Presidente da SIBS preocupada com “novo imposto” sobre pagamentos com cartões

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2017

Presidente executiva da SIBS, Madalena Cascais Tomé, manifestou preocupação com “um novo imposto” sobre métodos eletrónicos de pagamento, numa referência aos 4% de imposto de selo cobrado.

“Nós, como prestadores de pagamentos eletrónicos, preocupamo-nos com o facto de existir um imposto novo sobre um serviço que acreditamos que tem um contributo muito importante para a eficiência da economia”, disse à responsável, à margem de uma conferência em Lisboa sobre pagamentos digitais.

Sublinhando que a cobrança não é diretamente acionada pela SIBS (que gere a rede Multibanco) e que se trata de um “imposto que está a incidir sobre uma atividade e é aplicado sobre os beneficiários desse serviço”, Madalena Cascais Tomé afirmou a preocupação com o “imposto adicional”.

O PS já informou que vai apresentar uma proposta para “desonerar o comércio e a restauração na utilização dos meios eletrónicos de pagamento”.

Estimando que a subida do imposto de selo sobre as comissões relativas a pagamentos com cartões pudesse representar um encargo anual de 3,6 milhões de euros para os seus associados, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) tem insistido para que sejam os bancos os responsáveis pelo custo do imposto de selo.

A AHRESP também referiu que a aceitação de cartões como meio de pagamento deverá representar uma fatura de cerca de 85 milhões de euros em comissões.

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Centeno acusa CDS de “vil tentativa de assassinato de caráter”

O Ministério das Finanças respondeu esta quinta-feira à acusação feita pelos centristas. Mário Centeno acusa CDS de "vil tentativa de assassinato do caráter do Ministro das Finanças".

“O MF forneceu mais informação ao presidente da CPI, facto que o CDS-PP escolheu omitir na conferência de imprensa que deu hoje sobre esta matéria, truncando, pois, os factos para produzir uma vil tentativa de assassinato do caráter do Ministro das Finanças“, escreve o Ministério de Finanças esta quinta-feira em resposta às acusações do CDS.

Em resposta, o Ministério das Finanças indica que existia uma comunicação recebida em abril, mas esta não era uma troca de correspondência, uma vez que o ministro das Finanças não respondeu. Além disso, as Finanças argumentam que “comunicações posteriores à entrada em funções do Dr. António Domingues, pela sua natureza, foram excluídas, por não ser possível dizerem respeito a ‘condições de aceitação’, dado o mesmo já se encontrar em funções”.

A resposta alarga-se também ao PSD num ataque às estratégias dos dois partidos da direita: “O Ministro das Finanças repudia com veemência a insultuosa e torpe estratégia do PSD e CDS-PP de tentarem enlamear a sua honorabilidade e o trabalho que tem sido desenvolvido para solucionar os problemas do sistema financeiro, herdados da governação dos referidos partidos”.

“O convite dirigido ao Dr. António Domingues estava baseado na determinação do Governo de implementar um projeto de gestão profissional da CGD, que envolvia o afastamento do Estatuto do Gestor Público (EGP), nos moldes em que veio a ser concretizado, para que os seus administradores se encontrassem em condições de igualdade com os seus concorrentes no mercado”, esclarece o Ministério das Finanças. “Esse elemento do processo foi implementado através da aprovação do Decreto-Lei n.º 39/2016, de 28 de julho, como é do conhecimento público e que antecedeu a entrada do novo Conselho de Administração na CGD”, lê-se no documento.

As comunicações havidas, designadamente que contenham apreciações técnicas ao EGP, não se ajustam ao objeto do pedido, uma vez que não correspondem a condições formuladas pelo Dr. António Domingues para aceitação do convite. Resultam, sim, de uma iniciativa do próprio Governo que o incumbiu de preparar as referidas alterações, no âmbito da estratégia de reestruturação e recapitalização da CGD”, argumenta o Ministério das Finanças.

(Notícia atualizada às 20h56)

Resposta do Ministério das Finanças na íntegra

Em 28 de novembro de 2016, o Ministro das Finanças (MF) recebeu um requerimento remetido pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e à Gestão do Banco (CPI) solicitando “correspondência e documentação trocada, nomeadamente por correio eletrónico, entre o Ministério das Finanças e o Dr. António Domingues, após a reunião de 20 de março de 2016, de alguma forma relacionadas com as condições colocadas para a aceitação dos convites para a nova administração da CGD”.

Em 9 de dezembro, o MF solicitou clarificação quanto à integração deste pedido no âmbito do objeto da CPI.

Em 3 de janeiro, o presidente da CPI informou o MF entender que o pedido se enquadra no objeto daquela comissão.

No respeito pelo entendimento do presidente da Comissão, a 13 do mesmo mês, o MF informou que “inexistem trocas de comunicações com as características descritas no ofício”.

Ainda assim, o MF forneceu mais informação ao presidente da CPI, facto que o CDS-PP escolheu omitir na conferência de imprensa que deu hoje sobre esta matéria, truncando, pois, os factos para produzir uma vil tentativa de assassinato do caráter do Ministro das Finanças.

Com efeito, na mesma resposta, o MF informou o presidente da CPI sobre a existência de uma “comunicação recebida em 14 de abril de 2016, mediante a qual o Dr. António Domingues propõe o enquadramento no qual considera dever realizar-se a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e atuar a respetiva Administração”.

Pelo exposto, o MF identificou uma comunicação eventualmente abrangida pelo pedido, mas que não integrava uma troca de comunicações, uma vez que nunca teve resposta do MF, reiterando ainda o princípio de circunscrever o envio de documentação àquela que é produzida pelo Ministério das Finanças.

O convite dirigido ao Dr. António Domingues estava baseado na determinação do Governo de implementar um projeto de gestão profissional da CGD, que envolvia o afastamento do Estatuto do Gestor Público (EGP), nos moldes em que veio a ser concretizado, para que os seus administradores se encontrassem em condições de igualdade com os seus concorrentes no mercado.

Esse elemento do processo foi implementado através da aprovação do Decreto-Lei n.º 39/2016, de 28 de julho, como é do conhecimento público e que antecedeu a entrada do novo Conselho de Administração na CGD.

As comunicações havidas, designadamente que contenham apreciações técnicas ao EGP, não se ajustam ao objeto do pedido, uma vez que não correspondem a condições formuladas pelo Dr. António Domingues para aceitação do convite. Resultam, sim, de uma iniciativa do próprio Governo que o incumbiu de preparar as referidas alterações, no âmbito da estratégia de reestruturação e recapitalização da CGD.

Por outro lado, comunicações posteriores à entrada em funções do Dr. António Domingues, pela sua natureza, foram excluídas, por não ser possível dizerem respeito a “condições de aceitação”, dado o mesmo já se encontrar em funções.

O Ministro das Finanças repudia com veemência a insultuosa e torpe estratégia do PSD e CDS-PP de tentarem enlamear a sua honorabilidade e o trabalho que tem sido desenvolvido para solucionar os problemas do sistema financeiro, herdados da governação dos referidos partidos.

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PS: “Portugueses podem ficar descansados, o ministro das Finanças falou a verdade”

Os centristas acusaram esta quinta-feira Centeno de dizer que "inexistia algo que existia”. PS respondeu dizendo que acusação do CDS foi "uma montanha que pariu um rato".

O Partido Socialista defendeu-se esta quinta-feira da acusação que o CDS fez também esta tarde. O deputado João Paulo Correia argumenta que os centristas não leram “toda a resposta do ministro das Finanças” e alega que só na próxima terça-feira é que estará em condições de fazer mais esclarecimentos. O CDS tinha acusado Mário Centeno de “mentir” à comissão de inquérito face a um requerimento pedido.

Em momento algum nessa correspondência o senhor ministro das Finanças se compromete com o dr. António Domingues a cerca da dispensa da entrega de declaração de rendimentos e de património ao Tribunal Constitucional. Em momento algum. O ministro das Finanças tem falado a verdade aos portugueses”, afirmou o deputado socialista.

“A acusação do CDS foi uma montanha que pariu um rato”, disse, várias vezes, o deputado socialista em declarações ao final da tarde desta quinta-feira aos jornalistas. Em causa está “quebra de verdade sob a comissão de inquérito” por parte de Mário Centeno que o CDS alega ter acontecido. A 13 de novembro, o CDS fez um requerimento a pedir a correspondência trocada entre o ministro das Finanças e o ex-presidente executivo da CGD. O chefe de gabinete do ministro das Finanças respondeu a 3 de janeiro a dizer que “inexistem trocas de comunicações com essas características”, revela o CDS.

Os portugueses podem ficar descansados. O ministro das Finanças falou a verdade.

João Paulo Correia

Deputado do PS

O deputado do PS foi alvo de várias questões por parte dos jornalistas, mas argumentou que para responder à pergunta teria de “quebrar a confidencialidade da documentação”. Mas João Paulo Correia não tem dúvidas que o CDS “não leu a totalidade da carta enviada pelo ministro das Finanças”.

Confrontado com as declarações de Mourinho Félix, atual secretário de Estado das Finanças, o deputado socialista referiu que essas “declarações foram contextualizadas”, argumentando que foram “produzidas há meses”. Em causa estão declarações do membro do Governo e do próprio Ministério das Finanças onde se dizia que a alteração ao Estatuto do Gestor Público foi “intencional” e que “não foi lapso”, “o escrutínio já é feito”.

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Nestes três bancos não trabalha ninguém

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2017

O Bank of America Merrill Lynch já abriu três espaços sem quaisquer empregados. Os clientes podem realizar todas as operações que queiram sem chegarem a interagir fisicamente com ninguém.

É o próximo passo no longo caminho da automatização geral dos serviços: ir ao banco e conseguir fazer todas as operações que se desejem sem se interagir, fisicamente, com ninguém. Já é possível, pelo menos em três dos espaços do Bank of America Merril Lynch.

O segundo maior banco dos Estados Unidos em termos de investimentos já abriu três espaços sem quaisquer empregados no último mês. Os clientes podem realizar todas as operações que queiram sem chegarem a interagir fisicamente com ninguém. Nessa lista estão, por exemplo, transferências ou pedido de hipotecas através de caixas automáticas bastante avançadas. E, se surgir alguma dúvida, há a possibilidade de entrar em contacto com pessoas reais, através de videoconferências com colaboradores que estejam noutros espaços físicos do Bank of America.

O banco norte-americano está, desta forma, a querer pôr à prova em Denver e Mineápolis, dois mercados relativamente novos para a instituição bancária, esta forma mais automatizada de realizar operações bancárias. No entanto, ainda está pelo menos um trabalhador em cada um dos três espaços, para ajudar os clientes a compreenderem como o novo sistema funciona, para que nas vezes futuras consigam fazer tudo sozinhos.

Uma forma de diminuir as despesas da empresa

Estas medidas vêm no seguimento dos esforços para diminuir as despesas que o banco liderado por Brian Moynihan tem vindo a levar a cabo para recuperar da situação difícil a que chegou na fase mais grave da crise dos últimos anos, e da qual só foi salvo pelos contribuintes. Agora, Moynihan quer reduzir ao máximo os custos com o pessoal, bem como vender ativos e tomar outras medidas para diminuir as despesas.

Para isso, vai abrir entre 50 a 60 novos balcões em mais 30 mercados estratégicos, que lhes permitam ganhar mais clientes, ao mesmo tempo que vão reduzir os custos por esses mesmos balcões contarem apenas com as caixas automáticas. No último ano, a empresa inaugurou um total de 31 novos estabelecimentos e hoje em dia opera em cerca de 4,8 mil balcões, menos 25% do que os registados em 2010. Também no ano passado, o banco desvendou os seus planos para criar um assistente virtual como a Siri da Apple ou a Cortana da Microsoft, para os clientes que usem a aplicação do banco nos smartphones. O serviço deverá passar a estar ativo em finais deste ano.

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Paulo Rangel pede demissão do ministro das Finanças

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2017

Em declarações ao Observador, o eurodeputado do PSD pede a demissão do ministro das Finanças. No debate quinzenal desta quarta-feira, os sociais-democratas não tinham ido tão longe.

Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, pediu esta quinta-feira a demissão de Mário Centeno por considerar que o ministro das Finanças mentiu à Assembleia da República sobre o entendimento que tinha com o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, António Domingues. No debate quinzenal de ontem, os sociais-democratas não tinham ido tão longe — só o CDS tinha questionado a manutenção da confiança no ministro.

“Os últimos acontecimentos demonstram que o ministro mentiu descarada e despudoradamente ao país, à opinião pública e ao Parlamento”, defende Paulo Rangel, em declarações ao Observador. Por isso, “a demissão é a única forma de assegurar a dignidade e a credibilidade externa do Governo”, argumenta.

Rangel refere-se às cartas reveladas ontem pelo ECO onde António Domingues recorda a Centeno que a dispensa de entrega da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional “foi uma das condições acordadas” para a equipa aceitar o desafio de liderar o banco público.

O eurodeputado critica ainda o facto de a equipa das Finanças ter trabalhado na alteração à lei com a ajuda do escritório de advogados que assessorava o próprio António Domingues. “O Governo, através do ministro das Finanças e do secretário de Estado Mourinho Félix andaram a fazer uma lei especial com escritórios privados”, acusa.

E frisa que “já não é a primeira vez” que há “promiscuidade”, lembrando que o ex-presidente da Caixa participou nos encontros com a Comissão Europeia no âmbito das negociações para a recapitalização quando ainda não tinha sido contratado para o banco público e era quadro do BPI.

Sobre o argumento usado pelo primeiro-ministro de que “não há prova” que Centeno tenha assumido tais compromissos com o ex-presidente da Caixa — uma linha de pensamento corroborada também hoje pelo Presidente da República — Paulo Rangel diz que “quando está em causa a ética, não se trata de uma questão de provas”.

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BPI em estado ilíquido

Apesar do tombo do BPI, o PSI-20 fechou a valorizar graças ao desempenho da Jerónimo Martins, EDP e Galp. Também o BCP esteve em destaque: depois de um mínimo histórico, inverteu a tendência.

Está a chegar ao fim a aventura do BPI no PSI-20. O banco foi adquirido quase na totalidade pelos espanhóis do CaixaBank e já só restam “meia dúzia” de títulos na bolsa. Devido à falta de liquidez, o BPI será excluído do índice de referência nacional já a partir de amanhã. Na sessão de hoje, afundaram mais de 12%.

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CDS sobre o caso CGD: “Centeno disse que inexistia algo que existia”

Os centristas acusam o ministro das Finanças de entrar em contradição no caso da correspondência da Caixa Geral de Depósitos. O CDS acusa Centeno de "mentir" à comissão de inquérito.

João Almeida

Em conferência de imprensa no Parlamento, o deputado centrista João Almeida afirma que houve uma “quebra de verdade sob a comissão de inquérito” por parte de Mário Centeno. Em causa está um requerimento que o CDS fez em novembro, a pedir correspondência entre o ministro das Finanças e António Domingues, mas o Ministério das Finanças respondeu em janeiro a dizer que essas cartas não existiam.

Os centristas afirmaram esta quinta-feira que não vão quebrar o “princípio de manter sob reserva até declaração formal” em contrário, mas que a revelação do conteúdo não é necessário para apurar que o “o senhor ministro das Finanças disse à comissão de inquérito que não existia documentação que agora a comissão de inquérito já recebeu”.

A 13 de novembro, o CDS fez um requerimento a pedir a correspondência trocada entre o ministro das Finanças e o ex-presidente executivo da CGD, nomeadamente para aferir as “condições colocadas para a aceitação” do cargo por parte de António Domingues. O chefe de gabinete do ministro das Finanças respondeu a 3 de janeiro a dizer que “inexistem trocas de comunicações com essas características”, revela o CDS.

Quem nomeou Mário Centeno terá de analisar as consequências políticas.

João Almeida

Deputado do CDS

“Perguntaremos ao senhor ministro das Finanças se quer voltar atrás na resposta que deu ao Parlamento a 3 de janeiro“, indicou João Almeida, lembrando as consequências, “inclusive penais”, de “mentir” à comissão de inquérito. Em causa, argumenta o CDS, está um “crime de perjúrio”, ou seja, de prestar falsas declarações, uma vez que uma comissão de inquérito tem “poderes idênticos aos dos processos judiciais”. “Esta é uma oportunidade para o ministro das Finanças retificar aquilo que agora é evidente que não corresponde à verdade”, diz.

“Ponderamos muito bem tudo o que estamos a dizer”, reforça o centrista, revelando que além da oportunidade que o CDS quer dar a Mário Centeno de voltar atrás na sua palavra, os deputados vão também chamar Domingues para “dizer se existem ou não as informações que o Governo tem tentado dar a entender que não existem”. “Houve ou não houve um compromisso com o Governo?”, questiona João Almeida, uma pergunta que os centristas querem ver respondida.

O CDS recusa-se a pedir preto no branco a demissão de Mário Centeno, mas ressalva que “quem nomeou Mário Centeno terá de analisar as consequências políticas“. “Não pedimos nenhuma demissão”, disse João Almeida.

(Notícia atualizada às 18h24)

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BCP já pagou os 700 milhões que devia ao Estado

Terminou esta quinta-feira a intervenção pública no maior banco privado português. O BCP acabou de pagar os 700 milhões que devia ao Estado. Reembolso marca o regresso à normalização do banco.

Terminou esta quinta-feira a intervenção pública no maior banco privado português. O BCP acabou de pagar os últimos 700 milhões de euros da ajuda do Estado. Este reembolso marca o regresso à normalização da atividade do banco liderado por Nuno Amado, depois do empréstimo de 3.000 milhões de euros em capital contingente, os chamados CoCos, contratado em 2012.

Esta operação foi autorizada pelo Banco Central Europeu (BCE), na sequência do aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros realizado pelo BCP nas últimas semanas. O banco tinha até dia 17 de fevereiro para efetuar este pagamento, mas decidiu antecipa-lo por alguns dias.

Ao pagar esta última tranche dos CoCos ao Estado, o BCP livrou-se finalmente destes instrumentos que permitiram a capitalização do banco em plena crise. Estes instrumentos híbridos tinham uma taxa crescente de ano para ano. Neste último ano, a taxa era em torno de 10%, mas o custo médio para o BCP foi de cerca de 6%, o que tendo em conta o valor total dos CoCos levou o banco a pagar nestes últimos anos uma fatura de 1.000 milhões de euros.

O reembolso coloca também um ponto final na restrição da política de remuneração acionista imposta pela ajuda do Estado. Desde 2012 que o BCP não paga dividendos. Nuno Amado conta voltar a remunerar os acionistas já em 2019.

(notícia atualizada às 17h49)

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Banca estrangeira vs nacional: É bom ou mau para si?

Os custos base associados a uma conta bancária tendem a ser mais altos nos bancos nacionais, mas tudo depende do grau de envolvimento do cliente que pode diluir essa diferença.

O sistema financeiro português fala cada vez menos a língua de Camões. Entre o desaparecimento de bancos, o surgimento de novas instituições e mexidas nas estruturas acionistas, a presença estrangeira no sistema financeiro nacional é cada vez mais forte. Do ponto de vista do cliente esta alteração do paradigma da banca nacional é positiva ou negativa? Foi o que o ECO procurou perceber ao analisar os custos associados à mais básica relação estabelecida entre bancos e clientes: a manutenção e utilização de uma conta bancária. E a conclusão é que ser cliente de um banco com forte presença estrangeira em determinadas situações até pode compensar.

O foco da análise centrou-se em 11 bancos que operam em Portugal, sendo que deste total foram identificados apenas cinco que se podem assumir na integra como portugueses. É o que acontece com a Caixa Geral de depósitos, o Novo Banco, o Montepio Geral, o Crédito Agrícola e o “benjamim” da banca nacional: o Banco CTT. Do outro lado, destaca-se a forte presença espanhola, onde se inclui o Santander Totta que faz parte do grupo Santander, bem como o Popular que é uma sucursal do Banco Popular. Mas também o Bankinter que ficou com a quase totalidade dos ativos de retalho do Barclays, quando este deixou a operação em Portugal em abril do ano passado. O angolano BIC, é outro dos bancos estrangeiros a operar em território nacional também considerado.

Já o BCP e o BPI apesar de até agora serem bancos portugueses, apresentam na sua estrutura acionista uma forte presença estrangeira. O banco liderado por Nuno Amado tem como principais acionistas os chineses da Fosun (24%), a espanhola Sonangol (15%) e a BlackRock (3%) que controlam conjuntamente 42% do capital do BCP. Esta participação estrangeira poderá sair ainda mais reforçada, uma vez que a Sonangol manifestou interesse em reforçar a sua posição no banco de forma faseada nos próximos meses. No caso do BPI este acaba de mudar para as mãos dos catalães do CaixaBank, que já era o seu principal acionista, no seguimento da OPA que terminou na última terça-feira.

Nas comissões, a nacionalidade importa?

Muitos clientes dos bancos não têm consciência da nacionalidade do banco que utilizam, mas o que parece certo é que este pormenor pode fazer diferença em termos de custos. Numa análise onde foram contabilizados os custos anuais associados à manutenção da conta bancária, à subscrição de um cartão de débito e de um cartão de crédito, em cada um dos 11 bancos considerados, foi possível concluir que as instituições financeiras com forte presença estrangeira tendem a cobrar menos.

Guião das comissões: bancos portugueses vs estrangeiros

Fonte: Preçários de 11 bancos (Cálculos dos encargos anuais, tendo em conta o cenário de um cliente que dispõe de um saldo médio mensal de dois mil euros, cartão de débito e cartão de crédito)

Se excluirmos o Banco CTT que não cobra nenhum dos três custos considerados — resultado da sua estratégia de implementação no mercado e de uma estrutura assente em baixos custos que lhe permite cobrar menos –, as instituições financeiras que apresentam custos com comissões mais baixas são ou estrangeiras ou com elevado peso de estrangeiros no seu capital.

No Bankinter o custo anual ascende a 72,8 euros, seguindo-se o angolano BIC, onde os encargos totalizam 78,52 euros. Qualquer destes dois bancos tem uma presença recente em Portugal, o que constitui um incentivo a apresentar um preçário mais “amigo” que ajude a fidelizar e a atrair mais clientes. Também o BPI e o BCP figuram entre as instituições que apresentam encargos mais baixos, sendo estes de 83,2 e 92,98 euros, respetivamente. Do lado oposto, surge o Montepio Geral que apresenta para os mesmos três custos considerados um encargo anual de 108,16 euros. Ou seja, 49% acima dos valores praticados pelo Bankinter.

A explicação poderá estar no poder de mercado que as maiores instituições tenham, sobretudo se tiver os clientes “presos” a produtos de longo prazo como crédito à habitação. Outra explicação poderia ter a ver com o facto de, em média, os bancos nacionais terem uma estrutura mais pesada e, por isso, necessitarem de uma margem mais alta.

Filipe Garcia

IMF

“A explicação poderá estar no poder de mercado que as maiores instituições tenham, sobretudo se tiver os clientes ‘presos’ a produtos de longo prazo como crédito à habitação. Outra explicação poderia ter a ver com o facto de, em média, os bancos nacionais terem uma estrutura mais pesada e, por isso, necessitarem de uma margem mais alta”, diz Filipe Garcia, presidente da IMF, para sustentar a diferença de custos identificada entre bancos nacionais e os restantes.

Contudo, o economista salienta que apesar do comissionamento dos bancos nacionais aparentar ser um pouco mais alto, este “depende muito dos serviços e da relação com o cliente e do banco em questão“, salientando que “é possível ter contas sem custos em quase todos os bancos”. “Ou seja, não me parece que seja uma diferença muito expressiva“, conclui Filipe Garcia.

De facto, basta adicionar ao cenário base considerado os custos associados à realização de transferências bancárias pela internet para que o ranking de encargos cobrados sofra alterações substanciais. Ao incluir três transferências online mensais, o Santander Totta passa a ser o banco onde os custos anuais são mais elevados, com estes a subirem para 150,6 euros anuais. Também o BCP e o BIC sobem no ranking dos encargos mais elevados, trocando de posições com a Caixa Geral de depósitos e o Crédito Agrícola.

O maior envolvimento do cliente com o banco, com a domiciliação do ordenado, por exemplo, também ajuda a diluir as diferenças de custos entre os bancos nacionais e os restantes. Neste tipo de situações não são cobradas comissões de manutenção da generalidade dos bancos, e muitos são também aqueles que isentam as anuidades dos cartões de débitos.

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COTEC Europa: Portugal, Espanha e Itália por uma economia mais circular

Os chefes de Estado de Portugal, Espanha e Itália vão marcar presença no encontro anual COTEC Europa, que se realizará esta sexta-feira em Madrid. Uma economia mais circular é o tema em cima da mesa.

O 11º Encontro COTEC Europa decorre esta sexta-feira no Palácio Real de El Pardo.Wikimedia Commons

A COTEC Portugal, Associação Empresarial para a Inovação, vai estar esta sexta-feira, 10 de fevereiro, em Madrid, para a 11ª edição do encontro COTEC Europa. O evento é organizado a par com as associações homólogas de Espanha e Itália e, da comitiva portuguesa, fazem parte Francisco de Lacerda, presidente da COTEC Portugal, e o diretor-geral da associação, João Portugal.

A representar Portugal estará ainda o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, num encontro ao mais alto nível que contará com a presença dos chefes de Estado espanhol e italiano. Em cima da mesa estará o tema da economia circular, um conceito que tem vindo a ser defendido e implementado pelas associações nos três países. O tema do evento desta sexta-feira explica-se a si próprio: “Inovando para uma economia circular na Europa”.

A ideia é simples, mas o assunto é sério. Os recursos do planeta não são ilimitados, ainda que, muitas vezes, se tomem decisões e posturas como se o fossem. O modelo económico atual, linear, não foi pensado à luz da finitude. É por isso que surgem agora estas correntes de pensamento e ação, que defendem que uma economia mais circular, onde o ciclo de vida dos materiais é otimizado ao máximo, é uma solução viável para esse problema.

A primeira sessão contará com a intervenção dos três diretores-gerais das associações nos três países. A segunda sessão focar-se-á em exemplos empresariais concretos. Na terceira e última sessão estará, além da alta responsável da COTEC, Cristina Garmendia, o comissário europeu Carlos Moedas. O evento decorrerá no Palácio Real de El Pardo e é finalizado com intervenções do presidente italiano Sérgio Mattarella e do rei de Espanha, Filipe VI.

Já esta quinta-feira à noite, o Presidente da República Portuguesa estará em Madrid. Marcelo Rebelo de Sousa será homenageado pela Câmara de Comércio Hispano Portuguesa, num jantar no hotel Villa Magna. O ECO está em Espanha para acompanhar ambos os eventos.

O ECO viajou para Espanha a convite da COTEC Portugal.

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Bolsa escapa a tombo de 12% do BPI

O BPI tombou mais de 12%, mas as ações da Jerónimo Martins e das energéticas levaram o PSI-20 ao primeiro dia de ganhos esta semana. BCP recuperou depois de atingir mínimo histórico.

Depois de três sessões em queda, a bolsa lisboeta encerrou esta quinta-feira em terreno positivo, mesmo com a desvalorização das ações do BPI no seguimento da OPA do CaixaBank. A compensar esteve a Jerónimo Martins e também as energéticas EDP e Galp, que acompanharam a valorização internacional do petróleo dado as expectativas, reveladas pela Goldman Sachs, de que a OPEP conseguiu cortar o excesso de produção.

O PSI-20 acompanhou assim o otimismo das bolsas europeias que avançaram também à boleia do petróleo. Além disso, o índice de referência nacional conta ainda com um fecho positivo do BCP que hoje lançou mais 14 mil milhões de novas ações no mercado. Os títulos do banco chegaram a atingir um novo mínimo histórico (13,3 cêntimos), mas as ações recuperaram: fecharam o dia a valorizar 0,14% para os 15 cêntimos por título.

Já os títulos do BPI não sobreviveram à OPA do CaixaBank e fecharam a desvalorizar 12,76% para os 92 cêntimos por ação. A Allianz que detém cerca de 8% do capital do BPI não aceitou a proposta do grupo espanhol, ficando com uma posição que reduz fortemente a liquidez das ações do banco português na bolsa nacional. E por causa disso, a Euronext decidiu esta quarta-feira excluir o BPI do PSI-20, que fica novamente com 17 cotadas a partir desta sexta-feira.

A praça portuguesa valorizou 0,65% esta quinta-feira para os 4.589,84 pontos, provando os primeiros ganhos da semana. As ações da Jerónimo Martins subiram 2,11% para os 16,18 euros. Os títulos da EDP e da Galp subiram, respetivamente, 1,3% e 0,58%. A maior subida (15,34%) foi registada pela Pharol, empresa cujo principal ativo é a participação no capital da brasileira Oi, que continua os planos de reestruturação. A Navigator, a papeleira registou um aumento dos lucros em 2016, valorizou 2,64% para os 3,50 euros.

Já os juros da dívida, no mercado secundário, aliviaram mais de cinco pontos base para os 4,061% na taxa a 10 anos. Este alívio ocorre um dia depois do primeiro leilão de dívida a longo prazo do ano: depois da taxa de mais de 4% por títulos a dez anos, o país pagou esta quarta-feira um juro de 3,668% por dívida a sete anos, praticamente o dobro do que tinha aceitado pagar há apenas oito meses.

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Adora chocolate? Este pode ser o seu trabalho de sonho

  • ECO
  • 9 Fevereiro 2017

A Mondelez Internacional, detentora de marcas como a Cadbury, Milka, Toblerone, Oreo ou Chips Ahoy, está à procura de um provador profissional de chocolates e bebidas à base de cacau.

Se o chocolate é a sua maior tentação, talvez este seja o emprego ideal para si: ser provador profissional para a Mondelez Internacional, dona de marcas como a Cadbury, Milka, Toblerone, Oreo ou Chips Ahoy.

A vaga, que a companhia anunciou no LinkedIn, é para integrar uma equipa da Reading Scientific Services Limited, em Reading, no condado de Berkshire, Inglaterra, e os candidatos devem “ter a capacidade de saborear chocolates e bebidas de cacau e dar um feedback objetivo e honesto”.

Os provadores vão ter de trabalhar numa equipa de onze pessoas que irá partilhar e discutir opiniões sobre os sabores do chocolate, para se chegar a consenso.

Como todos os empregos requerem qualificações mínimas, a Mondelez exige que os provadores tenham uma “paixão pela confeitaria” e “vontade de experimentar novos produtos”, que sejam totalmente honestos, que trabalhem bem em equipa e saibam falar inglês.

O trabalho é em part-time, das 12:15 às 14:45 de terça a quinta-feira, num total de 7,5 horas por semana. Se estiveres interessado em concorrer, podes fazê-lo no site da empresa.

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