Pedro Nuno Santos: “O PS nunca mais vai precisar da direita para governar”

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares está focado na esquerda portuguesa, garantindo que à direita não há espaço para acordos de governação. Mas pode haver acordos em algumas matérias.

Os socialistas estão confiantes de que não vão precisar mais do PSD para governar. Quem o garante é o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, o responsável por manter a gerigonça oleada. Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Jornal Económico, afirma que a democracia portuguesa está numa fase diferente e desvaloriza a tensão criada à volta da TSU, cuja redução pode cair na próxima semana.

“O PS nunca mais vai precisar da direita para governar. É uma vitória muito importante”, garante o braço-direito de António Costa, argumentando que a democracia “nasceu centrada à esquerda”. Neste momento está a nascer “uma nova fase de negociação à esquerda” que é o próprio quem lidera. No entanto, Pedro Nuno Santos admitiu ter existido uma reunião esta semana com o PSD e não fecha por completo consensos alargados: “Isso não impede que nós possamos ter acordos com o PSD em algumas matérias. Já aconteceu no passado”.

A descida da Taxa Social Único é o tema polémico do momento, mas o responsável pela concertação entre PS, BE, PCP e Os Verdes rejeita a existência de um confronto. “Não houve um confronto entre nós e os nossos parceiros na questão da TSU“, garante. Para Pedro Nunos Santos, a questão é outra: “Estamos habituados a olhar para o Parlamento como uma continuação do Governo. Ao longo dos anos temos tido parlamentos governamentalizados. Mas não é o que temos hoje, e isso não diminui a nossa democracia”.

Para o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, esta reviravolta na democracia portuguesa torna-a mais forte. “Temos um Governo que faz o que lhe compete, e no caso da TSU o Governo participou numa negociação onde estão os parceiros sociais e o Governo, e agora há uma segunda fase que é no Parlamento, onde cada grupo parlamentar assumirá as suas responsabilidades com naturalidade”, argumentou o socialista.

A apreciação parlamentar acontece já dia 25, na próxima quarta-feira. Caso se confirme a aprovação da cessação da vigência, o decreto-lei que reduz a TSU para os patrões em 1,25 pontos percentuais deixa de entrar em vigor no dia 1 de fevereiro.

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Novo Banco vai liquidar dívida emitida com ajuda do Estado

  • ECO
  • 20 Janeiro 2017

A instituição liderada por António Ramalho vai liquidar em fevereiro a última tranche de dívida emitida com garantia estatal. Vai reembolsar mais 1.500 milhões de euros.

O Novo Banco vai reembolsar em breve obrigações emitidas com garantia estatal. Será liquidada em fevereiro a última tranche destes títulos, colocando assim um ponto final nas ajudas do Estado ao banco liderado por António Ramalho que está em processo de venda.

O banco prepara-se para reembolsar 1.500 milhões de euros em dívida, refere o Jornal de Negócios (acesso pago). Este novo reembolso segue-se a dois outros realizados no final do ano passado, em novembro e dezembro, em resultado da “folga de liquidez” da instituição.

Com a extinção da última linha de obrigações garantidas, que acontecerá a 17 de fevereiro, diz o mesmo jornal, acabam as ajudas do Estado ao Novo Banco, isto depois da extensão do prazo destas mesmas emissões ter obrigado o Estado a negociar compromissos com Bruxelas.

Apesar de acabar com a ajuda estatal, a instituição continuará sob a tutela da Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia até ao final de junho. Antes disso, deverá haver avanços no processo de venda do banco.

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Ex-BESA pagou 212 milhões ao Novo Banco mas adia segunda tranche

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2017

O Banco Económico, pagou ao Novo Banco 212 milhões de dólares do empréstimo que transitou da resolução do BES, mas o pagamento restante foi adiado até 2018.

O Banco Económico, que resultou da transformação em 2014 do antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA), pagou ao Novo Banco 212 milhões de dólares do empréstimo que transitou da resolução do BES. No entanto, a segunda tranche do pagamento foi adiada até 2018.

A informação foi confirmada hoje em entrevista à Lusa pelo presidente da comissão executiva do Banco Económico, Sanjay Bhasin, e pelo administrador executivo Pedro Cruchinho, a propósito da divulgação do relatório e contas da instituição, referente a 2015, o primeiro apresentado pelo banco.

Na origem destes pagamentos estão as medidas de resolução impostas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) ao antigo BESA em outubro de 2014, prevendo que o primeiro dos dois empréstimos a liquidar pelo Banco Económico ao Novo Banco — por sua vez transitados do português Banco Espírito Santo (BES) –, no valor de 425 milhões de dólares (397 milhões de euros), tivesse vencimento ao fim de 18 meses, a 30 de abril de 2016.

“Esse empréstimo já foi pago a 50% [212 milhões de dólares] e foi feita uma recalendarização dos pagamentos por forma a haver moeda estrangeira suficiente para pagarmos nas datas efetivas. Passa a vencer em [15 de agosto de] 2018”, explicou à Lusa Pedro Cruchinho.

Além dos 212 milhões de dólares que faltam liquidar, acresce um segundo empréstimo titulado pelo Novo Banco, também transitado do anterior crédito que tinha sido concedido pelo BES ao antigo BESA (de que era acionista maioritário). Este empréstimo tem o mesmo valor: 425 milhões de dólares, neste caso com uma maturidade de 10 anos, a partir de 2014.

“Mas esta reestruturação foi feita por mútuo acordo entre as duas partes”, enfatizou Sanjay Bhasin, na mesma entrevista, justificando a medida com os problemas cambiais em Angola.

Fruto da intervenção no BESA em 2014, o Novo Banco, além de uma parte do empréstimo concedido anteriormente pelo BES, ficou com uma participação de 9,9% no capital social do Banco Económico, por conversão de 53,2 milhões de euros também do empréstimo àquela instituição.

Esta percentagem corresponde à conversão de 7.000 milhões de kwanzas do empréstimo, à data de 4 de agosto de 2014, quando o BESA foi alvo de intervenção do BNA.

O Banco de Portugal tinha confirmado em agosto de 2014 que o crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES tinha concedido ao BESA passou para o Novo Banco, estando totalmente provisionado.

Em cumprimento das determinações do BNA, após o colapso do BES, o BESA passou a Banco Económico SA e entre os novos acionistas encontram-se agora o grupo público angolano Sonangol.

Questionado pela Lusa, Sanjay Bhasin afirmou que a relação com o Novo Banco está assente numa base de “interesse mútuo”: “Temos mantido uma boa relação. E acho que estão muito satisfeitos com os progressos que temos feito”.

As alterações ao antigo BESA foram decididas durante uma assembleia-geral extraordinária de acionistas realizada a 29 de outubro de 2014, em Luanda, em cumprimento das determinações do banco central.

O BNA esclareceu naquele dia, em comunicado, que “se confirmou a subscrição do capital social”, conforme o próprio banco central tinha deliberado uma semana antes, no âmbito das medidas de saneamento e da intervenção direta no BESA.

A estrutura anterior era composta pelo BES português, com 55,71%, e pela Portmill, com 24%, participações que foram diluídas face ao aumento de capital necessário a cobrir o crédito malparado.

O BNA ordenou a 20 de outubro seis medidas a aplicar em sete dias úteis visando a continuidade do BESA, depois de analisar a evolução da situação financeira daquele banco.

Uma dessas medidas envolvia o aumento de capital, de 65.000 milhões de kwanzas (494 milhões de euros, à taxa cambial de 04 de agosto de 2014, quando o BESA foi intervencionado), a realizar pelos acionistas ou entidades “por si convidadas”, aceites pelo banco central, para “assegurar o cumprimento dos rácios prudenciais mínimos”.

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Antigo BES Angola, novo Banco Económico com lucros em 2015

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2017

O Banco Económico, que surgiu após a intervenção estatal angolana no Banco Espírito Santo Angola, fechou 2015 com um resultado líquido positivo de 57 milhões de euros.

O Banco Económico, que surgiu após a intervenção estatal angolana no Banco Espírito Santo Angola (BESA), fechou 2015 com um resultado líquido positivo de 57 milhões de euros, à taxa de câmbio atual, estando o processo de transformação concluído.

“Concluímos com a aprovação do relatório e contas [em assembleia-geral a 15 de dezembro de 2016], com a nossa imagem no mercado, com os nossos clientes e com o nosso pessoal e estamos focados já no futuro“, afirmou, em entrevista à Lusa, o presidente da comissão executiva do Banco Económico, Sanjay Bhasin.

O administrador falava a propósito da apresentação do primeiro relatório e contas do banco, que foi formalmente criado em assembleia-geral de acionistas do banco – sucessor do antigo BESA – a 29 de outubro de 2014.

“Estamos agora numa situação em que os clientes estão connosco, a base de clientes está a crescer e os depósitos aumentaram nos últimos dois anos. Estamos muito satisfeitos, tendo em conta a situação que tínhamos no passado”, disse Sanjay Bhasin, nomeado para aquelas funções também no final de 2014.

Segundo o relatório e contas, o Banco Económico registou um resultado líquido de 9.972 milhões de kwanzas (57 milhões de euros à taxa de câmbio atual, a moeda nacional desvalorizou entretanto mais de 30%) no exercício de 2015 e um produto bancário que chegou aos 21.603 milhões de kwanzas (121,6 milhões de euros). O resultado financeiro foi de 3.210 mil milhões de kwanzas (18 milhões de euros) em 2015, neste caso “em virtude do aumento das taxas de juro passivas”, nomeadamente as taxas de juro praticadas pelo banco central.

Os dados relativos ao exercício de 2016 serão conhecidos em março, com a administração a admitir que, embora positivos, sejam “inferiores” aos de 2015, fundamentalmente pelo aumento das dificuldades económicas do país e pela conjuntura ao nível das taxas de juro.

Após a intervenção do Banco Nacional de Angola (BNA), entre agosto e outubro de 2014, a composição acionista do novo banco então criado – e que envolveu a diluição das participações no antigo BESA para garantir o obrigatório aumento de capital e fazer face às perdas -, o grupo da petrolífera Sonangol passou a ser o principal acionista, através da Sonangol EP (16%), Sonangol Vida (16%) e Sonangol Holding (7,40%).

A Lektron Capital, alegadamente ligada a investidores chineses – proveniência que o Sanjay Bhasin preferiu não revelar, apesar de questionado pela Lusa -, entrou no capital social do banco com uma participação acionista de 30,98%, enquanto a Geni Novas Tecnologias assumiu uma posição de 19,90% e o Novo Banco ficou apenas com 9,72%, dos anteriores mais de 55% do BES português.

Entre 2014 e 2015, período que marcou a transformação do antigo BESA em Banco Económico, a instituição afirma ter captado “cerca de 15.000 novos clientes”, superando assim a fasquia dos 100.000.

Além disso, os depósitos das empresas registaram um crescimento de 42% e os depósitos do segmento de particulares subiram 22%. Globalmente, os depósitos ascendiam no final de 2015 a 509.442 milhões de kwanzas (2,8 mil milhões de euros, ao câmbio atual).

A carteira de crédito cifrou-se, neste período, nos 108.344 milhões de kwanzas (610 milhões de euros), segundo o relatório e contas.

Entre outros indicadores, o banco apresentou um rácio de crédito vencido que aumentou no exercício de 2015 em sete pontos percentuais, para 30% no final do ano, “justificado pelo abrandamento da atividade económica e seu reflexo ao nível das empresas e das famílias”, enquanto o rácio de solvabilidade baixou, face a 2014, para 17,81%.

O banco fechou o ano de 2015 com um total de 1.061 trabalhadores e, apesar do foco na contenção de custos com pontuais reestruturações na localização de agências, a administração afasta um cenário de despedimentos.

“Não há nenhum objetivo de redução do pessoal para ajustar os custos”, afirmou Sanjay Bhasin.

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Economia da China abrandou e só cresceu 6,7% em 2016

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2017

Apesar de ter sido o crescimento mais lento desde 1990, o desempenho encontra-se alinhado com as perspetivas do Governo.

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,7% em 2016, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 26 anos, anunciou hoje o Gabinete Nacional de Estatísticas da China.

No quarto e último trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático acelerou ligeiramente, ao expandir-se 6,8% em termos anuais homólogos, mais uma décima do que o registado nos três trimestres precedentes (6,7%).

Apesar de ter crescido ao ritmo mais lento desde 1990 (3,9%), o desempenho da economia da China no cômputo de 2016 – duas décimas abaixo do crescimento de 2015 (6,9%) – encontra-se em linha com as previsões do Governo, já que Pequim situou a meta de crescimento anual entre 6,5% e 7%.

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Função Pública recebe hoje 1º salário com 50% do subsídio de Natal em duodécimos

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2017

O funcionários públicos vão sentir uma diminuição do rendimento disponível mensalmente ao longo do ano, mas em termos anuais, não haverá uma penalização. Serão compensados em novembro.

Os funcionários públicos começam hoje a receber os vencimentos de janeiro com o pagamento de 50% do subsídio de Natal em duodécimos, sendo os restantes 50% pagos em novembro.

Esta alteração, introduzida pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), vai gerar uma diminuição do rendimento disponível mensalmente ao longo do ano, uma vez que em 2016 os funcionários públicos recebiam todo o subsídio de Natal em duodécimos.

Contudo, em termos anuais, não haverá uma penalização, porque esta perda será compensada em novembro quando for paga a segunda metade do subsídio.

O subsídio de Natal deixou de ser pago integralmente aos funcionários públicos em novembro de 2012 e desde 2013 que estava a ser pago em duodécimos, um valor distribuído pelos 12 meses do ano.

Já o subsídio de férias dos trabalhadores do setor público será pago “por inteiro no mês de junho de cada ano ou em conjunto com a remuneração mensal do mês anterior ao do gozo das férias, quando a aquisição do respetivo direito ocorrer em momento posterior”.

Também os pensionistas vão receber metade do subsídio de Natal em 12 parcelas e os restantes 50% em novembro, sendo que o valor global deste subsídio é feito por referência ao vencimento de dezembro.

Isto quer dizer que, de janeiro a agosto, os duodécimos pagos são calculados com base na pensão de janeiro e, no final do ano, quando for processada a segunda metade do subsídio de Natal, será feito um acerto.

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Yes we did: oito anos de Obama na Casa Branca

  • Juliana Nogueira Santos
  • 20 Janeiro 2017

Hoje foi a última vez que Barack Obama acordou no número 1.600 da Avenida Pensilvânia. Hoje é o dia em que entrega o seu legado a Donald Trump. E qual é esse?

Foi no dia 20 de janeiro de 2009 — há exatamente oito anos — que Barack Hussein Obama se tornou no primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América. Com uma campanha alicerçada na esperança e na renovação, conseguiu surpreender tudo e todos, derrotando dois pesos pesados da política americana: Hillary Clinton e John McCain.

“I, Barack Hussein Obama, do solemnly swear…” começava assim o primeiro juramento de honra de Obama.Cecilio Ricardo/U.S. Air Force

Começou como underdog, o candidato com menos probabilidade de ganhar por ter menos experiência, e acabou por subir ao púlpito no capitólio, onde afirmou que chegava de “queixas insignificantes e falsas promessas, de recriminações e dogmas ultrapassados que estrangularam a nossa política durante demasiado tempo”. A mudança era possível e ia começar.

Antes de avançar, resolver

Herdou um país aos pedaços, destruído pelo rebentar da bolha do imobiliário que levou à queda de grandes banco como o Lehman Brothers. Era esperado que outros, como o Merrill Lynch e o Bank of America, se seguissem, mas o pior foi evitado. Entretanto, a crise financeira alastrava pelo mundo como uma epidemia.

O tecido socioeconómico estava ainda pior: quem tinha contraído créditos à habitação deixou de conseguir pagar o que devia, a inflação subiu, levando os preços a máximos, a procura de bens e serviços diminuiu, os negócios pararam de contratar e começaram a dispensar trabalhadores. Resumindo, uma bola de neve catastrófica.

O trabalho de recuperação começou a ser feito ainda por Bush, na altura em que o país entrou em recessão. Um mês após chegar à Casa Branca a administração Obama implementou um pacote de estímulos à economia com medidas instantâneas e abrangentes

Este colete salva-vidas ficou conhecido como American Recovery and Reinvestment Act (ARRA) e contava com alívios fiscais, incentivos ao investimento privado, programas de ajuda aos lesados e investimento em infraestruturas públicas. Entre os anos de 2009 e 2012, o ARRA permitiu um impulso fiscal de 700 mil milhões de dólares

Por outro lado, a Reserva Federal tomou a iniciativa de utilizar a ferramenta clássica de estabilização monetária: a redução das taxas de juro de referência para mínimos históricos — que se mantiveram aí até dezembro de 2015.

Depois da população, os mercados

Wall Street tinha sofrido um abalo fortíssimo. Entre 2008 e 2009, o indíce S&P 500 negociou em mínimos desde a terça-feira negra de 1929. Era preciso garantir que algo assim não voltava a acontecer.

Foi assim que surgiu a lei Dodd-Frank, considerada a maior luta de Obama pela restruturação financeira. “Eu não me candidatei à presidência para ajudar uma data de banqueiros gulosos”, afirmou este quando a lei foi proposta.

A Dodd–Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act prevê a construção de um sistema financeiro mais transparente e responsável, que previne que as instituições fiquem “too big to fail” — demasiado grandes para falir, numa tradução literal –, que os contribuintes tenham de financiar os resgates e que sejam levadas a cabo práticas financeiras abusivas e periogosas.

Por outro lado, esta lei aumentou também a supervisão financeira devido ao surgimento de várias agências que estão em constante contacto com as instituições de mais risco, restringindo investimentos e impedindo empréstimos predatórios.

O setor automóvel, um dos setores mais importantes da indústria americana também precisou de um abanão, com os dois maiores fabricantes nacionais, a General Motors e a Chrysler, a precisarem de intervenção estatal. O processo de restruturação incluiu a declaração de bancarrota por parte das duas empresas.

Por fim, a intervenção estatal também se estendeu à banca através do Troubled Asset Relief Program, que providenciou 700 mil milhões de dólares para estabilizar instituições financeiras em risco, como o AIG. No total, foram 700 os bancos a receberem apoios.

Saúde para todos

Muitos tentaram, todos falharam. Inúmeros presidentes, entre eles Teddy Roosevelt, Franklin Roosevelt, Jimmy Carter e Bill Clinton, quiseram tornar a saúde um direito comum e estender o acesso aos cuidados de saúde àqueles que não conseguiam pagar por um seguro. Chegou a vez de Obama e conseguiu — pelo menos por agora.

Obama assina o Affordable Care Act no dia 23 de março de 2010 sob o olhar atento de uma criança.

O Affordable Care Act ou Obamacare, como é habitualmente chamado, tornou-se no maior sistema de saúde a trabalhar na América, tendo providenciado cuidados de saúde de qualidade para mais de 22 milhões de americanos e reduzido os custos de muitas famílias em milhares de euros. Além disso, a dinâmica do programa afetou também médicos, hospitais e empresas de farmacêutica que passaram a ter mais trabalho.

Obama e o retrato final

Obama sai da Casa Branca e deixa um país com um Produto Interno Bruto de 18 biliões de dólares, em relação aos 14,7 biliões que encontrou. Ultrapassou a crise de 2008, que deixou o PIB de 2009 em 14.4 biliões, mas deixa também uma dívida de 19,9 biliões de dólares — cerca de 107% do PIB.

Relativamente ao emprego, os Estados Unidos da América contam hoje com uma taxa de desemprego de 4,7%, menor do que a que se registava em 2008 — 5% — e bem menor do que o pico que atingiu na recessão, de 10%.lehman_brothers-01

Obama sai também com a banca aparentemente saudável. Os três maiores bancos americanos fecharam positivamente o ano passado, sendo que o JP Morgan registou 24,7 mil milhões em lucros — face aos 5,6 mil milhões em 2008 –, o Bank of America 17,9 mil milhões — contra 4 mil milhões em 2008 — e o Citigroup 14,9 — 27,6 mil milhões de dólares em prejuízos que contabilizou em 2008.

O que ficou por fazer?

Os avanços nestes oito anos foram bastantes, mas ainda ficaram muitos problemas por resolver. O primeiro, e um dos mais preocupantes em termos sociais, é o da desigualdade que tem estado a crescer. Segundo a World Wealth & Income Database, 38,9% da riqueza total do país está nas mãos dos 1% da população mais rica.

Além disso, e embora tenha conseguido diminuir a taxa de desemprego, a administração de Obama não conseguiu aumentar a percentagem de população ativa: 17% dos homens em idade ativa não estão em exercício, enquanto nas mulheres esta percentagem é de 25%.

Legado económico ou inspiracional

Todas as metas atingidas pela administração de Obama podem ser alvo de debate. O crescimento é notável, mas à custa de quê? Até que ponto os americanos vivem em melhores condições? A verdade objetiva é que este foi um líder que conseguiu resgatar um país de uma crise profunda, da qual muitos países ainda estão a tentar recuperar. Os seus feitos na área social e dos direitos humanos não têm par. É um presidente que vai ficar na memória de todos.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Hoje é o dia que marca uma viragem política económica nos EUA e, por arrasto, no resto do mundo. Donald Trump toma posse às 12h30 de Lisboa.

Hoje é dia D, de Donald Trump. O 45.º presidente dos Estados Unidos toma posse esta manhã (serão 12h30 em Lisboa) e os mercados vão reagir. Por cá, continua a decorrer o aumento de capital do BCP, numa sessão em que estarão proibidas as vendas a descoberto das ações do banco, por decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), depois do tombo de quinta-feira.

Dia D, de Donald

Às 9h30 de Washington, 12h30 de Lisboa, Donald Trump toma posse como 45.º presidente dos Estados Unidos. A incerteza em torno das políticas que serão implementadas por Trump tem deixado os investidores nervosos nos últimos dias, numa altura em que instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) temem a “incerteza em torno da orientação política da nova administração dos EUA e as suas ramificações globais”. O maior risco, para já, é a promessa de um estímulo fiscal mais elevado no curto prazo, além da introdução de políticas protecionistas, com limitações à circulação de bens e de pessoas.

Vendas a descoberto no BCP estão proibidas

No primeiro dia de aumento de capital, os direitos que dão acesso a 15 títulos do banco afundaram mais de 40%, levando as ações do BCP a derrapar 11,37%. A queda levou a CMVM a proibir a venda a descoberto das ações do banco na sessão de hoje, para evitar que os investidores apostem em desvalorizações. Resta saber se o BCP vai manter hoje a tendência de queda.

China divulga evolução do PIB

A China divulga os dados da evolução do PIB no quarto trimestre de 2016, depois de as autoridades chinesas já terem dito que o país vai alcançar as metas traçadas para o conjunto do ano. Os economistas consultados pela Bloomberg estimam que o PIB chinês tenha crescido 6,7% no último trimestre do ano passado, em linha com o crescimento do trimestre anterior. Serão ainda divulgados os dados de dezembro relativos à produção industrial, vendas do retalho e investimento urbano.

Banco de Portugal mede a atividade económica

O Banco de Portugal divulga os indicadores coincidentes, que permitem medir a evolução da atividade económica e o consumo privado. Nos últimos meses, o indicador para a atividade económica tem-se mantido estável, entre os 0.5 e 0.6 pontos. Já o indicador para o consumo privado tem estado nos 1.9 pontos.

BCE revela dados dos fundos de investimento

O Banco Central Europeu divulga as mais recentes estatísticas dos fundos de investimento da zona euro, relativas a novembro de 2016. Por cá, o retrato não é animador. Segundo os dados da APFIPP, os fundos de investimento nacionais sofreram resgates líquidos próximas dos mil milhões de euros no ano passado, o maior nível de saídas desde 2011.

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Santos Ferreira: “Questionei Governo sobre La Seda”

Carlos Santos Ferreira diz que questionou o Governo sobre o investimento na La Seda. Uma aposta que acabou por ser ruinosa. Hoje, a empresa espanhola é uma das grande devedoras da CGD.

Carlos Santos Ferreira esteve à frente da CGD quando foram tomadas várias decisões polémicas de investimento e financiamento. Decisões que podem levar a Caixa a perder mais de 900 milhões de euros. Um desses investimentos foi feito no capital da La Seda, empresa petroquímica espanhola. O antigo presidente do banco do Estado terá questionado “alguém de responsabilidade” qual a sua finalidade.

Na comissão de inquérito à gestão da CGD, o gestor explica aos deputados que questionou “alguém de responsabilidade” sobre a grande razão do investimento da CGD em cerca de 5% do capital da La Seda. Para Carlos Santos Ferreira, este projeto apenas faria sentido se permitisse instalar em Portugal uma fábrica que possibilitasse aproveitar aquilo que era produzido pelas refinarias da Galp em Sines.

“Perguntei se o Governo estava a considerar atribuir o chamado Projeto de Potencial Interesse Nacional (PIN) ao projeto La Seda”, explica aos deputados. O que acabou por acontecer. A CGD investiu 121,3 milhões e deu financiamentos de 75 milhões à La Seda.

Mas este projeto acabou por ser ruinoso. Neste caso, há quatro empresas envolvidas: a espanhola La Seda, que produzia poliéster termoplástico para fabricar garrafas, e as portuguesas Selenis (acionista da La Seda e fabricante de plásticos, Artlant (fornecedora da La Seda) e Barbosa Almeida (acionista). Como relembra o Público, entre 2006 e 2010, estas empresas cruzaram-se por intermédio da CGD. O banco do Estado foi financiador das quatro empresas, investidor da La Seda e da Artlant e promotor do projeto que iria revitalizar o complexo de Sines.

Hoje, a La Seda, a Artlant e a Selenis são três dos grandes devedores da CGD, mas nenhuma tem como pagar a dívida. Para além do que investiu na La Seda, a CGD aplicou 25 milhões na Artlant, a quem também reclama créditos de 520 milhões; e concedeu créditos de 165 milhões à Selenis. Contas feitas, a exposição do banco público a estas empresas ascende a 906,3 milhões de euros.

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EUA: Investidores à espera de Trump, bolsas caem

  • Leonor Rodrigues
  • 19 Janeiro 2017

Donald Trump toma posse sexta-feira e os investidores estão ansiosos quando às políticas do futuro presidente dos EUA. Os três principais índices de referência dos EUA terminaram o dia no vermelho.

As bolsas norte-americanas fecharam a sessão de hoje em queda. Os três principais índices de referência dos EUA terminaram o dia no vermelho devido à queda das ações do setor energético e com os investidores cautelosos, à espera do discurso de tomada de posse de Donald Trump.

O S&P 500 acabou a sessão a desvalorizar 0,36% para os 2.263,69 pontos. O presidente eleito da maior economia do mundo toma posse na sexta-feira (20 de janeiro) e os investidores estão nervosos quanto às políticas que Trump vai seguir assim que se instalar na Casa Branca.

“As pessoas estão um pouco nervosas”, afirmou Peter Tuz da Chase Investment Counsel à Reuters, e acrescentou: “Não estou surpreendido com a queda dos mercados”.

Também o Dow Jones fechou a sessão pela quinta vez consecutiva em queda, a perder 0,36% para os 19.733,36 pontos, enquanto o Nasdaq terminou a desvalorizar 0,28% para os 5.540,08 pontos.

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S&P pode aumentar ‘rating’ do BPI em dois níveis

Subida de 'rating' do BPI está dependente do sucesso da OPA do CaixaBank.

A Standard&Poor’s (S&P) pode rever em alta o ‘rating’ do Banco BPI, em dois níveis, se a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank for bem sucedida.

A alteração de perspetiva por parte da agência americana reflete a hipótese do grupo espanhol vir a assumir o controlo total do banco liderado por Fernando Ulrich.

A revisão “CreditWatch” deixa de estar em “progresso” para ser positiva. O rating atribuído atualmente ao BPI é “BB-“, o que é considerado um investimento com características especulativas. Com esta revisão passaria a uma classificação de “BB+”, o último nível de “lixo” antes de ser considerado com um investimento aconselhável pela S&P.

A explicação dada pela agência prende-se com o facto do CaixaBank, pode ajudar a capitalizar o BPI, caso haja essa necessidade. Porém o rating do BPI fica limitado a dois níveis porque “fica limitado ao ‘rating’ de crédito de longo prazo de Portugal”, pode ler-se na nota da S&P. A notação da dívida soberada é de “BB+” com perspetiva estável.

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Carlos Santos Ferreira: “Passei vários anos a ouvir falar do assalto ao BCP. Achei mal”

O antigo presidente da CGD lamenta não ter explicado logo o "assalto ao BCP". Carlos Santos Ferreira diz que se "o tivesse explicado logo, não teríamos se calhar a falar dele hoje aqui".

Carlos Santos Ferreira esteve à frente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2005 e 2007. De seguida, foi para a presidência do BCP. Isto depois da chamada guerra acionista que aconteceu no banco privado. No entanto, o gestor diz que os financiamentos concedidos pela CGD para aquisição de ações no BCP não foram o que permitiu a sua nomeação para o banco privado. Santos Ferreira diz que passou vários anos a ouvir falar do “assalto” ao BCP. E lamenta não se ter explicado logo.

Passei vários anos a ouvir falar do assalto ao BCP. Achei mal, mas achei que não me cabia explicar. Se tivesse explicado logo, não teríamos se calhar a falar dele hoje aqui”, diz o antigo presidente da CGD na comissão de inquérito à gestão do banco público, referindo-se à tese defendida pelos antigos administradores do banco privado, e pelo fundador Jardim Gonçalves, relacionada com a mudança de presidente que aconteceu no BCP.

"Passei vários anos a ouvir falar do assalto ao BCP. Achei mal, mas achei que não me cabia explicar. Se tivesse explicado logo, não teríamos se calhar a falar dele hoje aqui”

Carlos Santos Ferreira

Carlos Santos Ferreira diz que a CGD tinha 7,8% do capital do BCP penhorado por garantias de financiamentos antes de assumir funções no banco do Estado. E, na assembleia-geral em que foi eleito presidente, esteve presente 71,5% do capital do BCP. Apesar de o voto ser secreto, o gestor diz que se sabe quem eram os acionistas qualificados presentes. O maior acionista presente era o BPI, depois a Eureko, Teixeira Duarte, Joe Berardo, Sonangol, Sabadell, EDP e UBS.

Santos Ferreira defende que “não foram de certeza as ações detidas pela Caixa, nem as ações financiadas pela Caixa” que fizeram a diferença para a sua eleição, que foi votada com 97% dos votos.

Mas quem é que pediu dinheiro à CGD? “Não recordo os nomes”

Em relação aos créditos concedidos pela CGD para a compra de ações no BCP, Carlos Santos Ferreira não se recorda quem terão sido os maiores investidores que receberam estes financiamentos. “Não recordo os nomes”, esclarece o antigo presidente da Caixa.

Mas lembra-se de falar sobre a concessão de crédito para a compra de ações. E esclarece que estas operações são legais. “Os financiamentos destinados à compra de ações eram e são legais. E estes financiamentos eram uma prática normal na maioria das instituições” nacionais e internacionais.

O antigo presidente da CGD também desvalorizou as perdas que o banco sofreu com créditos concedidos no seu mandato. Santos Ferreira diz que as imparidades são muito similares às resultantes da concessão de crédito nas administrações seguintes da CGD.

O gestor foi ainda questionado sobre a cedência de crédito às empresas Vale do Lobo, Pescanova, Autoestrada do Douro Litoral, Grupo Lena e Grupo Espírito Santo durante o seu mandato. Mas o ex-presidente não respondeu à questão por falta de dados.

(Atualizado às 21h24 com declarações de Carlos Santos Ferreira)

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