Juros portugueses estão a disparar. Porquê?

Os juros da dívida portuguesa estão a disparar face à última sessão. Taxa a dez anos estava abaixo dos 4%, mas agora está a negociar perto dos 4,3%. O que se passa?

Os juros da dívida portuguesa subiram ligeiramente na última sessão. Agravaram-se para perto de 4%, mas estão agora muito perto dos 4,3%. Um salto que traduz um ajuste técnico. É que foi feita a mudança das linhas de obrigações do Tesouro que servem de referência para as diferentes maturidades da dívida de Portugal.

A yield associada à dívida a 10 anos fechou esta quarta-feira nos 3,992%. Esta quinta-feira está a negociar nos 4,271%, o nível mais elevado desde março de 2014, o que representa um aumento de 28 pontos base. Mas este agravamento acentuado tem uma explicação mais técnica do que reflete propriamente as condições da procura e oferta do mercado. Sem este ajustamento de cariz mais administrativo, as taxas até estariam a descer.

Juros disparam com correção técnica

Fonte: Bloomberg (valores em %)

Fonte oficial do IGCP confirmou ao ECO que se trata de uma mudança na linha de referência que serve de base para as taxas das obrigações do Tesouro portuguesas. “Houve uma alteração do benchmark. O que esta quarta-feira tinha como referência a linha das obrigações do Tesouro de 2026, passou a ter como referência as obrigações que têm maturidade em 2027″, explicou esta fonte.

"Houve uma alteração do benchmark. O que ontem tinha como referência a linha das OT 2026, hoje passou a ter como referência as OT 2027.”

Fonte oficial do IGCP

De resto, observando a evolução da taxa implícita na linha das obrigações com maturidade em 2026 — que ontem era a referência para os juros a dez anos, sublinhe-se –, verifica-se um desagravamento da yield em cerca de 1,5 pontos base. Um desempenho que vai mais ao encontro do atual contexto de aparente acalmia em relação a Portugal, que esta quarta-feira não teve problemas em financiar-se em 1.250 milhões de euros em títulos de curto prazo, numa operação que registou juros negativos recorde.

Além disso, em relação às condições do mercado secundário na Zona Euro, as eleições holandesas, que resultaram numa vitória do partido liberal VVD liderado pelo atual primeiro-ministro holandês, relegando o partido da extrema direita para o segundo partido mais votado, veio também tranquilizar os investidores.

Ainda assim, apesar do caráter mais técnico deste disparo, a verdade é que a taxa com que hoje os investidores credores de Portugal trocam obrigações nacional está bastante mais elevada, seguindo em máximos de 2014, ainda antes de o país ter protagonizado uma saída limpa do programa de resgate da troika. E serão estas taxas que servirão de referência para leilões que o país venha a realizar daqui em diante.

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CGD já arrancou com emissão de dívida

Paulo Macedo tinha dito que ia arrancar em breve com a emissão de dívida subordinada. Já está no mercado a fazê-lo. Contratou bancos para um roadshow que arranca dia 20.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já está no mercado para realizar a emissão de dívida subordinada prevista no âmbito do programa de recapitalização. O banco estatal, liderado por Paulo Macedo, já contratou os bancos para um roadshow que terá início a 20 de março, a próxima segunda-feira.

Segundo a Bloomberg, o banco mandatou cinco bancos de investimento para esta primeira de duas tranches de dívida de elevada subordinação necessária para reforçar os rácios de capital. CaixaBI, Barclays, Citi, Deutsche Bank e JPMorgan vão promover a emissão da CGD no valor de 500 milhões de euros.

A CGD tem de atrair investidores institucionais para esta dívida. E Paulo Macedo está otimista quanto ao sucesso da operação. “Se não houver nenhuma alteração radical — apesar das eleições [na Europa] e da volatilidade — a emissão será feita com êxito”, disse o responsável na apresentação das contas de 2016 em que o banco registou os maiores prejuízos de sempre. E voltou hoje a reforçar este otimismo. “Há um ambiente muito positivo em torno desta operação. Estamos confiantes“, disse o gestor aos jornalistas, à margem da atribuição dos prémios de empreendedorismo da CGD, em Lisboa, onde destacou a forte procura de investidores institucionais.

“Vamos realizar a emissão de dívida altamente subordinada de 500 milhões de euros até ao final de março e depois temos de fazer uma emissão adicional de 430 milhões num prazo de 18 meses”, revelou Paulo Macedo na apresentação dos resultados. Agora, a CGD já está no mercado para colocar estes títulos que tendo em conta o elevado risco que acarretam, têm taxas elevadas.

A CGD vai colocar estes títulos perpétuos com um cupão de 5,125%, de acordo com a informação avançada pela Bloomberg, que cita um fonte próxima da operação que não quis ser identificada. E esta emissão será feita através do Luxemburgo, avança o Expresso na sua edição diária (acesso pago), para ser mais rápida, já que neste país o nível de exigência em termos de informação a prestar em operações deste tipo é muito menos apertado do que o exigidos pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Este é o cupão, mas o custo para o banco deverá ser mais próximo dos 10%. Como? Terá de vender os títulos com um valor inferior ao par, ou seja, aquém dos 100.

“Só emite dívida subordinada quem tem de emitir. Porque é uma dívida que tem características de remuneração elevadas e que pesa no balanço dos bancos”, explica o gestor na apresentação de contas. Tendo em conta o nível de risco destes títulos, o rating desta emissão deverá ser de “B-“, sendo atribuído pela Fitch. Ou seja, é “lixo”.

(Notícia atualizada às 20h51 com declarações de Paulo Macedo)

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Rainha de Inglaterra dá ok a lei que permite iniciar Brexit

A rainha de Inglaterra concedeu formalmente o poder de iniciar o Brexit à primeira-ministra britânica, Theresa May, dando seguimento ao resultado do referendo realizado a 23 de junho de 2016.

A Rainha Isabel II de Inglaterra.BLOOMBERG NEWS

A rainha de Inglaterra concedeu formalmente o poder de iniciar o Brexit à primeira-ministra britânica, Theresa May. Esta quinta-feira, a Rainha Isabel aprovou a legislação que tinha passado nas câmaras do Parlamento na segunda-feira. A notícia é avançada pela agência Reuters. A legislação permite que May acione o artigo 50, o primeiro passo para que se iniciem as conversações relacionadas com a saída do Reino Unido da União Europeia.

O anúncio foi feito pelo porta-voz da Câmara dos Comuns, John Bercow, que confirmou que Theresa May pode começar as conversações do divórcio a qualquer momento. O prazo que a primeira-ministra tinha dado pode assim ser cumprido dado que a meta era o final de março, sendo essa também a expectativa das instituições europeias. Espera-se que o processo dure dois anos, mas pode alongar-se mais tempo caso as negociações sejam duras. O Governo inglês não revelou a data precisa da notificação, mantendo contudo que esta acontecerá até ao final do mês de março.

A libra está a ceder 0,31% esta quinta-feira face ao dólar. A divida britânica tem sido uma das principais vítimas do resultado do referendo britânico, acumulando desde a data da sua realização uma desvalorização de 19% face ao dólar. Já na segunda-feira, com a lei a ser aprovada no Parlamento, a libra tinha desvalorizado para valores perto do mínimo verificado em janeiro, altura em que May revelou o seu plano para um Brexit “duro”. Apesar da queda desta quinta-feira, a libra está acima desse valor mínimo de três décadas.

(Notícia atualizada às 11h23)

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Joss Stone e Sara Sampaio ‘viajam’ na Douro Azul

Mário Ferreira volta a apostar em estrelas internacionais para batizar os dois novos navios da Douro Azul. A Sara Sampaio junta-se a cantora britânica Joss Stone.

 

Depois de conhecido o nome da Sara Sampaio como madrinha de um dos novos barcos da Douro Azul, o Douro Serenety, o ECO sabe que a escolha do empresário Mário Ferreira para a segunda embarcação, o Douro Elegance, recaiu na cantora britânica Joss Stone.

A moda e a música juntam-se assim às novas “coqueluches” da Douro Azul, cuja inauguração está prevista para 25 de março. Mário Ferreira volta assim a escolher “estrelas internacionais” para fazer o batismo das duas embarcações que, desde 11 de março, já estão atracadas no cais de Gaia, depois de, em março de 2013, ter trazido até ao Porto as atrizes de Hollywood, Sharon Stone e Andie MacDowell para fazerem o batismo do Queen Isabel e Ama Vida.

O racional económico da escolha

A escolha das duas novas “madrinhas” das embarcações da Douro Azul não foi feita ao acaso. As opções têm subjacente um “racional económico”.

O Douro Serenty, navio-hotel cuja madrinha será o “anjo” português da Victoria’s Secret, vai operar cruzeiros das operadoras internacionais Vantage e Always. A Vantage é uma operadora norte-americana, pelo que a escolha teria que recair sobre uma cara conhecida naquele mercado. É o caso de Sara Sampaio.

Já o Douro Elegance, que terá como madrinha a cantora Joss Stone, será operado em exclusivo, durante cinco anos, pelo grupo Riviera Travel. As vendas estão centradas no mercado inglês, daí a escolha da cantora britânica.

Joss Stone é cantora e compositora inglesa de soul e R&B tendo vendido mais de 14 milhões de álbuns em todo o mundo.

As duas embarcações que foram construídos pela West Sea, empresa detentora dos estaleiros navais de Viana do Castelo, detida pelos irmãos Carlos e Jorge Martins, da Martifer, deverão realizar uma receita anual de oito milhões ao ano.

A Douro Azul investiu 13 milhões de euros em cada um dos navios, tendo cada um deles capacidade para 126 passageiros.

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Quer ter um restaurante no Terreiro do Paço? Entre na corrida

  • ECO
  • 16 Março 2017

A Associação de Turismo de Lisboa abriu um concurso para concessão de um espaço de restauração no Terreiro do Paço, na capital portuguesa.

Quer ter um restaurante no Terreiro do Paço? Tem até 12 de abril para apresentar a sua proposta, por carta fechada, à Associação de Turismo de Lisboa, que abriu um concurso para concessão de um espaço de restauração na Ala Poente do Terreiro do Paço.

O espaço para concurso conta com uma área bruta (no interior) de 217 metros quadrados e uma esplanada com cerca de 220 metros quadrados.

No site www.visitlisboa.com, quem queira concorrer à concessão do espaço pode consultar todos os termos e condições do concurso no respetivo caderno de encargos. A restante documentação de interesse encontra-se disponível na sede da ATL, na Rua do Arsenal n.º 23, em Lisboa, e pode ser levantada nos dias úteis durante o horário de expediente, entre as 9h30 e as 19h.

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Holanda: Ações sobem e os juros da dívida caem

As ações europeias estão em máximos de 15 meses e os juros da dívida aliviam (em Portugal não). É o espelho do resultado eleitoral na Holanda e da reunião da Fed.

Foi uma quarta-feira que terminou bem, e cujos efeitos se sentem hoje nos mercados financeiros. As principais bolsas mundiais conhecem ganhos nesta sessão, avanços que se alastraram também às praças bolsistas do Velho Continente, com as ações europeias a negociarem em máximos de 15 meses, ao mesmo tempo que os juros da dívida soberana aliviam para a maioria dos países. Tudo graças à Fed e à Holanda.

A subida dos juros pela Reserva Federal (Fed) dos EUA sem que, no entanto, tenha sido mexido o ritmo previsível para futuros incrementos das taxas na maior economia do mundo, e a vitória do partido no poder das eleições legislativas, com os eleitores a virarem costas ao populismo, funcionou como um bálsamo para os investidores que melhoraram o seu sentimento relativamente ao mercado europeu.

Ações Europeias em máximos de 15 meses

Fonte: Bloomberg

“O voto holandês foi considerado um teste decisivo para as eleições ao longo do resto da Europa”, escreveu Kathleen Brooks, diretora de investimentos da City Index numa nota enviada a clientes, antecipando que “a expectativa é de que os franceses irão fazer o mesmo que os holandeses e rejeitar os seus próprios candidatos da extrema-direita”. Apesar de perder mandatos face ao resultado eleitoral alcançado em 2012, o partido do primeiro-ministro Mark Rutte venceu as legislativas desta quarta-feira com uma margem folgada, derrotando assim o Partido da Liberdade, liderado pelo populista Geert Wilders.

Apesar de perder mandatos relativamente às eleições de 2012, o partido do primeiro-ministro Mark Rutte venceu as legislativas de ontem com margem folgada, derrotando assim o anti-União Europeia Partido da Liberdade, liderado pelo populista Geert Wilders.

É perante este cenário que o Stoxx Europe 600 — índice que agrega as 600 principais capitalizações europeias — acelera 0,7%, para os 377,74 pontos, atingindo assim a fasquia mais elevada dos últimos 15 meses. O índice está a ser apoiado pelo desempenho dos setores mais ligados precisamente ao crescimento económico. Uma subida em linha com a aceleração registada pelo índice bolsista de referência holandês — o AEX — que valoriza 0,74%.

As praças europeias estão, contudo, também a reagir de forma positiva ao resultado da reunião da Fed que ditou mais uma subida dos juros — a terceira desde que a autoridade monetária liderada por Janet Yellen iniciou o processo de normalização de política monetária — mas, ao mesmo tempo, foi mantida a intenção de realizar apenas mais duas subidas das taxas em 2017. Esta decisão acabou por antecipar alguma instabilidade, o que agradou aos investidores europeus. “A Fed fez algo positivo ao sinalizar que vai subir os juros, mas sem destruir o mercado global de ações“, afirmou a esse propósito Norihiro Fujito, estratega de investimentos da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities, citado pela Bloomberg.

Juros soberanos europeus em queda. Mas os portugueses não

O sentimento positivo também inundou o mercado da dívida. Os juros soberanos europeus seguem com uma tendência generalizada de queda no mercado secundário. A dívida nacional é das poucas exceções. Os juros soberanos nacionais seguem em alta na generalidade das maturidades, sendo que no prazo a 10 anos estão a ser atingidos máximos de março de 2014. A yield nacional nesse prazo avança perto de 26 pontos base, para os 4,249%.

Uma evolução que contrasta face ao rumo dos juros soberanos dos restantes países periféricos, que aliviam na generalidade das maturidades. O mesmo sentimento é seguido pela dívida francesa, já que o resultado alcançado nas legislativas holandesas representa um sinal positivo para as eleições presidenciais que decorrem em França já no próximo mês. A vitória da candidata anti-euro, Marine Le Pen, parece estar agora mais distante. As apostas numa vitória da candidata de extrema-direita caíram em torno de um ponto percentual, para 29,3%, no seguimento do resultado holandês. Os juros soberanos europeus também estão a beneficiar do resultado da reunião da Fed.

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Inflação na Zona Euro confirmada nos 2,0% em fevereiro

  • Lusa
  • 16 Março 2017

Eurostat confirmou hoje que a taxa de inflação homóloga da zona euro em fevereiro foi de 2,0%, divulgando ainda a do conjunto da União Europeia (UE), que se fixou nos 1,9%.

O boletim hoje divulgado pelo gabinete oficial de estatísticas da UE confirmou a estimativa rápida da inflação homóloga de fevereiro nos 2,0%, que se comparam com os 1,8% de janeiro e os -0,2% de fevereiro de 2016, tendo atingido a meta fixada pelo Banco Central Europeu.

Na UE, os preços subiram 1,9%, face aos 1,7% de janeiro e aos -0,1% de fevereiro do ano passado.

Em fevereiro, as menores taxas de inflação foram registadas na Irlanda (0,3%), na Roménia (0,5%), na Bulgária e na Dinamarca (0,9% cada).

As maiores subidas nos preços observaram-se na Estónia (3,4%), na Bélgica (3,3%), na Letónia e na Lituânia (3,2% cada).

Face a janeiro, a taxa de inflação homóloga recuou em três Estados-membros e aumentou noutros 24 (não há dados ara o Reino Unido).

Em Portugal, os preços aumentaram 1,6% face aos 1,3% de janeiro e aos 0,2% de fevereiro de 2016.

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Revista de imprensa internacional

Depois do alívio na Holanda, as atenções continuam voltadas para os EUA, mas também para o Brexit. É do Reino Unido que chega uma novidade: haverá novo regulador para evitar a lavagem de dinheiro.

Trump tem dois muros: um no sistema judicial que, pela segunda vez, travou o decreto anti-imigração “mais suave” que o presidente dos Estados Unidos tinha anunciado no início da semana passada; e outro muro por construir, que o próprio disse que seria o México a pagar, mas para o qual vai pedir quatro mil milhões de dólares ao Congresso norte-americano.

CNBC

EUA: Juiz trava novo decreto anti-imigração

O segundo decreto anti-imigração de Donald Trump foi travado por um juiz federal do Estado do Havai, pouco tempo antes de entrar em vigor. A nova investida da Casa Branca foi conhecida no início da semana passada e — apesar de ter reformulado o decreto, retirando o Iraque e tornando a sua ação mais limitada — o facto de banir de novo a entrada de cidadãos de seis países muçulmanos levou a uma decisão semelhante à já tomada em relação ao primeiro decreto.

Além disso, as declarações do próprio Presidente devem colocá-lo numa situação difícil em termos judiciais: “Esta é uma versão mais leve da primeira”, afirmou Trump depois de conhecer a decisão do juiz Derrick Watson, sugerindo que a intenção é a mesma. É essa a conclusão também da senadora democrata, Elizabeth Warren, forte oponente da administração Trump.

Leia a notícia completa aqui. [Conteúdo em inglês / Acesso gratuito]

MarketWatch

Trump vai pedir 4 mil milhões de dólares para construir o muro

No plano orçamental para o próximo ano — que Trump deverá apresentar esta quinta-feira — constará uma verba de quatro mil milhões de dólares para começar a construção do muro entre os Estados Unidos e o México, que o atual Presidente tinha dito que seria o Governo mexicano a pagar. Serão vários os pedidos orçamentais que a Casa Branca entregará no Congresso norte-americana: entre esses pedidos estará um pedido de 1,5 mil milhões ainda dentro do Orçamento de 2017 e mais 2,6 mil milhões para 2018. Estima-se que o muro deverá custar entre 12 e 21 mil milhões de dólares.

Leia a notícia completa aqui. [Conteúdo em inglês / Acesso gratuito]

Financial Times

Presidente filipino em risco de impeachment

Os inimigos de Rodrigo Duterte estão a fazer campanha para que o presidente filipino seja alvo de um processo de impeachment que o retirará do cargo. Os oponentes ao atual presidente das Filipinas alegam o envolvimento em corrupção e abuso de poder, algo que os aliados do líder filipino recusam. O eco internacional das Filipinas não ajudam a imagem do presidente: desde que tomou posse, o país está em plena guerra contra as drogas — uma das suas promessas da campanha — tendo já morrido milhares de pessoas. Já foram mortos dois jornalistas desde que Duterte é presidente.

Leia a notícia completa aqui. [Conteúdo em inglês / Acesso pago]

Bloomberg

Uber arrecada vitória judicial em França

A empresa norte-americana venceu uma disputa judicial em França que colocaria em causa o seu modelo de negócio. Ao ganhar o processo, a Uber vai continuar a poder não classificar os seus motoristas como trabalhadores próprios, dado que esses funcionários são de outras empresas, tal como acontece em Portugal. A empresa argumentou que os condutores são trabalhadores independentes e que, por isso, não deve ser a Uber a pagar as contribuições para a segurança social.

Leia a notícia completa aqui. [Conteúdo em inglês / Acesso gratuito]

Business Insider

Reino Unido vai criar novo regulador

Não é só em Portugal que o tema dos supervisores financeiros tem sido discutido, com mudanças anunciadas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno. Os britânicos também vão ter um novo regulador para evitar que existam buracos na legislação que permitam a lavagem de dinheiro por parte de criminosos e terroristas. Vai chamar-se Office for Professional Body Anti-Money Laundering Supervision (OPBAS) e começará a trabalhar em 2018. Segundo o Tesouro inglês, o problema custa ao Reino Unido, pelo menos, 24 mil milhões de libras por ano.

Leia a notícia aqui. [Conteúdo em inglês / Acesso gratuito]

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Presidente do PSA, Carlos Tavares, proposto para conselho da petrolífera Total

  • Lusa
  • 16 Março 2017

Nome do presidente do fabricante automóvel PSA Peugeot Citroen, Carlos Tavares, vai a votos na reunião de 26 de maio.

O conselho da Total esteve reunido para preparar a assembleia-geral e, em particular, uma série de mudanças de administradores, dado que dois deles, cujo mandato termina agora, Paul Desmarais e Barbara Kux, não pretendem continuar, explicou a empresa em comunicado.

Para os substituir serão propostos aos acionistas os nomes do chefe executivo da Anglo American, o australiano Mark Cutifani, e o português Carlos Tavares.

Os administradores da Total justificaram ter escolhido Carlos Tavares por considerar que “irá oferecer, particularmente ao conselho, o seu conhecimento do mundo da indústria e do setor dos transportes terrestres”, muito ligado ao do petróleo e do gás.

Já relativamente a Mark Cutifani destacaram “o seu conhecimento da indústria e da economia cíclica das matérias-primas”, bem como a sua “experiência profissional” em vários países onde a sua empresa atua: Austrália, África do Sul, Brasil, Canadá e Reino Unido.

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Carlos Costa e Vieira da Silva acertam supervisão da situação do Montepio

O governador do Banco de Portugal e o ministro do Trabalho, que está responsável pela Associação Mutualista Montepio Geral, estão a acertar a forma de atuar no banco Montepio.

Depois de, no sábado, o Expresso ter noticiado que o Banco de Portugal produziu um relatório repleto de alertas sérios para o Montepio, o caso tem estado na agenda mediática. Segundo o Jornal de Negócios, o próprio governador tomou a iniciativa de contactar o ministro do Trabalho, estando as duas entidades neste momento a acompanhar de perto a situação do banco e da associação mutualista que o detém, cuja supervisão é feita pelo Governo. Carlos Costa e Vieira da Silva querem que as duas instituições se separem.

O jornal revela que a atuação do Banco de Portugal teve origem na administradora com o pelouro da supervisão, a ex-eurodeputada Elisa Ferreira, que contactou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, uma vez que é o supervisor do único acionista do banco, a Associação Mutualista Montepio Geral. Tudo indica que vai haver uma autonomização da caixa económica face à associação mutualista, algo que, segundo o Jornal de Negócios, o Banco de Portugal impõe ao banco desde 2015. O nome e marca da instituição financeira devem mudar.

Tal como o ECO tinha noticiado esta quarta-feira, o Montepio pode implementar um plano B para que não tenha de aumentar o capital de modo a cumprir as exigências de solidez, que vão passar de 10% para 11%. Esta diferença equivale a uma injeção de capital de 150 milhões de euros, mas existem quatro pontos específicos onde o banco poderá ter um benefício de 0,25 pontos base por cada um, se os cumprir nos termos definidos pelo regulador.

  1. Transformação do regime jurídico do banco em Sociedade Anónima, o que permite a entrada de novos acionista;
  2. Desalavancagem da exposição aos bancos que tem em Moçambique (Banco Terra) e em Angola (Finibanco Angola);
  3. Cumprimento do plano de venda de imobiliário;
  4. Venda de ativos NPL (Non Performance Loans), ou seja, crédito malparado.

José Félix Morgado está a trabalhar de forma intensa para garantir estas quatro operações e evitar a necessidade de um aumento de capital, desde logo por causa da situação financeira do próprio acionista, a Associação Mutualista: esta terça-feira o Público noticiou que tinha capitais próprios negativos de 107,53 milhões de euros, apesar de o presidente da instituição, Tomás Correia, ter garantido que não há perigo de falência.

A transformação em Sociedade Anónima está em curso, depois da mudança de estatutos da Caixa Económica e o processo deverá estar concluído em maio. Já o segundo ponto, relacionado com a exposição a África — uma exigência que o Banco Central Europeu já tinha feito ao BPI — só deverá estar concluído no final do ano.

De acordo com os objetivos da administração do banco para os próximos três anos, as vendas de imobiliário deverão atingir, em média, os 230 milhões de euros por ano. Já sobre a venda de crédito malparado, Félix Morgado está a trabalhar na alienação de um pacote de mil milhões de euros, em parceria com a JP Morgan, que deverá estar concluída em julho.

Depois de serem fixados os objetivos de rácio de capital total, o Montepio deverá ser obrigado a fazer uma emissão de obrigações subordinadas, na sequência das exigências do Banco de Portugal e das que são decididas pelo BCE para os bancos que supervisiona. A gestão do banco não sabe ainda a data dessa emissão, mas admite que só venha a realizar-se em 2018.

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Lisboa acelera com Sonae a disparar 3%

A praça lisboeta acompanha os ganhos das pares europeias, com o mercado a receber com agrado o resultado eleitoral na Holanda e a subida de juros pela Fed.

A bolsa nacional abriu em alta, após um ciclo de quatro sessões consecutivas de perdas. O mercado acionista acompanhou o sentimento positivo que se assiste nas principais praças bolsistas euro peias e mundiais, um dia depois de os holandeses terem virado costas ao populismo nas eleições legislativas, preferindo apostar na continuidade, mas também após o anúncio de mais uma subida de juros pela Fed.

As praças bolsistas europeias dão seguimento aos ganhos registados pelas principais praças asiáticas, com o Stoxx Europe 600 a abrir a sessão desta quinta-feira com uma subida de 0,22%, para os 375,91 pontos.

Já o PSI-20 abriu a ganhar 0,54%, para os 4.597,31 pontos, suportado pelo avanço das ações da Sonae — a estrela do arranque da sessão –, mas sobretudo pela valorização dos títulos das energéticas EDP e Galp Energia.

As ações da retalhista são as que mais ganham na praça lisboeta — 2,74%, para os 86 cêntimos — depois de a empresa ter apresentado resultados que surpreenderam o mercado. Esta quinta-feira, antes da abertura do mercado, a empresa co-liderada por Ângelo Paupério e Paulo Azevedo anunciou que registou lucros de 215 milhões de euros, em 2016, um crescimento de 22,7% face ao exercício do ano anterior. Estes resultados superam as estimativas dos analistas do Barclays, Caixa BI e Fidentis. No mesmo sentido segue a Jerónimo Martins, cujas ações valorizam 0,45%, para os 15,68 euros.

Já os títulos dos pesos pesados EDP e Galp Energia avançam 0,57% e 0,74%, respetivamente, para os 2,85 euros e 13,64 euros, isto num dia que está a ser marcado por mais subidas das cotações do petróleo nos mercados internacionais. O brent londrino valoriza 1,31%, para os 52,49 dólares por barril. Nota positiva também para as ações do BCP que apreciam-se 1,2%, para os 16,02 cêntimos, e ainda para os títulos da Nos que avançam 0,56%, para os 4,86 euros.

Com sinal de menos referência para a desvalorização das ações da Mota-Engil que ajudam a travar o avanço do do PSI-20. Os títulos da construtora recuam 0,68%, para os 1,75 euros, depois de nesta quarta-feira, a empresa ter divulgado após o fecho do mercado o seu trading update relativo a 2016. Os indicadores preliminares não auditados divulgados incluem designadamente um volume de negócios no montante de 2,2 mil milhões de euros, o que representa uma redução de 9% em relação a 2015.

A pressionar o índice, referência ainda para a Corticeira Amorim, cujas ações perdem 0,62%, para os 9,74 euros. Com uma queda ligeira de 0,06% incluem-se também os títulos dos CTT, depois das respetivas ações terem sido alvo de uma redução do preço-alvo para finais de 2017 por parte do BPI. Este passou dos 6,80 para os 6,30 euros, mas a recomendação foi elevada de “neutral” para “comprar”.

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Holanda: “É importante unir novamente o país”, diz Mark Rutte

  • Lusa e ECO
  • 16 Março 2017

Os partidos europeus moderados respiraram de alívio com a derrota dos populistas holandeses. O primeiro-ministro holandês conseguiu a reeleição, mas terá de negociar com três partidos, no mínimo.

O partido liberal VVD liderado pelo atual primeiro-ministro holandês venceu as eleições de quarta-feira, ao conquistar 33 assentos, com 94,3% dos votos contados, abrindo-se a porta à formação de um Governo de coligação de centro-direita. No entanto, são precisos no mínimo quatro partidos para governar, caso se confirme que não há coligação com a extrema-direita. “Numa campanha, é inevitável que se evidenciem as diferenças, mas agora é importante unir novamente o país e formar um Governo estável para os próximos quatro anos”, disse Mark Rutte.

De acordo com a agência de notícias Efe, os lugares conquistados pelo Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, de direita), a par com os 19 obtidos tanto pelos democratas-cristãos como pelo partido Democracia D66, dariam lugar a um Executivo em minoria com 71 apoios. Para superar os 76 deputados que proporcionam a maioria absoluta na Câmara Baixa, com 150 membros, Mark Rutte poderá recorrer aos nove lugares dos trabalhistas (PvdA), que foram parceiros do Governo na anterior legislatura. Contudo, falta saber se o PvdA está disponível para o efeito, depois de quatro anos e meio de aliança e a perda de 29 assentos nestas eleições.

Apesar de o Partido da Liberdade (PVV, de extrema-direita) ter conquistado 20 assentos nestas eleições — contrariando as sondagens que a apontavam como a força mais votada –, a maioria das formações políticas manifestou durante a campanha eleitoral que não pretendia aliar-se com Geert Wilders. Depois de se ter ficado a saber que ficou colocado em segundo lugar nas eleições, Geert Wilders afirmou-se pronto para integrar o futuro Governo holandês caso seja convidado.

[A probabilidade de governar com Geert Wilders] não é de 0,1, mas sim de zero.

Mark Rutte

Primeiro-ministro holandês

“Eu gostaria de co-governar com o PVV, se isso for possível. Mas, se isso não acontecer, iremos apoiar o executivo onde for necessário, em temas que são importantes para nós”, declarou aos jornalistas o líder populista, com quem a maioria dos partidos prometeu não trabalhar. Mark Rutte, reeleito agora para um terceiro mandato à frente do Governo da Holanda, garantiu, nas semanas que antecederam o escrutínio, que a probabilidade de governar com Geert Wilders “não é era de 0,1, mas sim de zero”.

Em paralelo, também parece pouco provável uma aliança entre as forças de esquerda, apesar do crescimento do partido ecologista Groenlinks, que passou de quatro para 14 assentos no parlamento. O apoio dos 14 deputados pertencentes ao Partido Socialista (PS) seria insuficiente, se bem que o seu líder, Emile Roemer, pediu aos demais partidos de esquerda “para não irem atrás da direita” afirmando que será “emocionante” ver a cor do futuro Executivo.

O líder do VVD, que se prepara para iniciar o terceiro mandato como chefe do executivo holandês, anunciou que pretende dirigir, nos próximos anos, “mais dinheiro para a defesa, para o cuidado dos idosos e para as infraestruturas“. “Isso será, para os liberais, o mais importante nos próximos anos”, assegurou.

As reações

Com o medo que a onda de populismo afeta-se a Holanda, o mundo esteve de olhos atentos a estas eleições como não esteve em anos anteriores. Tanto que os próprios holandeses foram votar em massa — cerca de 82% de afluência às urnas, segundo as primeiras projeções — e decidiram confiar os seus destinos à direita holandesa, castigando a esquerda com a exceção dos Verdes que cresceram bastante.

Um dos derrotados da noite foi o atual presidente do Eurogrupo (crítico das finanças públicas portuguesas), Jeroen Dijsselbloem, até agora ministro das Finanças dos trabalhistas: “Temos enfrentado altos e baixos nos últimos meses. Continuaremos a reconstruir [a base de apoio] amanhã, com todos os nossos membros. Nós somos social-democratas, nunca desistiremos“, disse após saber que o seu partido ficou sem 29 deputados, que anteriormente lhe garantiam uma coligação governamental com os liberais.

As reações dos líderes europeus já fizeram eco no Twitter. É o caso do atual primeiro-ministro italiano que se congratulou por não haver um “Nexit” (adaptação de Brexit). “[Os partidos] anti-UE perderam as eleições na Holanda. [Tem de existir] um empenho comum para mudar e relançar a União”, escreveu. Já para o ex-primeiro-ministro sueco Carl Bildt existe uma onda “anti-Trump” na Europa, acrescentando uma análise dos votos por região da Holanda. O Governo alemão também reagiu deforma entusiástica à vitória de Rutte.

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que os resultados eleitorais na Holanda, onde foi reeleito o primeiro-ministro, são uma “boa notícia” para a Europa e para Portugal. “Aparentemente não há alteração no Governo. Continua a mesma linha europeia, a mesma linha moderada”, afirmou à margem da entrega dos prémios da Sociedade Portuguesa de Autores, em declarações transmitidas esta quarta-feira à noite pela rádio TSF, salientando que a “escolha do povo holandês” é “uma boa notícia para os parceiros como Portugal”, “para todos os que defendem uma Europa moderada, unida, coesa, forte”.

Governo português: resultado eleitoral na Holanda é “muito encorajador”

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou esta quinta-feira que o resultado eleitoral na Holanda é “muito encorajador”, destacando que foi “clamorosamente derrotada” a força que propunha “romper com a União Europeia e o seu modelo democrático e social”. “A força que claramente exprime a vontade de romper com a União Europeia e, sobretudo, de romper com o modelo económico e social que subjaz à União Europeia, que era o partido do senhor Wilders, foi clamorosamente derrotada”, afirmou à Lusa Augusto Santos Silva.

Antes, Santos Silva desejou uma “boa continuidade” ao partido vencedor das legislativas desta quarta-feira na Holanda – Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, de direita) -, cujo líder é o atual primeiro-ministro, Mark Rutte, que se prepara para formar o seu terceiro Governo. “Ao longo dos mandatos de Mark Rutte, temos tido muito boas relações”, comentou o chefe da diplomacia portuguesa.

“Este resultado inscreve-se numa sequência de resultados que vem mostrando que, quando a escolha é decisiva, quando se trata de nos pronunciarmos se queremos ou não continuar com processos de integração europeia, no respeito pelas diferentes religiões e pelas diferentes culturas, na promoção da ajuda pública ao desenvolvimento, no modelo social que caracteriza a Europa, os eleitores europeus têm dito que preferem continuar com a Europa, com a democracia, com a tolerância e com o modelo social”, sublinhou Santos Silva.

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