CaixaBI corta 20% da avaliação da Altri
O CaixaBI resfria entusiasmo em torno das papeleiras. Apesar do dólar forte, os preços do papel só deverão recuperar em 2018. Por isso, retirou um quinto da avaliação que dava à Altri.
Os bancos de investimento continuam a ajustar as suas avaliações para um dos setores que mais estão a ganhar com a subida do dólar: o setor papeleiro. Mas se o Haitong melhorou esta quinta-feira a sua opinião em relação à indústria, o CaixaBI fez marcha-atrás na avaliação que faz da Altri. “Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019”, justificam os analistas.
Face ao anterior preço-alvo de 5,90 euros, a CaixaBI acredita agora que os títulos da produtora de papel poderão valorizar até 4,70 euros, cortando em 20% a avaliação que faz da cotada. Apesar de tudo, continua a recomendar a “compra” de títulos da empresa co-liderada por Paulo Fernandes. As ações a cotar nos 3,60 euros.
“Na nossa opinião, o racional de investimento da Altri não sofreu alterações ao longo de 2016, com a empresa a continuar a ser um dos produtores europeus mais eficientes do setor”, referem os analistas da CaixaBI, numa nota de investimento enviada aos clientes. “Para 2017 salientamos a expectativa de a Altri continuar a registar um elevado fluxo de caixa e a ausência de significativos investimentos. Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019, após os aumentos de capacidade na Indonésia e no Brasil terem sido totalmente digeridos pelo mercado”, acrescentaram.
A redução na avaliação da Altri surge num contexto em que a subida forte do dólar está a potenciar o setor exportador. Com a pasta de papel a cotar-se na nota verde, a apreciação da divisa americana veio potenciar ainda mais papeleiras nacionais, como a Altri, Navigator e Semapa. As ações destas três cotadas estão a brilhar na bolsa nacional esta semana, acumulando ganhos desde a última sexta-feira de 8,8%, 5,6% e 1,5%, respetivamente.
"Para 2017 salientamos a expetativa de a Altri continuar a registar um elevado cash-flow e a ausência de significativos investimentos. Estimamos que a recuperação dos preços da pasta só deverá ocorrer em 2018-2019, após os aumentos de capacidade na Indonésia e no Brasil terem sido totalmente digeridos pelo mercado.”
O plano orçamental altamente expansionista de Donald Trump vem acompanhado por uma expectativa de que os preços vão também acelerar, colocando a Reserva Federal norte-americana numa posição mais conservadora no que toca à sua política monetária. Para evitar que a inflação fuja da sua meta, o banco central deverá começar a subir os juros diretores já em dezembro, circunstância que está a dar força ao dólar.
Contudo, para a CaixaBI, esse cenário “ainda está no plano teórico, o que nos leva a incorporar nas nossas estimativas uma postura neutral a curto prazo para o euro face ao dólar e assumir o seu retorno para 1,10 dólares durante o ano de 2017”.
Em suma, reforçam os analistas, “o racional de investimento da Altri foca-se na redução da sua posição de dívida líquida, o que deverá permitir à empresa aumentar a remuneração ao acionista no curto/médio prazo face à ausência de investimentos significativos”.
Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.
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