FMI: Construção está a puxar pela economia até aos 2,5%
O investimento na construção durante o primeiro semestre levou a uma recuperação do setor. Quem o diz é o Fundo Monetário Internacional nas conclusões preliminares da última missão feita em Portugal.
2017 é um ano alicerçado num momento positivo para a economia portuguesa. Parte desses alicerces continuam a estar no turismo, que também está a dar gás à construção, um setor penalizado pela falta de investimento público nos últimos anos. Esta é a conclusão dos técnicos do FMI num documento preliminar divulgado esta sexta-feira sobre a mais recente missão ao abrigo do Artigo IV realizada entre 19 e 29 de junho. “Como resultado, projeta-se que o crescimento real do PIB acelere para cerca de 2,5% em 2017 e mantenha-se nos 2% em 2018“, lê-se nas conclusões preliminares.
A equipa liderada por Subir Lall considera que a economia portuguesa ganhou “momentum” em 2017, prevendo que o turismo cresça na ordem dos dois dígitos pelo quarto ano consecutivo. Parte dessa aceleração no turismo refletiu-se na construção, um setor em que o investimento aumentou nos primeiros seis meses do ano. “Também existem sinais de uma aceleração nas exportações, impulsionado pela recuperação robusta da Zona Euro”, acrescentam os técnicos do Fundo Monetário Internacional, assinalando que os indicadores de confiança continuam a ser fortalecidos “significativamente”.
O FMI denota ainda que Portugal fez um progresso “louvável” na resolução de riscos de curto prazo, elogiando também o caminho feito do ponto de vista orçamental no controlo da despesa e nas soluções aplicadas à banca portuguesa. Por isso, — citando previsões do Banco de Portugal, Ministério das Finanças, INE e Eurostat –, o FMI conclui que “projeta-se que o crescimento real do PIB acelere para cerca de 2,5% em 2017 e mantenha-se nos 2% em 2018”. Estes números correspondem às previsões que o Banco de Portugal divulgou há uma semana.
Projeta-se que o crescimento real do PIB acelere para cerca de 2,5% em 2017 e mantenha-se nos 2% em 2018.
Apesar da confiança para este ano, o Fundo Monetário Internacional volta a reforçar a ideia de que é preciso aumentar o potencial da economia em Portugal a médio prazo. Para lá chegar, a receita continua a ser a mesma: reformas estruturais que promovam o investimento e a produtividade. “Os níveis de investimento têm de aumentar substancialmente para aumentar o crescimento potencial da economia a médio prazo“, escrevem os técnicos, pedindo mais flexibilidade no mercado de trabalho e o aumento dos salários em linha com a evolução da produtividade.
No World Economic Outlook de abril o FMI tinha revisto em alta o crescimento da economia portuguesa de 1,1% para 1,7% em 2017. Na última vez que atualizou essa previsão, o Governo aumentou a meta do PIB param 1,8% este ano. Contudo, são várias as entidades que já têm previsões mais otimistas, algumas perto de 3%.
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