ONU sem medo. Sanções mais duras de sempre para a Coreia do Norte
A ONU aprovou esta segunda-feira um conjunto de sanções proposto pelos EUA para a Coreia do Norte. Medidas representam uma perda de mais de 2 mil milhões de euros para o país.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou esta segunda-feira por unanimidade mais uma série de sanções que serão impostas à Coreia do Norte. Propostas pelos Estados Unidos, as medidas visam interditar as exportações têxteis e reduzir o abastecimento de petróleo e gás.
Já é o oitavo conjunto de sanções impostas ao país liderado por Kim Jong Un, aprovadas em unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e são consideradas as mais duras de sempre. Com o apoio da China e da Federação Russa – os apoios mais próximos da Coreia do Norte, a ONU pretende punir o país pelo ensaio nuclear realizado a 3 de setembro.
“Estamos a agir em resposta a novos desenvolvimentos perigosos”, disse Nikki Haley, representante dos EUA, citada pela Bloomberg. “Estas são as medidas mais duras alguma vez impostas contra a Coreia do Norte”, acrescentou.
Depois desse episódio fortemente julgado por vários países e dirigentes, Pyongyang ameaçou com uma retaliação se o Conselho de Segurança da ONU aprovasse sanções mais duras contra o país. “As próximas medidas […] vão causar aos Estados Unidos a maior dor e sofrimento por que passaram em toda a sua história”, avançou a agência de informação coreana, citando um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte.
No entanto, e para azar de Kim Jong Un, a ONU não teve medo das ameaças e avançou com mais sanções. Com as medidas cada vez mais severas, a ONU pretende forçar os dirigentes de Pyongyang a negociar os seus programas de armamento nuclear e convencional, que são considerados uma ameaça à estabilidade mundial.
As sanções aprovadas visam reduzir as importações de produtos de petróleo refinado, para dois milhões de barris por ano, e acabar com as exportações de têxteis para a Coreia do Norte.
Esta terça-feira, a Coreia do Sul e o Japão afirmaram que as novas medidas representam uma advertência de que o país arrisca um isolamento total se prosseguir com os programas nuclear e de mísseis. “Isto deixa clara a vontade da comunidade internacional para elevar a pressão a um novo nível e levar a Coreia do Norte a mudar as suas políticas”, disse Shinzo Abe, o primeiro-ministro japonês.
“Se a Coreia do Norte continuar por este caminho ficará progressivamente mais isolada do resto do mundo e será incapaz de ter um futuro próspero”, acrescentou.
Contudo, as sanções impostas são menos drásticas do que aquilo que Washington pretendia. O estado norte-americano queria uma proibição total da venda de crude, produtos petrolíferos refinados e gás à Coreia do Norte por parte dos Estados-membros da ONU.
Mas a Rússia e a China, que têm direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, opuseram-se a certos pontos do projeto elaborado pelos Estados Unidos. O que resultou num documento final menos “severo” para o regime de Kim Jong Un.
Somando tudo, as medidas aprovadas anteriormente, que fixaram um embargo às exportações de carvão, ferro, peixe e marisco, representam uma perda de cerca de 2,26 milhões de euros para a Coreia do Norte. Um valor que corresponde a 90% das vendas ao estrangeiro, segundo cálculos apresentados pelos Estados Unidos o ano passado.
Os norte-coreanos fora do país serão ainda afetados pelas novas sanções. Não serão concedidos vistos de trabalho e serão impedidos de enviar rendimentos para o país de origem.
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