Défice da balança de bens cai 4,5% em 2015
Em 2015 as exportações cresceram 3,7% e as importações aumentaram 2,2%. Défice da balança de bens melhorou em relação a 2014.
Comércio Internacional de bens: Evolução anual, em %
No ano passado, as exportações de bens aumentaram 3,7% e as importações 2,2%, divulgou esta quarta-feira o INE. “Registou-se um défice de 10.485 milhões de euros, menos 494 milhões de euros que no ano anterior”, refere o Instituto Nacional de Estatística.
Comércio Internacional de bens: Exportações
Assim, o défice registou uma queda de 4,5% de 2014 para 2015, melhorando o saldo da balança de bens, mas continuando em terreno negativo. Para esta melhoria contribuiu o facto de Portugal, já em 2014, ter sido um dos três principais exportadores mundiais em diversos bens, “destacando-se claramente na exportação de cortiça e suas obras”, explica o INE, citando a ONU.
Comércio Internacional de bens: Importações
A melhoria das exportações foi suficiente para colmatar o aumento de importações e, assim, melhorar o saldo. O défice foi menor tanto no comércio dentro da União Europeia (UE) como no comércio fora da UE. “Em ambos os fluxos, o crescimento baseou-se no comércio intra-UE dado que as transações com os países extra-UE diminuíram”, destaca o INE.
Comércio Internacional de bens: Saldo da balança comercial
Com Angola fora de jogo, EUA e Espanha ajudam exportações
Em 2015, Angola deixou de ser o principal parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia. Os Estados Unidos assumiram essa posição do lado das exportações e nas importações a China. “As exportações portuguesas apresentaram um dinamismo superior à evolução registada nas importações totais de bens efetuadas pelos cinco principais países de destino (Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos)”, pode ler-se no destaque do INE.
Dentro da União Europeia, o que se verificou foi aumento das exportações superior à evolução das importações. Já fora da UE, a melhoria vem da diminuição mais intensa das importações em relação à redução das exportações. O peso das trocas comerciais dentro da UE continua a ser superior em ambos os itens, sendo superior a 70% do total do comércio internacional português.
Isto verificou-se principalmente com os nossos vizinhos espanhóis: “Em 2015, a Espanha acentuou a sua posição como principal parceiro comercial (cerca de 1/4 das exportações e 1/3 das importações)”, diz o INE. O crescimento das exportações para Espanha foi de 10,5%, apesar de as importações espanholas só terem aumentado 2,7%.
Já os EUA ganharam peso no nosso comércio fora da UE. “Neste país embora as suas importações tenham diminuído 4,3%, as exportações para os Estados Unidos aumentaram expressivamente em 2015 (21,6%)”, explica o INE, enaltecendo o papel das exportações de combustíveis minerais.
Estes dados constam do relatório provisório “Estatísticas do Comércio Internacional 2015” divulgado esta quarta-feira, dia 21 de setembro, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Cortiça é a ‘galinha dos ovos de ouro’ portuguesa
Os dados de 2014 da ONU, citados pelo INE, fazem da cortiça uma das relíquias portuguesas nas exportações. Portugal é líder mundial de exportações em três categorias:
- Ladrilhos de qualquer formato, cubos, blocos, chapas, folhas e tiras, cilindros maciços, incluídos os discos, de cortiça aglomerada (69,1% do total é português)
- Rolhas de cortiça natural, incluídos os respetivos esboços com arestas arredondadas (72,7% do total é português)
- Desperdícios de cortiça; cortiça triturada, granulada ou pulverizada (62,4% do total é português)
- Cortiça aglomerada, com ou sem aglutinantes, e suas obras (27,8% do total é português)
A liderança estende-se à espécie de peixe Bonito. Em sardinhas Portugal é o terceiro maior exportador. O país destaca-se nas categorias de Filetes de peixes e outra carne de peixes (mesmo picada), frescos, refrigerados ou congelados. Portugal é o príncipe dos moluscos, em segundo lugar – superado pela China -, e o terceiro nos mexilhões. A fechar a lista de exportações destacadas de Portugal estão os produtos cerâmicos, as castanhas, cordéis, papel e cartão, azeite, alcachofras (no qual é líder mundial) e esboços específicos para chapéus.
Editado por Mónica Silvares
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