Arábia Saudita: Uber quer pôr mulheres ao volante

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

Arábia Saudita passou a permitir que as mulheres conduzam. E a multinacional norte-americana quer colher as vantagens dessa decisão histórica, conquistando novas motoristas.

Agora que as mulheres vão tomar conta das estradas do reino, a Uber quer colocá-las atrás dos seus volantes. A multinacional norte-americana quer aproveitar a decisão histórica da Arábia Saudita de permitir que as mulheres conduzam e conquistar novas motoristas.

O recrutamento deverá começar “em breve”, informou Pierre-Dimitri Gore-Coty, líder das operações da empresa na Europa, Médio Oriente e África, numa entrevista citada pela Bloomberg. O recrutamento deverá ser iniciado pouco antes de as mulheres serem capazes de obter a carta de condução, o que se espera que aconteça em junho de 2018.

O fim da proibição é um pau de dois bicos. Cerca de 80% do volume de negócios da Uber na Arábia Saudita tem sido garantido pela utilização das mulheres que, até agora, tinham de ser conduzidas por homens. Esta nova lei pode, por isso, gerar a diminuição da procura, à medida que a condutoras investem nos seus próprios automóveis.

“Queremos criar oportunidades económicas para as mulheres enquanto motoristas na nossa plataforma”, adiantou o representante da empresa. A Uber tem ainda prevista (sem data anunciada) a abertura de um centro de apoio para essas condutoras na capital da Arábia Saudita, Riade.

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Sabe o que se passou em Las Vegas? Um atentado em quatro pontos

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

Saiba o que se passou no tiroteio de Las Vegas em quatro pontos. Quem é o atirador, onde tudo ocorreu e outras questões para se manter a par do pior atentado com armas de fogo nos EUA.

Os Estados Unidos presenciaram o maior atentado provocado por armas de fogo no arranque desta semana. Os disparos provocaram até agora 59 mortos e 527 feridos, avança o The Guardian. Em quatro pontos, saiba tudo sobre os acontecimentos que tomaram as imediações do hotel casino Mandalay Bay, já reivindicados pelo Daesh.

“É apenas fogo de artifício”

O tiroteio ocorreu na madrugada de segunda-feira, junto ao hotel casino Mandalay Bay. Cerca de 22.000 pessoas assistiam a um concerto de música country ao ar livre, nas imediações do hotel. Os disparos surgiram a partir do 32º piso do Mandalay Bay, contra a multidão que ali se reunia.

Uma testemunha conta à Associated Press que, após os primeiros disparos, pensava que se tratava de fogo-de-artifício. Entre as várias descrições registam-se as de pessoas atingidas com tiros no pescoço e no peito, uma multidão em pânico a fugir do recinto, e o barulho dos tiros a partir do hotel.

As pessoas que conseguiram abandonar o local procuraram refúgio noutros complexos turísticos, garagens e mesmo no posto de combustível do outro lado da rua.

Quase 60 mortos

Os números avançados pelas autoridades dão conta de 59 mortos. Quanto aos feridos foram registados 527. Trata-se do ataque com armas de fogo que provocou o maior número de vítimas mortais nos EUA. O último tiroteio do género de que há memória data de novembro de 2016, quando 49 pessoas foram abatidas a tiro numa discoteca em Orlando, na Flórida.

De acordo com a Brady Campaign, todos os anos morrem 33.000 pessoas por disparos de armas de fogo, refere o El País. Segundo a organização Everytown, entre 2009 e 2016 ocorreram 156 tiroteios nos EUA com, pelo menos, quatro vítimas mortais. Dos incidentes resultaram 848 mortos e 339 feridos.

Quem é o atirador?

Stephen Paddock era tido como um “lobo solitário”, sem qualquer cadastro junto das autoridades. O atirador de 64 anos foi encontrado pelas autoridades no seu quarto do hotel já sem vida, juntamente com 17 armas. O arsenal do autor do massacre totaliza, no entanto, mais 40 armas. No carro de Paddock, a polícia encontrou nitrato de amónio, um químico utilizado para o fabrico de explosivos. Na sua casa, no estado de Nevada, foram descobertos vários explosivos, milhares de cargas de munição e mais 19 armas.

Os algoritmos de motores como o Google ou o Facebook trouxeram à tona informações erradas sobre o tiroteio e o atirador. Segundo o The Guardian, foi divulgado que Paddock seria um democrata, opositor de Donald Trump. No 4chan, uma publicação dava conta de que a autora dos disparos se chamaria Geary Danley e que estaria registada na Casa Branca como sendo democrata. No Google, as pesquisas pelo nome “Geary Danley” devolviam a publicação no 4chan com informações falsas. Já no Facebook, um artigo do blogue de conspirações recebeu relativa atenção. No seu título podia ler-se que o atirador era um democrata registado, “associado às tropas Anti-Trump”. Também no Youtube, foi levantado o rumor de que o atirador seria apoiante de Hillary Clinton.

Daesh reivindica o tiroteio. Abre-se a discussão sobre a lei das armas

O ataque foi reivindicado pelo Daesh. Embora não tenham sido recolhidas provas nesse sentido, o Estado Islâmico afirmou que Paddock se tinha convertido ao islamismo antes do atentado, e que este ataque foi encomendado pelo seu líder local. Donald Trump condena o acontecimento, apelidando-o de um “ato de pura maldade”. O presidente norte-americano apresentou as suas condolências às vítimas e familiares através do Twitter.

Deste lado do Atlântico, Theresa May falou do acontecimento, puxando o assunto da lei das armas nos EUA. “Eu acho que não conseguimos compreender [o ataque] porque temos uma abordagem diferente das armas”, afirmou em entrevista à rádio LBC, citada pelo The Guardian. A primeira-ministra relembra o massacre de Dunblane, de 1996, e que cabe ao governo norte-americano “fazer alguma coisa”.

De acordo com a organização Law Center to Prevent Gun Violence, a lei das armas no Nevada recebeu a qualificação mais baixa do ranking, sendo considerada como “uma das mais brandas” de todo o país, avança a Quartz. As armas podem ser compradas sem uma autorização ou registo posterior.

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Wall Street renova máximos. Dólar recua com receios da reforma fiscal

Enquanto as bolsas norte-americanas sobem à boleia da reforma fiscal anunciada para as empresas, no mercado cambial assiste-se ao efeito contrário.

As bolsas norte-americanas voltaram a abrir em alta esta terça-feira, renovando máximos, aproximando-se de novos recordes. Em sentido contrário, o dólar está a desvalorizar, depois de um senador republicano ter avisado para o impacto que a reforma fiscal para as empresas poderá ter sobre o défice norte-americano.

O S&P 500 está a avançar 0,05%, para os 2.530,45 pontos. O índice de referência norte-americano já soma a sexta sessão consecutiva de ganhos, depois de, na segunda-feira, ter subido à boleia dos dados positivos da atividade industrial. Já o tecnológico Nasdaq sobe 0,12%, para os 6.524,10 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valoriza 0,21%, para os 22.605,54 pontos.

As bolsas norte-americanas continuam a subir também à boleia das notícias da reforma fiscal que Donald Trump quer implementar, que passa pela redução de impostos para as empresas. Mas, enquanto o impacto sobre as cotadas é claramente positivo, no mercado cambial há o efeito contrário.

Depois de o senador republicano Bob Corker ter acusado a Casa Branca de ser “mole” ao ceder às empresas, com uma reforma fiscal que deverá ter um impacto de 1,3 biliões de dólares e que poderá agravar o défice norte-americano, o dólar está a desvalorizar face ao euro. A moeda europeia vale agora 1,17 dólares, uma valorização de 0,3%.

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BCE mantém travão. Compra 494 milhões em dívida de Portugal

O Banco Central Europeu (BCE) continua a travar a compra de dívida de Portugal. Voltou a comprar menos de 500 milhões de euros em setembro.

O Banco Central Europeu (BCE) continua a travar as compras de dívida nacional. Adquiriu 494 milhões de euros em setembro, mais do que em agosto, mas mesmo assim mantendo o valor das compras abaixo da fasquia dos 500 milhões de euros.

O montante total investido pelo BCE nas obrigações portuguesas no âmbito do PSPP subiu para 29.570 milhões de euros, isto depois de em agosto se terem registado compras no valor de apenas 414 milhões, o que representou um mínimo histórico.

Desde abril de 2017 que o BCE tem estado a diminuir o valor das compras de dívida pública nacional. A única inversão aconteceu em julho, com um investimento de 517 milhões, valor superior ao registado nos dois meses anteriores.

A entidade liderada por Mario Draghi tem vindo a adquirir praticamente um terço do valor mensal que poderia comprar em títulos de dívida pública portuguesa, isto à medida que se aproxima o fim do programa de compras de 60 mil milhões de euros mensais que está no terreno há 30 meses.

Draghi tem dado sinais de que estará para breve o anúncio do fim deste programa de estímulo à Zona Euro, mas tem sido cauteloso para evitar tensão no mercado de dívida. Está a abrir a porta ao fim desta ajuda, mas alertando sempre que estará disponível para fazer mais compras, caso seja necessário.

Para Portugal, o fim do programa do BCE pode coincidir com a entrada do país nos índices de obrigações globais, os quais exigem que a dívida dos países tenham dois ratings de qualidade junto das três maiores agências mundiais. A S&P tirou Portugal de “lixo” no mês passado, faltando agora a Fitch ou a Moody’s.

Mourinho Félix disse, em entrevista à Reuters, que “quer a Moody’s, quer a Fitch, estão à espera de ver o que acontece nos próximos dois meses em Portugal”. “Este período, também lhes permite ver o que acontece ao saldo orçamental para este ano e terem mais certeza sobre a evolução da economia portuguesa e a nível europeu”, acrescenta, notando que “uma vez aprovado o Orçamento e concluída a venda do Novo Banco, acho que há condições para a Moody’s e a Fitch seguirem a S&P”.

Neste sentido, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, diz que há margem para que os juros da dívida nacional continuem a cair, encolhendo-se o diferencial face a outros países do euro, nomeadamente face a Espanha. Acredita que Portugal pode aproximar-se “das taxas de juro de Espanha”.

Os juros das obrigações espanhola a dez anos estão a subir 1,5 pontos para 1,71%, enquanto as yields dos títulos portugueses com a mesma maturidade descem 2,9 pontos base para 2,399%. O diferencial de juros entre os dois países está no nível mais baixo dos últimos dois anos, reflexo das tendências independentistas da Catalunha.

(Notícia atualizada às 15h50 com mais informação)

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Cristas coloca “ponto de interrogação” em margem para baixar impostos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 3 Outubro 2017

Assunção Cristas foi recebida pelo Presidente da República e mostrou preocupação com áreas onde "sistematicamente faltam recursos", como a saúde, educação e segurança.

A líder do CDS-PP transmitiu esta terça-feira ao Presidente da República a sua preocupação com áreas onde “sistematicamente faltam recursos”, como é o caso da Saúde, colocando um “ponto de interrogação” na margem que existe para baixar impostos.

“Esperamos pela apresentação do Orçamento de Estado no Parlamento, mas sinalizei a preocupação que temos sentido com muitas áreas onde sistematicamente faltam recursos, a saúde é talvez a mais visível, mas a área da educação, a área dos transportes públicos, a área da segurança, e portanto eu coloco sempre um ponto de interrogação quando se fala de margem para baixar muitos impostos, mas nós esperamos aquilo que o Governo tem para apresentar no Parlamento para também fazermos as nossas escolhas nesta matéria”, disse Assunção Cristas no final da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa.

Quanto aos resultados das eleições autárquicas, Assunção Cristas diz que o partido contribuiu “muito significativamente” para retirar a maioria absoluta ao PS. “Vamos ser uma oposição certamente muito atenta, muito fiscalizadora, muito firme mas sempre muito construtiva”, adiantou.

Marcelo Rebelo de Sousa começou ontem a receber os partidos políticos, antes de conhecida a proposta de Orçamento do Estado. PS, PSD e Bloco de Esquerda já foram recebidos na segunda-feira.

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Frente Comum ameaça greve se Governo não aumentar salários

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

Frente Comum exige aumentos salariais de 4% para o próximo ano e adianta que o Governo tem até sexta-feira para descongelar posições remuneratórias ou avançará com greve nacional.

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse, esta terça-feira, que na sexta-feira marcará uma greve nacional se até lá o Governo não apresentar propostas de aumentos salariais para o próximo ano.

“Das reuniões com o Governo não tem vindo nada de novo, pelo contrário. E se o Governo não inverter a situação, não descongelar salários, não fizer propostas de aumentos salariais, não fizer o descongelamento de posição remuneratória para todos […], a Frente Comum avançará com uma grande greve nacional”, disse a coordenadora da estrutura, Ana Avoila, em conferência de imprensa em Lisboa.

A Frente Comum exige aumentos salariais de 4% para o próximo ano, com um mínimo de 60 euros para todos os trabalhadores.

A coordenadora da estrutura ligada à CGTP quer que, além das melhorias salariais, o Governo apresente propostas para que todos os trabalhadores cumpram 35 horas de trabalho semanal (incluindo os que têm contrato individual de trabalho) e que o subsídio de refeição deixe de ser sujeito a impostos.

Ana Avoila considerou que a vitória do PS nas eleições autárquicas de domingo dá ao Governo “mais responsabilidades para responder às expectativas” dos trabalhadores.

“Os trabalhadores deram o seu contributo para derrubar o governo PSD/CDS-PP, mas estão atentos. Não é porque tem mais força que agora pode não fazer, se assim fosse, era má-fé”, disse.

Os sindicatos da Frente Comum têm 380 mil associados. Contudo, um pré-aviso de greve abrangeria todos os trabalhadores, independentemente de serem sindicalizados.

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Oi: Diretor financeiro renuncia. Carlos Brandão assume

  • Lusa e ECO
  • 3 Outubro 2017

Carlos Brandão vai acumular as funções de diretor da Oi com a de diretor financeiro da empresa após o antigo responsável apresentar a demissão.

O diretor da Oi, Carlos de Almeida Brandão, foi designado para acumular interinamente as funções de diretor, que exerce, com as de diretor financeiro e relações com investidores, após a renúncia do antigo responsável.

A Pharol informou esta terça-feira, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que a designação foi feita depois do diretor financeiro e relações com investidores da Oi, em recuperação judicial, Ricardo Malavazi Martins, ter renunciado ao cargo.

A portuguesa Pharol é acionista de referência da operadora brasileira Oi, que se encontra em processo de recuperação judicial — o maior na história do Brasil, envolvendo 55.080 credores e uma dívida de 63,95 mil milhões de reais (cerca de 18 mil milhões de euros).

Em agosto, a valorização da operadora brasileira refletiu-se positivamente no balanço do primeiro semestre da Pharol, que lucrou 62 milhões de euros com a participação de 27% no capital da operadora brasileira.

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Crédito malparado das famílias estabiliza. Cai nas empresas

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

O rácio de crédito vencido concedido às familias, bem como a percentagem de devedores de crédito vencido, ficou estável em agosto. Desceu ligeiramente nas empresas.

O rácio de crédito vencido concedido às famílias e a percentagem de devedores com crédito vencido mantiveram em agosto os valores de julho, 4,5% e 12,8%, respetivamente, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Em agosto, o saldo dos empréstimos concedidos a particulares — famílias e instituições sem fins lucrativos de apoio às famílias — totalizaram os 125.896 milhões de euros, menos 0,6% do que no mesmo mês do ano passado. Em relação ao mês anterior, os empréstimos concedidos aumentaram 36 milhões de euros.

O rácio de crédito vencido das famílias situou-se em 4,5% em agosto, igual ao verificado em julho, assim como a percentagem de devedores com crédito vencido, que se manteve nos 12,8%.

Às empresas, foram emprestados 75.031 milhões de euros, menos 3,1% do que um ano antes e menos 67 milhões de euros do que em julho.

O rácio de crédito vencido das sociedades não financeiras foi de 14,8%, menos 0,1 pontos percentuais do que em julho e a percentagem de devedores com crédito vencido aumentou 0,4 pontos percentuais, fixando-se em 26,9%.

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Novo Banco está quase vendido. Falta aprovar plano de negócios

Ainda falta uma peça na venda do Novo Banco: o plano de negócios. A Comissão Europeia e o Governo continuam em "contacto construtivo" para garantirem que o banco "é viável a longo prazo".

O Novo Banco está quase a ser vendido ao fundo norte-americano Lone Star. Além da conclusão da operação de troca, ainda falta uma peça neste puzzle: o plano de negócios que vai orientar o banco liderado por António Ramalho nesta nova fase e sobre o qual ainda não se conhecem muitos detalhes. A Comissão Europeia continua em negociações com o Executivo de António Costa para chegarem a um plano que garanta que o banco é “viável a longo prazo”, explica o porta-voz da entidade ao ECO.

“Estamos em contacto construtivo com o Governo português sobre o plano final de reestruturação do Novo Banco, que precisa de garantir que o banco seja viável a longo prazo”, refere Ricardo Cardoso, porta-voz da Comissão Europeia, ao ECO.

“Estes contactos seguem o acordo de princípio que a comissária [europeia para a Concorrência Margrethe] Vestager concluiu com o Governo português para permitir a venda do Novo Banco à Lone Star em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais”, acrescenta. Isto porque a entidade apenas autorizou esta operação por não envolver dinheiros públicos.

Estamos em contacto construtivo com o Governo português sobre o plano final de reestruturação do Novo Banco, que precisa de garantir que o banco seja viável a longo prazo.

Ricardo Cardoso, porta-voz da Comissão Europeia

Agora que o Novo Banco está prestes a conseguir cumprir uma das condições cruciais para que a venda ao fundo norte-americano seja concretizada — obter uma “almofada” de 500 milhões através de uma oferta de troca de dívida — fica ainda a faltar este documento que vai traçar o plano de ataque do banco liderado por António Ramalho. Mas pouco se sabe sobre este plano de negócios.

Em julho, a dimensão da reestruturação a que o banco vai ser sujeito ainda estava em discussão com o comprador e com a autoridade de resolução de modo a encontrar uma forma de tornar a instituição financeira viável, de acordo com o secretário de Estado adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix. E estas discussões ainda prosseguem com o Governo português.

Mas o silêncio também impera junto do Lone Star. O fundo deixou apenas algumas promessas: desde manter o banco inteiro, até pô-lo a dar crédito de seis mil milhões de euros à economia, todos os anos. Questionado pelo ECO, o Lone Star disse não querer dar mais detalhes sobre o plano de negócios nesta fase. Mas deixou claro que são seis mil milhões de novo crédito. E não de stock de crédito – um indicador que tem vindo a cair desde que o Novo Banco foi criado.

No final de 2016, o saldo de crédito a empresas era de 22.451 milhões, valor que caiu para 20.929 milhões em junho deste ano, reflexo do contexto de taxas de juro muito baixas, que faz acelerar a amortização dos empréstimos, mas também da reduzida concessão de novos financiamentos tendo em conta o fraco apetite das empresas.

Perante esta evolução do saldo do crédito, o rácio de transformação do Novo Banco, ou seja, o saldo do crédito em função dos depósitos, continua a cair, estando nos 106%. O Novo Banco refere, no entanto, que o rácio deverá evoluir para 110%, o que traduz a expectativa de que o saldo do crédito aumente, isto tendo em conta que o saldo dos depósitos está também a crescer. Os recursos dos clientes aumentaram em 300 milhões “após ser conhecido o acordo para a venda de 75% do Novo Banco ao Lone Star em 31 de março de 2017”.

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Ações da construtora SDC disparam 265%. Nem a empresa sabe porquê

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

A Soares da Costa Construções está a brilhar em bolsa. As ações da empresa estão a valorizar há quase uma semana, mais do que triplicando de valor. Mas não há explicação aparente para este movimento.

Em menos de uma semana, a Soares da Costa Construções, conhecida como SDC, mais do que triplicou de valor em bolsa. Têm sido subidas atrás de subidas que levaram as ações da empresa para máximos de 2015, aproximando-se da fasquia dos dez cêntimos. Valorizações expressivas que, contudo, não têm razão aparente, já que, segundo as explicações da própria empresa, não há informação relevante que justifique este movimento. Certo é que há muita liquidez.

Os títulos da SDC cederam 7,14% para 2,6 cêntimos na última terça-feira, 27 de setembro. Mas desde então, só sabem valorizar. Avançara 7,69% na sessão seguinte, tendo disparado nas sessões seguintes: 32,14% e 59,46%, estando a valorizar 61,02% esta terça-feira, 3 de outubro, para os 9,5 cêntimos, um valor que não era alcançado desde o verão de 2015.

Ações da SDC disparam

Porquê uma subida tão forte? Não há razões aparentes para tal desempenho. “A subida abrupta da cotação parece resultar de um movimento de mercado de natureza especulativa”, diz António Castro Henriques, presidente executivo da SDC Investimentos, em declarações por e-mail ao Jornal de Negócios. “Não há nenhum facto relevante da empresa ‘pendente de anúncio'”, acrescentou.

Em comunicado entretanto emitido esta tarde, a SDC Investimentos esclarece que não há informação relevante que possa justificar este movimento. “A SDC Investimentos informa que não tem, nesta data, qualquer informação privilegiada ou materialmente relevante que, em seu entender, possa ter influenciado de forma sensível a cotação ou o volume de transações das ações da SDC Investimentos, ou possa vir a influenciar essa mesma cotação ou volume de transações”, refere a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este desempenho expressivo em bolsa está a ser feito com muita liquidez. Nestas últimas sessões, e quando a média de títulos negociados diariamente no último ano é de 490 mil, os volumes têm rondado os três milhões. Esta terça-feira, perante a subida de mais de 60% das ações, trocaram já de mãos 7,1 milhões de títulos.

O capital da SDC é representado por 160 milhões de títulos, sendo que 76,998% do capital está nas mãos de um único acionista, a Investéder, que lançou uma OPA sobre a empresa a um valor de 2,7 cêntimos por ação — os títulos estão a 9,5 cêntimos. Os 14 milhões de títulos que trocaram de mãos nestas sessões são equivalentes a 8,7% do total de ações.

(Notícia atualizada com comunicado da SDC Investimentos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários)

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Sonangol muda administração porque quer “agilidade e proatividade”

  • Lusa e ECO
  • 3 Outubro 2017

A petrolífera angolana justificou as mudanças internas. Quer que o "alargamento e especialização da equipa de gestão" traga capacidade de adaptação, agilidade e proatividade na resolução de problemas.

Num comunicado da Sonangol enviado à agência Lusa, a petrolífera angolana justifica as alterações à estrutura da empresa com a necessidade de “estabilização e fortalecimento” que “exige uma alteração da composição do seu conselho de administração e dos respetivos pelouros”. Uma nova estrutura que promova a ” capacidade de adaptação, a agilidade e a proatividade”.

As conclusões foram retiradas após um “diagnóstico realizado à Sonangol e às suas subsidiárias” e tendo em conta o panorama da produção petrolífera do país. “As áreas críticas para o sucesso do processo de transformação da Sonangol estão claramente identificadas e serão atribuídas a administradores totalmente focados e com um profundo conhecimento dos respetivos dossiês. O alargamento da equipa de gestão, e a especialização da mesma, vai permitir um maior envolvimento diário nas operações e uma intervenção mais célere perante os desafios que se apresentam”, refere a petrolífera.

O alargamento da equipa de gestão, e a especialização da mesma, vai permitir um maior envolvimento diário nas operações e uma intervenção mais célere perante os desafios que se apresentam.

Comunicado da Sonangol

“O contexto económico em que operamos é complexo e exigente, pelo que precisamos de reforçar a nossa capacidade de adaptação, a agilidade e a proatividade, através de uma maior divisão de pelouros e, assim, de uma maior capacidade de atuação”, justifica ainda a empresa no mesmo comunicado.

José Eduardo dos Santos exonerou três administradores executivos da Sonangol, decisão que se concretizou no dia em que deixou as funções como primeiro ministro de Angola (26 de setembro). Abandonaram os cargos César Paxi, Jorge de Abreu e Paulino Jerónimo, administrador e presidente da comissão executiva da petrolífera. Com esta mudança, Isabel dos Santos terá mais poder na Sonangol.

A própria Isabel dos Santos publicou no Twitter a nova estrutura.

Neste contexto, o economista português Emídio Pinheiro, que até novembro passado integrou o conselho de administração da CGD liderado por António Domingos, assumirá agora funções nas áreas que não são o negócio principal da Sonangol, nomeadamente a gestão da Sonangol Holdings e Indústria. Antes de sair para a CGD, Emídio Pinheiro liderou durante 11 anos o Banco Fomento Angola.

São ainda integrados no conselho de administração da Sonangol, conforme outro decreto presidencial assinado pelo ex-Chefe de Estado, Ivan Sá de Almeida, para exercer funções nas áreas relativas à produção e exploração, e a advogada portuguesa Susana Almeida Brandão, para coordenar a área jurídica.

A empresária Isabel dos Santos assumiu em junho de 2016 o cargo de presidente do conselho de administração do grupo Sonangol, nomeada para as funções pelo pai, José Eduardo dos Santos, então Chefe de Estado angolano, tendo como missão conduzir a reestruturação da petrolífera, o maior grupo empresarial de Angola. “A empresa estava com os cofres vazios, tínhamos muitas dificuldades e este ano tem sido um ano no fundo de gerir essas dificuldades e devagarinho começar a pensar no futuro”, disse Isabel dos Santos, após a cerimónia de investidura de João Lourenço como Presidente de Angola, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos.

O ouro negro perde o brilho

As reservas internacionais angolanas renovaram mínimos históricos em agosto, caindo para 15.609 milhões de dólares (13,3 mil milhões de euros), metade do valor contabilizado antes da crise, no início de 2014, indicam dados do Banco Nacional de Angola (BNA). Estas reservas são necessárias nomeadamente para garantir importações de alimentos, maquinaria ou matéria-prima para as indústrias e desde o início do ano já perderam, em valor, desde janeiro, mais de 5.100 milhões de dólares (4.430 milhões de euros). Garantem o equivalente a menos de meio ano de importações de alimentos, bens e equipamentos, tendo em conta as necessidades, numa altura de forte contenção na disponibilização de divisas aos bancos.

A informação resulta de dados preliminares do BNA, a que a Lusa teve esta terça-feira acesso, sobre as Reservas Internacionais Líquidas (RIL), indicando que só entre julho e agosto – período de eleições gerais em Angola – caíram mais de 1.800 milhões de dólares (1.534 milhões de euros). No início de 2014, antes da crise da cotação do petróleo, as reservas angolanas ascendiam a 31.154 milhões de dólares (26,5 mil milhões de euros). A Sonangol tem ainda um nível de endividamento elevado e continua pressionada pelos baixos preços do petróleo nos mercados internacionais. Lucros caírem dos três mil milhões em 2013 para os 400 milhões em 2016.

Angola enfrenta dificuldades financeiras, económicas e cambiais, tendo o BNA aumentado a venda de divisas (euros) à banca comercial angolana, que está sem acesso a dólares face à suspensão das ligações com correspondentes bancários internacionais. Desde agosto de 2016 que o banco central – que atualmente é o único fornecedor de divisas à banca comercial – tem vindo a aumentar a injeção de moeda estrangeira no mercado cambial primário, a um ritmo de cerca de 1.000 milhões de euros por mês. No entanto, desde as eleições gerais de 23 de agosto que essas vendas por parte do BNA caíram fortemente, a um ritmo semanal entre os 50 e os 100 milhões de euros.

A 26 de setembro, no discurso de tomada de posse como novo Presidente da República de Angola, João Lourenço traçou como uma das metas da sua governação o controlo da taxa de inflação, através da aplicação de “regras rígidas” de política cambial e fiscal, com uma “atenção” virada igualmente à banca para garantir a “credibilidade internacional”. As reservas contabilizadas pelo BNA são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo.

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Vodafone contra a venda da TVI à Meo: “Não há remédio” para o negócio

Para a Vodafone a venda da TVI à Meo “não pode ser aprovado”, nem mesmo com a imposição de remédios, defende Mário Vaz.

Mário Vaz defende que a compra da Media Capital pela Altice “não pode avançar”. O administrador delegado da Vodafone Portugal não acredita que o negócio vá para a frente, até porque “não há remédios” para equilibrar o negócio.

“O negócio não pode ser aprovado, porque os clientes deixam de ter opção de escolha”, disse Mário Vaz, num encontro com jornalistas esta terça-feira. O responsável acredita que o negócio não avançará e que “a decisão tem de ser um Não”.

Mário Vaz defende que a venda da TVI à Meo é um negócio que não pode ir para a frente até porque não há remédios que corrijam os problemas de concorrência que se levantam. “Não acredito nos remédios, porque é tanto o potencial de criatividade à volta de remediar o remédio, que na prática é um ‘Não remédio’. A consequência é praticamente a mesma do que é a aprovação”, explica Mário Vaz.

Relativamente à posição dos reguladores, Mário Vaz diz que a decisão da Anacom “está muito alinhada” com a visão da Vodafone Portugal. “É relativamente simples perceber as consequências de uma aprovação e o que é que isso significa, quer para as telecomunicações, e as consequências que isso tem para o país e para a concorrência”, defende o CEO da Vodafone.

Vodafone não quer entrar no negócio dos conteúdos

Confrontado perante a viabilidade de a Vodafone estabelecer uma parceria com a Nos na área dos conteúdos que permitisse fazer frente ao negócio TVI/Altice, Mário Vaz descarta essa possibilidade. “Do que ouvi no congresso [APDC], a Nos também não pretende entrar nessa área, e a Vodafone desde sempre referiu que não iria estar no negócio dos conteúdos. Estaremos sim disponíveis para colaborar para que os grupos de media nacionais possam sobreviver, e acima de tudo os conteúdos portugueses. Coisa que fica claramente em risco se essa aquisição [compra da TVI pela Meo] fosse aprovada”, salienta.

A Vodafone já se tinha manifestado contra a realização desta venda nomeadamente no congresso da APDC. Madalena Sutcliffe, diretora de legal e regulatory affairs da Vodafone Portugal, considerou que a fusão TVI/Altice cria “grandes problemas”, concretamente ao nível do acesso “aos canais e conteúdos TVI”, ao “espaço que o grupo Media Capital e a Altice oferecem” e à “informação dos concorrentes que a Altice vai ter e vai poder usar para seu proveito”. “Estamos a falar de estratégias não só do bloqueio do canal. Mas não estou aqui para dar ideias”, ironizou a diretora.

No encontro com os jornalistas que decorreu esta terça-feira, o administrador delegado da Vodafone Portugal diz ainda não está preocupado com o que possa acontecer à Vodafone em resultado desse negócio que está a ser avaliado pelo reguladores, que está agora centrada em concluir a parceria que está a desenvolver com a NOS de partilhar as suas redes de fibra ótica e infraestrutura móvel. Mas assume que teria dificuldade em explicar ao acionista se tal acontecesse. “É tão estranho que o acionista terá dificuldade em perceber“, diz.

Relativamente ao risco da casa-mãe da Vodafone Portugal poder desinvestir no negócio em território nacional em resultado de uma eventual concretização da venda da TVI à Meo, Mário Vaz prefere falar em “ajustes de investimento“. “Terá de ser revisto o que estamos a fazer e adaptar”, acrescenta.

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