Quem manda nas ações da REN? Agora são os direitos do aumento de capital
A REN quer atrair 250 milhões de euros. Está no mercado para captar investidores para as novas ações. Para as subscrever são precisos direitos que, por estes dias, vão mandar nos títulos da empresa.
A Redes Energéticas Nacionais (REN) lançou-se nas compras. Adquiriu os ativos de gás da EDP, uma operação que obrigou a empresa a gastar dinheiro. Por isso, avançou com um aumento de capital que agora chega ao mercado. Há milhões de direitos de subscrição das novas ações em bolsa que vão, nas próximas sessões, mandar no desempenho dos títulos da empresa liderada por Rodrigo Costa.
De 540 milhões de ações, a REN vai passar a estar representada no mercado por 673 milhões de títulos, o que vai permitir, espera a empresa, conseguir captar 250 milhões de euros para financiar a compra dos ativos de gás. Para subscrever essas novas ações, foram colocados em bolsa um total de 540 milhões de direitos de subscrição das novas ações. Cada nova ação terá um custo de 1,877 euros.
Assim que os direitos de subscrição foram destacados da cotação da REN, as ações ajustaram de 2,623 para 2,474 euros, ficando os direitos com um valor teórico de 14,6 cêntimos. Com a evolução da cotação da REN no intervalo entre o ajuste da cotação e admissão à negociação em bolsa dos direitos, o valor destes últimos subiu para 15,9 cêntimos.
Ações da REN pressionadas pelos direitos
O valor é teórico porque tem como única referência o preço das ações da REN, mas com a entrada em bolsa estes direitos passaram a variar em função da lei da oferta e da procura. Havendo interesse dos investidores em participarem no aumento de capital, tendencialmente os direitos irão valorizar. Até ao momento, entre os grandes investidores, a State Grid e a Fidelidade já disseram que vão participar, assegurando 35% do aumento de capital.
Os direitos de subscrição do aumento de capital arrancaram a primeira sessão em bolsa em queda. Os títulos estão a 15,6 cêntimos, o que representa uma desvalorização de 1,89% face ao valor teórico. Um só direito não chega para comprar uma nova ação da REN. Cada um compra 0,251248 ações, ou seja, arredondado, são precisos quatro destes títulos.
Assumindo a cotação atual, os quatro direitos custam 0,621 euros, sendo que a este valor é preciso juntar os 1,877 euros do valor de subscrição das novas ações. Assim, cada nova ação da empresa liderada por Rodrigo Costa custa 2,498 euros, um valor que, neste momento, está aquém da cotação das ações atualmente dispersas em bolsa.
Este desconto dos novos títulos face às ações pré-existentes faz com que sejam os direitos a comandar a evolução das ações da REN, levando os títulos atualmente no mercado a recuarem 0,4% para 2,50 euros. Ou seja, os direitos estão a pressionar a cotação da REN já que através destes títulos os investidores conseguem comprar o mesmo ativo com um preço inferior.
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