Há sete anos que o desemprego em Portugal não divergia tão pouco da média europeia

Desemprego em Portugal continua a alinhar com média europeia. Desde o primeiro Governo de Sócrates que essa diferença nunca esteve tão curta.

Há sete anos que a taxa de desemprego em Portugal não se aproximava tanto da média europeia. A Zona Euro registou uma taxa de desemprego de 10% em setembro, 0,6 pontos abaixo do mesmo período do ano passado, revelou esta quinta-feira o Eurostat. Em Portugal, a taxa fixou-se nos 10,8%. Contas feitas, nunca esta diferença face à média da região única esteve tão curta desde março de 2009, quando José Sócrates ia a caminho dos últimos meses do seu primeiro mandato.

Com a economia a crescer aquém do esperado, a evolução favorável do desemprego tem apanhado toda a gente de surpresa. Governo incluído. Para o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, esta descida “é um mistério”. “Aprendi nos livros que a economia tinha de crescer a 2,5% para que aumentasse o emprego”, disse o ministro recentemente. Mário Centeno, ministro das Finanças, considerou esta quarta-feira na Assembleia da República que se trata de uma “recuperação do mercado de trabalho com aumento da população ativa, coisa que não aconteceu um único mês com o anterior Governo”.

A evolução surpreendentemente positiva do mercado de trabalho forçou o Governo a rever as previsões para o desemprego. Se no Orçamento do Estado para 2016 (apresentado em 2015), o Executivo liderado por António Costa projetava uma taxa de desemprego de 11,3% para este ano, já a proposta orçamental para 2017 antecipa uma taxa de 11,2%. Em relação ao PIB, a mesma proposta aponta para um crescimento económico de 1,2% este ano e 1,6% no próximo.

Desemprego em Portugal alinha-se com média do Euro

Fonte: Eurostat (Valores mensais, em percentagem)
Fonte: Eurostat (Valores mensais, em percentagem)

Em setembro, a diferença entre as taxas portuguesa e europeia (Zona Euro, leia-se) fixou-se nos 0,8 pontos. É preciso recuar até março de 2009, poucos meses antes das eleições governativas, em setembro de 2009, que Sócrates voltaria a vencer, para observar um gap mais curto: a diferença nesse mês foi de 0,7 pontos.

Pelo meio, há uma história terrível para contar: crise da dívida soberana, ajuda financeira internacional, troika, programa de ajustamento económico e consequências sociais sérias com o desemprego em Portugal a registar níveis recorde.

Em janeiro de 2013, quando a taxa de desemprego nacional atingiu um máximo histórico nos 17,4%, Portugal nunca viu a Europa tão longe no que diz respeito à saúde do mercado laboral — a diferença face à taxa de desemprego da Zona Euro foi de 5,4 pontos.

Apesar da descida acentuada, Portugal continua entre os países da moeda única com desemprego mais elevado. Só Grécia (23,2%), Espanha (19,3%), Croácia (12,6%) e Itália (11,7%) registavam taxas mais altas que a portuguesa.

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Uns passos de salsa para animar a Venezuela

  • Juliana Nogueira Santos
  • 3 Novembro 2016

Na estreia do seu novo programa de rádio, Nicolás Maduro falou das agências de rating, da oposição e aproveitou para dançar salsa com a sua mulher.

Há quem diga que dançar resolve todos os problemas, principalmente se for ao som de ritmos quentes e latinos. O mesmo pensa Nicolás Maduro. O Presidente venezuelano estreou, na passada terça-feira, o seu novo programa radiofónico “La Hora de la Salsa”, na Rádio Miraflores e, entusiasmado pelo adiamento do debate proposto pela oposição acerca da sua governação e pelo início oficial da época natalícia, aproveitou para dar um passo de dança.

Assim que começou a tocar “Tú, loco, loco y yo, tranquilo” de Roberto Roena, o “filho de Chavez” pegou nas mãos da sua mulher Cilia Flores e deixou para trás os conflitos com a oposição, a alta inflação e a escassez de alimentos e produtos básicos que tem assolado o seu país.

Este não foi exclusivamente um programa de entretenimento: o líder venezuelano aproveitou o tempo de antena para denunciar a guerra económica e financeira das agências de rating “gringas” que perseguem o país para que este pague a sua dívida. Ainda assim, afirmou que a boa disposição latina não se pode deter.

"Nunca ninguém nos vai amargar a vida, somos um povo alegre.”

Nicolás Maduro

Bitcoin em vez do bolívar

Numa altura em que o bolívar perdeu tanto valor que os venezuelanos passaram a pesar as notas e moedas em vez de as contarem, o bitcoin tem vindo a ocupar o lugar deste. Registou-se, neste mês de outubro, transações de 370 moedas virtuais por semana, revela a Quartz. Embora este pareça um valor muito baixo em relação à quantidade mundial transacionada, é preciso ter em conta que o valor, no mesmo período do ano passado era de 32 bitcoins por semana.

Só neste ano, a inflação já aumentou quinze vezes e a moeda do país perdeu cerca de metade do seu valor relativamente ao dólar – contudo, estes dados são baseados em estimativas, visto que não há divulgação oficial.

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Contas de serviços mínimos crescem 66%

O Banco de Portugal revela que mais de metade das novas contas de serviços mínimos criadas no primeiro semestre resultam da conversão de contas normais.

Está a aumentar o número de portugueses com contas de serviços mínimos bancários (SMB). Registou-se um crescimento de 66% no primeiro semestre face ao mesmo período do ano passado, sendo que mais de metade das novas contas resulta da conversão de contas tradicionais.

“Em 30 de junho de 2016 existiam 30.894 contas de SMB, o que representa um crescimento de 28% em relação ao final de 2015 e de 66% quando comparado com o final do primeiro semestre de 2015“, refere o Banco de Portugal. No total, “no primeiro semestre de 2016 foram abertas 7.542 contas de SMB”, remata.

Mais interessante é que as contas de SMB “constituídas resultaram, em 54% dos casos, da conversão de uma conta de depósitos à ordem existente na instituição de crédito”. “Nos restantes 46%, da abertura de uma nova conta”, refere o regulador.

Este crescimento das contas de SMB acontece numa altura em que os bancos estão a fazer disparar as comissões de manutenção das contas tradicionais. Vários bancos têm aumentado os encargos, sendo que o mais comum tem sido o fim das isenções, seja pelos montantes em conta, seja através do fim dessa isenção associada às contas-ordenado.

As contas de SMB incluem um conjunto de serviços bancários considerados essenciais, como a comissão de manutenção “uma conta de depósitos à ordem e a disponibilização de cartão de débito, bem como a possibilidade de realizar débitos diretos e transferências intrabancárias nacionais”, refere o regulador.

Todos os bancos são obrigados a ter contas de SMB. E “as instituições de crédito não podem cobrar pelos serviços mínimos bancários comissões, despesas ou outros encargos que, anualmente e no seu conjunto, excedam 1% do salário mínimo nacional, atualmente 5,30 euros“. Este valor é o que é pago em muitos bancos nas contas tradicionais, mas por mês.

(Notícia atualizada às 11h49 com mais informação)

 

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PJ faz buscas na Força Aérea

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

Foram emitidos mandados de detenção no âmbito da denominada "Operação Zeus", confirmou a Procuradoria-Geral da República.

A PJ está a realizar hoje mais de 80 buscas domiciliárias e 25 não domiciliárias, sobretudo a equipamentos militares na Grande Lisboa, Beja e em Leiria, numa investigação às messes da Força Aérea, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo um comunicado da PGR, já foram emitidos mandados de detenção no âmbito da operação que já foi denominada “Operação Zeus”.

No inquérito investigam-se suspeitas de, pelo menos, desde o ano de 2015, algumas messes da Força Aérea serem abastecidas com géneros alimentícios, cujo valor a pagar, posteriormente, pelo Estado Maior da Força Aérea, seria objeto de sobrefaturação.

“Tal sucederia por acordo entre militares que trabalham nas messes, fornecedores dos géneros alimentícios e um elemento do departamento do Estado Maior da Força Aérea com funções de fiscalização das referidas messes”, lê-se no comunicado da PGR.

Fonte ligada à investigação disse à agência Lusa que em causa estão suspeitas de corrupção e falsificação de documentos na aquisição de bens para as messes da Força Aérea e que as buscas decorrem em todo o país, com incidência na base de Monte Real.

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Acordo UE/Mercosul: “Negociações são complexas”

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

Negociações para um acordo de livre comércio UE/Mercosul são complexas, mas este acordo pode futuramente trazer um impulso para a economia dos dois blocos, disse à Lusa o diretor-geral da OMC.

“Todas as negociações comerciais são complexas, levam tempo. […] Essas são negociações de peso e que podem trazer impulso importante para a economia dos dois blocos”, afirmou Roberto Azevêdo, em entrevista à Lusa por email.

Em setembro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, disse que o acordo de livre comércio entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia deve ser finalizado entre um ano e meio ou dois anos.

José Serra declarou, na altura, que os países do Mercosul estão dispostos a levar as negociações adiante, mas ainda há resistências protecionistas por parte de alguns países europeus.

“Espanha, Itália, Portugal, Suécia estão amplamente a favor e eu confio que consigam maioria para poder acelerar o processo”, afirmou Serra, ainda em setembro.

Atualmente, há outros acordos comerciais internacionais da UE que estão em fase de negociação ou mesmo de ratificação parlamentar, como é o caso do Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e o Canadá (conhecido como CETA).

O Parlamento Europeu tem prevista uma votação para 17 de janeiro de 2017. Se for aprovado, o CETA será aplicado a 95%, pois para estar plenamente em vigor, é necessária a ratificação dos parlamentos dos 28 países da UE, o que poderá levar anos.

Outro exemplo é o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, em inglês), que está a ser ainda negociado entre os Estados Unidos e a União Europeia.

Os negociadores da UE e dos Estados Unidos começaram em 2013 conversações para criar a maior área de comércio livre no mundo, mas as conversações continuam difíceis.

“As negociações comerciais avançam em vários caminhos ao mesmo tempo – bilateral, regional e multilateral. Os países – e a UE como bloco – procuram as oportunidades onde quer que elas estejam. Um sistema comercial saudável deve avançar em todas as frentes ao mesmo tempo”, sublinhou Azevêdo.

Entretanto, segundo o diretor-geral da organização, quando iniciativas regionais tratam de temas que não são cobertos pelas regras globais, “pode-se criar um cenário em que diferentes acordos tratam do mesmo tema de maneira distinta. Isso pode dificultar e encarecer os fluxos comerciais. Essa situação faz com que avanços globais na OMC sejam cada vez mais importantes”.

“Ao mesmo tempo, vejo que iniciativas comerciais – e o comércio em si – têm sido alvo de um crescente sentimento antiglobalização”, disse.

Segundo o responsável, é preciso “comunicar melhor os benefícios do comércio”, “reconhecer e atuar nos casos em que há problemas” e “agir para fazer com que o comércio beneficie mais os pequenos também, através de novas reformas do sistema comercial global”.

Roberto Azevêdo estará em Lisboa para a WebSummit, que se realiza entre 07 e 10 de novembro, para discutir estes temas, inclusive como a tecnologia pode ajudar mais pessoas a ingressar nos fluxos comerciais.

“Certamente, podemos fazer mais para tornar o comércio mais inclusivo”, concluiu o diretor-geral da OMC.

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Governo britânico não pode desencadear o Brexit. Terá de ser o Parlamento

O Supremo Tribunal britânico decretou que só o Parlamento pode notificar Bruxelas da intenção do Reino Unido de sair da União Europeia. Governo vai recorrer.

O Supremo Tribunal inglês, também conhecido por High Court, decretou esta quinta-feira que o Governo britânico não pode sozinho desencadear o processo que levará ao Brexit, o preço de saída do Reino Unido da União Europeia, avançou o jornal The Guardian.

Segundo a Justiça britânica, só o Parlamento pode dar o tiro de partida, notificando a Comissão Europeia das intenções de abandonar os restantes 27 Estados-Membros. A decisão é pouco favorável para a primeira-ministra Theresa May, que tem vindo a insistir que é o Governo que tem a responsabilidade sobre o processo. A decisão deverá, assim, atrasar o Brexit.

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O ministro do britânico do Comércio Internacional, Liam Fox disse que o Governo vai recorrer da decisão do Supremo Tribunal e só depois será desencadeada a votação do artigo 50 no Parlamento.

Imediatamente após a decisão, a libra disparou para os 1,2448 face ao dólar, voltando a recuar minutos depois. Contudo, pelas 10h50 a libra já estava novamente acima dos 1,2450 face ao dólar.

A decisão do Supremo Tribunal foi aplaudida pela maior parte dos deputados. No entanto, Nigel Farage, o líder do Ukip, receia que aqueles que votaram a favor do Brexit sejam traídos. Recorde-se que a saída do Reino Unido da União Europeia foi aprovada por 51,9% dos eleitores britânicos, num referendo realizado a 23 de junho.

As reações à decisão do High Court vão chegando aos poucos. Iain Duncan Smith, ex-secretário de Estado do Trabalho e das Pensões e um ávido defensor do Brexit, disse acreditar, ainda assim, que o Parlamento votará pela saída, mas defendeu que os tribunais não têm o direito de dizer o que o Governo pode ou não fazer.

Suzanne Evans, candidata à liderança do Ukip, reagiu no Twitter: “Como é que estes juízes ativistas se atrevem a derrubar a nossa vontade? É uma jogada de poder e enfraquece a democracia”, escreveu, sugerindo que os magistrados envolvidos na decisão devem ser despedidos.

Última atualização às 12h10.

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António Domingues corta para metade taxas das poupanças na CGD

O banco liderado por António Domingues reviu em baixa os juros oferecidos nas suas aplicações a prazo. Cortou para metade quase todas as taxas dos novos depósitos e das renovações das poupanças.

As poupanças rendem pouco? Ainda vão render menos. Especialmente para os clientes do banco público. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu arrasar com as taxas oferecidas em grande parte das suas aplicações a prazo, cortando para metade os juros num vasto leque de contas de poupança, tanto de particulares como de empresas. Há produtos que deixaram de dar qualquer remuneração.

“A CGD vai atualizar a 3 de novembro de 2016 as taxas de juro dos depósitos a prazo, dos depósitos de poupança e outras modalidades de depósito”, lê-se num comunicado de atualização do preçário do banco público. Esta atualização efetivou-se esta quinta-feira, registando-se um corte expressivo na remuneração apresentada pela instituição do Estado.

António Domingues

António Domingues

  • Ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos
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A Conta Poupança Caixa Ativa, a Caixa Poupança Reformado e a Rumos, mas também a Caixa Poupança e a Caixa Poupança veem os juros afundar de 0,1% para 0,05%, ou seja, são reduzidos a metade. Mas o mesmo acontece nas contas Caixa Projeto e Caixa Projeto Emigrante, enquanto no caso das contas Caixa Habitação e Caixa Habitação Jovem, a remuneração baixa de 0,15% para 0,10%.

"A CGD vai atualizar a 3 de novembro de 2016 as taxas de juro dos depósitos a prazo, dos depósitos de poupança e outras modalidades de depósitos.”

CGD

No caso dos clientes afluentes, os CaixaAzul, há cortes também nos juros dos produtos associados ao Serviço de Gestão Automática de Tesouraria, mas neste caso as alterações incidem apenas sobre quem tem mais dinheiro e quem tem pouco, sendo estes os mais penalizados. Quem tem mais de 50 mil euros vê o juro cair de 0,1% para 0,05%, já se tiver menos de cinco mil euros, a taxa de 0,05% desaparece. O banco liderado por António Domingues deixa de dar qualquer juro. O BPI foi, entre os grandes bancos, o primeiro a deixar de dar juros nas poupanças.

Há um corte nas taxas para os particulares, mas as empresas também vão obter retornos mais baixos com as suas poupanças. O Serviço de Gestão Automática de Tesouraria para empresas, a conta Poupança Caixa Empreender e até as contas dos condomínios passam a ter taxas brutas anuais que chegam, no máximo, a 0,1%. Mas também há, entre estas, contas que deixam de ter qualquer remuneração.

A queda das taxas de juro nas aplicações a prazo é uma realidade que os portugueses, sejam eles particulares ou empresas, já têm constatado. É reflexo da política monetária do Banco Central Europeu que tem levado a uma forte descida das taxas de mercado, tornado o financiamento dos bancos cada vez mais barato nos mercados internacionais. O financiamento através do retalho é uma importante fonte de financiamento do setor, mas com tanto dinheiro barato disponível, estes acabam por cortar as taxas ao balcão.

A redução tem sido acentuada nos últimos tempos. A taxa média das novas aplicações para os particulares tem atingido mínimos históricos mês após mês, estando já abaixo de 0,4%, com tendência para continuar a descer. O fato de a CGD cortar a remuneração de todas estas aplicações para níveis muito perto de zero acaba por ter um forte impacto no mercado, podendo acelerar a descida das taxas em todo o setor. É que a CGD é o banco do Estado.

Ao ser o maior banco do mercado nacional, a instituição liderada por António Domingues tem o poder para ditar a tendência nas taxas das poupanças como se verificou no caso do crédito: o corte do spread mínimo para 1,75% nos créditos à habitação levou todo o mercado a reajustar a sua oferta para se aproximarem da proposta do banco com maior peso no mercado.

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Banco HSBC pode ser processado por fraude fiscal em França

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

O banco britânico HSBC, um dos mais importantes da Europa, pode vir a ser processado por fraude fiscal em França, disse à AFP uma fonte judicial francesa.

O banco britânico HSBC pode vir a ser processado por fraude fiscal em França, disse hoje à AFP uma fonte judicial francesa.

O HSBC, um dos bancos mais importantes da Europa, pode vir a ser julgado em Paris por “branqueamento e fraude fiscal” e por “cumplicidade em atividades ilegais”, de acordo com a France Presse, que cita fontes ligadas ao processo.

O HSBC é suspeito de ter transferido fortunas para a Suíça, permitindo aos clientes evitar o pagamento de impostos em França.

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Comissão de inquérito à Caixa só volta em 2017

Foi publicado hoje em Diário da República a suspensão da Comissão de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos até final do ano.

A Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos só regressa em 2017. Depois do projeto de resolução apresentado pela mesa da Assembleia da República para suspender o funcionamento da comissão até final do ano, esta suspensão foi publicada esta quinta-feira em Diário da República.

No projeto de resolução apresentado pela mesa da Assembleia da República, justifica-se a suspensão da contagem do prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a recapitalização e gestão da GCD pelas dificuldades que existem se estes trabalhos decorressem em simultâneo com o processo de discussão e votação da proposta do Governo do Orçamento do Estado para 2017.

Assim, no diploma agora aprovado, estipula-se a suspensão dos trabalhos desta comissão de inquérito parlamentar entre o passado dia 15 deste mês e 30 de dezembro.

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Violas quer impedir CaixaBank e Santoro de votarem venda do BFA

  • ECO
  • 3 Novembro 2016

O maior acionista português do BPI defende que tanto o CaixaBank como Isabel dos Santos são parte interessada no negócio do BFA.

A Violas Ferreira Finance, maior acionista português do BPI, quer impedir o CaixaBank e a Santoro, de Isabel dos Santos, de votarem na assembleia-geral do BPI onde vai ser votada a venda de 2% do Banco de Fomento Angola (BFA) à Unitel, marcada para 23 de novembro. A notícia é avançada, esta quinta-feira, pelo Jornal de Negócios.

“É a nossa interpretação e, se a lei for seguida, estes investidores não poderão votar”, diz ao Negócios Tiago Violas Ferreira, administrador da Violas Ferreira Finance.

O argumento do gestor é que tanto o CaixaBank como a Santo são parte interessada no negócio do BFA. Isabel dos Santos é também acionista da Unitel, cuja gestão controla, e o CaixaBank pôs fim ao limite de votos no BPI depois de a administração do banco ter proposto a venda de 2% do BFA à Unitel. “Na carta em que o BPI propõe a venda do BFA à Unitel, está escrito, preto no branco, que a desblindagem é condição do negócio”, refere Tiago Violas Ferreira.

A ATM, associação de pequenos investidores, também se opõe a que o CaixaBank e a Santoro votem nesta assembleia-geral e, se avançarem com uma iniciativa para impedir que isto acontece, a família Violas apoiá-la-á, escreve ainda o Negócios. No fim, caberá ao presidente da mesa da assembleia-geral, Carlos Osório de Castro, ou aos investidores presentes decidirem.

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Câmara de Lisboa assinala hoje início de obras da nova Feira Popular

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão anunciou que vai estar presente na cerimónia em protesto.

A Câmara de Lisboa assinala hoje, numa cerimónia que se inicia às 10:30, o arranque das obras da nova Feira Popular, em Carnide, espaço que pretende que seja um “parque verde de fruição de todos e das famílias”.

A cerimónia decorre junto à saída do Metropolitano da Pontinha e contará com a presença do presidente do município, Fernando Medina.

A Associação Portuguesa de Empresas de Diversão, que agendou para este mês iniciativas de protesto, em defesa da “sustentabilidade da atividade”, anunciou que irá estar presente no arranque das obras.

Falando na semana passada no debate anual sobre o estado da cidade, promovido pela Assembleia Municipal de Lisboa, Fernando Medina anunciou que as obras de construção da Feira Popular” iriam iniciar-se “através das demolições das construções que ali se encontram”.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o município precisa que em causa estão cinco construções, “uma antiga carpintaria e anexos”, e adianta que estes trabalhos de demolição “deverão decorrer durante cerca de um mês”. Segue-se a “remoção dos escombros e, posteriormente, a limpeza do terreno”, para na fase seguinte se realizar “a construção das acessibilidades e estacionamento”.

Questionada sobre eventuais implicações no trânsito, a autarquia explica que “pontualmente haverá necessidade de desvios e condicionamentos necessários aos trabalhos de construção das acessibilidades e estacionamento”, mas garante que, nesta fase inicial, isso não se coloca.

A Feira Popular de Lisboa foi criada em 1943 para financiar férias de crianças carenciadas e, mais tarde, passou a financiar toda a ação social da fundação O Século. Antes de Entrecampos, onde fechou em 2003, a feira funcionou em Palhavã.

No final do ano passado, mais de 12 anos depois do encerramento, a autarquia anunciou que a Feira Popular iria voltar, inserida num parque urbano de 20 hectares em Carnide.

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Para os portugueses nos EUA, nem Hillary nem Trump

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

"Esta tem sido uma eleição difícil, cansativa e dominada por insultos pessoais", diz o luso-americano Fernando Rosa.

A candidata Democrata Hillary Clinton e o candidato Republicano Donald Trump são pouco populares entre a comunidade luso-americana, de acordo com líderes comunitários ouvidos pela Lusa.

“Esta tem sido uma eleição difícil, cansativa e dominada por insultos pessoais e insultos dirigidos a vários grupos ou atividades. Nenhum dos candidato é muito popular”, disse o presidente da Portuguese-American Leadership Council of the United States (PALCUS), Fernando Rosa, à Lusa.

“A maioria da população do país e da nossa comunidade vê os dois candidatos negativamente, mas muitos sentem que Trump é extremista e sentem que as opiniões de Hillary são mais tradicionais”, confirma Gabriel Marques, Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Nova Iorque.

Votar em Clinton mas com pouca vontade

Outro conselheiro das comunidades, Manuel Viegas, baseado na Flórida, diz que “a maioria da comunidade continua a ser democrata e vai votar em Hillary Clinton, mas não se nota um grande entusiasmo à volta da sua candidatura.” Viegas vive em Palm Coast, uma cidade da Flórida onde nos últimos anos se formou uma comunidade portuguesa com cerca de 13 mil pessoas.

“A Flórida pode ser o estado que decide a eleição. Poucos portugueses aqui admitem que votam em Trump, apenas os que são muito ricos, mas admito que existam alguns que votarão nele e não o dizem por vergonha”, explica Viegas.

Segundo os líderes ouvidos pela Lusa, os temas que mais preocupam os portugueses são o estado da economia, impostos e cuidados de saúde. Numa comunidade antiga, integrada na sociedade americana, um tema como a reforma das leis de imigração já não está no topo da lista das prioridades, mas mesmo assim as propostas de Donald Trump causam receios.

“O medo de uma Presidência Trump é muito real”

“Há uma grande parte da população portuguesa em várias fases de imigração, o que é particularmente difícil para muitas famílias que têm crianças com cidadania norte-americana“, explica Gabriel Marques, acrescentando que “o medo de uma Presidência Trump é muito real.”

Fernando Rosa diz que os portugueses que planeiam votar em Trump “usam o argumento de que a oposição não é de confiança” e que o empresário “poderá gerir melhor a economia, diminuindo os impostos.”

“Alguns também querem uma posição mais forte na emigração, apesar de tirarem vantagem, sempre que podem, dos ilegais que cá se encontram para se beneficiar”, acrescenta.

Em Boston, muitos preveem votar Trump

João Pacheco, conselheiro das comunidades para as comunidades residentes em Boston, Providence e New Bedford, diz que “alguns portugueses irão votar em Trump porque estão cansados de promessas.”

“Há muitas pessoas que me disseram que vão votar em Trump. Penso que a maioria está frustrada com o governo atual e com a economia estagnada. O seu apoio vem de uma antipatia para com as políticas do presidente Obama e de um desejo crescente de mudança da política tradicional em Washington”, explica.

Quanto a Hillary Clinton, João Pacheco diz que será a escolha de “grande percentagem da comunidade”, apesar de muitos considerarem que “tem um historial negativo e que não responde às perguntas com clareza e honestidade.” Fernando Rosa concorda e acrescenta que “a campanha democrata tem tido imensas dificuldades” e que, por isso, não tem conseguido afastar essa imagem da candidata democrata.

Gabriel Marques defende, no entanto, que “as opiniões de Hillary para cuidados de saúde universal e educação universitária gratuita ressoam muito com a comunidade, porque muitos estão familiarizados com estes programas em Portugal.”

O presidente da PALCUS concluiu dizendo que “a nação está dividida e polarizada e não existe diálogo” e que, por isso, receia que algumas regras de normal funcionamento da democracia dos EUA estejam em risco depois de 8 de novembro.

“Tem sido uma campanha complicada e com acusações que põem à prova o sistema da democracia americana, que se rege pelo respeito, apesar de diferença de opiniões, e por aceitar os resultados que as urnas produzem”, declarou.

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