 75% dos exigidos pela lei.

É de referir que a proposta do Conselho de Administração, pela nova lei, foi votada sem restrições aos votos, enquanto na segunda os acionistas tiveram de votar com esses limites. Ou seja, o Caixabank votou com a totalidade dos 45,5% na primeira proposta e apenas com 20% na segunda.

Informações recolhidas pela Lusa indicam que a holding angolana Santoro, de Isabel dos Santos, segundo maior acionista do BPI, com 18,6%, e que até aqui se tinha oposto à alteração dos estatutos, se absteve em ambas as votações.

“Este assunto da desblindagem de estatutos estou convicto de que está terminado. (…) Era a condição mais relevante” para o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do Caixabank, disse Artur Santos Silva aos jornalistas, após menos de uma hora de reunião.

Aquele que foi o fundador do banco, na década de 1980, considerou ainda que hoje “é um grande dia para o BPI” com o desbloquear de um processo que se vinha arrastando e disse esperar que, quer trabalhadores, quer clientes “não tenham agora as preocupações que tinham”.

O facto de estes problemas estarem resolvidos permite que possamos estar concentrados no negócio, nas operações, nos clientes. Contem com um BPI mais forte, mais focado, mais determinado”, afirmou, por seu lado, o presidente da Comissão Executiva, Fernando Ulrich.

Além de abrir caminho ao controlo do BPI pelo Caixabank, a desblindagem de estatutos permite também a redução da exposição do banco em Angola, obrigatória pelo Banco Central Europeu (BCE), uma vez que na terça-feira à noite foi conhecido que a administração do BPI fez uma nova proposta aos parceiros angolanos, que passa pela venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) à operadora Unitel por 28 milhões de euros, permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior acionista.

Atualmente, o BPI detém 50,1% do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9%, e o objetivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo BCE relativamente à exposição do banco português a Angola.

Esta proposta feita à operadora Unitel, de Isabel dos Santos, estava condicionada à desblindagem dos estatutos do banco português.

Há quase dois anos que os principais acionistas do BPI, o espanhol CaixaBank e a angolana Santoro, protagonizaram um conflito, que se agudizou no início deste ano, inicialmente sobre a redução da exposição do banco a Angola, obrigatória pelo BCE, mas que se estendeu também à estratégia para futuro do banco.

Esse conflito veio pôr em evidência a regra dos estatutos do banco que limita a 20% os direitos de voto, independentemente da participação social de cada acionista, uma vez que devido a ela o CaixaBank (com 45,5%) tinha praticamente o mesmo poder da angolana Santoro (com 18,6%, os quais se relacionam com os 2,28% que o Banco BIC tem no BPI, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como acionista de referência).

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CaixaBank: “A nossa oferta é a melhor para o BPI”

  • Lusa
  • 21 Setembro 2016

O presidente do banco espanhol disse que o BPI é uma situação “pontual” de tentativa de controlo de um banco, segundo ele muito bem gerido.

O presidente executivo do CaixaBank defendeu hoje, em Madrid, que o setor bancário não está em época de internacionalização, com aquisições transfronteiriças, sendo a tentativa de compra da maioria do BPI uma exceção a esse quadro geral. E essa OPA é a “melhor para o BPI”.

Numa palestra realizada no estabelecimento de ensino superior ESADE, Gonzalo Gortázar disse que o setor bancário não está em época de realizar “grandes aventuras” no estrangeiro, mas que pode haver exceções a essa tendência geral, tendo dado como exemplo o caso do BPI.

Para o presidente executivo do CaixaBank, o BPI é uma situação “pontual” de tentativa de controlo de um banco, segundo ele muito bem gerido, no qual o banco espanhol já tem um investimento há mais de 20 anos.

“Pensamos que a nossa oferta é a melhor para o banco [BPI]”, afirmou Gortázar antes de se saber que os acionistas do BPI tinham aprovado hoje em assembleia-geral, no Porto, o fim da limitação dos direito de voto, uma das condições para o CaixaBank avançar com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada em abril.

O presidente executivo do banco com sede em Barcelona explicou que a “complexidade” de legislações de diferentes países explica, em parte, a falta de vontade das entidades bancárias para realizarem operações de fusão ou aquisição transfronteiriças.

O CaixaBank, o maior acionista do BPI com 45,5% do capital social, mas com apenas 20% os direitos de voto até aqui, lançou uma OPA em abril sobre o banco português que fez depender da eliminação da limitação dos direitos de voto (‘desblindagem’) na instituição.

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BPI desbloqueia estatutos e abre a porta ao CaixaBank

Ulrich e Santos Silva dizem que "é um grande dia para o BPI". Isabel dos Santos absteve-se na votação.

Os acionistas do BPI, reunidos esta manhã em Serralves, no Porto, aprovaram a desblindagem dos estatutos do banco. Está assim satisfeita a principal condição para que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank sobre o banco liderado por Fernando Ulrich em abril avance.

A Santoro, de Isabel dos Santos, detentora de 18,6% do capital do BPI, que sempre se mostrara contra a desblindagem dos estatutos — tendo mesmo inviabilizado a primeira OPA do CaixaBank lançada o ano passado –, acabou por deixar passar a desblindagem dos estatutos do BPI ao abster-se na votação.

Em cima da mesa estavam duas propostas de desblindagem dos estatutos. Por um lado, a do conselho de administração do BPI que, por partir da administração do banco, era votada à luz do novo diploma do governo e, portanto, permitia ao CaixaBank votar com a totalidade do capital que detém (cerca de 45%). Apesar de ter sobre si uma providência cautelar que tinha sido apresentada em julho, e que tinha levado à suspensão da reunião, esta proposta acabou mesmo por ser votada sob condição suspensiva, uma vez que a Holding Violas Ferreira (HVF) fez saber que tinha retirado as providencias cautelares. A família Violas tinha também apresentado uma outra providência cautelar sobre a eleição da mesa da assembleia geral.

Com 502 acionistas presentes ou representados, correspondentes a 88,27% do capital social a proposta do conselho da gestão do BPI foi aprovada por 94,04% dos votos expressos.

A outra proposta em cima da mesa era da HVF que, por partir de um acionista, estava dependente da blindagem dos estatutos: teve a aprovação de 88,22% dos votos expressos, cumprindo assim o requisito estatutário de aprovação por maioria de 75% dos votos expressos.

“Grande dia para o BPI”

Santos Silva e Fernando Ulrich, presidentes do conselho de administração e da comissão executiva do BPI respetivamente, visivelmente satisfeitos falam mesmo “num grande dia para o BPI”. Santos Silva diz mesmo que o assunto da “desblindagem dos estatutos está terminado”. Quanto à OPA do CaixaBank, Santos Silva adiantou que “esta [a desblindagem dos estatutos] era a condição mais relevante para o sucesso da OPA”.

Esta assembleia geral acontece precisamente um dia depois do conselho de administração ter avançado com uma proposta à Unitel, controlada por Isabel dos Santos, de venda de 2% do BFA por 28 milhões de euros, A proposta que seguiu ontem por carta para Angola permite a Isabel dos Santos que detinha 49,9% do BFA (e o BPI os restantes 50,1%) assumir o controlo do banco angolano, uma pretensão que a empresária há muito ambicionava. Em troca, o BPI exigia a desblindagem dos estatutos e o pagamento dos dividendos relativos a 2014 e 2015 no montante de 66 milhões de euros.

Com esta proposta o banco de Ulrich pretende resolver o problema da exposição de riscos excessivos a Angola, como exigia o Banco Central Europeu.

Santos Silva admitiu que o “BPI não tinha alternativa face à posição do BCE” e adiantou que “o BCE deu indicações claríssimas de que este assunto teria que ser resolvido hoje”.
Questionado sobre o facto de p BPI não ser inicialmente favorável à perda de controlo do BFA, Santos Silva disse: “a vida muda, fizemos imensas propostas”.

Ulrich, por seu turno, fez questão de se distanciar da OPA, afirmando que o pressuposto de que a Unitel deixasse passar a desblindagem dos estatutos “também era exigida pela BCE”. Para Fernando Ulrich “era imperioso que este assunto ficasse resolvido e é disso que trata a carta à Unitel”.

Ainda sobre a proposta à operadora angolana, Santos Silva mostrou-se confiante que venha a ser aceite. “A proposta está feita e estou confiante que venha a ser aceite”, afirmou.

Para mais à frente adiantar que não está preocupado com a eventualidade da maioria do capital do banco ser da nacionalidade espanhola. “Acho que o que o país precisa é de bancos sólidos, com capacidade de resistir, com boa gestão e é isso que é fundamental”, respondeu Artur Santos Silva aos jornalistas, quando questionado sobre o facto da maioria de capital do banco estar em vias de ser espanhola”.

Interesse no Novo Banco

O chairman do BPI adiantou ainda que o BPI “está a estudar seriamente a operação de venda do Novo Banco”. Para Santos Silva a desblindagem dos estatutos “que hoje ficou definido permite ao banco tomar decisões pois não está bloqueado às exigências de capital”.

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BPI: Acionistas aprovam desblindagem de estatutos

Os acionistas do banco aprovaram a desblindagem dos estatutos, apurou o ECO. Isabel dos Santos absteve-se.

Tal como o ECO apurou, os acionistas do BPI aprovaram esta quarta-feira em assembleia geral a desblindagem dos estatutos do banco, abrindo assim o caminho para a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do Caixabank.

Esta informação foi já comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), confirmando que os 502 acionistas representados, detentores de 88,27% do capital do BPI, votaram favoravelmente as duas propostas apresentadas à mesa.

Passou com o aval de 88,22% a proposta do grupo Violas e de 94,04% a do conselho de administração, apesar de haver uma providência cautelar sobre esta última. Segundo apurou o ECO, a Santoro, liderada por Isabel dos Santos, absteve-se na votação de ambas as propostas.

Mário Leite Silva, o representante dos interesses de Isabel dos Santos em Portugal, não esteve presente nesta assembleia, apesar de ter estado presente em todas as outras. A ausência justificou-se por “razões profissionais”, soube o ECO.

Caminho livre para o CaixaBank

Com a desblindagem dos estatutos do BPI agora aprovada, os espanhóis do CaixaBank ficam finalmente com o caminho livre para avançar com a compra do banco liderado por Fernando Ulrich.

O grupo espanhol já detém uma participação de 45% do BPI e pretende adquirir o restante capital do banco oferecendo uma contrapartida de 1,113 euros por ação, acima dos 1,091 euros com que o título fechou na sessão desta terça-feira.

Este desfecho favorável aos interesses do CaixaBank já havia sido sinalizado na noite desta terça-feira pelo BPI, depois de ter disponibilizado junto do regulador do mercado uma informação relativa ao envio de uma carta à Unitel com uma proposta de venda de 2% do capital do Banco de Fomento de Angola (BFA) por 28 milhões de euros.

Atualmente, o BPI detém 50,1% do BFA, enquanto a Unitel, de Isabel dos Santos, é dona do resto do capital.

Agora, com a nova proposta, o banco português deixa de ser acionista maioritário no BFA e reduz a sua exposição a Angola, cumprindo assim as exigências do Banco Central Europeu (BCE). Já Isabel dos Santos passa a controlar a maioria do capital do banco angolano.

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BPI à espera do dia D

Os acionistas do BPI, sem decisão judicial sobre as providências cautelares, voltam a suspender assembleia geral. Santos Silva fala em "intranquilidade" entre os acionistas.

No BPI BPI 0,00% a saga continua, podia ser título do filme que tem tido lugar em Serralves, no Porto e que tem marcado a vida da instituição liderada por Fernando Ulrich. A história que já vai para o seu terceiro ato (leia-se assembleia geral) , e tem sido marcada pela “batalha acionista” entre os dois maiores acionistas do banco, Isabel dos Santos (Santoro Finance 18,576%) e CaixaBank (44,81%), tem agora um novo protagonista: a família Violas e as providências cautelares que pretendem impedir o sucesso da OPA lançada pelos catalães, em abril.

A assembleia geral do BPI, cujo início teve lugar a 22 de julho, teve continuação a 6 de setembro, e voltou a ser prolongada para 21 de setembro com o objetivo de votar a desblindagem dos estatutos, a pedido do CaixaBank.

O adiamento fica a dever-se à falta de decisão sobre as duas providências cautelares apresentadas pelo acionista Violas Ferreira Financial, detentor de 2,681% do banco.

A proposta de suspensão desta segunda assembleia geral foi apresentada pelo CaixaBank, a exemplo do que sucedera a 22 de julho, e teve a aprovação de 91,05% dos votos expressos, dos 499 acionistas presentes ou representados, detentores de 88,2% do capital social.

A primeira providência cautelar apresentada pelo maior acionista português do BPI pretende impedir o sucesso da oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank que está dependente do fim da limitação dos direitos de voto, que neste momento, impede que os acionistas possam votar com mais de 20% dos direitos de voto. O CaixaBank controla 45% do BPI.

Esta primeira providência cautelar foi tornada pública durante a AG de 22 de julho que iria votar a desblindagem dos estatutos já debaixo da nova legislação – o diploma do governo que obriga todos os bancos a votarem a manutenção ou eliminação de limites de voto e que entrou em vigor a 1 de julho. A proposta apresentada pela administração do BPI seria votada debaixo da nova lei e apenas necessitava da aprovação de dois terços dos votos. O problema surgiu porque nessa mesma assembleia havia outra proposta a ser votada, apresentada pela família Violas, e que como tal não se insere nas regras do diploma do Governo pelo que se continuam a aplicar os estatutos do BPI, necessitando da aprovação de três quartos dos votos expressos.

Mas este segundo ponto da ordem de trabalhos não chegou a ser votado devido à providência cautelar apresentada pelo maior acionista do BPI, invocando que a ata da proposta do conselho de administração do banco, defendendo a desblindagem dos estatutos, não tinha sido formalmente assinado. O BPI contestou entretanto mas para já não há resposta dos tribunais o que impediu o prosseguimento dos trabalhos na AG de 6 de setembro.

Mas as providências cautelares não se ficam por aqui. Em pleno mês de agosto dá entrada uma nova providência cautelar apresentada novamente pelo acionista Violas. Desta feita o maior acionista português do banco está contra a eleição de Osório de Castro, para o cargo de presidente da mesa da assembleia geral, eleição que também teve lugar a 22 de julho.

Osório de Castro que sucede a Miguel Veiga, que abandonou o cargo por questões de saúde, é sócio de Lobo Xavier, administrador do BPI, e a família Violas invoca conflito de interesses até porque o conhecido advogado portuense pretendia colocar à votação a proposta da administração antes de ser votada a proposta da família Violas.

O BPI já terá também respondido a esta providência cautelar mas, a exemplo do que sucede com a primeira, não há ainda uma resposta por parte dos tribunais.

Ligado intrinsecamente ao sucesso da OPA, está a redução da exposição a Angola, onde o BPI detém o BFA juntamente com a Unitel, que por sua vez é detida por Isabel dos Santos, a segunda maior acionista do BPI. O Banco Central Europeu aceitou mesmo alargar até outubro o prazo para resolver a situação de ultrapassagem pelo Banco BPI do limite dos grandes riscos relacionada com a exposição a Angola. Em comunicado, enviado ao mercado a 22 de julho, o BPI dava conta de que o prazo de quatro meses “será contado sobre a data de conclusão da aquisição do banco BPI, no pressuposto de que tal conclusão ocorrerá o mais tardar no final de outubro de 2016”.

Intranquilidade acionista

Santos Silva, em conferência de imprensa, afirmou que ter uma resposta dos tribunais antes de 21 de setembro “é uma aspiração”. Apesar de continuar a afirmar que a atividade do banco decorre normalmente, Santos Silva reconhece que existe alguma “intranquilidade entre os acionistas”.

“Espero que os assuntos que estão a impossibilitar a proposta do conselho de administração desapareçam”, disse o chairman do banco. Já sobre o BCE, Santos Silva adiantou que a instituição “está a par de tudo”, e acrescentou “não é uma matéria do agrado dos supervisores”.

Por seu turno, o CaixaBank já fez saber que “espera que este novo adiamento de 15 dias permita dar mais tempo para que possa surgir uma decisão judicial sobre a providência cautelar. Esse prazo além disso permitiria cumprir os prazos previstos na oferta, segundo o compromisso com o BCE”.

Estas declarações surgem um dia depois da notícia do jornal espanhol El Confidencial dando conta da possibilidade do CaixaBank retirar a oferta caso não conseguisse eliminar o limite dos direitos de voto no BPI.

O que acontece a 21 de setembro?

A grande questão é saber o que vai acontecer no dia 21 de setembro e se até lá já existirá uma decisão por parte dos tribunais. E se caso esta não exista, e se proceda à votação da proposta apresentada pelo acionista Violas, uma vez que esta não tem sobre si nenhuma providência cautelar e portanto pode ser votada, qual será o sentido de voto de Isabel dos Santos. Manter-se-á a empresária angolana contra a desblindagem?

A Santoro de Isabel dos Santos sempre se mostrou contra a desblindagem dos estatutos, tendo mesmo inviabilizado a primeira OPA do CaixaBank sobre o banco liderado por Fernando Ulrich e considera o preço agora oferecido de 1,113 euros por ação baixo, mas nos últimos tempos tem-se remetido ao silêncio. Aliás, a Santoro absteve-se mesmo na AG de 22 julho de votar o adiamento para 6 de Setembro.

Tiago Violas Ferreira, administrador da Holding Violas Ferreira (HVF) em declarações ao ECO adianta que “21 de setembro é o último adiamento possível pelo que nessa AG a nossa proposta terá mesmo que ser votada”. O administrador da HVF diz mesmo que este ponto devia aliás ter sido votado na AG de hoje (6 de setembro) e que “é uma falta de respeito para com o acionista”.
Expectante com o que poderá acontecer, Tiago Ferreira diz que tudo “depende dos votos angolanos” e acrescenta: “nós só estamos a ser coerentes com o que defendemos desde o início, por um lado não queremos ficar acionistas de um banco que vai ser uma filial do CaixaBank e por outro não queremos vender a 2/3 do preço do banco”, por isso “lutamos com os meios que temos”.

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BPI dá controlo do BFA a Isabel dos Santos em troca da desblindagem dos estatutos

Na véspera da assembleia geral, BPI propôs vender 2% do BFA a Isabel dos Santos por 28 milhões. Em troca exige o aval da empresária à desblindagem dos estatutos. Operação permite OPA do CaixaBank.

O conselho de administração do BPI propôs à Unitel, controlada por Isabel dos Santos, a venda de 2% do capital do Banco de Fomento de Angola (BFA) dando assim o controlo da instituição angolana à operadora. A proposta foi fundamentada através de uma carta enviada na véspera da assembleia geral de acionistas para Luanda assinada por Fernando Ulrich e Artur Santos Silva, respetivamente presidente executivo e chairman da instituição. Com esta proposta o banco de Ulrich pretende resolver o problema da exposição de riscos excessivos a Angola e garante que a Unitel, controlada por Isabel dos Santos, vota favoravelmente a desblindagem dos estatutos.

A proposta do BPI BPI 0,00% vem assim de encontro às pretensões de Isabel dos Santos que desde sempre mostrou vontade de deter a maioria de capital do banco angolano. O BPI detém 50,1% do BFA. Caso Isabel dos Santos aceite a proposta passa a deter 51,9% do BFA.

Na carta publicada no site da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o BPI fala da urgência em resolver a “situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos” dizendo que a situação não se pode prolongar. O conselho de administração do BPI diz ainda estar convicto que “a solução apresentada através desta carta reúne as condições para permitir que o Banco BPI deixe de consolidar, para efeitos contabilísticos e prudenciais, o BFA e, como consequência, ponha termo à situação”

Com a venda de 26.111 ações do BFA, representativas de 2% do capital do banco, o BPI encaixa 28 milhões de euros. Na carta pode ainda ler-se que o BPI exige a assinatura de um novo acordo parassocial que lhe permite a nomeação de dois administradores não executivos e uma política de dividendos de pelo menos 40% dos lucros. O novo parassocial prevê ainda que a Unitel tenha direito de preferência na venda de ações do BFA por parte do BPI.

Mas a proposta que o conselho de administração aprovou e se propõe levar à assembleia geral de acionistas está sujeita “como condição para que a mesma seja eficaz à verificação do seguinte facto: os estatutos do Banco BPI deixarem de conter limitações à contagem de votos (e ser, portanto, suprimida a limitação que atualmente se encontra prevista nesses estatutos)” como se pode ler no comunicado enviado à CMVM.

Mas as condições exigidas pelo BPI não se esgotam aqui. O banco exige ainda o pagamento até 9 de dezembro de 2016 do valor dos dividendos do BFA relativos ao exercício de 2014 e 2015 “ou seja o valor global de 66 milhões de euros, cuja transferência de Angola ainda não foi possível”.

CaixaBank com caminho livre para controlar BPI

A operação agora proposta pelo conselho de administração do BPI, onde não participaram os administradores ligados à CaixaBank, nem à empresária angolana, abre também as portas ao sucesso da OPA do CaixaBank sobre o BPI, uma vez que a instituição catalã fazia depender o sucesso da OPA da desblindagem dos estatutos.

A desblindagem de estatutos que vai ser votada na continuação da assembleia geral tem lugar em Serralves, no Porto. Em cima da mesa estão duas propostas, uma apresentada pelo conselho de administração do banco, como tal ao abrigo do diploma do governo que obriga todos os bancos a votarem a manutenção ou eliminação de limites de voto e que entrou em vigor a 1 de julho, pelo que a aprovação da desblindagem dos estatutos exige apenas 66% dos votos dos acionistas, e outra apresentada pela Holding Violas Ferreira (HVF), maior acionista português do BPI com 2,681% dos votos, e em que a desblindagem só é aprovada com 75% dos votos.

A proposta do conselho de administração foi alvo de uma providência cautelar apresentada pela família Violas, o que levou já ao adiamento da assembleia geral em dois momentos: 22 de julho e 6 de setembro. A providência cautelar apresentada pela HVF pretende impedir o sucesso da OPA lançada pelo CaixaBank, detentor de 45% do BPI, mas que devido à blindagem dos estatutos do banco apenas pode votar com 20%, sensivelmente o mesmo que a Santoro de Isabel dos Santos e que detém 18,6% do capital do BPI.

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CMVM suspende ações do BPI

O regulador do mercado de capitais decidiu suspender a negociação das ações do banco no dia em que se realiza a assembleia geral que poderá abrir a porta à OPA.

O BPI BPI 0,00% foi suspenso de negociação. Tal como já tinha acontecido na anterior assembleia geral, também desta vez a CMVM decidiu travar a negociação dos títulos do banco no dia em que os acionistas votam a desblindagem dos estatutos. O levantamento dessa proteção abre a porta ao sucesso da OPA.

“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou (…) a suspensão da negociação das ações do Banco BPI”, refere o regulador em comunicado. Esta suspensão manter-se-á “até à divulgação de informação relevante sobre o emitente”, acrescenta.

Esta quarta-feira, 21 de Setembro, realiza-se a assembleia geral de acionistas do banco em que será votada a desblindagem dos estatutos da instituição. Essa desblindagem deverá ser aprovada. Manuel Violas, o CEO da HVF, afirmou, em entrevista à Antena 1 e Negócios, que esse é o cenário mais provável.

A administração do BPI enviou para Luanda uma proposta que permite resolver o impasse da desblindagem de estatutos e o problema da exposição excessiva a Angola. Em comunicado enviado à CMVM, o banco revelou que propôs ceder o controlo do BFA a Isabel dos Santos para superar a questão da desblindagem dos estatutos.

Esta assembleia geral deverá permitir que a OPA lançada pelo CaixaBank prossiga. A instituição catalã ofereceu 1,113 euros por cada ação do BPI, mas com o pressuposto de que o limite dos direitos de voto (de 20%) caísse. Os títulos do BPI encerraram a última sessão a valer 1,091 euros.

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Violas. OPA ao BPI “é inevitável”, ações disparam

“Esgotámos as nossas forças”, reconheceu Tiago Violas Ferreira, líder da Holding Violas Ferreira, principal opositor à OPA do CaixaBank sobre o BPI.

Principal opositor à OPA do CaixaBank sobre o BPI, a Holding Violas Ferreira reconheceu como “inevitável” a compra do banco português por parte dos espanhóis e lamentou a ausência de aliados contra uma operação que vai colocar 60% da banca portuguesa nas mãos de estrangeiros.

“Penso que é inevitável. Acho que tentámos… a nossa força de 2,7% e, principalmente, de sermos um acionista de referência portuguesa, tinha que ter aliados. E olhando para a estrutura acionista do BPI é muito fácil ver quem podiam ser os nossos aliados”, considerou Tiago Violas Ferreira em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios.

“Estamos conscientes da força que temos e penso que esgotámos essa força. E portanto, as coisas vão ter de acontecer, o que tiver de acontecer (…) Se se consolidar 60% do sistema bancário português com centros de decisão em países estrangeiros, em que se calhar dão prioridade às suas economias, é preocupante”, referiu ainda.

O Grupo Violas é o maior acionista português do BPI, com uma participação de 2,7% do capital.

Desde as providências cautelares que interpôs junto do tribunal, em julho, que tem sido o principal responsável pelos sucessivo adiamento da assembleia geral que vai conduzir à aprovação da oferta de aquisição da parte do CaixaBank.

"Penso que é inevitável. Acho que tentámos… a nossa força de 2,7% e, principalmente, de sermos um acionista de referência portuguesa, tinha que ter aliados.”

Tiago Violas Ferreira, líder da Holding Violas Ferreira

Antena 1/Jornal de Negócios

Na sequência da posição assumida pelo grupo português, as ações do BPI dispararam esta manhã 5,7% até aos 1,099 euros, abaixo dos 1,113 euros oferecidos pelo CaixaBank na OPA.

A próxima assembleia geral está marcada para a próxima quarta-feira, dia 21.

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