Cristas: CDS vai abster-se na TSU
Assunção Cristas criticou António Costa pela sua "irresponsabilidade". "Este problema é da culpa exclusiva do Governo: o acordo está ferido de morte", reforçou a líder do CDS.
O CDS anunciou esta quarta-feira que vai abster-se nas votações que vierem a ocorrer sobre a TSU, após a apreciação parlamentar pedida pelo BE e PCP começar. A líder dos centristas, em entrevista à SIC Notícias, anunciou ainda que o CDS vai apresentar quatro propostas “para reequilibrar o acordo” conseguido em concertação social.
É com abstenção que o CDS vai marcar a sua posição sobre a redução da TSU como compensação da subida do salário mínimo. Porquê? Assunção Cristas explicou: “O CDS valoriza muito a concertação social. Não faz sentido não cumprir o acordo. Está nas mãos do CDS ter propostas positivas para compensar um problema que não fomos nós que criámos”. Apesar de valorizar a concertação social, Cristas afirmou também que a medida não é “fantástica” e terá de ser temporária.
"Está nas mãos do CDS ter propostas positivas para compensar um problema que não fomos nós que criámos.”
Em causa está uma proposta para compensar as IPSS, por causa do “impacto muito grande” da medida, e outra para prolongar a redução de 0,75 pontos percentuais — em vigor até 31 de janeiro — na Taxa Social Única, em substituição dos 1,25 pontos percentuais que o Governo acordou com os parceiros para 2017. Contudo, segundo o Jornal de Negócios, que cita uma fonte oficial do partido, o PSD rejeita esta opção também.
Para os centristas, o BE e o PCP é que deveriam suportar o Executivo nesta matéria. “Discordámos a posição do PCP e do BE, por estarem a suportar o Governo, devendo dar esse apoio”, afirmou Cristas, assinalando que se demarca “completamente” dessa posição. Assunção Cristas argumenta que a posição do CDS é de “coerência” com o que fizeram enquanto Governo de coligação. “Estamos preocupados com as empresas, as IPSS e a concertação social”, afirmou.
"Discordámos a posição do PCP e do BE, por estarem a suportar o Governo, devendo dar esse apoio.”
Assunção Cristas recusou-se a comentar a estratégia do PSD, nomeadamente a conduta de Pedro Passos Coelho, passando ao ataque a António Costa: “É muito claro que há uma falha enorme do Governo e da parte do primeiro-ministro em obter um consenso do lado da sua maioria”. Para a líder do CDS este processo “põe a nu a ligeireza do primeiro-ministro”.
“É uma grande irresponsabilidade. Não o preocupa. Isso não é governar. É olhar com ligeireza para os assuntos e achar que alguém os vai resolver”, classificou a líder do CDS sobre António Costa, uma pessoa que, diz, tem, “muito pouco respeito pela sua palavra”.
Editado por Paulo Moutinho
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