Um orçamento de consolidação nominal e não estrutural

Joaquim Miranda Sarmento, professor de Finanças do ISEG, analisa a proposta de Orçamento, "pensada para a geringonça e não para o país, num equilíbrio fino do poder que sustenta o Governo".

Numa nota inicial, peço desculpa ao leitor por esta análise tão longa, mas, citando Oscar Wilde, “não tive tempo de a fazer mais curta”.

Introdução

Com o OE/2018, o Governo continua aquilo que tem vindo a fazer desde o início de 2016. Abandonada a retórica anti Europa, o Governo apostou na consolidação orçamental nominal. Essa consolidação, como tenho desde há um ano escrito aqui no ECO, é sobretudo baseada no efeito cíclico do crescimento económico.

O crescimento nominal em torno dos 4% tem permitido aumentar a despesa e, simultaneamente, reduzir o défice nominal (embora a redução do investimento público e as cativações de despesas com serviços públicas também façam parte desta estratégia). No entanto, não há consolidação orçamental estrutural.

Pelo contrário, o défice estrutural está, na melhor das hipóteses a manter-se, embora possa agravar-se. Isto porque estamos, mais uma vez, a repetir a receita do passado: aposta num modelo de crescimento baseado no consumo e na dívida, e aumento da despesa pública estrutural (sobretudo salários e prestações sociais) com base em receita cíclica.

Outro aspeto relevante é que num momento em que o saldo primário deveria estar a aumentar, em 2018 é praticamente igual ao de 2017 (2.5% do PIB quando o Programa de Estabilidade apontava para um saldo primário em 2018 acima dos 3%). Isto é crítico para a redução da dívida pública.

Mas este é um OE pensado para a geringonça, e não para o país. Toda a estratégia orçamental visa o “equilíbrio fino” de poder que sustenta o governo. Por um lado, agradar a Bruxelas, continuando a reduzir o défice nominal. Bruxelas vai criticando a falta de reformas e consolidação orçamental estrutural, como o fez na semana passada. Mas tendo Portugal saído da vertente corretiva do Procedimento dos Défices Excessivos, a capacidade de vigilância e correção da União Europeia é menor. Enquanto o pau vai e vem, folgam as “costas políticas” do Governo. Mas por outro lado é um OE para agradar à geringonça. Este OE está centrado numa perspetiva eleitoralista: setor público e redução de IRS.

Pergunto-me: como será o de 2019, se as eleições se vierem a realizar nesse ano?

Mas o que nos diz uma primeira leitura, muito rápida, do OE para 2018?

As projeções macroeconómicas

O cenário macro apresentado pelo Governo é relativamente realista e está em linha com as estimativas das principais instituições. Teve uma avaliação globalmente positiva por parte do Conselho das Finanças Públicas (CPF), embora se mantenham alguns riscos.

O crescimento real será de 2.6% em 2017 (3.9% em termos nominais), desacelerando para 2.2% em 2018 (3.6% em termos nominais). Esta desaceleração vem sobretudo da redução do crescimento das exportações e da FBCF. Repare-se que o crescimento homólogo do 1º semestre de 2017 (3%) foi excecionalmente bom, porque comparava com um mau 1º semestre de 2016. Mas o crescimento homólogo do 2º semestre já é inferior ao crescimento total do ano. E o crescimento em cadeia do 2º trimestre de 2016 já só foi de 0.3%. Por outro lado, o saldo comercial tem vindo a agravar-se.

Quanto ao desemprego, continuará a reduzir-se, passando de 11% em 2016 para 9.2% em 2017 e 8.6% em 2018. O gráfico abaixo mostra como a redução de desemprego esta a ser mais rápida do que aquilo que as taxas de crescimento real fariam prever, considerando uma série longa desde 1985.

A economia portuguesa está presa por quatro “grandes arames”: primeiro, a política monetária expansionista do BCE; segundo, um crescimento moderado das economias Europeias; terceiro, o baixo preço do petróleo; quarto, um efeito de crescimento do turismo (embora outros setores estejam também a crescer, o turismo sustenta parte considerável do crescimento).

Mais uma vez: fatores conjunturais que geram crescimento cíclico, que gera receita cíclica (ou menos despesa de juros no caso do BCE, que vai mantendo as taxas de juro historicamente baixas), que financia despesa estrutural.

Uma receita que sempre falhou. O que nos leva a pensar que desta vez vai resultar?

Os números e o défice de 2017

Para 2017, o Governo prevê um défice de 1.4%, em linha com as minhas últimas previsões (e estimo um défice sem “one-offs” de 1.7%, dado que existem 450 M€ da garantia do BPP e mais 100 M€ do PERES).

Em 2016, o défice nominal tinha sido de 2%, e o défice sem “one-offs” foi de 2.4% ou seja, nominalmente há uma redução de 0.7 pontos percentuais (p.p.). O gráfico do relatório do OE/2018 (pág. 26), mostra, contudo, como esta consolidação é ilusória e, mais uma vez, meramente conjuntural. Segundo o governo, o efeito conjugado na redução do défice do aumento da receita e do ciclo económico foi de 2% PIB, sendo que ainda houve menos despesas com juros e com subsídio de desemprego num total de 0.3% PIB.

Ou seja, com uma política orçamental conservadora e prudente, Portugal teria já em 2017 atingido um equilíbrio orçamental nominal. Tal como escrevi aqui há duas semanas, com este crescimento, Portugal já deveria ter um défice nominal próximo de 0%. Infelizmente, a opção foi aumentar a despesa: pessoal (+0.3 p.p.), investimento (sobretudo nas autarquias, + 0.5 p.p.) e outras despesas (+1 p.p.), obtendo um défice de 1.4% em 2017.

A tabela abaixo compara a previsão (em contabilidade pública) do governo para 2017 com a execução até agosto (últimos dados disponíveis). Vemos que as variações homólogas até agosto estão em linha (nalguns casos até abaixo) do objetivo do OE/2018 para o ano de 2017. No entanto, nos quatro meses em falta (setembro a dezembro), o saldo em contabilidade pública não se pode agravar em mais de 500 M€.

Refira-se que em 2016, entre setembro e dezembro, o saldo das Administrações Públicas (AP´s) em contabilidade pública agravou-se em 260 M€. A receita cresceu 29 mil M€ e a despesa cerca de 28.5 mil M€. O IRS cresceu 4.8 mil M€, o IRC cresceu 2.7 mil M€ e o IVA cresceu 5 mil M€. Apesar de o período setembro-dezembro de 2017 apresentar algumas diferenças (o pagamento do subsídio de natal passou de duodécimo para novembro e este ano não haverá PERES), os números apresentados pelo governo afiguram-se prováveis.

Os números e o défice de 2018

Para 2018, o governo prevê um défice de 1%. Como é que se passa de um défice de 1.7% em 2017 (sem “one-offs”) para um défice de 1% em 2018?

Esta redução resulta exclusivamente do efeito cíclico de um crescimento nominal de 3.6%, o que reduzirá o défice para um valor em torno de 0.6% segundo os meus cálculos. Estimo que as medidas que o governo tomará para 2018 terão um impacto de agravar o défice em 0.3% (mais à frente, no saldo estrutural explicarei porque).

Assim, estimo que o governo possa de facto cumprir a meta de 1%, mas dependerá da conjuntura económica, bem como de um controlo da despesa com serviços e investimentos e de poupanças nos juros. O caminho continua difícil, e quem achou que a “austeridade” diminuiria, creio que está equivocado.

A confirmar que a redução do défice passa quase exclusivamente pelo efeito do crescimento nominal, veja-se que se prevê que a receita total se mantenha em % PIB, mas com a outra receita e a receita de capital a compensar a quebra de 0.3 p.p. da receita fiscal. Por outro lado, a quebra de 0.2 p.p. da despesa está concentrada nas despesas com pessoal (-0.3 p.p.) e juros (-0.3 p.p.), que compensam o aumento do investimento (+0.4 p.p.).

Olhando assim, parece que o governo vai fazer um “grande” esforço de redução da despesa pública com pessoal e “congelar” a despesa com os consumos intermédios e prestações sociais. Contudo, vale a pena olhar para os valores projetados em milhões de €, conforme a tabela abaixo. O que vemos é um aumento dos gastos com consumos intermédios em 500 M€, mais mil M€ nas prestações sociais e mais 430 M€ nas outras despesa e mais mil M€ para o investimento. No total, a despesa aumenta 2.5 mil M€.

A grande conclusão é que a consolidação orçamental vai ser feita baseada quase exclusivamente no crescimento económico. Como a economia cresce, a receita fiscal e total vão crescer 2 mil M€ e 3.2 mil M€ respetivamente. Reduz-se o peso em % PIB, mas apenas porque crescem menos que o previsto para o PIB.

A consolidação orçamental estrutural que não existe

O OE/2018 indica que o défice estrutural em 2017 ficou em 1.8%. Para 2018, prevê-se um défice estrutural de 1.3% (mas veremos que estes valores têm algumas incongruências).

Recorde-se que o saldo estrutural não considera a redução do défice por via do crescimento (mais PIB, mais receita fiscal e menos subsídios de desemprego), nem considera o aumento do défice por via de uma recessão (menos PIB, menos receita fiscal e mais subsídios de desemprego), e também não considera as medidas “one-off”. Note-se também que desde 2015 que temos tido políticas expansionistas pró-cíclicas, ao arrepio de tudo o que se deve defender em Economia.

A tabela abaixo mostra o seguinte: primeiro, os números apresentados pelo governo para o saldo estrutural. Depois, mostra o valor das medidas anunciadas para 2017-2018, e o “gap” que falta para atingir o objetivo de variação do saldo estrutural.

Verifica-se que para atingir um défice estrutural de 1.3% em 2018, o governo tem um “gap” de medidas de 0.7 p.p. (ou seja, cerca de 1.4 mil M€). Embora a revisão do PIB potencial possa minorar este “gap”, isto significa que é claro a quem redigiu este OE que há necessidade de medidas adicionais para se atingir os objetivos do défice estrutural (ou então não os cumprir).

Além disso, grande parte das medidas que constam do OE/2018 são vagas e sem especificar claramente como serão implementadas, pelo que o “gap” poderá ser superior. Isso implica que se considerarmos apenas os aumentos de receita (ou seja, sem a redução de despesa nos “consumos intermédios”, na “outra despesa corrente” e nos juros”), o défice estrutural continuará em torno dos 2.5% em 2018. Ou seja, a consolidação estrutural depende de medidas não especificadas e de uma redução dos juros que o governo não controla. Outro aspeto preocupante é que o saldo primário estrutural praticamente fica inalterado.

Dívida Pública

Relativamente à dívida pública, o governo prevê uma descida para 126.2% do PIB em 2017 e para 123.5% do PIB para 2018. A dívida pública reduzir-se-á assim 3.9 p.p. em 2017 e 2.8 p.p. em 2018. Esta redução total de 6.7 p.p. deve-se ao efeito do saldo primário (-5.1 p.p.) e ao efeito dinâmico (ou seja, ao fato de a taxa de crescimento do PIB ser maior que a taxa de juro média implícita da dívida pública) (-1.8 p.p.), havendo depois outros efeitos (+0.2).

As necessidades líquidas de financiamento em 2018 são de 10.8 mil M€, dos quais apenas 5.4 M€ é para o défice orçamental em contabilidade pública. O restante prende-se com a aquisição líquida de ativos financeiros. Mas as necessidades brutas de financiamento ascendem a 40 mil M€, dos quais 8 mil M€ de médio e longo prazo. Isto mostra como o fluxo de reembolsos de dívida permanece alto, e vai continuar a subir até 2021.

A parte fiscal

É, contudo, na matéria fiscal que se nota (ainda) mais a aposta num modelo de consumo interno e a aposta política atrás descrita de este OE/2018 servir a geringonça e não o país.

Se se tivesse efetivado a subida da derrama estadual para 9% (no escalão máximo) (coisa que estará a ser negociada), somado aos 21% da taxa nominal e 1.5% de derrama municipal (taxa máxima), colocaria a taxa máxima de IRC em 31.5%. Esse seria hoje o valor mais alto dos países da União Europeia.

As medidas tomadas em sede de IRC são positivas (nomeadamente os benefícios de reinvestimento dos lucros), mas insuficientes. Mas há uma carga ideológica neste OE. E convinha recordar que houve um acordo para a estabilidade do IRC (assinado em 2013), e que não foi cumprido. Embora duvide da descida da taxa nominal, esta subida, colocando Portugal com a taxa marginal de IRC mais alta da Europa, se se efetivar, terá um efeito negativo na competitividade da economia.

Em termos do IRS, não discordando de que o imposto deve ser progressivo, recorde-se o estudo recente do FMI que conclui que o IRS é um dos impostos sobre o rendimento mais progressivos a nível mundial. A taxa marginal máxima de 48%, a que se soma a segurança social, colocando o valor nos 60%, afigura-se como uma das mais altas. Em contrapartida, das 4.5 milhões de declarações, 2.5 milhões não apuram imposto.

Adicionalmente, o que vemos é que o sistema fiscal continua a não ter uma coerência própria e em cada OE temos remendos em cima de remendos, com a criação de cada vez mais taxas e outro tipo de contribuições. Neste aspeto, a taxa sobre a indústria farmacêutica pode gerar alguns equívocos.

Vejamos: as vendas de dispositivos médicos está muito concentrada no SNS, pelo que esta taxa dificilmente escapará a um efeito de aumento do preço, e portanto o seu efeito orçamental afigura-se muito inferior ao previsto no OE.

Síntese

Temos um OE/2018 que prossegue a estratégia de consolidação orçamental baseada quase exclusivamente no crescimento nominal (embora vá continuar a ser necessário manter o investimento público em valores muito baixos e a controlar a despesa com os serviços públicos). De facto, apesar de o défice nominal passar de 1.4% em 2017 (1.7% sem “one-offs”) para 1% em 2018, o saldo primário mantém-se em torno dos 2.5%. Também o défice estrutural deverá continuar em torno dos 2%, podendo mesmo agravar-se.

Como tal, é cada vez mais claro que o país precisa de uma estratégia de consolidação orçamental com medidas estruturais e não apenas com a “bonança” de um crescimento económico um pouco melhor que o dos últimos anos.

Mas apesar dessa crítica, como “ortodoxo” das Finanças Públicas equilibradas, fico apesar de tudo modestamente satisfeito com este OE/2018 e a redução do défice nominal. Espanta-me que aqueles que nos últimos anos tanto criticaram a “obsessão” pelo défice estejam agora tão empenhados. Mas fico naturalmente satisfeito. Sobretudo por ver o PCP e o BE assumirem uma postura de responsabilidade orçamental. Creio que essa é a principal lição dos últimos anos. Pode ser a geringonça no governo. Mas esse poder implicou uma “rendição” aos princípios dos “conservadores orçamentais”. E não vale a pena falar na reposição dos rendimentos. Os cortes salariais repostos em 2016 vinham de 2010, de um governo do PS. E a austeridade não desapareceu.

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? Quiz: Acha que já sabe tudo sobre o Orçamento do Estado para 2018?

São 13 perguntas para testar o que já sabe sobre a proposta de Orçamento do próximo ano preparada pelo Governo. Do IRS às pensões, passando pelas progressões na carreiras, são várias as alterações que incidem diretamente na vida de milhões de portugueses. Se quiser recordar as notícias antes de testar os seus conhecimentos, visite a Obsessão Orçamento do Estado 2018 onde o ECO reúne todas as notícias sobre o tema.

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? Cinco minutos à conversa sobre o Orçamento para 2018

  • ECO
  • 14 Outubro 2017

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Imposto sobre o tabaco mexe. Preço do maço fica igual

O impostos sobre tabaco vai sofrer alterações na tributação no Orçamento do Estado para 2018. Mas o resultado é um equilíbrio que não se manifesta no preço ao consumidor.

Em 2018 o preço do tabaco não vai aumentar. O Orçamento do Estado para 2018 opta por agravar apenas uma das componentes da tributação, sendo que a outra desce. Assim, equilibram-se, e o efeito combinado das duas componentes do imposto é neutro. O Governo interrompe assim um aumento da tributação que vinha a ser feito nos últimos anos, para desincentivar o consumo. O aumento da fraude e do contrabando pode ter justificado esta opção.

O Fisco aumenta uma das componentes do imposto sobre o tabaco em 1,4%, o valor correspondente à taxa de inflação registada em setembro de 2017. Desta forma, passa a cobrar 94,89 euros por cada mil cigarros, quando no Orçamento anterior o valor era de 93,58 euros. Este valor recai sobre cada mil unidades produzidas (elemento específico).

No caso dos charutos e cigarrilhas, o valor do elemento específico é bastante superior: 60,84 euros no caso das cigarrilhas e 405,6 euros no caso dos charutos. Também o elemento ad valorem é superior, fixando-se nos 25%.

A segunda componente é uma taxa que recai sobre o preço de mercado (ad valorem). Esta última vai descer, de 16% para 15%. O efeito combinado entre ambas dita assim a manutenção do preço do maço de tabaco.

Se o resultado é o mesmo, porquê as mudanças?

Amílcar Nunes, fiscalista da consultora EY, explicou ao ECO que a diminuição da componente ad valorem tem como objetivo “impedir uma guerra de preços”, o que teria como consequência “inundar o mercado de cigarros baratos” e seria nocivo para a saúde pública. Nas palavras do analista, “descer a componente ad valorem visa impedir que o mercado seja inundado por cigarros baratos. Esta componente funciona como o IVA, ou seja, é uma percentagem sobre o preço de venda. Quanto mais baixo este preço, menor o valor a pagar pelas tabaqueiras ao Estado”, o que poderia incentivar a uma descida do preço de venda da parte das empresas e levar um maior consumo.

"Descer a componente ad valorem visa impedir que o mercado seja inundado por cigarros baratos.”

Amílcar Nunes

Fiscalista EY

O Estado prevê no Orçamento do Estado para 2018 que as receitas com o imposto sobre o tabaco subam de 1.413 em 2017 para 1.443, em 2018, uma variação positiva de 2,1%. Por outro lado, os preços do tabaco não podem aumentar continuamente, pois há um ponto em que o contrabando e a fraude tendem a aumentar.

Recorde-se que no Orçamento do Estado para 2017, os cigarros tiveram um aumento de dez cêntimos. Esta subida resultou de um aumento de 3% no elemento específico dos cigarros de 88,2 euros para 93,58 por cada mil cigarros.

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Estado quer cortar custos com… dez mil carros apreendidos

Fruto de vários processos judiciais ao longo dos anos, o Estado tem apreendidos dez mil carros. Estão distribuído em 380 parques. Há mil agentes a guardá-los. É um custo que o Governo quer cortar.

O Estado tem dez mil carros apreendidos, fruto de vários processos judiciais que duram vários anos. Estão estacionados em 380 parques. E são guardado por mil agentes. É um custo que o Executivo de António Costa quer cortar em 2018, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano entregue na Assembleia da República. Para o Governo, é necessária uma “gestão mais racional e eficaz dos veículos apreendidos”.

“O trabalho de diagnóstico em curso permitiu já quantificar cerca de 10.000 veículos apreendidos, distribuídos por 380 parques com uma área total de 165.000 metros quadrados. Para a guarda destes veículos, encontram-se afetos cerca de 1.000 agentes, guardas e outros funcionários do Estado”, lê-se no documento apresentado por Mário Centeno no Ministério das Finanças.

O trabalho de diagnóstico em curso permitiu já quantificar cerca de 10.000 veículos apreendidos, distribuídos por 380 parques com uma área total de 165.000 metros quadrados . Para a guarda destes veículos, encontram-se afetos cerca de 1.000 agentes, guardas e outros funcionários do Estado.

Proposta de Orçamento do Estado para 2018

De acordo com a proposta, estes milhares de veículos apreendidos e parados, envolvem “elevados custos económicos e ambientais diretamente relacionados com a guarda destes veículos e a alocação de agentes de força pública para garantir a administração dos veículos apreendidos”.

Apesar de o Governo reconhecer que já existem mecanismos legais que preveem que, em determinadas circunstâncias, estes carros sejam usados pelas forças policiais, acontece que nem sempre a tipologia dos veículos o permite. É por isso que “está em preparação um plano para promover uma gestão mais racional e eficaz dos veículos apreendidos, diminuindo os custos que a sua guarda prolongada provoca, seja pelos imóveis que lhes estão alocados, os custos ambientes inerentes, nomeadamente de contaminação de solos, e os recursos policiais afetos a estas tarefas”.

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Portugal vai pagar mais três mil milhões ao FMI este ano

Depois dos reembolsos de 5,2 mil milhões de euros até agosto, o Governo conta devolver mais três mil milhões ao Fundo Monetário Internacional até final do ano. Para o ano há mais.

Portugal já efetuou reembolsos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 5,2 mil milhões de euros em 2017. Mas o Governo espera devolver mais três mil milhões de euros à instituição até final do ano, segundo as previsões que constam do Orçamento do Estado para o próximo ano.

De acordo com a proposta orçamental, vão ser amortizados um total de 8.365 milhões de euros de forma antecipada ao FMI este ano. Isto quer dizer que ainda faltam devolver cerca de três mil milhões de euros tendo em conta o que já foi amortizado até hoje.

Ao ECO, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, já tinha antecipado um novo reembolso até final do ano, acima dos 5,2 mil milhões já devolvidos, com o Governo a querer aproveitar a boleia dos juros mais baixos patrocinados pela Standard & Poor’s, a agência de notação financeira que em setembro decidiu retirar a dívida portuguesa da categoria “lixo”.

A estratégia de reembolso antecipado passa sobretudo por substituir o empréstimo oficial da instituição liderada por Christine Lagarde, que representa encargos mais elevados para os cofres da República, por nova dívida no mercado. Enquanto a taxa de juro que o FMI cobra é superior a 4%, já os investidores estão a exigir um juro de cerca de 2,3% para absorver dívida em mercado secundário.

Para o próximo ano, o Governo conta fazer mais devoluções ao FMI, mas com a um ritmo bem mais reduzido: para já, está previsto um reembolso de 1.400 milhões de euros.

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Automóveis vão render mais 291 milhões ao Estado

Não há aumentos excecionais, mas os automóveis (e os seus donos) vão ser uma importante fonte de receita para o Orçamento do Estado em 2018.

Não há aumentos excecionais, mas os automóveis (e os seus donos) vão ser uma importante fonte de receita para o Orçamento do Estado em 2018. Com o Imposto Sobre Veículos (ISV), o Imposto Único de Circulação, mas especialmente com o Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos, a receita vai aumentar em 291 milhões de euros.

No caso do ISV, as tabelas são igualmente “ao valor da inflação o que, conjugado com o expectável crescimento do mercado, faz perspetivar um aumento da receita fiscal em 49 milhões de euros (+6,3%)”, refere a proposta de Orçamento do Estado. “À semelhança do que sucede com o ISV, o expectável crescimento do parque automóvel nacional terá um impacto positivo na receita fiscal em sede de IUC. Por outro lado, deverá verificar-se um aumento das taxas de imposto na ordem dos 1,4%. Pela conjugação destes fatores, estima-se que a receita de IUC aumente em 39 milhões de euros (11%)”, acrescenta.

O maior aumento da receita relacionada com os automóveis provém do ISP. “Procede-se igualmente à mera atualização de algumas das taxas do Imposto sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos, também ao nível da inflação, embora não exista qualquer alteração às taxas de imposto aplicadas à gasolina e ao gasóleo”, diz o documento.

“Neste sentido, o crescimento da receita deste imposto [o ISP] advém fundamentalmente do aumento do consumo, o que deverá levar a um aumento da receita na ordem dos 203 milhões de euros (+6,1%)”, sendo dos três impostos aquele que registará o maior aumento. O ISP será também dos três aquele que mais receita total gera: 3.553,8 milhões. O ISV renderá 823,3 e o IUC permite encaixar 395,4 milhões.

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Progressões faseadas: FESAP lamenta “aumentos irrisórios”

  • Marta Santos Silva
  • 14 Outubro 2017

O sindicalista José Abraão lamenta que o Governo tenha deixado cair a proposta dos sindicatos para houvesse um limite mínimo abaixo do qual os funcionários públicos recebessem os aumentos por inteiro.

Os funcionários públicos vão ver as carreiras descongeladas a 1 de janeiro de 2018 e receberão os aumentos salariais que são associados às suas progressões de forma faseada, em quatro prestações a terminar a 1 de dezembro de 2019, confirma a proposta de lei para o Orçamento de Estado de 2018 entregue esta sexta-feira pelo Governo no Parlamento. No entanto, o sindicalista José Abraão lamenta que uma das propostas dos sindicatos, que estava num documento preliminar, tenha caído: a implementação de um valor mínimo, abaixo do qual não se aplicaria o faseamento.

Embora valorize o descongelamento das carreiras e a “reposição da normalidade”, por exemplo para os trabalhadores que há muito se encontravam presos em posições intermédias e poderão progredir para posições fixas nas tabelas, José Abraão acredita que a implementação de um valor mínimo abaixo do qual não haveria faseamento era essencial, “se não acaba por ser ridículo”.

Este mínimo foi deixado cair, não surgindo na proposta de lei final do Governo, mas José Abraão tenciona continuar a insistir. “A Fesap vai continuar a debater-se no Parlamento”, na fase de negociação com os partidos, explicou. “A única coisa em que pressiono, e é isso que falta, é a necessidade de ter o mínimo, um valor mínimo que nós designámos de dignidade, para evitar que haja trabalhadores com mudanças remuneratórias de três ou quatro euros”.

“Se algum trabalhador, na mudança de posição, tiver direito a um aumento de 30€, em quatro prestações de 25% cada uma… são aumentos irrisórios”, explicou.

O faseamento vai acontecer, afinal em quatro tranches. A 1 de janeiro de 2018, os funcionários públicos que tenham reunido condições para progredir na carreira nos sete anos em que estas estiveram congeladas vão receber 25% da valorização salarial que merecem. A 1 de setembro de 2018, chegam mais 25%, com o ano a terminar com metade dos aumentos salariais a serem pagos aos funcionários públicos. Em 2019, vêm mais duas tranches de 25%: a primeira a 1 de maio e a segunda a 1 de dezembro. No final de 2019, os funcionários do Estado vão estar a receber a valorização salarial que a sua progressão na carreira determinar.

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OE2018: Todos os partidos adiam reações para sábado

  • Lusa
  • 14 Outubro 2017

O Orçamento de Estado para 2018 só chegou ao parlamento já passava das 23 horas. Tendo em conta o atraso, todos os partidos decidiram adiar os comentários para o dia seguinte.

Todos os grupos parlamentares adiaram para sábado as tradicionais reações à proposta de Orçamento do Estado para 2018, depois de o documento só ter dado entrada no parlamento pelas 23h16.

O primeiro partido a formalizar este adiamento foi o PSD, que acusou o Governo de “incapacidade” e “desrespeito pelo parlamento” e marcou a reação para as 11h30 na sede nacional, em Lisboa.

Pelo PS, será o próprio secretário-geral, António Costa, a pronunciar-se sobre o documento, no seu discurso inicial – que será aberto aos jornalistas – na reunião da Comissão Nacional, que começa pelas 15h00 em Coimbra.

BE, PCP e Verdes reagem também no sábado na Assembleia da República, a partir das 10h30. O CDS-PP também decidiu não comentar esta sexta-feira a proposta orçamental, tendo marcado para as 12h00 uma conferência de imprensa da presidente, Assunção Cristas, na sede do partido, em Lisboa.

 

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País vai crescer em 2018 exclusivamente à custa da procura interna

  • Margarida Peixoto
  • 14 Outubro 2017

A procura externa não dará qualquer contributo líquido para o avanço do PIB português. Do lado da procura interna, destaca-se o investimento a crescer acima do PIB, enquanto o consumo cresce abaixo.

A economia portuguesa deverá crescer 2,2% no próximo ano, exclusivamente à custa da procura interna. Os números constam da proposta de Orçamento do Estado para 2018, entregue esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na Assembleia da República.

Depois do crescimento excecional verificado em 2017, o próximo ano voltará a ser de crescimento, mas a ritmos mais contidos. As exportações e o investimento continuam a bom ritmo, o consumo público deverá contrair mais do que o verificado este ano e o consumo privado cresce a um ritmo tímido (1,9%).

Feitas as contas, o PIB avança em 2018 com um contributo nulo da procura externa — enquanto em 2017 esse contributo deverá ser negativo em 0,1 pontos percentuais. Já a procura interna contribui para a totalidade dos 2,2% de crescimento da atividade económica.

Projeções para 2017 e 2018

Fonte: Ministério das Finanças

O reflexo de um ritmo mais lento da atividade económica será visível no mercado de trabalho. Depois de um aumento do emprego na ordem dos 2,7% estimado para este ano, no próximo a subida deverá ser mais tímida, apenas de 0,9%. Ainda assim, a taxa de desemprego continuará a recuar e deverá atingir os 8,6%.

Mercado de trabalho a melhorar

Fonte: Ministério das Finanças

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Governo quer reforçar Startup Visa

Aposta no empreendedorismo mantém-se no OE 2018. Governo quer reforçar programa lançado por Costa na Índia.

O Governo quer continuar a apostar no ecossistema empreendedor nacional e, por isso, o Orçamento do Estado para 2018 prevê um reforço do programa Startup Visa, anunciado por António Costa na Índia, em janeiro deste ano.

O programa apoia estudantes, empreendedores e cientistas que pretendam iniciar ou desenvolver a sua atividade empreendedora em Portugal. “O Governo reconhece como prioridade estratégica a atração e a retenção de Investimento Direto Estrangeiro, razão pela qual acompanha de perto todos os investimentos estruturantes previstos ou em curso em Portugal”, pode ler-se no relatório que integra o Orçamento do Estado.

O Startup Visa foi falado, pela primeira vez, na cimeira Índia x Portugal, que contou com participantes do ecossistema empreendedor dos dois países. O programa tem como objetivo facilitar o acesso ao país e a condições favoráveis de vida e trabalho.

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Encargos com PPP caem para 1.691 milhões no próximo ano

O setor rodoviário continua a responder pela grande maioria do bolo total, representando 69% dos encargos com PPP.

Os encargos com parcerias público-privadas (PPP) vão fixar-se em 1.691 milhões de euros no próximo ano, uma redução de 23 milhões de euros aos custos deste ano. O cálculo consta do relatório do Orçamento do Estado para 2018, já entregue na Assembleia da República.

O setor rodoviário é o que assume a maior relevância, respondendo por 69% do bolo total. Ao todo, o Governo prevê gastar 1.171 milhões com as rodoviárias, descontando as receitas aos encargos.

Já a saúde responde por 471 milhões dos custos com PPP, as ferroviárias por 8 milhões e a segurança por 41 milhões. A área da segurança conta com apenas uma PPP: o SIRESP, o sistema que serve a Rede de Emergência e Segurança de Portugal e que foi largamente criticado durante a calamidade dos incêndios do último verão. Em 2018, a despesa do Estado com este serviço vai cair em quatro milhões.

“Relativamente ao setor da segurança, deve salientar-se a existência de quatro pedidos de reposição do equilíbrio financeiro, ou reservas de direito, relacionados com alegados atrasos na montagem da rede SIRESP ou com alegados encargos adicionais incorridos pela concessionária para que o prazo definido contratualmente não fosse incumprido. Na presente data, não é possível ainda quantificar o impacto orçamental que poderá advir destes processo”, refere o Governo.

O relatório destaca ainda o processo de renegociação das PPP rodoviárias atualmente em curso, que tem em vista “uma redução dos encargos do erário público, o que deverá contribuir para a sustentabilidade das contas públicas a médio e longo prazo”.

O Governo reconhece que, tratando-se de um processo negocial, “existem riscos associados à concretização integral do objetivo orçamental estabelecido, tanto mais que a efetiva conclusão do mesmo se encontra dependente, em alguns casos, da obtenção das necessárias autorizações por parte das entidades financiadoras dos projetos, bem como da aprovação por parte do Governo das propostas da comissão de negociação, da assinatura dos contratos de subconcessão e da respetiva remessa ao Tribunal de Contas para os devidos efeitos”.

No relatório entregue esta sexta-feira, as previsões do Governo apontam para que só em 2023 os encargos com PPP caiam para menos de mil milhões de euros. Nesse ano, deverão fixar-se em 858 milhões.

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