Caldeira Cabral aponta para crescimento acima de 2% em 2017
O ministro da Economia admite que a previsão do Programa de Estabilidade para o crescimento económico é "prudente" e indica que a economia portuguesa possa crescer mais de 2% ainda este ano.
O ministro da Economia português afirmou, em entrevista à Bloomberg, que o crescimento económico de Portugal pode exceder os 2% este ano, superando a revisão em alta para 1,8% que o Governo fez no Programa de Estabilidade (PE) deste mês. “Estamos a assistir a uma aceleração do crescimento [económico] que nos faz esperar ter números que possam ir para lá dos 2%”, afirmou Manuel Caldeira Cabral esta quinta-feira. Ainda esta terça-feira, nas celebrações do 25 de abril, Marcelo Rebelo de Sousa tinha pedido ao Governo maior criação de riqueza.
"Todos os dados sugerem que vamos ultrapassar as nossas metas para este ano.”
No Orçamento do Estado para 2017, preparado em outubro do ano passado, o Governo estimava um crescimento económico de 1,5%. Contudo, dado que a estimativa para 2016 (1,2%) acabou por se estabelecer nos 1,4% — e principalmente devido à aceleração da economia no quarto trimestre de 2016 –, o Governo acabou por rever em alta a previsão do crescimento económico em 2017 para 1,8%, o mesmo valor que tinha definido no primeiro Programa de Estabilidade deste Executivo de abril do ano passado. Ainda sem serem públicos os dados do PIB para o primeiro trimestre deste ano, Caldeira Cabral indica agora uma subida superior a 2%. No PE o Ministério das Finanças apontava para um crescimento acima de 2% apenas em 2020.
“Todos os dados sugerem que vamos ultrapassar as nossas metas para este ano”, respondeu o ministro da Economia, à Bloomberg, numa entrevista realizada em Lisboa. Caldeira Cabral classificou de “prudente” a meta para o Produto Interno Bruto definida no Programa de Estabilidade. Entre os argumentos do ministro da Economia estão os números das exportações e a habilidade do país para atrair investimento estrangeiro para as empresas, incluindo as do setor automóvel e imobiliário. Além disso, Caldeira Cabral vincou a crescente confiança dos consumidores que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, está em máximos de duas décadas.
"Se fizerem a análise correta, [as agências de rating] verão que as condições em que Portugal está atualmente são muito melhores do que há dois ou três anos.”
O ministro da Economia está de tal forma otimista que disse não ver nenhuma razão para que as agências de rating não subam a classificação de investimento de Portugal, retirando-a do lixo. “Se fizerem a análise correta, [as agências de rating] verão que as condições em que Portugal está atualmente são muito melhores do que há dois ou três anos”, argumentou, referindo que “o peso da dívida do país está a decrescer, o crescimento económico está a ganhar ‘momentum’ e as exportações e o investimento estrangeiro estão também a subir”.
Sobre a situação política, Caldeira Cabral criticou quem diz muitas coisas sobre Portugal, referindo que António Costa conseguiu criar um “Governo moderado” e uma solução política “estável” para implementar políticas que “promovem o crescimento e, ao mesmo tempo, reduzem o défice” orçamental.
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