Bloco salienta que qualquer mexida no IRS tem efeito em todos os escalões

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Setembro 2017

Catarina Martins defende baixa de IRS "significativa" mas entende que, a existir alívio fiscal, deve ser concentrado nos escalões mais penalizados.

O Bloco de Esquerda ressalva que qualquer mexida no IRS tem um “efeito positivo” sobre todos os rendimentos mas diz que este esforço tem de se concentrar nos escalões mais penalizados pelo aumento de impostos levado a cabo pelo Governo anterior.

“Qualquer mexida no IRS tem um efeito positivo sobre todos os rendimentos. O que nós achamos é que era bom tomarmos duas decisões: primeiro que houvesse uma baixa de IRS que fosse significativa e não uma medida que fosse apenas simbólica, ou seja, que depois não se reproduzisse nos rendimentos das pessoas, em mais salários, em mais pensão para todos os que vivem do seu trabalho”, defendeu Catarina Martins em declarações transmitidas pela RTP3. “Em segundo lugar, achamos que, havendo um alívio do IRS, ele se deve concentrar nos escalões que foram mais penalizados pelo gigantesco aumento de impostos que fez Vítor Gaspar”, acrescentou.

A líder bloquista entende que “é possível aumentar o limiar de subsistência” — ou seja, o limite até ao qual não há pagamento de imposto — e ainda “criar dois novos escalões, dividindo ao meio o segundo e o terceiro escalões” de IRS. Desta forma, consegue-se “um alívio de impostos para todos os que vivem do seu trabalho, concentrado naqueles escalões que foram mais penalizados pelo aumento de impostos”, disse.

O CDS-PP já defendeu a baixa de IRS em todos os escalões e esta segunda-feira Assunção Cristas admitiu viabilizar a medida. Isto depois de o ministro das Finanças, Mário Centeno, ter dito, em entrevista à RTP, que “todos os escalões do IRS vão ter um desagravamento fiscal no próximo ano”,

Bloco preocupado com o peso da dívida pública

Também hoje, Catarina Martins garantiu que o Bloco está dedicado a “questões orçamentais”. “O Bloco de Esquerda tem uma preocupação grande com o peso da dívida pública portuguesa e do endividamento externo do país, temos dito que isso precisa de passos mais ousados, mais ambiciosos, a própria relação que temos com o sistema financeiro, com os credores do nosso país”, afirmou Catarina Martins.

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Passos acusa Centeno de “habilidadezinha de comunicação” ao anunciar alívio fiscal “que não o é”

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

Para o presidente do PSD, Mário Centeno cumprirá apenas, e "finalmente", o seu compromisso. "Não é novidade nenhuma", afirmou.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou esta segunda-feira o ministro das Finanças de “uma habilidadezinha de comunicação” ao parecer que está anunciar uma novidade em termos fiscais, quando o Governo apenas irá cumprir o compromisso de acabar com a sobretaxa.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma iniciativa de campanha autárquica em Chaves (Vila Real), Pedro Passos Coelho reagiu à entrevista do ministro das Finanças, Mário Centeno, que assegurou no domingo à RTP que o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) vai contemplar um desagravamento fiscal para todos os escalões do IRS e sublinhou que a sobretaxa vai ser extinta no próximo ano.

Passos Coelho considerou que, uma vez que já estava prometido um alívio fiscal nos escalões mais baixos, “criou-se a expectativa de que haveria uma redução em todos os escalões”.”Afinal, o que o ministro das Finanças queria dizer é que iria finalmente cumprir o seu compromisso de que a sobretaxa de IRS desaparecesse até ao final do ano, não é nenhuma novidade”, criticou.

Para o líder do PSD, Mário Centeno “quis anunciar uma coisa que parece o que não é”, uma vez que já estava previsto o fim da sobretaxa. “O ministro das Finanças conseguiu dar a entender às pessoas que em 2018 ia haver novidade para essas classes de rendimento quando de facto não há nenhumas, é uma habilidadezinha de comunicação”, acusou.

Ainda assim, Passos Coelho disse esperar “que haja condições” para que o Governo possa cumprir o compromisso de pôr fim à sobretaxa.

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Esta aplicação oferece-lhe descontos por andar de bicicleta

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

A Biklio oferece-lhe descontos e ofertas especiais por cada 500 metros pedalados pela cidade. Há parcerias com várias lojas locais, desde cafés, gelatarias ou até mesmo farmácias.

Já não vai ter desculpas para não tirar de casa aquela bicicleta que já não usa há imenso tempo. Chegou a aplicação que lhe vai oferecer descontos e benefícios em diversas lojas da cidade e, para isso, só tem de pedalar.

A Biklio é uma app para o telemóvel que oferece vantagens por determinado número de metros pedalados a bicicleta. E, quando falamos em vantagens, falamos de descontos e benefícios em lojas locais.

Para já só está disponível em Lisboa: vai ser lançada esta semana, a 21 de setembro, durante a Semana Europeia da Mobilidade, e “deteta quando os utilizadores estão a andar de bicicleta”. Em breve deverá chegar a Braga e Torres Vedras.

Como funciona?

A ideia é muito simples. Basta pedalar, pelo menos 500 metros, para conseguir um desconto ou até uma bebida ou bola de gelado grátis em algumas das lojas locais afiliadas à plataforma. Na chegada ao estabelecimento, é só mostrar no telemóvel a confirmação da viagem.

“Já existem aplicações com um conceito semelhante, que dão benefícios consoante o exercício físico realizado, mas desta forma, com benefícios para lojas da zona, é uma novidade”, avançou ao P3 o gestor do produto, João Bernardino.

E desengane-se se pensa que consegue “enganar” a plataforma. A certeza da pedalada é detetada “através da vibração”. E no caso dos telemóveis com sistema operativo Android, nem sequer é preciso ligar o GPS.

Os estabelecimentos são classificados de acordo com as suas categorias, como por exemplo saúde e bem-estar, restauração, artes e lazer, mercado ou roupa e acessórios. Desde cafetarias que oferecem um café ou um sumo, passando pelas geladarias que oferecem uma bola de gelado grátis ou descontos, nas mercearias e farmácias que oferecem 10% de desconto. As opções são muitas e desculpas não vai haver.

João Bernardino assegura que a plataforma não tem nenhuma empresa associada, mas apenas comerciantes locais que se interessaram pela ideia, devido ao conceito e à promoção de um estilo de vida saudável.

Lisboa é a primeira cidade europeia onde o projeto funciona, mas prevê-se que Itália, Luxemburgo, Bulgária e Holanda sejam os próximos países a usufruir da funcionalidade.

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Novo supervisor financeiro vai ter mais poderes e nove membros

  • Margarida Peixoto
  • 18 Setembro 2017

Vem aí um Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira, com nove membros e poderes de coordenação dos reguladores. Projeto é apresentado esta segunda-feira.

O ministro Mário Centeno vai apresentar esta segunda-feira o relatório do grupo de trabalho, coordenado por Carlos Tavares, para a reforma da supervisão financeira. Haverá uma nova entidade com poderes de coordenação reforçados. Mourinho Félix afirmou em entrevista ao ECO, não será um ‘super-supervisor’, mas várias fontes garantem que o novo Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira vai ter poderes que estão hoje no Banco de Portugal, como a área macroprudencial, e sobretudo a capacidade de definir o tipo de informação que os três reguladores vão ser obrigados a partilhar.

O ECO sabe que este novo conselho sucede ao atual Conselho Nacional de Supervisores, terá nove membros, seis dos quais dos três reguladores, com idêntica representação. E uma equipa executiva. Além disso, afinal, o que quer o Governo fazer? O ECO reúne os principais objetivos que já foram enunciados pelo Governo.

O que é que o Governo quer fazer?

O grupo de trabalho foi criado com a intenção de “avaliar o atual modelo” de supervisão financeira e “propor a competente reforma,” dizia o despacho publicado em Diário da República. Era suposto apresentar o relatório dois meses depois de ter sido constituído, portanto em março, mas o documento ainda não viu a luz do dia.

Chegados a março, Mário Centeno disse que seria “proposta uma entidade com a missão de assegurar a troca vinculativa de informações e a coordenação da atuação das autoridades de supervisão, substituindo o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros e o Conselho Nacional de Estabilidade Financeira.” Explicou que as funções desta nova entidade serão de “autoridade macroprudencial e autoridade nacional de resolução” e que deverá ser “dotada de personalidade jurídica e de um estatuto de independência”.

O ministro das Finanças adiantou ainda que esta nova entidade terá a participação das autoridades de supervisão setorial, mas disse que será dirigida por personalidades independentes. O objetivo é garantir “em simultâneo a participação e responsabilização plena de todas as autoridades de supervisão nas matérias de prevenção do risco sistémico”.

A esta entidade fica também atribuída a “capacidade analítica e técnica de supervisionar o conjunto do sistema”, somou ainda Mário Centeno. Ou seja, terá “atribuições próprias e não meramente consultivas.”

Ainda assim, em entrevista ao ECO, publicada esta segunda-feira, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix recusou que o objetivo seja criar um “super-supervisor” que fica acima das atuais autoridades de supervisão. “É uma coordenação, não é um ‘super-supervisor’ que vai mandar nos supervisores,” garantiu o governante.

E enunciou como objetivos fundamentais da reforma ter “uma supervisão mais coordenada entre os três supervisores setoriais,” eliminando-se “as zonas cinzentas.” Além disso, também se pretende “ultrapassar um conjunto de conflitos de interesse, entre a supervisão comportamental e a prudencial, entre a supervisão macroprudencial e a microprudencial, e o conflito de interesses entre a entidade de resolução e a entidade de supervisão,” explicou.

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Área Metropolitana de Lisboa. Uma cabeça maior que o corpo

  • Filipe S. Fernandes
  • 18 Setembro 2017

Lisboa é a cabeça de um cometa urbano e económico que se inicia em Braga-Viana do Castelo, se prolonga como uma juba por Setúbal e Sines e que, na sua voragem devorou o interior do país.

Lisboa é a cabeça de um cometa urbano e económico que se inicia em Braga-Viana do Castelo, se prolonga como uma juba por Setúbal e Sines e que, na sua voragem, devorou o interior do país. A Área Metropolitana de Lisboa (AML) espraia-se por 3.015 quilómetros quadrados — 3,3% da área de Portugal — e tem 27,1% da população portuguesa. A elevada concentração e a reduzida extensão populacional fazem com que a AML, com 932 habitantes/Km2, seja um território densamente povoado. As cidades Amadora e Lisboa, com 7.363 e 5.090 habitantes/Km2, respetivamente, são os concelhos com maior densidade populacional no contexto nacional. Odivelas, Oeiras, Almada, Barreiro, Cascais, Seixal, Loures, Moita e Sintra estão entre os 25 municípios do país com maior número de pessoas por Km2 (com densidades superiores a 1.000 habitantes/Km2). A população residente nas 17 cidades da AML é 1.459 milhões (32,8% da população citadina de Portugal). A população estrangeira residente representa 7,3% da população com destaque para as comunidades brasileira, chinesa e cabo-verdiana.

Alguns números ajudam a retratar esta macrocefalia: esta região representa 36,4% do PIB e 36,4% do VAB, segundo os valores de 2014. Também, e neste caso, com valores de 2015, representa 38,7% das remunerações, 33,2% do rendimento disponível das famílias e 33,2% do investimento. Emprega cerca de 1.316 mil pessoas (29% do emprego do país) e uma produtividade aparente do trabalho 1,3 vezes superior à do país. O peso da Administração Pública é elevado pois concentra 41% do emprego neste setor, cerca de 120 mil pessoas. Mas é nas atividades de comunicação, atividades financeiras, seguros e imobiliários que o peso é superior e atinge os 65%.

O retrato empresarial mostra que 27% das empresas são não financeiras. Existem 312.051 empresas, 27,7% do total com 1.223.423, 35% do total nacional e um volume de negócios de 125.855 milhões de euros, 39,5% do total.

A AML concentra cerca de 47% da despesa total em I&D do país, sendo que o setor empresarial é responsável por 50%, tanto do financiamento como da execução.

Concentra 32% das escolas superiores existentes em Portugal, 38,3% dos alunos matriculados e dos professores do ensino superior. Compra 70% dos exemplares das publicações periódicas, as 42,8% das sessões representam 44,7% dos espetadores de cinema em Portugal e 48% das visitas a museus são feitas na AML.

Destaca-se um fenómeno de envelhecimento populacional que segue a tendência nacional, concentrando a AML em 2011, 18% de população com mais de 65 anos, que se reflete numa contrapartida futura de contração da camada populacional que vai reforçando a população em idade ativa (15 a 24 anos). Destaca-se, também, a concentração da maior bolsa de força de trabalho qualificada do país, aqui residindo 37% da população residente com habilitações de nível superior. O índice de pendularidade da AML evidencia uma região com intensos movimentos inter concelhios, com mais de metade da população residente a movimentar-se com objetivos de estudo ou laborais. Em termos concelhios, o destaque vai para Lisboa (86%), Oeiras (66%), Alcochete (57%) e Amadora (50%).

A dimensão rural-natural

A AML abrange territórios que têm vindo progressivamente a ser abarcados pelas dinâmicas demográficas e económicas do seu polo central (que vai extravasando o próprio concelho de Lisboa), consubstanciando um processo gradual e coerente de consolidação e alargamento ao longo das principais infraestruturas rodoferroviárias (por exemplo, linhas ferroviárias do oeste, norte e sul, A1, A2, A8, ponte 25 de Abril e ponte Vasco da Gama). A cidade de Lisboa e a sua área metropolitana não têm crescido nem de forma ordenada, nem de forma equilibrada. A “cidade das duas margens” em torno do Tejo ainda não é uma realidade, tal como a área metropolitana se alargou mais a Norte e a Poente.

Os ciclos de desenvolvimento da Península de Setúbal foram ditados por uma primeira fase de localização de estabelecimentos impulsionada pela construção da Ponte 25 de Abril, nos anos 60, e dos polos industriais do Barreiro e Paio-Pires, a que se seguiu uma segunda fase de dinamização residencial nos anos 90. A ação não foi acompanhada pelo necessário robustecimento qualitativo das funções e postos de trabalho gerados na região, pelo que continua a sustentar uma relação de dependência funcional face a Lisboa-cidade e de agravamento tendencial dos efeitos do congestionamento que são projetados pela movimentação pendular diária de pessoas residentes em territórios cuja função primordial é o dormitório.

É um território metropolitano urbano, onde coexiste uma importante dimensão rural natural, nomeadamente na margem sul e na envolvente dos concelhos nitidamente urbanos da margem norte. Este pendor rural reflete diferenças nos circuitos de circulação e mobilidade, nos modos de vivência e nos padrões de habitação e ocupação do território, como resultado de uma interação que estes territórios ainda mantêm com o conjunto de valores naturais e ambientais claramente distintivos que existem na região.

A orla costeira e os estuários do Tejo e do Sado constituem um acervo estratégico para o desenvolvimento e a afirmação de uma gama alargada de atividades relacionadas com a economia do mar (energias renováveis, reprodução piscícola, aquacultura, salicultura, náutica de recreio e lazer), que podem encontrar na interpenetração entre o património natural e a economia do conhecimento um mecanismo indutor de inovação e diferenciação capaz de aumentar a competitividade da região nestas atividades.

Os parques naturais de Sintra–Cascais e da Arrábida, as diversas zonas protegidas, os espaços rurais — ainda muito presentes em toda a região — e, em especial, nos vastos territórios rústicos do Montijo, Palmela, Vila Franca de Xira, Loures, Sintra e Mafra, com dinâmicas de atividades ligadas ao setor primário, onde existe espaço para melhoria dos níveis de empresarialização e aprofundamento das tendências de articulação com os segmentos industriais da fileira agroalimentar.

Em termos de riqueza criada, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) das atividades económicas sedeadas na AML foi, aproximadamente, 56 mil milhões de euros em 2015 (36,4% do VAB nacional). A estrutura do VAB por setores de atividade ilustra o forte (e crescente) peso do setor terciário na economia portuguesa (68% em 2001 e 74% em 2015), facto ainda mais visível na AML (79% em 2001 e 83% em 2015).

A população empregada era, em 2015, de 1,2 milhões de pessoas: 26,4% do universo nacional de emprego, 83% dos quais afetos ao setor terciário (no país este setor responde por apenas 55% do total de postos de trabalho), 17% ao setor secundário (26% à escala nacional) e, assumindo o setor primário uma expressão marginal. O reforço do peso do emprego afeto aos serviços é uma tendência nacional, que se verifica também na AML, que viu aumentar, entre 2000 e 2010, o peso do emprego afeto ao setor terciário no total do emprego gerado nestas regiões, de 75% para 83%.

A bacia de postos de trabalho gerada na AML absorve um perfil de trabalhadores com formação elevada: por um lado, 44% dos postos de trabalho de Portugal que são ocupados por trabalhadores com formação superior são localizados nos 18 concelhos da AML e, por outro lado, concentra apenas 25% dos postos de trabalho do país que são ocupados por trabalhadores com formação ao nível do ensino básico. Este padrão permite concluir que, no coração da AML, há uma concentração mais intensa de trabalhadores com formação superior.

No perfil de especialização produtiva sobressai a relevância do setor terciário e, destaca-se o dinamismo industrial da Península de Setúbal. O peso dos serviços empresariais na estrutura de emprego da AML (31% em 2009, mais 5 p.p. face a 2004 e 13 p.p. acima da representatividade do setor a nível nacional) traça o perfil de uma região com clara especialização para atividades relacionadas com o setor terciário, com intensidade mais expressiva na Grande Lisboa. Lisboa, Oeiras, Almada e Cascais são os territórios da AML com maior incidência de emprego nos serviços, comparativamente à estrutura nacional. Lisboa é o concelho com maior densidade de estabelecimentos associados aos serviços (66 por cada 1.000 habitantes), mais do dobro do valor da AML (31) e de Portugal (28).

Em relação ao setor secundário, o destaque vai para a Península de Setúbal, especializada nas atividades relacionadas com a indústria, utilities e construção. As principais manchas industriais da AML, medidas pelo grau de localização de emprego neste setor, estão em Palmela, Sintra, Moita e Seixal, os únicos concelhos para quais foi identificado especialização produtiva superior ao limiar nacional.

A posição de Lisboa na globalização

Segundo a publicação Uma Metrópole para o Atlântico, há quatro encontros que marcam a forma de Lisboa se integrar na globalização. Um primeiro é que se assuma como território de ligação entre o Atlântico e o Mediterrâneo, “reforçando a sua atratividade enquanto destino turístico e cultural pelo aproveitamento das recentes tendências globais, nomeadamente no turismo de cruzeiros e no desenvolvimento das funções de intermediação que se mostrem adequadas às necessidades de cadeias de valor fragmentadas, que exigem maior capacidade de adaptação à alteração dos fatores competitivos”.

O segundo encontra é a mediação da Europa com a África e as Américas pois ocupa “uma situação de cruzamento central no eixo atlântico (confluência de três continentes) e periférica relativamente à Europa, confere-lhe um posicionamento estratégico para a assunção de funções de intermediação qualificada, através do desenvolvimento de atividades logísticas competitivas, integradas em cadeias de valor ágeis e flexíveis à escala global, que relancem a importância da região na ligação entre continentes (Europa, África e Américas)”.

O terceiro é uma espécie de ponto de osmose entre o Norte e o Sul e o encontro entre espaços de diferentes culturas, religiões e modelos de desenvolvimento em que a multiculturalidade pode ser uma forma de afirmação “através da valorização das diferentes culturas e identidades que seja capaz de gerar benefícios numa gama alargada de domínios, e que funcione como um mecanismo de conversão do atraso da região em potencial de progresso. Com efeito, a presença de diferentes culturas e identidades na região poderá assumir-se, não só enquanto plataforma de acesso a diferentes mercados, mas também como um elemento estratégico de afirmação criativa e cultural da região”.

O quarto é o encontro entre a inovação e a diferenciação, alimentado pelo cruzamento das atividades científicas e tecnológicas com as atividades culturais e criativas.

A logística e as acessibilidades

A envolvência da cidade capital confere, naturalmente, à AML, uma dinâmica logística expressiva, que fica patente na expansão das plataformas logísticas envolventes a Lisboa, e que servem a sua área metropolitana. Pode ser uma “plataforma de internacionalização” com uma “função tricontinental”, criando ligações entre os mercados da Europa, América do Sul e África. O porto de Lisboa, o aeroporto de Lisboa, ou o porto de Sines podem ser plataformas de internacionalização enquanto nó logístico de circulação de mercadorias e passageiros.

O sistema de infraestruturas de transportes terrestres e os fluxos relativos aos movimentos pendulares na área de Lisboa permitem evidenciar a forte relação que é estabelecida entre os concelhos do norte da Área Metropolitana de Lisboa (AML), entre os do arco ribeirinho sul e entre estes e Lisboa, que mantêm um papel muito relevante no sistema metropolitano. No entanto, este sistema de relações tem vindo a alterar-se. A evolução ao longo das últimas décadas tem sido caracterizada pelo aumento da importância relativa das relações entre os concelhos metropolitanos, em especial os do arco norte da AML (38% das deslocações metropolitanas) mas também entre os concelhos da AML Sul (20% das deslocações metropolitanas), ao mesmo tempo que a importância relativa das deslocações para a capital diminuiu ligeiramente (22% das deslocações metropolitanas).

A rede rodoviária é constituída por um conjunto de vias principais de grande capacidade, Itinerários Principais e Complementares, a maioria em perfil de autoestrada, e complementada por uma densa rede de outras vias que complementam este primeiro nível. As vias radiais permitem a ligação a longa distância para norte (A1/IP1 e A8/IC1 na margem norte e A13/IC3 ao longo da margem sul), para sul pela A2/IP1 e, para leste, através da A6/IP7.

Com um caráter de serviço metropolitano, identificam-se a norte os eixos radiais como o A37/IC19, ligando a Sintra, a A5/IC15, ligando a Cascais — que herdou a parte inicial da primeira autoestrada nacional — e, a sul, o IC20, Via Rápida da Caparica e o IC21, do Barreiro ao IC32 e A2. A malha rodoviária é fechada por um conjunto de vias circulares metropolitanas, a norte a CRIL/A37/IC17 (Circular Regional Interior de Lisboa), a CREL/A9/IC18 (Circular Regional Exterior de Lisboa) e, mais a ocidente, o IC30/A16. A sul, a CRIPS/IC32 (Circular Regional Interior da Península de Setúbal), garante a continuidade a sul do anel metropolitano centrado em Lisboa, ligando as duas margens através da Ponte 25 de Abril, inaugurada em 1966, e da Ponte Vasco da Gama, inaugurada 32 anos depois, em 1998. Mais a norte, a A21 permite a ligação da A8 à Ericeira, e o IP6 liga Peniche a Santarém, cruzando a A8 e a A1, constituindo este o anel mais afastado, no extremo norte da macrorregião de Lisboa.

O sistema ferroviário permite a ligação a norte, através da Linha do Norte e da Linha do Oeste e, a sul, através do Eixo Norte-Sul, pela Ponte 25 de Abril, ligando à Linha do Sul. O serviço ao nível metropolitano é garantido, para além destas linhas, pela Linha de Cascais e de Sintra na margem norte, e pelo Eixo Norte-Sul ligando à Linha do Sado. Os anos noventa do século passado foram marcados pelo processo de modernização do sistema de sinalização e de segurança ferroviária e pela quadruplicação das vias entre Lisboa e Azambuja e entre Lisboa e Cacém, que são operadas pela CP. O atravessamento pela Ponte 25 de Abril, concessionado à Fertagus — do grupo Barraqueiro –, permitiu aumentar a conectividade da rede a nível nacional e regional para o transporte de passageiros, permitindo o atravessamento ferroviário do Tejo em Lisboa. Por outro lado, a eletrificação da linha ferroviária entre Sines, Setúbal, Lisboa e Leixões, permitiu garantir a oferta do serviço ferroviário para o tráfego de mercadorias entre os principais portos nacionais.

O transporte público apresentou uma grande dificuldade de adaptação às novas condições de procura de transporte na área metropolitana que, na cidade de Lisboa, se baseia nas operações da Carris, atualmente gerida pela Câmara Municipal de Lisboa, e o Metropolitano de Lisboa. Há ainda de assinalar as deficiências de integração modal, tanto pela falta de infraestruturas físicas como pela falta de integração da oferta por falhas de regulação e organização, penalizando as deslocações, em especial às que exigem transbordos e a articulação entre diferentes modos de transporte. Mais flexível, a utilização do transporte individual é hoje dominante nas deslocações por motivo de trabalho ou de estudo na AML, em que mais de metade das deslocações é realizada em automóvel. O transporte fluvial entre as duas margens do Tejo é hoje assegurado por duas empresas — a Transtejo e a Soflusa –, tendo esta última sido adquirida pela primeira em 2001.

A atividade logística desempenha hoje um papel fundamental na articulação modal do tráfego de mercadorias. Integrada no sistema logístico nacional, a rede da Grande Lisboa integra os centros da Bobadela, o Centro de Carga Aérea de Lisboa, a plataforma do Poceirão e a de Sines, garantindo as interfaces fundamentais entre os modos rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo nesta região.

Um novo aeroporto é fundamental

A sete quilómetros de distância do centro da cidade, o Aeroporto de Lisboa é o maior aeroporto português e teve, em 2016, um novo recorde anual de 22.449.289 passageiros em 178.639 voos comerciais, mais 11,7% do que em 2015. Em julho passado, o presidente executivo da ANA, Carlos Lacerda, estimou que o aeroporto de Lisboa possa perder este ano até 2,5 milhões de passageiros devido às limitações da infraestrutura, que está a 10% de esgotar a capacidade de uso de slots. “No primeiro trimestre do ano, as recusas são equivalentes a 400 mil passageiros por ano. Estimamos que, até ao final do ano, possa acontecer deixarmos de poder contar entre dois a 2,5 milhões de passageiros por ano” referiu Carlos Lacerda. A solução defendida pela ANA e pelo Governo aponta para o Montijo como complemento (Portela+1) mas, até à sua abertura — prevista para 2021 — haverá constrangimentos a mais movimentos, e a novos crescimentos do número de passageiros a dois dígitos.

O Aeródromo Municipal de Cascais, também conhecido como Aeródromo de Tires, situa-se em Tires, na freguesia de São Domingos de Rana, concelho de Cascais. Serve Cascais/Estoril/Oeiras/Grande Lisboa. Dispõe de uma aerogare com capacidade para 300 passageiros por hora, que está preparada para receber tráfego internacional (passageiros de países do Acordo de Schengen). No Aeródromo de Tires encontram-se instaladas duas dezenas de empresas com mais de 500 trabalhadores, e funcionam as principais escolas de aviação do país — casos da Gestair Flying Academy, Leavia ou Omni, que dão formação a pilotos, hospedeiras e comissários de bordo para as principais companhias aéreas portuguesas. Para além de empresas de aviação desportiva e de prestação de serviços de helicópteros também opera neste aeródromo a Netjets Portugal.

A sua localização em ambas as margens do estuário do rio Tejo, central à região de Lisboa e Vale do Tejo, determina excelentes condições naturais de acessibilidade marítima e de abrigo. Dotado de uma área de jurisdição que abrange 11 municípios, tem ocupação portuária descontínua, em geral dispondo de boas condições quanto aos cais mas, com limitações na margem norte, quanto à área de terraplenos e a novas áreas de expansão podendo, contudo, aumentar a atual capacidade, por efeito de modernização das infraestruturas existentes. Para a movimentação de cargas, o porto dispõe de cais acostáveis e terminais fundados para granéis, e carga contentorizada. Dispõe, ainda, de três terminais de passageiros para cruzeiros turísticos, quatro docas de apoio à navegação de recreio, duas docas de serviço ao trem naval, estaleiros de reparação naval, diversas infraestruturas simples de apoio à navegação de recreio e pesca artesanal, nove estações de tráfego fluvial e cinco bases militares. Os terminais de contentores são operadores pelo grupo Yildirim, de origem turca, que comprou o grupo logístico da Mota-Engil. Este incluía por exemplo, a Liscont ou a Sotagus, o grupo ETE e participada Atlanport, o grupo Sousa, Baía do Tejo. Existem no porto de Lisboa terminais dedicados a empresas – como são os casos em Alhandra dos terminais da Cimpor e da Iberol.

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Consumo de bebidas açucaradas cai 25% meio ano depois do imposto

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

O imposto sobre as bebidas açucaradas demorou apenas seis meses para quebrar em 25% o respetivo consumo, enquanto o consumo de bebidas com menos açúcar subiu em igual proporção.

O imposto sobre as bebidas açucaradas demorou apenas seis meses para ditar uma quebra de 25% no consumo, verificando-se um aumento na mesma proporção no caso das bebidas com menos açúcar. O Governo está satisfeito com os resultados mas quer mais.

Seis meses depois, os resultados do imposto às bebidas açucaradas está a dar frutos mas o Governo quer mais. De acordo com o Jornal de Notícias (JN) (acesso pago), o Ministério da Saúde pretende estabelecer novos limites para levar a indústria a reduzir ainda mais o açúcar nas bebidas.

Do mesmo modo, vai passar a ser proibida a venda de alimentos prejudiciais à saúde em bares e cantinas de hospitais.

Em declarações ao JN, Fernando Araújo, secretário de Estado adjunto da Saúde, diz que o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) que será publicado no final do ano aponta Portugal como o país da Europa com a maior prevalência de diabetes.

De acordo com o secretário de Estado, o próximo objetivo passa por fazer algo semelhante com o sal. Neste sentido, a prioridade passa por negociar com a indústria do pão e com o setor da restauração para que se comesse a cortar neste ingrediente.

O secretário de Estado adiantou ainda que, em Portugal, o consumo de sal está duas vezes acima do recomendado: o aconselhado é de 5 gramas por dia e os portugueses consomem cerca de 11 gramas.

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Revista de Imprensa Internacional

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

Shinzo Abe poderá antecipar as eleições gerais, o preço da gasolina na Arábia Saudita poderá disparar 80%, e outros três destaques que marcam o arranque desta semana na imprensa internacional.

Esta semana começa com a possibilidade de novas eleições no Japão no próximo mês de outubro. Face à visão de Trump relativa às alterações climáticas, União Europeia e China reúnem esforços para reduzir as emissões de gases poluentes. Até ao final do ano, a Arábia Saudita pretende aumentar os preços da gasolina até 80%. Conheça estes e outros destaques que marcam a atualidade internacional nesta segunda-feira.

Financial Times

Shinzo Abe poderá marcar eleições antecipadas em outubro

O primeiro-ministro japonês poderá levar os japoneses às urnas para novas eleições gerais. Segundo o jornal, o ato eleitoral ocorrerá no final de outubro, e será uma forma de reforçar o poder do seu partido. Abe encontra-se num contexto de ascensão da sua popularidade, com uma recente subida de cinco pontos percentuais nas sondagens, uma forte posição relativamente às ameaças de Pyongyang, e um “caos” no partido da oposição.

Leia a notícia completa no site do Financial Times. (Conteúdo em Inglês/ Acesso condicionado).

Comissão Europeia reúne com Trump em matérias de proteção de dados

Bruxelas pressionou a administração norte-americana na sequência de adiamentos na nomeação de funcionários para supervisionar o programa conjunto de partilha de dados. Segundo o jornal, oficiais da Comissão Europeia marcarão presença em Washington e Silicon Valley nos próximos dois dias para reverem o programa Privacy Shield.

Leia a notícia completa no site do Financial Times (Conteúdo em Inglês/ Acesso Condicionado).

Business Insider

Arábia Saudita poderá aumentar os preços da gasolina em 80%

O governo saudita prevê uma subida nos preços domésticos do petróleo na ordem dos 80% até ao final do ano. A decisão será tomada até outubro e deverá fazer subir os preços da gasolina até aos 1,35 riyals (0,36 cêntimos) por litro. Até 2018 poderão ser aumentados os preços de outros combustíveis. A decisão do governo vem no sentido de colocar os preços dos combustíveis em linha com os preços internacionais.

Leia a notícia completa no site da Business Insider. (Conteúdo em Inglês/ Acesso Livre).

Bloomberg

EU e China unem esforços no combate às alterações climáticas.

Enquanto Trump pondera voltar atrás na sua saída do Tratado de Paris, Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, reitera os esforços da União Europeia na redução de emissão de gases poluentes, aderindo a uma economia de baixas emissões e reduzindo a sua dependência de combustíveis fósseis. Enquanto a UE e Pequim têm vindo a trabalhar conjuntamente em questões climáticas, oficiais da Casa Branca anunciaram no passado fim de semana que a administração de Trump poderá recuar na sua decisão de sair do Tratado de Paris.

Leia a notícia completa no site da Bloomberg. (Conteúdo em Inglês/ Acesso Livre).

Venture Beat

Slack arrecada 250 milhões de dólares. Está avaliado em 5 mil milhões

A plataforma Slack conseguiu 250 milhões de dólares na última rodada de financiamento do Vision Fund do grupo Soft Bank, o que lhe confere uma avaliação de 5 mil milhões de dólares. A empresa afirma que o dinheiro será canalizado para uma “flexibilidade operacional”, não adiantando fins específicos. A Slack já havia afirmado que pretendia expandir os seus negócios para a Alemanha, França, Espanha e Japão.

Leia a notícia completa no site da Venture Beat. (Conteúdo em Inglês/ Acesso gratuito).

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Cristas admite viabilizar baixa em todos os escalões do IRS

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

A presidente do CDS-PP admitiu esta segunda-feira tornar possível o desagravamento fiscal em todos os escalões do IRS. Acrescentou ainda que disse que o partido não tem problemas em votar a favor.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, admitiu esta segunda-feira viabilizar o desagravamento fiscal em todos os escalões do IRS prometido pelo ministro das Finanças, sublinhando que nas medidas que “faziam sentido para os portugueses” os centristas têm votado favoravelmente.

“O CDS em todas as medidas do Orçamento do Estado que faziam sentido para os portugueses teve uma posição favorável, em muitas foi contra e em muitas absteve-se”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, durante uma ação de campanha à Câmara de Lisboa, à qual se candidata encabeçando a coligação “Pela Nossa Lisboa” (CDS-PP/MPT/PPM).

A líder centrista, que já tinha defendido uma baixa de impostos em todos os escalões do IRS, numa intervenção há mais de uma semana, disse que o partido não tem qualquer problema “em votar pontualmente medidas que pareçam oportunas”.

“Votámos, por exemplo, também as medidas relacionadas com o fim da sobretaxa que, aparentemente, só com este Orçamento do Estado é que vai terminar. As nossas votações têm sido consistentes com aquilo que é importante para os portugueses, nomeadamente, ao nível do desagravamento fiscal”, argumentou.

Assunção Cristas disse que também gostaria “de ver o PS a aprovar as propostas do CDS de desagravamento fiscal, que foram apresentadas em anos de anteriores, por exemplo em matéria de IRC ou de rendimentos prediais para promoção do arrendamento de longa duração”.

“Parece que agora chegaram a esse tema, já perderam dois anos em que podiam ter aprovado as propostas do CDS nessa matéria”, sublinhou.

A presidente centrista insistiu que “seria bom” conhecer o Orçamento do Estado antes, “porque tudo isto cheira a medida muito eleitoralista”, numa referência à divulgação de medidas avulsas em período eleitoral para as autárquicas, sendo o documento apresentado até dia 15 de outubro no parlamento.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, assegurou no domingo que o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) vai contemplar um desagravamento fiscal para todos os escalões do IRS e sublinhou que a sobretaxa vai ser extinta no próximo ano.

A redução da carga fiscal [em 2018] é uma certeza. Mais uma vez e pelo terceiro ano consecutivo. Especialmente na tributação sobre o trabalho”, destacou o governante numa entrevista concedida à RTP1.

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Novo modelo de supervisão financeira vai ser revelado hoje

  • Margarida Peixoto
  • 18 Setembro 2017

Ricardo Mourinho Félix já disse ao ECO que o objetivo não é criar "um super-supervisor que vai mandar nos supervisores," mas antes eliminar as "zonas cinzentas" e "conflitos de interesse".

A proposta para o novo modelo de supervisão financeira deverá ser revelada esta segunda-feira. O ministro das Finanças, Mário Centeno, vai presidir à apresentação do diagnóstico do atual modelo, e das propostas para o novo, feito pelo grupo de trabalho criado pelo Executivo para mudar a forma como o sistema financeiro é monitorizado pelos reguladores. Em entrevista ao ECO, Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, adiantou que o objetivo não é criar “um super-supervisor que vai mandar nos supervisores.”

De acordo com uma nota do Ministério das Finanças enviada às redações, a sessão de apresentação do relatório do grupo de trabalho está marcada para as 16 horas. A equipa foi liderada por Carlos Tavares, ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e contou com Maria Luísa Azevedo, diretora adjunta da CMVM e o jurista Pedro Siza Vieira.

[O objetivo] é uma coordenação, não é um ‘super-supervisor’ que vai mandar nos supervisores.

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

“O que se pretende é uma supervisão mais coordenada entre os três supervisores setoriais e que se eliminem as zonas cinzentas que permitiram, durante esta crise, que se gerassem problemas em que cada um deles achava que um determinado tema era da responsabilidade do outro,” explicou Mourinho Félix, ao ECO.

Além disso, o Executivo quer “ultrapassar um conjunto de conflitos de interesse, entre a supervisão comportamental e a prudencial, entre a supervisão macroprudencial e a microprudencial, e o conflito de interesses entre a entidade de resolução e a entidade de supervisão.”

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Maior produtor de petróleo do mundo quer (quase) duplicar preço da gasolina

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

A Arábia Saudita está a ponderar aumentar o preço da gasolina em 80%. A medida insere-se no plano de reforma económica e visa reduzir a forte dependência do petróleo, depois de queda global de preços.

A Arábia Saudita está a ponderar aumentar o preço da gasolina em 80% como parte do plano para reduzir a forte dependência económica do petróleo, depois de queda de preços à escala global.

O governo saudita pretender colocar o preço doméstico da gasolina em paridade com os restantes preços a nível internacional, diz fonte com conhecimento na matéria citada pela Bloomberg. Esta subida de 80% faria com que a gasolina atingisse um custo de 1,35 riyals (0,36 cêntimos) por litro, disse a referida fonte sob condição de anonimato.

De acordo com a mesma fonte, é esperado que o governo tome uma decisão final sobre o plano em setembro ou outubro. Quanto a subidas de preço noutros produtos energéticos, o governo pretende adiar a decisão para o início de 2018.

Esta informação surge numa altura em que a Arábia Saudita enfrenta a sua recessão mais forte desde a crise financeira, estando a colocar em prática reformas no setor energético para reajustar e impulsionar a sua economia.

O reino saudita subiu os preços pela primeira vez no final de 2015 e anunciou a intenção de realizar mais aumentos. Estas medidas serão acompanhadas de um programa de subsídios para ajudar os cidadãos a lidar com a subida de preços.

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Inflação na Zona Euro acelera para 1,5%

Portugal continua abaixo da média europeia, mas também registou uma subida dos preços com a taxa a fixar-se em 1,3%.

A taxa de inflação anual da Zona Euro acelerou em agosto, para os 1,5%. Em Portugal, a tendência também foi de subida, com os preços ao consumidor a crescerem 1,3% num mês tradicionalmente de férias.

Os dados divulgados, esta segunda-feira, pelo Eurostat, que confirmam a estimativa rápida avançada pelo organismo europeu de estatísticas no final de agosto, representam uma reaproximação ao nível de crescimento dos preços verificado nos primeiros meses do ano, bem como ao objetivo fixado pelo Banco Central Europeu. A taxa de inflação de 1,5% registada em agosto na Zona Euro corresponde a uma aceleração de 0,2% face aos 1,3% que se tinham verificado em julho. Já no conjunto da União Europeia, os preços aumentaram 1,7%, superando a taxa de inflação de 1,5% que se tinha verificado em julho.

De acordo com os dados do gabinete de estatísticas da União Europeia, em agosto, as taxas de inflação anuais mais altas foram registadas na Lituânia (4,6%), na Estónia (4,2%) e na Letónia (3,2%), enquanto as mais baixas se observaram na Irlanda (0,4%), em Chipre (0,5%), na Grécia e na Roménia (0,6% cada).

Em Portugal, o aumento dos preços também mantém-se aquém do verificado na Zona Euro como um todo, mas aproximou-se um pouco mais desse valor. A taxa de inflação nacional situou-se nos 1,3%, em agosto, o que corresponde a um aumento de 0,3 pontos percentuais face ao valor que se tinha observado em julho (1%). Face a agosto do ano passado, o ritmo de aceleração dos preços também acelerou em Portugal. Em agosto de 2016 a inflação tinha-se situado nos 0,8%.

A contribuir para o aumento dos preços em termos anuais, segundo o Eurostat, estiveram os preços dos combustíveis (0,16 pontos percentuais), dos serviços de alojamento (0,1 pontos percentuais) e dos transportes aéreos (0,06 pontos percentuais).

(Notícia atualizada às 10h40 com mais informação)

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Com caos na oposição, Shinzo Abe abre a porta a eleições antecipadas

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

Os ventos jogam a favor de Abe: a fraqueza do partido da oposição e a sua forte posição perante as sucessivas ameaças do regime de Pyongyang poderão levar a uma antecipação das eleições no Japão.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, poderá antecipar as eleições gerais para o final do próximo mês, de forma a reforçar o poder do seu partido. A decisão será tomada após conversações com oficiais do Partido Liberal Democrático e do governo, e será anunciada a partir da reabertura do Parlamento a 28 de setembro, avança a emissora japonesa NHK, citada pela Bloomberg. O jornal Sankei aponta para 29 de outubro como possível data para o ato eleitoral.

A possível decisão de Abe surge com a subida da sua popularidade entre os japoneses. Uma recente sondagem realizada pela NHK revelou um crescimento de cinco pontos percentuais no apoio à coligação liderada pelo primeiro-ministro para os 44%. Além disso, mais de dois terços dos japoneses aprovam a posição de Shinzo Abe perante as ameaças da Coreia do Norte.

Os dois mísseis norte-coreanos que sobrevoaram recentemente o território japonês, a par com a apresentação do ponto de vista do ministro da defesa sobre a ameaça nuclear fizeram disparar a popularidade de Abe. No início do ano, a coligação do primeiro-ministro encontrava-se na “zona de perigo”, abaixo dos 30% nas sondagens. A mesma posição derrubara antigos governantes no passado, recorda o Financial Times.

Já o partido da oposição, o Partido Democrático, tem vindo a passar pela demissão de vários membros após a nomeação de um novo líder no início deste mês. Robert Dujarric, diretor do Instituto de Estudos Asiáticos Contemporâneos da Universidade do Japão fala de uma oposição “em má forma”, avançando mesmo que “não há oposição para Abe”, citado pela Bloomberg.

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