Bancos melhoram contas e limpam 1,7 mil milhões ao malparado
A banca está a conseguir limpar do balanço uma parte do crédito malparado. O crédito vencido há mais de 90 dias reduziu-se em 1,7 mil milhões no primeiro semestre.
A banca nacional está a conseguir limpar do balanço uma parte do crédito malparado. Na primeira metade do ano, os maiores bancos a operar em Portugal apresentavam, no seu conjunto, um total de 16,8 mil milhões de euros em crédito vencido há mais de 90 dias — um montante elevado que, ainda assim, representa uma redução superior a 1,7 mil milhões de euros face ao ano passado.
O BCP e o Santander Totta conseguiram as reduções mais significativas. O banco liderado por Nuno Amado reduziu este indicador em mais de 17%, para pouco mais de 5 mil milhões de euros, enquanto o Santander Totta diminuiu o crédito vencido há mais de 90 dias em mais de 20%, para pouco mais de mil milhões de euros. Já a Caixa Geral de Depósitos (CGD) conseguiu uma redução superior a 9% para 4,3 mil milhões.
No caso do BPI, o malparado assume uma proporção muito menos relevante nas contas do banco. Ainda assim, houve uma redução significativa, superior a 23%, para 649 milhões de euros no primeiro semestre.
Em sentido oposto está o Novo Banco, que aumentou o volume de crédito malparado em 270 milhões de euros. O crédito vencido há mais de 90 dias do banco que resultou da resolução do BES totalizava, no final de junho, 5,7 mil milhões, o montante mais elevado entre os cinco maiores bancos em Portugal.
Carteira de crédito cai 8 mil milhões
Tal como o malparado, o volume total de crédito concedido pela banca nacional também está a cair. No primeiro semestre do ano, a carteira de crédito dos cinco maiores bancos com atividade em Portugal reduziu-se em mais de 8 mil milhões de euros, em relação aos valores do mesmo período do ano passado.
As maiores quebras vieram da CGD e do Novo Banco. Excluindo a atividade internacional, o banco público reduziu o volume de crédito concedido à economia portuguesa em 3,5 mil milhões de euros, num total de 60,4 mil milhões, enquanto o Novo Banco tinha um volume total de 32,23 mil milhões, menos 6,9% do que há um ano.
Já o BCP reduziu o stock de crédito concedido apenas em Portugal em quase 5%, para um total de 38,7 mil milhões, e o Santander Totta diminuiu este indicador e, 2,9%, para 33 mil milhões. O BPI foi o único a ver a carteira de crédito aumentar, para um total de 23,5 mil milhões no primeiro semestre, mais 3,5% do que no período homólogo.
Feitas as contas, os cinco maiores bancos tinham um stock de crédito total de 200,9 mil milhões de euros no primeiro semestre, valor que representa uma quebra homóloga de perto de 4%, ou de 8,28 mil milhões de euros. A redução deste montante não significa, ainda assim, que haja uma quebra da mesma ordem na concessão crédito, já que parte desta queda deve-se ao vencimento destes créditos. Aliás, os dados do Banco de Portugal mostram que a concessão de novo crédito está a aumentar ao ritmo mais acelerado dos últimos quatro anos.
BCP volta aos lucros. BPI, CGD e Novo Banco pesam nos resultados
Nos primeiros seis meses deste ano, todos os bancos conseguiram melhorar os resultados, mas o balanço geral continua negativo, com a Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco e o BPI a pesarem nas contas.
O BCP passou de prejuízos a lucros de 89,9 milhões de euros no primeiro semestre e o Santander Totta aumentou os ganhos semestrais para 228,9 milhões. Já a CGD, o Novo Banco e o BPI conseguiram reduzir as perdas neste período. A melhoria mais significativa foi a do banco público, que passou de prejuízos de 205 milhões para perdas de 50 milhões.
Juntos, os cincos maiores bancos registaram prejuízos de 123,5 milhões de euros no primeiro semestre, uma redução significativa face aos prejuízos de 674,7 milhões que tinha registado no primeiro semestre do ano passado.
Notícia atualizada a 2 de agosto de 2017 com dados do BPI.
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