O que é o PEC, o plano B que une PCP, BE e CDS?

Assunção Cristas, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins estão de acordo: é preciso reduzir o Pagamento Especial por Conta. Esta redução pode ser o plano B do Governo após a queda da TSU.

Chama-se Pagamento Especial por Conta (PEC) e vigora desde o governo de António Guterres, em 1998, era Marcelo Rebelo de Sousa líder da oposição. No Orçamento do Estado o limite mínimo baixou dos mil para os 850 euros, mas à esquerda do PS quer-se ir mais longe. O Governo poderá utilizar o PEC como alternativa à TSU, se esta for chumbada esta quarta-feira. O que é, afinal, este pagamento antecipado que agora une PCP, BE e CDS?

Existem atualmente três pagamentos a título de adiantamento de imposto: o pagamento por conta, o pagamento adicional por conta — um pagamento para empresas com lucros tributáveis acima de 1,5 milhões de euros — e o pagamento especial por conta. Na prática este pagamento é um adiantamento ao Estado. Este é uma das garantias do fisco de que todas as empresas pagam algum IRC.

Quem está abrangido?

“As entidades que exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e os não residentes com estabelecimento estável”, refere a lei. Ou seja, todos os sujeitos passivos inseridos no regime normal do Imposto sobre o Rendimentos Coletivos (IRC) são obrigados a efetuar o PEC. Contudo, o PEC não é aplicável no período de tributação de início de atividade e no seguinte, assim como empresas em processo de insolvência ou que tenham cessado a atividade.

O pagamento especial por conta pode incidir sobre empresas que não tenham lucro. “Na prática, o PEC, que incide sobre o volume de negócios, será pago por empresas que não tenham efetuado pagamentos por conta relevantes no ano anterior ou que não tenham coleta suficiente para deduzir o PEC”, explica Miguel Puim, senior manager da EY. Assim, este pagamento antecipado ao Estado é independente do facto da empresa ser lucrativa.

Quando se paga ou se é reembolsado?

“Pagamento especial por conta, a efetuar durante o mês de março ou em duas prestações, durante os meses de março e outubro do ano a que respeita ou, no caso de adotarem um período de tributação não coincidente com o ano civil, nos 3.º e 10.º meses do período de tributação respetivo”, esclarece a lei. No entanto, este pagamento é dedutível à coleta do próprio período de tributação. Caso a coleta seja insuficiente, a dedução pode ser feita até ao sexto período de tributação seguinte. Se isso não for possível, a empresa pode pedir para ser reembolsada através de um requerimento.

Ou seja, se a empresa estiver seis períodos de tributação sem coleta de IRC (ou esta não for suficiente para cobrir o valor) e, por isso, sem a possibilidade de recuperação do PEC por dedução à coleta, pode requerer o reembolso. Antes de 2014, esse processo burocrático era mais complicado sendo necessária uma inspeção, o que tinha custos. “Agora já não é necessário recorrer a inspeção, não existindo o custo associado. Será necessário um mero requerimento à Autoridade Tributária para solicitar o reembolso. Com esta alteração, o PEC não resultará numa coleta mínima, mas, diria, num financiamento mínimo ao Estado, durante seis períodos de tributação”, esclarece Miguel Puim, senior manager da EY, ao ECO.

Quanto se paga?

O valor do PEC é igual a 1% do volume de negócios no período de tributação anterior (no mínimo mil euros) menos os pagamentos por conta no período de tributação anterior. O limite é 70 mil euros, exceto nos Açores que é 56 mil euros. Por exemplo: a uma empresa com um volume de negócios de 150 mil euros em 2016 aplica-se os 1% sobre esse valor em 2017. O resultado são 1500 euros, dos quais 850 euros são o limite mínimo. Ao excedente de 650 euros é aplicado 20%, resultando em 130 euros. Assim, o valor a pagar pela empresa é 850 mais 130, ou seja, 980 euros. A este valor subtrai-se o valor do pagamento por conta em 2016.

As empresas que, feitas as contas do ano, apresentem um resultado negativo também pagam o PEC mínimo de 850 euros (em vigor em 2017). De realçar que há setores onde o pagamento especial por conta tem apuramentos específicos, como é o caso do setor agrícola. Por exemplo, no caso de um grupo com várias sociedades é devido um pagamento por cada uma destas, sendo o valor global calculado pela sociedade dominante.

Qual o efeito de uma redução?

A redução do limite mínimo pago acaba por beneficiar as empresas com menos rendimentos que não têm coleta suficiente para amortizarem o PEC no IRC que pagam. “Ao reduzir o valor mínimo favorece-se as condições de tesouraria das empresas de menor dimensão”, refere Miguel Puim. O senior manager da EY explica que “uma redução do PEC beneficia as empresas de menor dimensão porque, na prática, para volumes de negócio muito baixos o montante de PEC mínimo, apurado como uma percentagem do volume de negócios, poderia ser inferior a 1.000 euros”. O benefício da alteração do OE2017 (o limite mínimo passar para 850 euros) beneficia, na prática, as empresas que apuravam entre 850 euros e 1.000 euros. Uma redução maior beneficiaria empresas que apuram menos ainda.

É de notar que as empresas que adotaram o regime simplificado do IRC, introduzido em 2014, não fazem pagamentos especiais por conta. No entanto, na prática também têm um coleta mínima. Há uma norma que aplica coeficientes a rendimentos. “É verdade que [para estas empresas] não existe pagamento especial por conta, mas também é verdade que o valor da matéria coletável determinado com base nos coeficientes dos rendimentos não pode ser inferior a 60% do valor anual da retribuição mensal mínima garantida”.

Além disso, está na lei que até 2019 prevê-se que o PEC seja sucessivamente reduzido, sendo substituído por um regime com base em coeficientes técnico-económicos. O pagamento especial por conta será assim substituído por outra forma de apurar esse valor mínimo a pagar com critérios ainda por conhecer.

A política à volta do PEC

A extinção do pagamento especial por conta é defendido principalmente pelo PCP. Ainda esta terça-feira, o líder comunista voltou a defender o fim do PEC, referindo que tal pode acontecer até 2018. “As Pequenas e Médias Empresas (PME) não têm tanta preocupação em relação aos salários, mas sim nas limitações em relação aos custos de fatores de produção e dificuldade de acesso ao crédito“, afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se à polémica da Taxa Social Única.

É essa também a vontade do Bloco de Esquerda. “Resolver problemas como o pagamento especial por conta, que é alto demais para as pequenas empresas? Aqui estamos para isso“, afirmou Catarina Martins na sexta-feira passada.

O apoio alarga-se ao CDS que anunciou que vai apresentar no Parlamento quatro medidas relacionadas com esta temática. As medidas chegam à Assembleia da República no dia 9 de fevereiro, segundo a agenda parlamentar, altura que os centristas farão uma interpelação ao Governo. Entre essas medidas está a redução do PEC.

O passado conta, no entanto, outra história. O PEC foi criado em 1998 no Governo socialista de António Guterres numa altura em que Marcelo Rebelo de Sousa, o atual Presidente da República, era o líder do PSD, negociando com o Executivo. A medida ganhou maior impacto mediático no Governo de Durão Barroso quando Manuela Ferreira Leite, então ministra das Finanças, aumentou os valores do pagamento especial por conta. O limite mínimo era de 500 euros, mas passou para 1250 euros.

Já em 2009, com o Governo minoritário de José Sócrates, o limite mínimo foi reduzido para os mil euros. No final do ano, o PSD propôs a extinção do PEC argumentando que a medida ia aliviar a tesouraria das PME e aumentar a liquidez destas empresas. A proposta colheu os votos favoráveis do PSD, CDS e PCP. O PS votou contra e o Bloco de Esquerda absteve-se, sendo que um dos argumentos utilizados era que esta medida combatia a evasão fiscal.

A eliminação do PEC foi de facto aprovada em generalidade, mas não avançou na especialidade. A então líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, decidiu retirar a proposta argumentando que o efeito nas contas públicas do Estado seria impactante. Segundo as contas do Governo, nessa altura, a perda de receitas com o fim do PEC seria de 300 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comissão da CGD: Domingues tem de entregar emails

António Domingues recusou-se a entregar a correspondência trocada com o ministro das Finanças. Mas os deputados na comissão da CGD insistem: o presidente demissionário tem mesmo de o fazer.

Os deputados da comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) insistem: António Domingues tem de entregar os emails trocados com o ministro das Finanças, Mário Centeno. O presidente demissionário justifica a não entrega da correspondência com o facto de estar fora do âmbito da comissão de inquérito à gestão da CGD.

António Domingues recusa-se a entregar os emails trocados com o Ministério das Finanças. Mas porquê? Segundo José Matos Correia, que preside a comissão, o presidente demissionário diz que os emails estão fora do âmbito da comissão de inquérito da CGD. Uma troca de correspondência que o ministério diz desconhecer. “Não existe correspondência trocada”, referem as Finanças, citadas pelo deputado José Matos Correia.

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu levantar o dever de sigilo bancário e profissional do banco, autorizando a instituição a revelar esta informação ao Parlamento. Mas salvaguardou, contudo, a correspondência da Caixa, uma decisão que poderá agora ser usada em favor de Domingues na recusa de entregar aos deputados da comissão qualquer comunicação feita com as Finanças.

A questão do sigilo profissional poderia ter sido levantada por António Domingues. Mas, como lembra o deputado do CDS João Almeida, o pedido é feito para o período em que Domingues estava no BPI e não na CGD.

Por isso, o pedido mantém-se. Isto apesar de alguns partidos também revelarem algumas dúvidas sobre se isto deverá ser analisado na comissão de inquérito e não na comissão de Orçamento e Finanças, onde Domingues e Centeno foram ouvidos no âmbito da CGD.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Passos pede que não se doure “a pílula” para evitar repetir “histórias complicadas”

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2017

O líder do PSD lançou mais um aviso: é preciso cuidado a falar-se na situação económica de Portugal para que situações do passado não se repitam.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu esta terça-feira que os políticos devem ser responsáveis e “não dourar a pílula” sobre a situação económica portuguesa, sob pena de se repetirem “histórias complicadas” que Portugal viveu num passado recente.

Julgo que os portugueses não perdoariam se os políticos não tivessem maturidade suficiente para lhes pouparem histórias tão complicadas por aquelas que passámos no passado recente”, defendeu o líder do PSD, num colóquio organizado pelo Conselho Nacional de Juventude (CNJ).

Questionado sobre o problema da elevada dívida portuguesa, Passos sublinhou que a capacidade de o país ir buscar dinheiro ao mercado, no passado “muito barato”, revelou-se “uma armadilha muito grande”, de que hoje é difícil sair “de forma indolor”. “Desconfiem quando aparecer alguém a dizer que tem uma ótima solução, que não custa a ninguém porque isso é uma espécie de milagre”, afirmou.

Admitindo que os portugueses podem estar cansados de ouvir falar destes problemas, depois de vários anos de crise, Pedro Passos Coelho considerou, contudo, que seria “um erro trágico” pensar que esse problema não existe.

“Isso exige que os políticos tenham responsabilidade, não andem a maçar as pessoas desnecessariamente, mas não andem a dourar tanto a pílula que as pessoas pensem que o céu continua a ser o limite”, alertou, considerando inviável em Portugal um modelo económico em que os depósitos e a poupança baixem e o consumo continue a aumentar.

Esse é um modelo falido – se insistirmos nele daremos razões às pessoas para se maçarem outra vez com coisas que não gostaríamos que acontecessem”, disse. Ainda assim, considerou, o problema da dívida portuguesa, sendo pesado, “não é insustentável”. “Eu diria que é tão mais insustentável quanto mais crescerem as vozes a achar que é muito mais fácil não pagar do que pagá-la”, alertou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa quer urgência na reforma do euro com criação de um Fundo Monetário Europeu

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2017

António Costa falava na sessão de encerramento de um seminário de alto nível intitulado "Consolidar o euro, promover a convergência", que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian.

O primeiro-ministro defendeu esta terça-feira a urgência da reforma do euro contra os protecionismos e populismos, considerando essencial um mecanismo supranacional de estabilização contra choques assimétricos e um Fundo Monetário Europeu para gestão das dívidas soberanas.

Entre outras medidas que preconizou para a reforma da arquitetura da zona euro, o líder do executivo português sustentou que “importa assegurar a evolução do Mecanismo Europeu de Estabilidade na direção de um Fundo Monetário Europeu, explorando a sua ação no apoio à gestão mais eficiente das dívidas soberanas”.

Logo nas suas primeiras palavras, o primeiro-ministro esclareceu no plano político qual a sua conceção sobre a existência da moeda única, considerando que “o euro é uma das principais realizações do processo de construção europeia”. “Construir o euro é construir a Europa e defender o euro é defender a Europa – defender uma União que garante há 60 anos a paz e a prosperidade entre os povos europeus”, declarou, antes de justificar a urgência de uma reforma na arquitetura da zona euro.

“Os europeístas responsáveis não podem ficar paralisados perante a ascensão do nacionalismo, do protecionismo, do populismo e da xenofobia. A União precisa de um novo ciclo virtuoso de crescimento e de convergência. A Europa só pode responder aos presentes desafios se estiver mais unida“, salientou.

"Não basta o voluntarismo político.”

António Costa

Primeiro-ministro de Portugal

Neste contexto, em defesa de uma reforma do euro, o líder do executivo português deixou uma série de advertências, dizendo então que “não basta o voluntarismo político” e que “sem uma revisão dos princípios e dos mecanismos da União Económica e Monetária (UEM) e sem uma melhor articulação entre as políticas monetárias, as políticas orçamentais e os incentivos económicos a zona euro não conseguirá ultrapassar de vez a crise persistente, económica, social e de legitimidade política, que a fragiliza”.

É verdade que hoje a União Europeia está mais bem preparada que em 2008. Mas não podemos correr o risco do sucesso conjuntural criar a ilusão que os problemas estruturais e congénitos do euro estão resolvidos”, advertiu ainda. Num recado dirigido a responsáveis de Estados-membros da Europa do Norte, o primeiro-ministro frisou que a necessidade de reforma do euro não é apenas necessidade de um país mas de todos e que este processo não pode ser encarado como “motivo de divisão ou confronto entre Estados membros”.

Neste ponto, António Costa fez mesmo questão de frisar que, na sua perspetiva, a reforma do euro “não passa por menor disciplina orçamental nem pela multiplicação de exceções às regras”, mas, antes, “por regras comuns que a todos sirvam”. O primeiro-ministro defendeu depois que, para que haja na realidade uma moeda comum a todos os Estados-membros da zona euro, é preciso “completar a política de coesão com um programa para a convergência económica e social”.

Um programa, segundo Costa, caraterizado por coordenação das políticas orçamentais dos diferentes Estados-membros – que, por sua vez, terão de estar coordenadas com a estratégia do Banco Central Europeu -; pelo aumento da dimensão do Plano Juncker; pela adoção de planos especiais de discriminação positiva para os países que cumpriram programas de ajustamento após a crise de 2008; e pelo reforço da capacidade orçamental própria da UEM, tendo em vista responder a crises e choques financeiro.

Aqui, António Costa sustentou que devem existir “estabilizadores automáticos de alcance europeu, através, por exemplo, da cobertura da eventualidade do desemprego ou de programas de formação e reinserção no mercado de trabalho”.

“Para o financiamento dessa capacidade orçamental comum, podem e devem ser mobilizados impostos europeus sobre transações financeiras ou fiscalidade verde, contribuições nacionais, recursos libertados pela diminuição dos juros da dívida ou emissão de dívida europeia junto dos mercado. Para melhorar este quadro de financiamento, é indispensável também completar a União Bancária, concretizando o Seguro Europeu de Depósitos”, acrescentou ainda o primeiro-ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Na véspera da rejeição à descida da TSU, PCP apresenta medidas para as empresas

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2017

O PCP apresentou hoje 12 medidas de estímulo à atividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas, nomeadamente o fim do Pagamento Especial por Conta e apoios nos custos de eletricidade e combustíveis.

O PCP anunciou os diversos projetos de lei e de resolução em conferência de imprensa, na Assembleia da República, na véspera da previsível rejeição da baixa da Taxa Social Única (TSU), incluída pelo Governo e parceiros na negociação do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), através de apreciação parlamentar.

“Destaca-se a redução do PEC e a programação da sua extinção até ao final da legislatura, resultante de propostas apresentadas pelo PCP nos Orçamentos do Estado para 2016 e 2017, mas referem-se também outras importantes propostas que permitem a redução de parte dos custos energéticos, nomeadamente na eletricidade, gás de garrafa e combustíveis utilizados na pesca e agricultura”, afirmou o deputado comunista Bruno Dias.

O PEC é uma forma de entregar imposto sobre o rendimento ao Estado, previsto no Código do Imposto sobre Rendimentos Coletivos (IRC), com base no volume de negócios (1%) do período de tributação anterior, com um limite mínimo de 850 euros.

“Concretizar a extinção do PEC em 2018, antecipando assim o processo de transição aprovado por proposta do PCP no atual orçamento, pela conclusão já em 2017 do processo de construção dos coeficientes técnico-científicos por setor e ramo de atividade”, exemplificou Bruno Dias.

Frisando a separação que deve existir entre o estabelecimento do SMN e eventuais benefícios ao investimento empresarial como “moeda de troca”, o deputado comunista elencou outras das iniciativas defendidas pelo PCP.

“Medidas de acesso ao crédito com juros, prazos e condições adequadas, reprogramação [dos fundos comunitários] Portugal 2020 com programas específicos para MPME, alargamento do regime de IVA após boa cobrança às empresas com até dois milhões de euros de faturação”, foram outras ideias apresentadas.

O PCP preconiza ainda “um regime de conta-corrente entre MPME e o Estado para aliviar as tesourarias das empresas que sejam credoras”, “alterar o Imposto de Selo para que as comissões dos terminais de pagamento automático fiquem a cargo da banca”, “estender o regime do gasóleo profissional a atividades produtivas”, “reposição da taxa de IVA de 6% na eletricidade e gás natural”, “definir um nível de incorporação de biocombustíveis no gasóleo à semelhança de Espanha”, “medidas para redução da fatura energética”, “criar um programa de valorização das MPME no âmbito da contratação pública” e “isentar pequenas empresas da revisão legal de contas”.

Por iniciativa de BE e PCP, o parlamento discute e vota quarta-feira o diploma do Governo socialista que baixa temporariamente a contribuição das empresas à segurança social por cada trabalhador com SMN de 557 euros, algo acordado em concertação social.

O líder parlamentar e presidente do PS, Carlos César, afirmou na véspera que se a baixa na TSU for ‘chumbada’ quarta-feira, o Governo socialista procurará uma alternativa com os parceiros políticos da esquerda e os parceiros sociais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Teixeira Duarte sai da energia. Vende à Oz Energia

O negócio foi realizado por um valor de 8,3 milhões de euros, levando à saída da Teixeira Duarte do setor da energia.

A Teixeira Duarte vai abandonar o setor da energia, depois de ter chegado a acordo para a alienação da participação de 50% que detinha na TDARCOL, SA com a OZ Energia, empresa do grupo Gestmin, de Manuel Champalimaud.

Com esta operação o grupo Teixeira Duarte vai encaixar 8,3 milhões de euros, segundo um comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ainda no mesmo comunicado pode ler-se que “a transmissão aguarda a autorização por parte da Autoridade da Concorrência, sendo que só nessa altura a operação será concluída”. A Teixeira Duarte estima que a AdC se pronuncie durante o primeiro trimestre de 2017.

O grupo TD começou a desinvestir no setor da energia em março de 2015, altura em que alienou a entidade através da qual atuava na área dos combustíveis líquidos e lubrificantes. O grupo adianta no mesmo comunicado que apesar de deixar de operar no setor da energia, irá manter-se nos outros seis setores (Construção, Imobiliário, Hotelaria, Distribuição e Automóvel) e nos 18 países em que está presente.

Já a OZ Energia adianta em comunicado enviado às redações que esta operação lhe vai permitir “reforçar a sua posição na área do gás propano canalizado”.

O grupo Gestmin que detém a OZ Energia tem interesses em várias áreas de negócio desde a energia, à logística alimentar, passando pela indústria de moldes e plásticos, turismo e agroindústria.

Emanuel Freitas, ceo da OZ Energia refere que: “Com a concretização desta transação potenciamos sinergias, ganhamos eficiência e competitividade” e “irá permitir uma maior proximidade ao cliente e uma capacidade de resposta ainda mais eficaz”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Faria de Oliveira: Reconhecer imparidades excessivas pode ser “inconveniente”

O antigo presidente da CGD diz que reconhecer imparidades em excesso pode ser "inconveniente". Faria de Oliveira refere que não devem criar-se desincentivos à recuperação de créditos.

Fernando Faria de Oliveira diz que os bancos não devem reconhecer imparidades em excesso. O antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) explica na comissão de inquérito à gestão do banco do Estado que isto pode ser “inconveniente”.

“Reconhecer imparidades em excesso ou adotar uma estratégia de reconhecimento de imparidades demasiado agressiva, acima das imparidades aceitáveis ou corretamente registadas (onde são particularmente importantes os ‘comparáveis’ cm as outras instituições, designadamente os seus pares, dos rácios de cobertura do crédito malparado pelas imparidades), pode ser duplamente inconveniente“, diz o atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

Uma imparidade representa uma perda que corresponde à desvalorização de um ativo que se detém. E o reconhecimento de imparidades pode ser “mais ou menos agressivo, daí resultando rácios de cobertura do crédito malparado maiores ou menos”, explica Faria de Oliveira aos deputados.

Faria de Oliveira

Na comissão de inquérito à gestão da CGD, Faria de Oliveira diz que, “embora beneficie, a prazo, a rentabilidade da instituição, implica estar a desvalorizar ativos e a requerer mais capital”. O engenheiro explica que “do ponto de vista prudencial e de gestão do banco, quanto mais fortes estiverem os balanços e mais elevados forem os rácios de capital, melhor”.

Mas avisa: “Na ótica da estabilidade financeira, tem de haver preocupações de equilíbrio”, não criando “desincentivos à recuperação de créditos, que podem demonstrar-se perversos”. O antigo presidente da Caixa acrescenta ainda que, comparando com os outros bancos, a CGD “está muito favoravelmente posicionada”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis dita ventos favoráveis em Lisboa

O PSI-20 terminou o dia com ganhos ligeiros, apoiado no avanço de mais de 4% das ações da empresa de Manso Neto, que mais do que compensou o recuo na mesma ordem registado pelos títulos do BCP.

A empresa liderada por Manso Neto foi a principal responsável pelos ganhos ligeiros do PSI-20 na última sessão, graças à valorização de mais de 4% das suas ações. A subida do índice bolsista nacional só não foi mais acentuada devido ao tombo também em torno de 4% dos títulos do BCP que foram pressionados pelos direitos ao aumento de capital que recuaram mais de 9%. Já o deslize ligeiro da bolsa britânica foi a exceção num dia de ganhos um pouco por todos os mercados acionistas europeus.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupo Vila Galé faturou 170,5 milhões em 2016

  • Juliana Nogueira Santos e Lusa
  • 24 Janeiro 2017

Com 27 unidades em Portugal e no Brasil, o grupo hoteleiro registou um aumento de 21% nas suas receitas face igual período do ano anterior.

O Grupo Vila Galé obteve, em 2016, um volume total de negócios de 170,5 milhões de euros. As 20 unidades portuguesas contribuíram com 93,6 milhões de euros, mais 15% que em igual período de 2015, enquanto o negócio no Brasil atingiu os 77 milhões de euros, num aumento de 6% relativamente ao ano passado.

Num encontro com jornalistas em Lisboa, o administrador do grupo Gonçalo Rebelo de Almeida afirmou que, em Portugal, “o mercado interno continua a ser o principal do Vila Galé, representando [no ano passado] 30% em termos de quartos ocupados”, sendo os principais mercados externos são os do Reino Unido, da Alemanha e de Espanha.

Em 2016, o número de quartos ocupados nos hotéis Vila Galé em Portugal registou um aumento de 9%, atingindo os 939 mil quartos. No Brasil, o Grupo Vila Galé detém sete hotéis, que atingiram, assim, receitas totais de 261,4 milhões de reais (77 milhões de euros) em 2016, contabilizando-se 508 mil quartos ocupados, um número semelhante ao registado no ano anterior.

À parte da sazonalidade que atinge este negócio, o balanço é positivo. Tanto o administrador, como o presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, disseram, no mesmo encontro, que “tal como aconteceu no Turismo em geral”, em termos globais 2016 foi “um ano positivo” para o grupo.

Jorge Rebelo de Almeida destacou como “acontecimento do ano” o lançamento pelo Governo do Programa Revive. “Já falava disto há anos. Acho-o um programa extraordinário”, disse o presidente do Grupo Vila Galé, considerando que este não só “melhora a imagem de Portugal” como “vai fomentar mais o negócio” do Turismo em geral.

Já em termos de expectativas para este ano, Gonçalo Ribeiro diz que “a tendência” demonstrada nos primeiros dias do ano é de crescimento. “As perspetivas são globalmente positivas. Estamos com mais 7% a 8% de reservas do que estávamos há um ano”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGD não quer divulgar lista dos maiores devedores

A Caixa Geral de Depósitos recusa-se a entregar a lista de créditos maiores por si concedidos. Isto depois de a Relação de Lisboa dizer que o banco público não tem de manter segredo sobre os créditos.

A Caixa Geral de Depósitos não quer entregar a lista dos maiores créditos concedidos pelo banco do Estado. A posição é conhecida através de uma carta enviada à comissão de inquérito à gestão da Caixa, com data de 23 de janeiro. Isto mesmo depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido levantar o sigilo bancário.

A “CGD não pode prestar as informações solicitadas”, lê-se na carta enviada ao deputado José Matos Correia, presidente da mesa na comissão de inquérito da CGD, pelo vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração, João Tudela Martins, a que o ECO teve acesso.

"A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação os seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”

vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração, João Tudela Martins

“A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação os seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”, defendem os dois gestores.

Documentação que inclui uma lista detalhada dos 50 maiores devedores da Caixa, que identifica, entre outros, os montantes em causa, o incumprimento, os créditos reestruturados, as imparidades, datas ou garantias concedidas. E é esta lista de créditos que justifica o reconhecimento de imparidades na ordem dos três mil milhões de euros.

Esta recusa acontece mesmo depois de a Relação de Lisboa ter decidido levantar o dever de sigilo bancário e profissional do banco, autorizando a instituição a revelar esta informação ao Parlamento. Salvaguardada continua, contudo, a correspondência da Caixa.

O deputado José Matos Correia reage de forma assertiva: “Não me passa pela cabeça que uma entidade, seja ela quem for, não cumpra uma decisão do Tribunal da Relação.” A resposta pode revelar um “desconhecimento da decisão” por parte da Caixa, adianta.

(Noticia atualizada às 18h40 com a reação do deputado José Matos Correia.)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dividendos: Portugal e Espanha no pódio europeu

Estudo da Allianz Global Investors identifica Portugal e Espanha, entre os mercados europeus em que as cotadas apresentam os dividendos mais rentáveis. Rendem, em média, 4,4% na bolsa de Lisboa.

O valor dos dividendos a distribuir pelas empresas europeias deverá atingir um nível recorde, este ano, com Portugal a figurar no topo das oportunidades em termos de retorno dos dividendos, logo atrás de Espanha. Quem o diz são os analistas da Allianz Global investors, que estimam para este ano um aumento dos lucros e uma melhoria das margens.

Os cálculos da gestora de ativos, apontam para que as companhias do Velho Continente distribuam pelos seus acionistas um total de 315 mil milhões de euros, em dividendos, batendo assim o anterior recorde de 302 mil milhões registado em 2016. No estudo Capital Income: Dividends, Jörg de Vries-Hippen, responsável pelo investimento em ações europeias, salienta que as empresas e em particular os investidores beneficiam de economias fortes em países como a Alemanha. “Os fluxos financeiros (cash flows) estáveis e contínuos podem ser partilhados via pagamento de dividendos acima da média”, diz.

O especialista da Allianz Global Investors está confiante que os dividendos manter-se-ão uma importante alternativa de investimento para os investidores em 2017. “Mesmo sendo provável que as taxas de juro recuperem dos seus mínimos históricos este ano, parece improvável que alcancem o nível de rentabilidade dos dividendos no curto prazo”, prevê Jörg de Vries-Hippen.

Neste âmbito, refere que existem boas oportunidades de investimento entre as empresas portuguesas e espanholas, onde identifica uma elevada rentabilidade por dividendo em 2016. Espanha e Portugal apresentaram as rendibilidades por dividendos (dividend yield) mais elevadas da Europa, situando-se em 2016 nos 4,9% e 4,4%, respetivamente, o que segundo a gestora de ativos “explica-se com o facto de que estes mercados apresentam ainda valorizações baixas.” No final de 2016, a rentabilidade (yield) média do dividendo situou-se em torno dos 3,5% em toda a Europa.

Já Hans-Jörg Naumer, Head of Capital Market Analysis e autor do estudo, explica os benefícios dos dividendos num contexto mais alargado de carteira e ao longo de períodos longos: “Os dividendos poderiam compensar as perdas no valor da ação, pelo menos parcialmente. Os dividendos contribuíram cerca de 38% para a rentabilidade agregada do MSCI Europe ao longo de todo o ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portuguesa Attentive.us entra em aceleradora americana Techstars

  • Juliana Nogueira Santos
  • 24 Janeiro 2017

A startup nacional de apoio empresarial vai integrar programa de meses no Colorado, contando também com 120 mil dólares de apoio inicial.

A startup portuguesa Attentive.us vai integrar um programa de três meses numa famosa aceleradora de empresas no estado do Colorado, nos Estados Unidos da América. A empresa, que se encontrava no portefólio da Caixa Capital, o fundo de capital de risco da Caixa Geral de Depósitos, vai-se mudar de malas e bagagens para a Techstars.

A ferramenta de apoio empresarial que providencia informações em tempo real sobre clientes, concorrentes, etc., foi criada em 2015 por quatro portugueses. Além de contar agora com a mentoria e a influência da aceleradora norte-americana, a startup vai receber 120 mil dólares de investimento inicial, montante assegurado pela empresa.

O orgulho pelo cumprimento do objetivo foi expressado por Daniel Araújo, o CEO da empresa, na sua conta de Twitter, tendo também afirmado que, além de agradecerem todo o apoio da Caixa Capital, “estamos ansiosos por fazer parte da crescente família de startups portuguesas de elite a juntarem-se à Techstars”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.