Banca vendeu imóveis avaliados em dois mil milhões de euros
Os imóveis vendidos pelos bancos em 2016 estavam avaliados no balanço em 2,1 mil milhões de euros. Mas em 35% do volume de vendas efetuadas, o preço conseguido ficou abaixo do registado em balanço.
“Vendas significativas”, é assim que o Banco de Portugal se refere à alienação dos imóveis que os bancos tinham em carteira no ano passado. No Relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta quarta-feira, a entidade liderada por Carlos Costa refere que em 2016, os bancos venderam cerca de 30% do valor dos imóveis registado em balanço. Esta proporção equivale a imóveis avaliados em 2,1 mil milhões de euros.
Segundo o Banco de Portugal, a maioria destas vendas incidiu sobre imóveis que tinham sido recebidos entre 2012 e 2015. Apesar das alienações conseguidas ao longo do ano, o valor do stock de imóveis da carteira dos bancos no final de 2016 não sofreu grandes alterações face ao registado no ano anterior. No final do ano passado, os imóveis que os bancos tinham no seu balanço estavam avaliados em 7,4 mil milhões de euros.
Estas vendas terão sido compensadas pelos novos imóveis recebidos durante o ano passado pelos bancos que, de acordo com o Banco de Portugal, “representavam cerca de 25% do stock em final de ano”.
A entidade liderada por Carlos Costa explica ainda que há um desfasamento temporal, que se pode estender por vários anos, entre o incumprimento e o recebimento do imóvel, razão pela qual “a maioria das novas entradas em 2016 estará relacionada com o aumento do incumprimento verificado em anos anteriores“.
No que respeita às vendas de imóveis realizadas no ano passado, cerca de 36% do respetivo volume decorreu no âmbito de operações em que a instituição bancária concedeu um empréstimo ao adquirente, mantendo o imóvel como colateral, explica o regulador da banca, sendo que entre as restantes vendas incluíram-se operações de transferências para fundos de investimento imobiliário, em que a contrapartida pode ter passado pela subscrição de unidades de participação desse fundo pela instituição bancária.
Em termos de preço de venda, cerca de 35% do volume registado em 2016 foi efetuado a um valor inferior ao valor de registo do imóvel em balanço da instituição bancária, “o que geralmente se traduz numa perda para a instituição bancária”, segundo explica o Banco de Portugal.
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