Seis coisas que aprendi a ouvir pitch no Protechting
Em busca do pitch perfeito, o ECO assistiu a uma tarde de demonstrações com direito a 14 corridas ao pódio. No final, partilhamos as conclusões.
De cima do palco, virados para a audiência, os empreendedores não veem nada a não ser uma enorme sala negra. São os atores principais deste monólogo que só alarga para diálogo quando, sete minutos depois, os jurados são chamados a fazer perguntas para satisfazer as dúvidas.
Catorze, chamados um por um ao palco, os finalistas do Protechting fazem a última tentativa de apresentação de projetos: sete semanas depois do início do programa de aceleração organizado pela Fidelidade e pela Fosun em parceria com a Beta-i, ponderaram quase todas as perguntas e sabem quase todas as respostas: menos as do júri. Mafalda Torres, diretora do Protechting, explica as métricas do demo day, o dia em que o trabalho de quase dois meses se transforma em sete minutos de pitch, quatro minutos de Q&A e minuto e meio de avaliação entre o júri.
“Este palco é uma autêntica Black Box [caixa negra]”, descreve José Villa de Freitas, marketing manager da Fidelidade, que dá as boas-vindas aos participantes. Entre os finalistas, catorze startups, entre as quais quatro portuguesas, duas espanholas e outras de países como a China, o Brasil, a Irlanda, Itália e os Estados Unidos. No final, um pódio mediterrânico: Portugal, Itália e Espanha saíram vencedores e integram o road show à China, que se realiza em setembro.
O ECO assistiu à tarde de pitch e elenca seis dicas essenciais. Tome nota:
- Sente a pressão. “É o teatro mais focado, melhor para o júri avaliar a prestação. É difícil imaginar um palco onde haja maior exposição à pessoa que lá está em cima do que neste do S. Luiz”, explica José Villa de Freitas. Apesar de “intimidante”, talvez essa pressão sirva até para melhorar a performance. É que, apesar da exposição, nenhum dos 14 empreendedores gaguejou na hora de responder às perguntas.
- Pensa que é só o início. Mafalda Chaves, diretora do programa Protechting, apresenta cada um dos 14 candidatos ao prémio. E diz que, depois de sete semanas de “trabalho duro”, a sessão de pitch deve ser encarada como “só o início”, apesar de ser “o fim” do programa. “Pode ser só o início de uma relação longa de trabalho entre estas startups e as empresas promotoras”, assinala.
- Sê e parece ser. “É difícil”. A audiência treme. Quando David Conde respondeu à pergunta de um dos jurados… talvez devesse ter dado uma resposta imediata diferente. Num pitch, todas as possibilidades estão em aberto e os objetivos estão acima da média. Por isso, mesmo que as dificuldades estejam ao virar da esquina, esta é a oportunidade de mostrar a ambição. Sê realista mas não denuncies medo.
- Mostra entusiasmo. O alarme toca e ele continua a apontar para o quadro. “Isto é o fim do tempo? Fiquei entusiasmado”, confessa Jannes Du Plooy, CEO e fundador da iFileMe, da África do Sul. Um dos 14 finalistas, Jannes não chegou ao pódio mas entusiasmo não lhe faltou enquanto apresentou o seu projeto, uma app que por cada compra que fazemos com o cartão faz uma transferência automática pré-definida para uma conta poupança, ou seja, “guarda automaticamente para o teu futuro”, conclui.
- Decora os números. “Vamos falar de millennials“, diz David Conde, antes sequer de começar a falar da sua Coinscrap. O espanhol sabe os números de trás para a frente. E isso é essencial na hora de os jurados colocarem as perguntas. É que quantos mais detalhes se derem no pitch, mais interesse demonstra a audiência.
- Observa e tira apontamentos. Quando ainda não for a tua vez, aproveita as sessões de pitch para tirar apontamentos. Foi isso que fizeram alguns assistentes na audiência. Antes de começarem os pitch, já tinham organizados os nomes das startups num documento no computador, que foram preenchendo com informação relevante. No fim, basta agregar os detalhes e aprender, vendo.
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