Ulrich: “Houve um reforço enorme da CGD”

  • Lusa
  • 3 Outubro 2016

A "CGD saiu altamente fortalecida de todo este processo", disse o presidente executivo do BPI. O banco público tem "uma equipa de gestão de primeiríssima qualidade", acrescentou.

O presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich, considerou hoje que a aprovação do plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que integra a recapitalização, aliada à entrada da nova equipa de gestão, reforça o banco público.

“Todo este processo que a CGD viveu nos últimos meses significa um reforço enorme da CGD. Houve um grande reforço da Caixa“, realçou o gestor aos jornalistas, à margem de um evento em Lisboa.

Ulrich tinha sido questionado sobre se todo o debate público em torno da CGD tinha fragilizado a entidade. “A CGD fragilizada, não. Acho que a CGD saiu altamente fortalecida de todo este processo“, destacou.

E acrescentou: “A CGD tem uma equipa de gestão de primeiríssima qualidade. Sem querer fazer qualquer comentário sobre equipas anteriores, mas esta é de uma grande qualidade. E eu sei que sou suspeito porque são meus amigos, mas é o que eu penso”. António Domingues, ex-vice-presidente executivo do BPI, lidera agora a CGD.

Além disso, segundo Ulrich, o banco estatal “vai ter um reforço de capitais muito significativo. E vai ter contas mais claras e transparentes”.

A 24 de agosto, a Comissão Europeia anunciou ter chegado a um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização da CGD “em condições de mercado”.

Também o Governo salientou que o acordo estabelecido com Bruxelas permite que esta operação seja feita em condições de mercado, “compatíveis com a ausência de ajuda de Estado” e que “o Estado Português fica autorizado a realizar um aumento de capital até 2.700 milhões de euros, a transferir as ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros e a converter 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes (CoCo’s) subscritos pelo Estado em ações”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Se trabalho der bons frutos será apresentado aos acionistas”, diz Ulrich

O presidente executivo do BPI diz que a situação do banco é boa e que está a trabalhar para que a corrida ao Novo Banco "dê bons frutos". Só depois haverá decisão dos acionistas.

Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, afirmou que a entidade que lidera está a trabalhar junto do Fundo de Resolução no processo de venda do Novo Banco e que só depois vai haver uma decisão dos acionistas.

“Temos o plano da gestão do banco, depois temos o plano dos acionistas e o trabalho que estamos a fazer com o Fundo de Resolução é um trabalho da gestão do Banco BPI e é um trabalho que, se der bons frutos, será apresentado aos acionistas e depois nessa altura se vê”, afirmou aos jornalistas o responsável à margem da entrega do Prémio BPI Seniores, em Lisboa.

Ulrich tinha sido questionado sobre a eventual oposição do seu maior acionista, o catalão CaixaBank – que tem em curso uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital do BPI -, à compra do Novo Banco.

O gestor não se quis alongar em comentário, apontando para o acordo de confidencialidade que assinou para ter acesso aos dados do Novo Banco.

“O BPI assinou um compromisso de confidencialidade para ter acesso a informação sobre o Novo Banco, o que denota algum interesse, mas como assinamos esse compromisso, não podemos fazer comentários sobre o processo do Novo Banco”.

Sobre a atualidade do BPI, que viveu uma disputa acionista que parece ter sido ultrapassada com a desblindagem dos estatutos aprovada na última reunião magna de acionistas, Ulrich mostrou otimismo.

A situação do banco está muito boa e sempre esteve ao longo deste tempo. Este processo complexo e intenso que vivemos desde dezembro de 2014, com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre a exposição do BPI a Angola, que depois determinou todas as várias complexidades que conhecem, nunca perturbou a atividade do banco”, assinalou.

E destacou: “Conseguimos todos – os acionistas, a gestão e os colaboradores do banco – que funcionássemos em dois planos. Havia o plano das questões regulatórias, que tínhamos que resolver, e havia o plano das questões acionistas, mas nem um nem outro perturbaram o funcionamento do banco. Agora, continuamos o nosso trabalho, a melhorar o banco”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desinteresse do CaixaBank no Novo Banco pode ser tático?

"É muito pouco provável que o La Caixa não queira mesmo o Novo Banco", garantem fontes próximas ao processo. O BPI mantém-se na corrida.

A oposição do CaixaBank à compra do Novo Banco, por parte do BPI, pode ser tática, assumindo-se como uma uma estratégia negocial por parte dos catalães de modo a pressionar o Banco de Portugal e, por conseguinte, o preço da operação. Mas fontes contactadas pelo ECO, muito próximas ao processo, adiantam que “é muito pouco provável que o La Caixa não queira mesmo o Novo Banco”. É preciso capital.

A notícia, avançada pelo Bloomberg, que dá conta de que o CaixaBank poderá bloquear a ida do BPI ao Novo Banco, surgiu como um entrave à expectativa criada pelo fim do limite de votos aprovado na assembleia de acionistas, realizada a 21 de setembro, no Porto. A notícia, citando fontes anónimas, dá conta de que responsáveis do CaixaBank terão dito aos acionistas que se irão opor à compra do Novo Banco, quando assumirem a liderança do BPI.

A noticia contraria as declarações do próprio presidente do BPI, Artur Santos Silva, proferidas depois da assembleia geral, garantindo que a administração do banco estava a estudar seriamente o dossiê. Santos Silva diria mesmo que “estamos a estudar seriamente a opção. Com o aspeto que ficou hoje resolvido [a desblindagem], isto permite tomar posições porque o banco já não está bloqueado”.

"Estamos a estudar seriamente a opção. Com o aspeto que ficou hoje resolvido [a desblindagem], isto permite tomar posições porque o banco já não está bloqueado.”

Artur Santos Silva

A afirmação de Santos Silva é tanto mais relevante na medida em que são conhecidas as boas relações entre o presidente do BPI e o principal acionista da instituição portuguesa, o CaixaBank.

Já o CaixaBank optou por não confirmar nem desmentir a notícia da Bloomberg, limitando-se a uma declaração oficial afirmando que a prioridade é o BPI e que não faz sentido falar no Novo Banco. Aliás, posição semelhante à defendida pelo presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar que em julho passado já tinha adiantado que a prioridade era o BPI.”Primeiro temos que concluir a OPA sobre o BPI”, adiantou.

De resto, no dia em que os estatutos do BPI foram desbloqueados o presidente executivo dos catalães afirmava em Madrid que o “setor bancário não está em época de aquisições transfronteiriças“. Gonzalo Gortázar afirmou mesmo que a aquisição do BPI era uma exceção na estratégia de internacionalização do CaixaBank, tendo justificado a aposta com a boa gestão do BPI e com a relação de mais de vinte anos que marca as duas instituições.

 

Fontes conhecedoras do processo adiantaram ao ECO que “o fato do BPI não avançar para o Novo Banco acarreta um problema de dimensão ao próprio BPI, o que eventualmente não será bom para o CaixaBank”. Porém as mesmas fontes reconhecem que o próprio CaixaBank está pressionado em termos de capital e que uma ida ao Novo Banco poderá implicar a necessidade de um aumento de capital da instituição catalã.

O CaixaBank comunicou ao mercado que vendeu 9,9% do capital, através da venda de ações próprias, para financiar a OPA do BPI. O CaixaBank detém 45% do capital do BPI e para ficar com a totalidade do capital do banco terá que despender cerca de 900 milhões de euros.

Governo prefere BPI

O fim da desblindagem dos estatutos do BPI foi bem encarado pelo Banco de Portugal. O banco liderado por Carlos Costa viu na clarificação acionista do BPI uma forma do banco de Ulrich melhorar a proposta de compra do Novo Banco. Aliás, o próprio Governo tinha o BPI como preferido na corrida ao Novo Banco, segundo dava conta o Expresso em agosto. A vantagem, segundo o executivo de António Costa, era o facto de o banco passar a ser liderado por uma instituição já presente no mercado e com uma perspetiva de investimento de longo prazo.

O processo de venda do Novo Banco está a entrar numa fase decisiva, devendo os interessados — quatro contando com o BPI — entregar nas próximas semanas as propostas vinculativas. Na corrida estão o BPI, o BCP, a Lone Star e a Apollo/Centerbridge.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank pode bloquear BPI na corrida ao Novo Banco

Responsáveis do CaixaBank terão dito aos restantes acionistas que vão opor-se a que o BPI concorra à compra do Novo Banco assim que assumirem o controlo do banco português.

O BPI pode vir a ficar de fora do processo de compra do Novo Banco quando o CaixaBank assumir o controlo do banco português. A notícia é avançada pela Bloomberg, que cita quatro pessoas ligadas ao processo.

Segundo a agência financeira, responsáveis do banco catalão terão dito aos restantes acionistas que irão opor-se a uma eventual proposta de compra do Novo Banco quando assumirem o controlo do BPI, através da oferta pública de aquisição (OPA) que está neste momento a decorrer. O grupo catalão já detém cerca de 45% do capital do BPI e lançou uma OPA sobre o restante capital.

A notícia vem apenas dar mais força à posição já pública de Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank. Numa conference call com analistas, em julho, o responsável já tinha dito que o banco catalão não tem interesse em comprar o Novo Banco diretamente. “O CaixaBank está centrado unicamente na oferta sobre o BPI” e essa “é a única operação a ser analisada”, salientou Gortázar na altura.

Questionados agora pela Bloomberg sobre se vai bloquear uma proposta do BPI pelo Novo Banco, os catalães limitam-se a reiterar os comentários feitos em julho, sublinhando que não foi tomada qualquer decisão.

Vai assim caindo por terra o interesse do BPI em comprar o Novo Banco, manifestado ainda na semana passada, durante a assembleia-geral de acionistas. “O banco está a estudar seriamente essa operação e vai continuar a estudá-la e a tomar decisões. O aspeto que ficou resolvido permite ao banco tomar posições quando foi a altura, e quando for conveniente, porque não está bloqueado nas exigências de capital”, disse, nessa altura, Artur Santos Silva, chairman do BPI.

O “aspeto que ficou resolvido” é a desblindagem dos estatutos do BPI, que foi aprovada na assembleia-geral e que parecia ter aberto caminho para o BPI comprar o Novo Banco. A desblindagem dos estatutos permitiu a clarificação do poder acionista, o que colocava o BPI em melhor posição para avançar com uma proposta pelo Novo Banco.

A shortlist dos candidatos ao banco que herdou os ativos bons do BES deverá, assim, ficar mais curta. Em junho, o Banco de Portugal adiantou que iria analisar quatro propostas pelo Novo Banco para decidir se vende o banco a um comprador estratégico, como outra instituição bancária, ou a um grupo de investidores institucionais, o que implicaria uma operação de oferta pública inicial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fitch. OPA vai permitir ao CaixaBank cortar custos no BPI

A oferta de aquisição do catalão CaixaBank terá efeitos positivos tanto no BPI como nos restantes bancos nacionais.

Desbloqueada a situação no BPI, o CaixaBank vai finalmente poder tomar conta do banco português, onde deverá impor um plano de racionalização de custos que deverá servir de incentivo para reestruturações nos restantes bancos nacionais, considera a Fitch.

“O levantamento do limite de direitos de voto do CaixaBank no BPI é positivo para os bancos portugueses, porque representa um importante passo para o avanço da oferta pública de aquisição que, se bem-sucedido, irá permitir aos novos donos implementar o plano de racionalização”, diz a agência norte-americana.

Esta evolução é positiva para a restantes banca nacional pois poderá, diz a Fitch, “encorajar os outros bancos a seguirem o exemplo”, explicam os analistas da agência de notação financeira num comunicado divulgado esta terça-feira.

“Esperamos que o CaixaBank implemente o plano de reestruturação anunciado em abril e reduza os custos operacionais em cerca de 13% a partir do terceiro ano de consolidação”, referem.

"Esperamos que o CaixaBank implemente o plano de reestruturação anunciado em abril e reduza os custos operacionais em cerca de 13% a partir do terceiro ano de consolidação.”

Fitch

Pressionados por um ambiente operacional complicado, os bancos portugueses estão a enfrentar dificuldades em aumentar capital e a incapacidade de gerar lucros adequados está a afetar negativamente a qualidade dos ativos, acrescenta a Fitch. Assim, “medidas com vista ao corte de despesas dariam algum alívio aos bancos“, ressalva.

OPA (quase) certa

AFitch acredita que há uma “elevada probabilidade de a OPA [sobre o BPI] se concretizar” e não vê grandes obstáculos à concretização da OPA espanhola da parte do BCE e dos reguladores portugueses e angolanos. E, neste cenário, admite melhorar a notação da dívida do banco liderado por Fernando Ulrich.

“O BPI pode ficar com uma notação até dois níveis abaixo do CaixaBank [atualmente em ‘BBB+’], tendo em conta os constrangimentos do rating soberano”, diz.

O grupo espanhol está a oferecer uma contrapartida de 1,134 euros na OPA sobre o BPI. As ações do banco português seguiam inalteradas nos 1,13 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco BIC “ainda não decidiu” se vende ações do BPI ao CaixaBank

  • Lusa
  • 26 Setembro 2016

O banco BIC ainda não decidiu se vende a sua posição de cerca de 2% no capital do BPI, no âmbito da OPA lançada pelo CaixaBank.

O presidente do Banco BIC, Fernando Teles, disse hoje que a entidade ainda não decidiu se vende a sua posição de cerca de 2% no capital do BPI no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank. “O BIC ainda não decidiu se vai vender a sua posição no BPI ao CaixaBank”, afirmou à agência Bloomberg o líder do banco angolano. Ainda assim, Teles reconheceu que é “provável” que o catalão CaixaBank consiga tomar o controlo total do BPI.

Em julho, Fernando Teles tinha considerado “baixo” o preço oferecido pelo espanhol CaixaBank na OPA lançada em abril passado (1,113 euros por ação), que avaliava o banco em 1.600 milhões de euros. Mas o CaixaBank lançou a 21 de setembro uma nova OPA sobre a totalidade do capital do BPI, melhorando o preço face à anterior oferta, para 1,134 euros por ação.

As condições da nova OPA, que se tornou obrigatória depois de os acionistas do BPI terem aprovado nesse mesmo dia em reunião magna a desblindagem dos estatutos do banco português, foram comunicadas no anúncio preliminar enviado pelo CaixaBank à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A limitação dos direitos dava até agora ao CaixaBank, que tem mais de 45% das ações, um poder decisório de apenas 20%, similar ao do segundo acionista, a empresária angolana Isabel dos Santos, que detém 18,6% do capital através da empresa também angolana Santoro.

Além de abrir caminho ao controlo do BPI pelo CaixaBank, a desblindagem de estatutos permite também a redução da exposição do BPI em Angola, que é obrigatória segundo o Banco Central Europeu (BCE), uma vez que a administração do BPI fez uma nova proposta aos parceiros angolanos, que passa pela venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) à operadora Unitel por 28 milhões de euros, permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior acionista.

Atualmente, o BPI detém 50,1% do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9%, e o objetivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo BCE relativamente à exposição do banco português a Angola. Esta proposta feita à operadora Unitel, de Isabel dos Santos, estava condicionada à desblindagem dos estatutos do banco português, que se veio a verificar. Na nova OPA, o intermediário financeiro que representa os catalães é o Deutsche Bank – Sucursal em Portugal.

O CaixaBank condiciona o lançamento da OPA à obtenção da não oposição das várias entidades de supervisão das diferentes jurisdições onde o BPI atua, além do Banco de Espanha, nomeadamente, o Banco Central Europeu (BCE), a Autoridade de Supervisão dos Seguros e dos Fundos de Pensões (ASF), a Comissão Europeia, o supervisor luxemburguês e o supervisor das Ilhas Caimão, o Banco Nacional de Angola e o Banco de Moçambique.

Caso o CaixaBank consiga alcançar 90% do capital do BPI com esta OPA, pode recorrer ao mecanismo da aquisição potestativa, que implica a imediata exclusão da negociação em bolsa do banco português.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp pressiona Lisboa, BCP e BPI inalterados

Numa das semanas mais importantes para o mercado do petróleo, a Galp é a cotada sob maior pressão na praça nacional. Já BCP e BPI seguiam pouco alterados depois de uma semana agitada.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a sessão a perder 0,52% até aos 4.552,57 pontos, acompanhando a generalidade das praças mundiais, numa sessão em que os investidores europeus vão centrar atenções no índice de confiança dos empresários alemães (Ifo) e naquilo que Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), terá a dizer na sua audição trimestral no Parlamento Europeu.

Por cá, 14 das 18 cotadas que compõem o índice benchmark seguiam a negociar em terreno negativo, com destaque para a Galp, cujas ações deslizavam cerca de 1,5%, com a evolução a ser condicionada pela instabilidade que o preço do barril de petróleo deverá registar no dia em que arranca em Argel, na Argélia, um encontro informal da OPEP para debater um congelamento da produção com vista ao aumento dos preços do ouro negro. De resto, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, valorizava 0,24% até aos 46 dólares, depois do preço do barril ter afundado quase 4% na última sessão.

Leia também as 5 coisas que tem de saber antes de os mercados abrirem

Outra nota relevante para a praça nacional vai para a banca, onde o BCP e o BPI seguiam sem grandes oscilações, depois de uma semana em que mereceram todo o protagonismo. Em relação ao BPI, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos espanhóis do CaixaBank pôde finalmente seguir em frente com a aprovação da desblindagem dos estatutos no banco português. E o BCP atingiu um mínimo de sempre na sexta-feira depois de o Governo ter aprovado um regime que permite a entrada dos chineses da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado.

“O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus. O BCP deverá merecer as atenções dos investidores, após na sexta-feira ter atingido um mínimo histórico (1,42 cêntimos), antes de terminar nos 1,47 cêntimos”, referiram os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “O petróleo será um dos ativos mais monitorizados, no dia em que se inicia em Argel a conferência da Agência Internacional de Energia, que se prolongará até quarta-feira. Paralelamente, realiza-se uma reunião informal da OPEP, na qual deverá ser debatida a possibilidade de um congelamento da produção. A expetativa que esta proposta se possa materializar (em paralelo com a decisão da FED) deverá ser um dos impulsionadores da cotação do crude”, acrescentaram.

"O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

Lá por fora, o CAC-40 de Paris perdia mais de 1%, enquanto o IBEX-35 de Madrid e o DAX-30 de Madrid cediam 0,9% e 0,7%, respetivamente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Isabel dos Santos mudou de opinião no BPI. Porquê?

A empresária angolana viabilizou agora o que tinha rejeitado há meses, o sucesso da OPA do Caixabank sobre o BPI. O segredo está no preço. E Isabel dos Santos é uma das vencedoras.

Isabel dos Santos, detentora através da Santoro de 18,6% do capital do BPI, acabou por ser decisiva na desblindagem dos estatutos do banco liderado por Fernando Ulrich. Mas o que terá levado a empresária, que sempre fora contra o fim do blindagem dos estatutos, tendo mesmo inviabilizado a primeira oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank (detentor de 45% do BPI), em fevereiro de 2015, a mudar de opinião?

Controlo do BFA e preço

Acima de tudo, o controlo do BFA, viabilizado através da proposta que a administração do BPI apresentou através de carta enviada para Angola, na véspera da assembleia geral de 21 de setembro, e que consiste na venda de 2% do BFA à Unitel — empresa controlada por Isabel dos Santos — por 28 milhões de euros, em troca do pressuposto da desblindagem dos estatutos. O preço é considerado quase simbólico por fontes próximas ao BPI. De resto, Isabel dos Santos tinha, em janeiro deste ano, proposto ao BPI a compra de 10% do banco angolano pelo preço de 140 milhões de euros — exatamente o mesmo valor por que Isabel dos Santos adquire agora os 2% — operação rejeitada por Santos Silva e Ulrich.

Fernando Ulrich alegava, na altura, que o conselho de administração “analisou os vários aspetos e considerou que esta não era uma boa solução para a situação que o BPI tem para resolver”. Ulrich referia-se às exigências do Banco Central Europeu (BCE) que implicavam a redução da concentração de riscos ao estado angolano.

Mas as críticas não se ficam pela questão do preço. É que, com os 2% que a Unitel — caso aceite a proposta e, tudo indica que sim –, irá assume o controlo do BFA. A Unitel detém 49,9% do BFA e o BPI 50,1%. Fontes próximas ao processo adiantam “como é que alguém transmite o controlo com a venda de 2%? O preço parece mais um preço de chantagem do que um preço de controlo”.

A proposta da Unitel, de comprar 10% do BFA, surgia como resposta à proposta feita pelo BPI de avançar com um projeto de cisão simples das suas operações em África, com destaque para as participações detidas no BFA e no moçambicano Banco Comercial e de Investimentos (BCI).

Mas não foi só Isabel dos Santos a mudar de opinião. O próprio BPI abdicou do projeto de cisão e acabou por “entregar” o controlo do BFA, aparentemente contra vontade. Talvez por isso, Santos Silva, chairman do BPI, quando questionado na conferência de imprensa após a a assembleia geral de acionistas em que foi aprovada a desblindagem, diria, a propósito da proposta de venda dos 2% do BFA: “A vida muda”. De resto, a pressão exercida pelo BCE nas últimas semanas não pode também ser esquecida. Santos Silva diria, a este propósito, que “o BPI não tinha alternativa em Angola que não fosse desconsolidar o banco. O BCE entendia que não podemos ter responsabilidade na gestão do BFA. O BCE foi claríssimo que [o assunto] teria que ser resolvido hoje e esse assunto ficou resolvido”.

Realização de mais valias

Mas este não é o único argumento a favor da troca de opinião empresária: fonte próxima da empresária adiantou ao ECO que Isabel dos Santos estará numa fase em que está ‘mais vendedora’ e em que pretende realizar mais-valias. A mesma fonte adianta que a empresária “não parece disposta a querer injetar mais capital no BPI, o que com base nas novas exigências regulatórias, um acionista de um banco tem que estar sempre preparado para fazer”.

Linha de crédito do CaixaBank a Angola

Os espanhóis do CaixaBank, o maior acionista do BPI, e que mantinham um braço de ferro com Isabel dos Santos devido à desblindagem dos estatutos da instituição, concederam uma linha de crédito de 400 milhões de euros ao Estado angolano, segundo um despacho de 16 de agosto, assinado pelo Presidente de Angola. O timing da operação levantou algumas especulações e a própria Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) terá feito diligências no sentido de perceber se essa operação envolve o BPI no âmbito da OPA dos catalães sobre o banco português. Fontes próximas ao processo asseguraram ao ECO que “o CaixaBank já terá respondido tendo negado a concessão dessa linha de crédito”. Mas, no mercado, a ideia de que a operação teria influência sobre a decisão de Isabel dos Santos permaneceu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca europeia deprime bolsas, BCP fixa mínimos

Principais praças europeias fecharam a semana em terreno negativo, com o setor financeiro sob pressão. Em Lisboa, o BCP atingiu um novo mínimo histórico.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a cair 0,77% até aos 4.576,23 pontos, acompanhando o sentimento negativo nas principais congéneres europeias: a bolsa de Madrid cedeu mais de 1%, enquanto Frankfurt e Paris recuaram em torno de 0,5%.

“A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana”, explicou José Correia, gestor da XTB Portugal.

A pressionar os investidores esteve sobretudo o setor bancário. O índice da Bloomberg que acompanha os principais bancos europeus cedeu 1,5%, com vários bancos a afundarem mais de 3% – foi o caso do Bank of Ireland, Bankia, Intesa Sanpaolo, Santander, CaixaBank, Bankinter e Sabadell.

"A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana.”

José Correia, gestor da XTB Portugal

No caso do banco catalão CaixaBank, o desempenho negativo em Madrid surgiu depois da conclusão do aumento de capital de 1,4 mil milhões de euros, através da emissão de novas ações, numa operação que vai servir financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI. Sobre o banco português, de resto, a cotação não registou alterações e fechou nos 1,13 euros, perto do valor oferecido pelos espanhóis.

Por cá, o BCP esteve sob intensa pressão vendedora, com o título a desvalorizar mais de 5% para atingir um novo mínimo de sempre nos 1,46 cêntimos. E isto no dia em que a Jefferies atribuiu aos títulos da instituição liderada por Nuno Amado um preço alvo de dois cêntimos com uma recomendação de underperform, ou seja, antecipa um desempenho inferior das ações face aos restantes bancos europeus.

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, desvalorizava 2,64% até aos 46,39 dólares por barril, ao mesmo tempo que o contrato genérico do crude perdia 2,96% até 44,95 dólares por barril. Isto depois da Arábia Saudita, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, ter descartado perspetivas de um acordo para estabilizar os preços na reunião da próxima semana da OPEP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank obtém 1,3 mil milhões de euros com venda de ações

Capital angariado servirá para financiar a OPA ao BPI. Ações do banco catalão perdem 3,75%.

O CaixaBank angariou 1,3 mil milhões de euros com a venda do equivalente a 9,9% do seu capital, numa operação que visa financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI.

Em comunicado enviado à CNMV, o regulador espanhol dos mercados, esta quinta-feira ao final do dia, a instituição financeira catalã informou a venda de um total de 585 milhões de ações próprias a investidores qualificados, através de uma colocação acelerada. As ações foram alienadas a um preço unitário de 2,26 euros, o que permitiu ao CaixaBank angariar um total de 1,322 milhões de euros. A venda da participação foi feita a um desconto por título de 3,67% em relação ao preço de fecho (que tinha sido de 2,422 euros). Os 585 milhões de euros incluem cerca de 380 milhões de euros provenientes da venda de ações colocadas junto de dois investidores institucionais, especifica o banco.

Com o produto da alienação, a instituição espera financiar a compra do banco liderado por Fernando Ulrich, os 55% do capital que ainda não detém e cuja aquisição está avaliada em 900 milhões de euros.

O aumento de capital está em linha com as expectativas“, afirmou Carlos Cobo, analista do Haitong Bank, numa nota enviada a clientes. “Uma vez que o aumento de capital esteja clarificado, os investidores irão focar-se provavelmente em sondar o modelo de negócio do CaixaBank e na comparação das suas contas com as dos pares domésticos espanhóis”, acrescentou o analista da instituição que atribui às ações do banco catalão uma recomendação de “comprar”.

O CaixaBank disponibilizou-se a pagar cerca de 900 milhões de euros para adquirir a parcela de 55% do capital do BPI que ainda não detém. O banco espanhol oferece 1,134 euros por ação, valor que foi revisto após a desblindagem de estatutos do banco português que decorreu esta quarta-feira.

As ações do CaixaBank caem 3,75% para 2,26 euros enquanto as do BPI seguem inalteradas nos 1,13 euros, abaixo do preço proposto pelo banco catalão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank vende… para comprar o BPI

Para lançar a OPA ao BPI, que agora é obrigatória, o CaixaBank vai ter de fazer um aumento de capital que poderá ascender a 1,4 mil milhões de euros, segundo a Bloomberg.

Os limites aos direitos de voto do BPI BPI 0,00% caíram, abrindo a porta ao sucesso da oferta de aquisição do CaixaBank. Uma OPA para a qual o banco está a preparar-se, estando em marcha, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg, um aumento de capital que poderá ascender a 1,4 mil milhões de euros.

O banco, que detém 45% do capital do BPI, lançou uma OPA obrigatória sobre o banco liderado por Fernando Ulrich a um valor de 1,134 euros por ação. Caso todos os acionistas vendam, o CaixaBank poderá ter de pagar cerca de 900 milhões de euros, verba que poderá ir obter no mercado com um aumento de capital.

O CaixaBank poderá, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg, avançar com uma oferta de ações já esta semana. Pode emitir ações equivalentes a 10% do seu capital, embora o banco negue tal operação de forma oficial. Em bolsa, os títulos estavam a cair mais de 3% para 2,35 euros antes de serem suspensos pelo regulador.

O rácio de capital do banco catalão estava em 11,5% no final de junho, devendo encolher com a compra do BPI. O BCE exige que o CaixaBank mantenha, no mínimo, um rácio core Tier 1 de 9,5%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fed anima bolsas, BPI destaca-se em Lisboa

Reserva Federal norte-americana reforçou otimismo dos investidores em torno de mais estímulos da parte dos bancos centrais em todo mundo.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a valorizar 1,36% até 4.611,69 pontos, provando a terceira sessão de ganhos esta semana.

Em termos individuais, destaque para as ações do BPI, que dispararam mais de 3,5% para ajustar a cotação no mercado ao preço oferecido pelo CaixaBank na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco português. Fechou nos 1,13 euros.

Com desempenhos bastante positivos fecharam ainda a Mota-Engil (+3,51%), Jerónimo Martins (2,93%) e Semapa (+2,53%), numa sessão em que 14 cotadas encerraram com sinal verde. Apenas quatro cotadas registaram perdas.

Lisboa acompanhou assim os ganhos observados um pouco por toda a Europa. Em Frankfurt e Paris as valorizações foram superiores a 2%, enquanto as praças de Milão e Madrid somaram mais de 1%, impulsionadas pela expectativa de que a Reserva Federal norte-americana vai manter uma política monetária expansiva, seguindo o exemplo do Banco do Japão.

“Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho”, referiu Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal. “Os investidores olham para o mercado com mais otimismo, parecendo haver condições para que o crescimento económico das maiores economias do mundo continue no bom caminho”, acrescentou.

"Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho.”

Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para Portugal, valorizava 1,88% até 47,71 dólares, enquanto o contrato genérico de crude ganhava 2,45% até 46,45 dólares por barril, isto depois de revelado que as reservas nos EUA caíram na semana passada para mínimos de fevereiro, num sinal de maior consumo na principal economia mundial.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.