Itália aprova fundo de 21 mil milhões para salvar banca

O parlamento italiano aprovou esta quinta-feira a lei que vai permitir que bancos problemáticos como o Monte dei Paschi possam receber ajuda de um fundo de resgate de 21 mil milhões de euros.

Itália aprovou finalmente a lei que vai permitir que bancos problemáticos como o Monte dei Paschi possam recorrer a um fundo de resgate no valor de 21 mil milhões de euros. Os deputados italianos deram esta quinta-feira luz verde ao decreto-lei criado pelo Governo de Paolo Gentiloni em dezembro.

O fundo inclui garantias de liquidez de emergência e injeções de capital para os bancos em dificuldades em cumprimento das regras europeias de ajudas estatais. Adicionalmente, os bancos poderão recorrer a linhas de recapitalização de precaução com penalização para os seus obrigacionistas.

O Monte dei Paschi foi o primeiro banco a socorrer-se de fundos públicos depois de não ter convencido os investidores a colocar dinheiro no banco no final do ano passado. E por causa disso o Banco Central Europeu (BCE) forçou o banco mais antigo do mundo a procurar ajuda estatal para aumentar o seu capital em 8,8 mil milhões de euros. Entretanto, prosseguem as negociações sobre o novo plano de negócios do Monte dei Paschi que tem de ser aprovado pelas autoridades europeias.

Os bancos italianos enfrentam um problema de 360 mil milhões de euros de malparado — créditos concedidos com elevado risco de incumprimento.

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Cristas: Candidatura do PSD a Lisboa dá mais hipóteses a Medina

Se vencer as autárquicas, "as questões sociais" estarão no topo das prioridades de Assunção Cristas. Mas chegar a presidente de um concelho dominado pelo PS será "difícil", admite a líder do CDS.

A coligação PSD-CDS chegou ao fim — pelo menos, em Lisboa. E isso fragiliza a direita e dá mais hipóteses a Fernando Medina de ganhar as autárquicas. É Assunção Cristas quem o diz, em conversa no ECO Talks que decorreu esta quinta-feira.

Para Assunção Cristas, “é muito claro que, neste momento, os dois partidos têm a sua autonomia, a sua estratégia, o seu espaço”. O facto de Passos Coelho ter anunciado que o PSD terá um candidato a Lisboa “encerra definitivamente a questão” de uma possível coligação, ao mesmo tempo que traz um desafio. “Certamente que, com mais uma candidatura à direita, Fernando Medina fica mais garantido na possibilidade de continuar na Câmara de Lisboa“, admitiu a líder do CDS.

Aliás, salienta, “quem está em posição de continuar mandatos, normalmente continua”, daí que exista uma lei de limitação de mandatos”, recorda. “No plano autárquico a tendência é haver uma continuidade”, reforça.

Seja como for, Assunção Cristas já está em modo pré-campanha para a presidência da Câmara de Lisboa. E quer ganhar. A líder do CDS está convicta de que poderá fazer um “muito bom trabalho” na capital, ainda que reconheça que a vitória não será fácil. Não só pela fragmentação da direita, mas, sobretudo, porque o concelho é dominado pelo PS.

Trabalharei intensamente para que os lisboetas possam olhar para mim como uma presidente da Câmara de Lisboa. Gostaria muito de o fazer e acho que o faria bem”, sublinhou. Contudo, admite, não será fácil. “Temos um PS que domina a cidade, que em 24 freguesias tem 18. E com obra feita. É um objetivo muito difícil de atingir”. Sobretudo, quando o CDS vai sozinho à corrida pela capital. “Já seria difícil com o PSD, com candidaturas separadas ainda mais difícil se torna”, admite.

Questionada sobre o trabalho de Fernando Medina, a líder centrista concede que “a cidade está a mudar”. Mas a pergunta, para Assunção Cristas, não devia ser essa. “A pergunta é se essa é a urgência e a prioridade para a cidade. Tenho as maiores dúvidas. Quando vemos as praças, que estão bem e onde vamos gostar de estar, não nos podemos esquecer que estamos numa das cidades mais envelhecidas da Europa, onde há muitos idosos a viver em prédios sem elevador que não têm sequer hipótese de descer e ver a praça. É sobre essa cidade que não vejo ação”, critica.

Por isso mesmo, sublinha, “certamente que as questões sociais estão no topo das minhas prioridades“. O que não significa que não haverá espaço para atacar outras áreas. “Obviamente que o meu programa cobrirá todas as áreas”. Desde logo, a habitação e a mobilidade serão dois aspetos chave da candidatura de Cristas, que critica a atuação do atual presidente da Câmara nesta área. “Fernando Medina começou uma guerra aos carros sem garantir que há uma alternativa, e isso é desrespeitoso“, atira.

Carris: Investimento anunciado deixa Cristas desconfiada

Sobre a passagem da Carris para a tutela municipal, a candidata à Câmara de Lisboa pelo CDS-PP começa por criticar Fernando Medina por anunciar “investimentos acima do dinheiro que aparentemente tem projetado”. Embora concorde que é preciso renovar frotas, Assunção Cristas acusa: “Não se percebem os anúncios que [Medina] já fez”.

Se o investimento anual anunciado por Fernando Medina é de 20 milhões de euros, e “o fundo de mobilidade previsto para financiar a Carris só tem um orçamento de 15 milhões, ficam a faltar cinco milhões”, afirma Cristas. “A questão é saber como é que isto se vai pagar”.

Reveja aqui o ECO Talks com Assunção Cristas.

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CDS a favor de Portela+1 mas quer ver estudos

  • Marta Santos Silva
  • 16 Fevereiro 2017

"Acho extraordinário ver o primeiro-ministro dizer que já foi tudo estudado e agora temos de agir, mas os estudos não nos são enviados", afirma Assunção Cristas.

Os planos para criar um aeroporto complementar do Montijo, previstos no memorando de entendimento assinado ontem entre o Governo e a Vinci, não encontram resistência de princípio junto da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, visto que a posição do partido tem sido há anos favorável a um projeto ‘Portela+1’, ou seja, a manutenção do Aeroporto Humberto Delgado como a principal estrutura aeroportuária de Lisboa, com uma estrutura de apoio. No entanto, Cristas quer ter acesso aos estudos que demonstram a viabilidade do Montijo e o esgotamento próximo da Portela.

“Temos pedido que o Governo disponibilize essa informação. Custa-me muito discutir o assunto com seriedade sem ter a informação, gostava muito de ter um documento para discutir, para escrutinar”, afirmou a líder do CDS e candidata à Câmara de Lisboa, entrevistada no ECO Talks desta quinta-feira. “Acho extraordinário ver o primeiro-ministro dizer que já foi tudo estudado e agora temos de agir, mas os estudos não nos são enviados”.

No entanto, Assunção Cristas reitera a posição do CDS de que a opção ‘Portela+1’ é a mais sensata, por representar um investimento mais razoável e uma manutenção do aeroporto dentro da cidade, que considera “um dos fatores de grande competitividade e interesse de Lisboa”.

Sobre se o Montijo será a melhor opção, afirma não querer pronunciar-se sobre o assunto sem ver os estudos que demonstrem a escolha do Governo. “Não tenho preferências nesta matéria”, declara.

“Já o alargamento do horário dos voos em Lisboa, não posso achar bem enquanto não temos uma solução. Se for uma solução transitória, de remendo, pode ser no limite aceitável”, disse. “Agora se vamos fazer isto enquanto o resto não está pensado, acho péssimo, até porque é uma degradação da qualidade de vida dos lisboetas”.

Veja aqui a entrevista completa de Assunção Cristas no ECO Talks:

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Grécia: BCE mantém limite de provisão de liquidez de urgência

  • Lusa
  • 16 Fevereiro 2017

Manutenção do limite máximo do mecanismo de provisão de liquidez de urgência em 46.300 milhões de euros reflete a estabilização da liquidez do sistema bancário.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje, a pedido do Banco da Grécia, em 46.300 milhões de euros o limite máximo de créditos que os bancos gregos podem pedir através do mecanismo de provisão de liquidez de urgência.

Segundo informou hoje o Banco da Grécia em comunicado, esta manutenção do limite máximo do mecanismo de provisão de liquidez de urgência (ELA, Emergency Liquidity Assistance) em 46.300 milhões de euros até 9 de março para os bancos gregos reflete a estabilização da liquidez do sistema bancário, tendo em conta a manutenção dos depósitos do setor privado.

Desde que o BCE voltou a aceitar, em finais de junho do ano passado, a dívida grega, o limite máximo do ELA desceu, porque os bancos puderam voltar a recorrer a este instrumento para adquirir liquidez.

O ELA foi neste período praticamente o único canal pelo qual os bancos podiam aceder a financiamentos de forma excecional e a curto prazo através do Banco da Grécia, ainda que a uma taxa de juro de 1,55%, muito acima da praticada pelo BCE nas operações ordinárias de refinanciamento, atualmente em 0,0%.

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STI pede hoje alargamento do prazo para validar faturas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Fevereiro 2017

Sindicato diz que houve algumas dificuldades no acesso à plataforma ontem à noite.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) vai pedir hoje ao Ministério das Finanças que alargue o prazo de validação das faturas, depois de ter detetado alguns problemas no acesso à plataforma ontem à noite.

Ao ECO, Paulo Ralha diz que recebeu reclamações de contribuintes, que sentiram dificuldades em validar as suas faturas já na reta final do prazo: 15 de fevereiro. Porém, não sabe a verdadeira dimensão deste universo: “Se foram só meia dúzia ou milhares”. Neste último caso, “já se justifica” um alargamento do prazo, diz.

A intenção do presidente do STI já tinha sido noticiada pela Rádio Renascença.

As faturas que foram validadas até ontem são tidas em conta no cálculo do IRS. À Lusa, a Autoridade Tributária e Aduaneira garantiu que a página e-fatura esteve sempre disponível. Isto apesar de a agência ter tentado por diversas vezes aceder à página, sem sucesso.

“A AT (Autoridade Tributária) não identificou qualquer indisponibilidade, estando contudo a infraestrutura de suporte a estes sistemas reforçadas. A AT encontra-se a monitorar em permanência”, refere a resposta à Lusa.

Paulo Ralha espera que haja “sensibilidade” por parte do Ministério das Finanças para estender o prazo, mas acrescenta: mesmo que o pedido não seja acatado, os contribuintes podem sempre corrigir os valores das faturas no momento de entrega da declaração de IRS. Terão no entanto de as guardar, para eventual prova.

Antes disso, entre 1 e 15 de março, os contribuintes podem consultar e reclamar as despesas gerais e com direito à dedução do IVA pela exigência da fatura entretanto comunicadas à AT.

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Cristas: Já houve melhores propostas para Novo Banco

  • Marta Santos Silva
  • 16 Fevereiro 2017

Assunção Cristas é contra a nacionalização da instituição e afirma que o Governo deveria ser mais claro sobre as suas intenções para o Novo Banco.

Para Assunção Cristas, a nacionalização do Novo Banco ou uma fusão com a Caixa Geral de Depósitos não seria uma solução aceitável. Já para vender a instituição, podem já ter havido melhores condições do que as atuais, afirmou a líder do CDS-PP entrevistada esta quinta-feira no ECO Talks.

A líder centrista afirma que uma fusão do Novo Banco com a Caixa Geral de Depósitos seria um esforço demasiado grande para os contribuintes. “Considero extraordinário que os partidos da esquerda achem que os contribuintes é que têm de vir resgatar o Novo Banco”, acusou. Para Assunção Cristas, a Caixa deve ser “um banco 100% público”, mas a nacionalização do Novo Banco já representa “uma posição que não é a nossa”.

Assunção Cristas pretende que o primeiro-ministro seja mais claro acerca das intenções do Governo. “O Governo tem sido muito esquivo”, acusa. “Se uma das soluções pudesse ser a da nacionalização, isso seria uma decisão política. O Governo tem de vir dizer se sim ou se não, e o que é que isso significa para os contribuintes”.

Se uma das soluções pudesse ser a da nacionalização, isso seria uma decisão política. O Governo tem de vir dizer se sim ou se não, e o que é que isso significa para os contribuintes.

Assunção Cristas

Líder do CDS-PP

A venda do Novo Banco, a opção preferida pela líder do CDS-PP, talvez já pudesse ter acontecido em melhores condições, afirma. “Visto com distância, não sei se não foi perdida uma oportunidade quando houve em cima da mesa uma proposta bem melhor do que as que há hoje“, sugeriu.

Reveja aqui o ECO Talks com Assunção Cristas:

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Cristas: Centeno “nunca fala da dívida”

  • Marta Santos Silva
  • 16 Fevereiro 2017

O Governo não se bateu para sair do PDE ainda em 2016 "porque não lhe interessava", acusa a líder centrista. Já as melhorias no mercado de trabalho resultam das reformas do Executivo de Passos Coelho.

A notícia de que o défice deverá ficar abaixo dos 2,1% do PIB não impressiona a líder do CDS-PP. Para Assunção Cristas, “é importante sabermos como é que lá se chega e conhecer a qualidade que está subjacente a esse défice”, e criticou o corte no investimento público feito pelo Governo de António Costa assim como a inversão da evolução da dívida, que “não está a descer como deveria estar”.

Assunção Cristas, entrevistada esta quinta-feira no ECO Talks, aproveitou para afirmar que “o mundo de Mário Centeno não está assim tão cor-de-rosa porque ele nunca fala na dívida”. Para a líder do CDS-PP, não está a ser dado destaque suficiente à trajetória da dívida pública, que estava a descer no final do governo PSD-CDS de Pedro Passos Coelho e que, agora, “não está a descer como poderia estar”. Também os números do crescimento, que se revelaram acima das expectativas da Comissão Europeia, são insuficientes para Cristas, que rejeita que a conjuntura internacional tenha mudado para pior desde a estimativa inicial de António Costa de crescer 2,4% em 2016.

E a saída do Procedimento por Défice Excessivo, a vigilância mais atenta em que Portugal foi colocado pelas autoridades europeias devido ao seu défice acima de 3%? Para a líder centrista, importava que António Costa se tivesse batido em Bruxelas para uma saída ainda em 2016, mas “interessava dizer que 2016 era o primeiro ano em que ficava abaixo de 3%”, acusa. “O Governo errou muito, a meu ver”.

Assunção Cristas também vê com maus olhos a subida dos juros da dívida soberana, uma preocupação que diz ser generalizada já que “voltou a ser notícia a ida do país ao mercado para se financiar”. O aumento dos juros, que ultrapassaram em janeiro e se têm mantido acima do limiar dos 4% a dez anos, é “um sinal gravíssimo” para a líder do CDS-PP.

Sucesso no emprego é resultado das reformas PSD-CDS

Sobre a criação de 100 mil postos de trabalho em 2016 e a descida da taxa de desemprego, Assunção Cristas propõe uma explicação: “Tem muito possivelmente a ver com as reformas laborais feitas pelo anterior Governo”. Reformas essas que afirmou estarem em risco devido à vontade dos partidos mais à esquerda que suportam o Governo de “mexer nessa área”.

“Se não é a economia que está a proporcionar um grande crescimento de postos de trabalho, provavelmente terá a ver com as circunstâncias regulatórias” criadas pelo Executivo PSD-CDS, propõe Cristas, que defende a “estabilidade laboral” — sem mexidas no Código do Trabalho, como propõe o Bloco de Esquerda.

Veja aqui a conferência ECO Talks completa:

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Cristas admite pedir audiência a Marcelo

Assunção Cristas caracteriza as polémicas em torno da CGD como um "processo trapalhão" e acredita que, se tivesse acontecido noutro país, "já não haveria um ministro das Finanças em função".

O caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e da troca de correspondência entre Mário Centeno e António Domingues está longe de estar encerrado. Convidada no ECO Talks esta quinta-feira, Assunção Cristas critica a atuação do Governo num processo que classifica de “trapalhão” e não exclui a possibilidade de pedir uma audiência ao Presidente da República para esclarecer alguns pontos desta polémica, nomeadamente a recusa dos partidos da esquerda em admitir os documentos enviados pelo presidente demissionário da CGD.

“Parece-me bastante claro que o caso não está encerrado. Do ponto de vista do CDS, é nosso dever escrutinar o Governo. Parece-nos grave que alguém vá a uma comissão de inquérito e não diga toda a verdade“, começa por dizer a líder centrista. Aliás, acrescenta, “é claro que, pelo menos em alguns pontos, já mentiu”.

Exemplo disso foi o momento em que Mário Centeno disse que não havia troca de correspondência com António Domingues quando o CDS requereu estes documentos. “O ministro disse que não havia correspondência, o dr. António Domingues enviou um conjunto comunicações que, agora, não pode ser usado porque as esquerdas se uniram para bloquear o acesso a estes documentos“.

Questionada sobre como pretende resolver este “bloqueio à informação”, que “não é admissível em democracia”, Assunção Cristas diz que não exclui pedir uma audiência a Marcelo Rebelo de Sousa “para discutir estas questões do funcionamento do Parlamento”.

Sobre a manutenção de Mário Centeno no cargo, Cristas refere que “se este episódio se tivesse passado noutro país, já não haveria ministro das Finanças em funções”. A líder do CDS acredita, por isso, que “temos sido muito complacentes com este tipo de situações e isto não nos beneficia em democracia”. E não poupa críticas a António Costa, de quem gostaria de “ouvir alguma coisa que não fosse ‘tenho confiança no meu ministro'”.

Mas não esclarece se considera se Mário Centeno devia demitir-se. “A responsabilidade é do primeiro-ministro e é ele que tem de assumir, explicar e dizer mais alguma coisa com base na verdade. Gostaria de saber a verdade, todos os portugueses gostariam. Erros toda a gente comete, acho lamentável que não sejam reconhecidos com humildade. O que estamos a ver é uma atitude de prepotência e arrogância”, acusou.

Reveja aqui o ECO Talks com Assunção Cristas.

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Parlamento Europeu quer acabar com as comissões para abrir e manter contas

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2017

Em causa estão as comissões desligadas de serviços específicos, como as que são cobradas por abertura ou manutenção de conta. António Costa já admitiu rever as comissões cobradas por cá.

O Parlamento Europeu quer acabar com as comissões bancárias que não estão associadas a um serviço específico. É o caso das comissões pagas pela abertura ou manutenção de conta. A informação consta do relatório anual de 2016 sobre a política da Concorrência da União Europeia, citado pelo El Economista.

“Este relatório é histórico, porque os representantes de 500 milhões de cidadãos europeus estão a dizer à Comissão, aos Estados, mas também aos bancos, que rejeitam comissões abusivas e injustificadas“, afirmou Jonás Fernández, eurodeputado e membro do comissão de economia do Parlamento Europeu.

“Se esta prática não for erradicada, terá de ser aprovado um regulamento europeu“, acrescentou.

Embora o Banco de Espanha entenda que as taxas devem ter um serviço associado, os bancos têm utilizado as comissões como parte da sua estratégia no atual momento marcado pela redução de receitas, nota o jornal.

Por cá, o primeiro-ministro já admitiu rever as comissões que estão a ser cobradas pelos bancos para proteger os clientes das instituições financeiras, na sequência de propostas do PCP e do Bloco de Esquerda.

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Snapchat prepara um dos maiores IPO da década no setor tecnológico

A avaliação da dona da Snapchat cai no intervalo entre 19,5 mil milhões e 22,2 mil milhões, de acordo com a Bloomberg. Poderá ser o maior IPO do setor tecnológico desde a entrada em bolsa do Alibaba.

A Snap, dona da rede social Snapchat, já definiu o intervalo de preço para a sua entrada em bolsa, naquela que poderá ser a terceira maior operação da década no setor tecnológico. O valor da oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) da empresa tecnológica cai no intervalo entre 19,5 mil milhões (cerca de 18,4 mil milhões de euros) e 22,2 mil milhões de dólares (cerca de 20,9 mil milhões de euros), apurou a Bloomberg junto de fontes próximas do processo.

Estes valores representam uma avaliação entre 14 e 16 dólares por ação, segundo os números avançados à agência de notícias, por fontes que não se quiseram identificar. Este poderá ser assim o maior IPO no setor tecnológico desde a entrada em bolsa do Alibaba. Em 2014, a empresa de comércio eletrónico chinesa conseguiu angariar 25 mil milhões de dólares (23,6 mil milhões de euros) com a sua estreia em bolsa.

A Snap é a primeira rede social norte-americana a dispersar em bolsa o seu capital desde a estreia do Twitter há mais de três anos. O passo seguinte rumo ao IPO será a realização de um roadshow por várias cidades norte-americana, onde a Snap se procurará “vender” aos investidores.

No ano passado, a empresa norte-americana arrecadou 404,5 mil milhões de dólares em receitas, ultrapassando em mais de seis vezes o resultado alcançado em 2015 (58,7 milhões de dólares). Contudo, a Snap viu os seus prejuízos crescerem, com estes a passarem de 372,9 milhões de dólares, em 2015 para 514,6 milhões, em 2016.

Têm surgido, aliás, muitas reticências relativamente à empresa dona da Snapchat. Existem dúvidas sobre a capacidade de crescimento do número de utilizadores, que abrandou na segunda metade do ano passado. No quarto trimestre do ano, a média diária de utilizadores ativos cresceu abaixo dos 50%, pela primeira vez desde pelo menos o ano de 2014, segundo revela o prospeto da operação.

Esta semana, cerca de uma dezena de gestores de fundos de investimento e analistas, revelaram ao Wall Street Journal que consideraram “frustrante e dececionante” o prospeto do IPO entregue ao regulador do mercado de capitais norte-americano pela empresa de mensagens e vídeos instantâneos. “Não é um Facebook, e acho que nunca vai ser um Facebook”, disse Nabil Elsheshai, analista sénior da Thrivent Financial, que ainda não tinha decidido se iria recomendar ou não o investimento nesta operação.

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Portugal tem liberdade económica?

  • ECO e Lusa
  • 16 Fevereiro 2017

Ranking da Heritage Foundation coloca Portugal na 77º lugar, depois de um tombo de 13 posições. As reformas perderam impulso, diz. Hong Kong lidera a tabela há 23 anos.

Portugal caiu 13 posições para o 77.º lugar no Índice de Liberdade Económica de 2017, segundo o relatório anual da Heritage Foundation, justificando que as reformas “perderam impulso”.

O índice de Liberdade Económica de 2017 analisa 186 economias, enquanto o relatório de 2016 considerou um total de 178.

“Portugal continua a enfrentar desafios que exigem um ajuste urgente da política económica. As reformas anteriores, que ajudaram a modificar e diversificar a base produtiva da economia, perderam impulso”, refere o relatório divulgado na quarta-feira pela fundação sediada em Washington, nos Estados Unidos.

Portugal surge classificado entre o grupo das economias “moderadamente livres”, com 62,6 pontos, menos 2,5 pontos em relação ao Índice de Liberdade Económica de 2016, em que estava listado na 64.ª posição.

Segundo a Heritage Foundation, “apesar dos sólidos contextos institucionais, como um quadro empresarial eficiente e um sistema judicial independente, o setor público endividado e ineficiente desgastou o dinamismo do setor privado e reduziu a competitividade global da economia” portuguesa.

“As prioridades da reforma incluem a redução dos défices orçamentais que elevaram o nível da dívida pública a mais de 100% do PIB e aumentaram a flexibilidade do mercado de trabalho. No entanto, o ritmo da reforma diminuiu. O sistema bancário continua fraco”, acrescenta.

O relatório refere que o “Governo anti-austeridade” liderado por António Costa “atrasou as reformas económicas, causando atritos com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional”.

“A adesão a uma rigorosa disciplina orçamental permitiu que Portugal ultrapassasse o pior da crise económica, mas o crescimento abrandou e Portugal não cumpriu a meta de redução do défice mandatada pela UE. O desemprego é elevado, especialmente entre os jovens portugueses, muitos dos quais mudaram-se para o estrangeiro para trabalhar”, acrescenta.

Portugal surge, no entanto, acima da pontuação média mundial, que é de 60,9 pontos e é referida como a “mais alta registada nos 23 anos de história do Índice”.

Em 2014 Portugal ocupava a 69.ª posição no Índice de Liberdade Económica e passou o 64.º lugar em 2015, uma posição que manteve no ano passado, graças a “reformas estruturais”, como a redução do setor público e o regresso aos mercados, indicou a Heritage Foundation.

Publicado desde 1995, em parceria com o Wall Street Journal, o Índice de Liberdade Económica coloca Portugal na 33.ª posição no conjunto de 45 países da Europa, sendo que não está disponível a informação sobre o Liechtenstein. Em 2016 surgia na 30.ª posição entre os países europeus.

A evolução das mais de 180 economias é classificada em função de dez variáveis englobadas em quatro grupos: Estado de Direito, dimensão do Governo, eficiência ao nível da regulação e criação de novos negócios.

Este ranking é liderado há 23 anos consecutivos por Hong Kong, que em 2017 mantém o título de “economia mais livre” a nível mundial.

O ranking distribui os países por cinco secções: “livres” (80 a 100%), “quase livres” (70 a 79,9%), “moderadamente livres” (60 a 69,9%), “maioritariamente não livres” (50 a 59,9%) e “reprimidos” (40 a 49,9%).

Estes são os países considerados “livres”:

  • 1º lugar: Hong Kong
  • 2º lugar: Singapura
  • 3º lugar: Nova Zelândia
  • 4º Lugar: Suíça
  • 5º lugar: Austrália

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SMS não mudam posição de Marcelo sobre Centeno

O Presidente da República garante que o teor das mensagens entre Cento e Domingues não mudam a sua posição sobre o ministro das Finanças. A confiança foi reiterada por "estrito interesse nacional".

Os SMS não mudarão a minha posição sobre o ministro“, disse o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações ao Expresso, sobre a polémica das mensagens que o ministro das Finanças trocou com o então presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, sobre as condições para a sua contratação. O Chefe de Estado ontem à noite já tinha frisado que quer dar o tema “por encerrado”, mas PSD e CDS querem levar a questão até às últimas consequências.

O Presidente evitou ao longo do dia de quarta-feira tecer mais comentários sobre o dossier Caixa, garantindo que já tinha dito “tudo o que tinha a dizer”. Além disso, lembrou que, a nota oficial publicada no site da Presidência na noite de segunda-feira, depois de ter recebido o ministro das Finanças, foi feita sendo ele “conhecedor de todos os elementos fundamentais”.

"Para mim esta questão é uma questão encerrada. E quando fiz a nota, fiz a nota conhecedor de todos os elementos fundamentais, todos os que era possível conhecer na altura em que fiz a nota, todos os dados que eram essenciais para fazer aquela nota.”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

O Expresso sublinha que Marcelo queria saber o que havia de comprometedor nos SMS trocados entre Mário Centeno e o então presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues, e não gostou do que soube. Contudo, isso não mudou a confiança que tem no ministro das Finanças e que reafirmou nesse mesmo comunicado. Uma posição assumida por “estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”.

À entrada para a apresentação de um livro, em Lisboa, na quarta-feira à noite, Marcelo foi questionado sobre se conhecia o teor dos SMS trocadas entre Centeno e Domingues, e cujo acesso à comissão parlamentar de inquérito foi negado pela esquerda parlamentar. O Presidente remeteu a sua posição para a nota publicada na segunda-feira. “Foi uma nota escrita por mim. Cuidadosamente escrita por mim. Está lá tudo exatamente o que penso sobre a matéria”, insistiu.

O Diário de Notícias e o Público revelam na edição desta quarta-feira que o Presidente da República tomou conhecimento dos SMS trocados entre o ministro das Finanças e o ex-presidente da CGD no fim de semana. Uma informação que lhe terá chegado através do conselheiro de Estado António Lobo Xavier.

Segundo o Correio da Manhã, a primeira mensagem que o ministro das Finanças enviou a António Domingues dizia que Marcelo “queria muito” que ficasse “expresso na lei” a entrega das declarações. Mas, poucos dias depois, após de uma conversa do primeiro-ministro com o Presidente da República, Centeno enviou um segundo SMS no qual defende que “o problema da entrega das declarações desapareceu”, dando a entender que foram desenvolvidas diligências para a “resolução” desse tema.

A questão promete continuar a marcar a atualidade já que, pelo menos na comissão de inquérito à Caixa, o tema vai manter-se vivo. O presidente da Comissão, Matos Correia, vai avaliar se tem condições para se manter em funções, depois de a esquerda ter chumbado a intensão do PSD e do CDS de analisar na comissão os SMS trocados entre Centeno e Domingues.

Em entrevista à RTP, na noite de quarta-feira, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, classificou o caso como uma “luta política entre PSD e CDS e a maioria parlamentar” de esquerda.

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