PT tem centenas de trabalhadores sem função atribuída
Existem cerca de 300 trabalhadores no quadro de mobilidade interna. Muitos não têm função atribuída e estão na fila para sair, avança o Expresso.
A PT Portugal tem cerca de 300 pessoas no quadro de mobilidade interna, a maioria sem qualquer função atribuída. A denúncia é feita por vários trabalhadores nesta situação e o caso é noticiado este sábado pelo Expresso [acesso condicionado], que recorda que esta é uma prática “ilegal”. Segundo o jornal, trata-se de “uma espécie de antecâmara para o despedimento negociado ou para a saída voluntária da empresa”.
O semanário avança que, nesta situação, encontram-se trabalhadores de diversos tipos e áreas, desde altos quadros, como engenheiros, gestores e jurídicos, aos trabalhadores menos qualificados. O problema não se estende apenas a Lisboa e Porto, mas também a Braga, Coimbra e Faro, entre outros.
De acordo com o Expresso, desde que a companhia foi adquirida pela Altice, mais de 1.000 pessoas “já mudaram de funções e de local de trabalho” e que o grupo “encolheu de 11.000 para cerca de 9.600 pessoas”, ou seja, “menos 1.400 num ano e meio”. São números não oficiais que a PT não confirma nem comenta, indica o jornal.
No caso do Porto, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que tem levado a cabo inspeções nas instalações da empresa, deu até julho para a PT resolver o problema dos trabalhadores sem função naquela região. Segundo o Expresso, há registo de queixas de trabalhadores por assédio moral e pressão psicológica e social no mercado de trabalho. “Tem sido um movimento discreto e com pouco eco, em parte também pelo medo que se instalou na PT e que leva as pessoas a optar pelo silêncio”, lê-se na edição deste sábado.
Recorde-se que, e dezembro, o gestor da empresa, Paulo Neves, quando questionado acerca deste assunto, disse ao Público que “não há” pessoas na PT “[deliberadamente] sem funções atribuídas”. “Temos um ambiente de perfeito diálogo com os trabalhadores, a comissão de trabalhadores e os sindicatos e por essa razão conseguimos algo que não se conseguia há anos”, acrescentou, referindo-se a acordo coletivo de trabalho assinado com os sindicatos em setembro do ano passado.
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