CGD no défice? Moody’s vê “impacto limitado” no rating de Portugal

  • Margarida Peixoto
  • 23 Setembro 2017

A agência de notação financeira desvaloriza o eventual impacto da CGD no défice. O que importa é a tendência sem efeito de medidas extraordinárias, diz Evan Wohlmann.

Mesmo que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) empurre o défice orçamental de 2017 para mais de 3% do PIB, isso não preocupa a agência de rating Moody’s. O impacto no racional do défice é “limitado,” diz a agência, em declarações ao ECO.

A inclusão potencial dos custos da recapitalização da CGD (que podem atingir no máximo 2,1% do PIB) nos cálculos da Comissão Europeia pode elevar o défice de Portugal para mais de 3% do PIB,” reconhece Evan Wohlmann, vice-presidente e analista sénior da Moody’s e o responsável pelo acompanhamento de Portugal, ao ECO.

O impacto no perfil de crédito de Portugal é limitado. (…) O défice orçamental subjacente, excluindo impactos temporários do setor bancário, tem vindo numa tendência descendente desde 2010.

Evan Wohlmann

Vice-presidente e analista sénior da Moody's

“Contudo, o impacto no perfil de crédito de Portugal é limitado já que a recapitalização foi pré-financiada em 2016 e já impactou a dívida pública no ano passado,” argumenta Evan Wohlmann. “Efetivamente, o défice orçamental subjacente, excluindo impactos temporários do setor bancário, tem vindo numa tendência descendente desde 2010, o que justificou a nossa alteração da perspetiva de rating da dívida portuguesa Ba1 para positiva,” soma.

Estas declarações do responsável da Moody’s foram feitas ao ECO na quinta-feira, ainda antes de terem sido revelados os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que reforçam a tendência de diminuição do défice. No primeiro semestre de 2017, o défice foi de 1,9%, abaixo do valor registado no mesmo período do ano passado. O INE reviu ainda a taxa de crescimento do segundo trimestre em alta, para 3%.

Este valor não contabiliza ainda o potencial impacto da recapitalização da Caixa, cujas discussões técnicas entre o INE e o Eurostat continuam. Tal como o Eurostat disse à Lusa, a decisão deverá ser revelada “nas próximas semanas.”

Também esta sexta-feira Mário Centeno, ministro das Finanças, desvalorizou o impacto de um eventual registo da operação no défice, frisando que tal não será relevante para a avaliação que a Comissão Europeia faz do desempenho orçamental de Portugal. O mesmo frisou António Costa, primeiro-ministro, que argumentou que “não é uma questão de compreensão”, mas antes uma questão que “faz parte das regras.”

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Costa promete mais rendimento disponível para os portugueses, revisão do IRS é exemplo

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, sublinhou hoje que a revisão dos escalões de IRS, já em 2018, permitirá aumentar o rendimento disponível dos portugueses.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, sublinhou hoje que a revisão dos escalões de IRS, já em 2018, permitirá aumentar o rendimento disponível dos portugueses, uma das premissas da política do Governo.

“Sobretudo aqueles que têm rendimentos mais baixos, e que foram muito penalizados pela forma como foram reduzidos os escalões de IRS, verão o seu rendimento disponível aumentado com a revisão dos escalões de IRS“, disse António Costa, que falava num comício em Almada, onde o partido apresenta como cabeça de lista à câmara nas eleições autárquicas de 1 de outubro a antiga deputada Inês de Medeiros.

Sim, vamos continuar a aumentar o rendimento disponível das famílias portuguesas”, prometeu.

O comício em Almada decorreu ao começo da noite, e posteriormente António Costa deslocou-se até Setúbal, onde reiterou a defesa da política económica do seu Governo.

“Temos de assegurar que quem tem rendimentos mais baixos vai diminuir a sua carga fiscal porque vamos desdobrar os escalões dos rendimentos mais baixos por forma a que quem ganhe menos, pague menos“, declarou.

O devolver da “perspetiva de carreira” aos trabalhadores e o combate à precariedade “também no setor privado” são outras das prioridades para o que falta na legislatura do executivo PS apoiado parlamentarmente à esquerda (por BE, PCP e PEV), prosseguiu António Costa, em Setúbal.

(Notícia atualizada às 22h14 com mais informação)

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Novo iPhone não convence. Apple derrapa 5% em bolsa na semana

As ações da tecnológica destacam-se numa semana morna em Wall Street. Perderam 5%, o pior registo desde novembro do ano passado. Ações norte-americanas fecharam sem rumo esta sexta-feira.

O lançamento era esperado com bastante expectativa, mas os novos gadgets da Apple não parece estar a convencer nem os fãs nem os mercados. As ações da tecnológica terminaram esta sexta-feira no vermelho, somando a quinta sessão consecutiva de perdas e o pior registo semanal em mais de dez meses.

As ações da Apple deslizaram 1,08%, para os 127,15781 dólares, nesta sessão, elevando para 5%, o recuo acumulado na semana. Seria necessário recuar até ao início de novembro do ano passado, para ver um registo semanal pior.

O fraco entusiasmo em torno dos novos produtos da Apple é ilustrado pelo fraco fluxo de entusiastas à porta das lojas que os começaram a disponibilizar. Em Sidney, onde o novo iPhone foi colocado pela primeira vez à venda, a Reuters encontrou menos de 30 pessoas à porta da loja da Apple.

Os títulos da empresa liderada por Tim Cook foram uma das principais referências negativas numa semana marcada por alterações muito ligeiras no rumo dos principais índices bolsistas, que foram condicionados pela Fed que anunciou que vai avançar com a redução de estímulos em outubro e antecipando uma nova subida de juros ainda este ano, e pela tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

Wall Street terminou esta sexta-feira entre ganhos e perdas ligeiras, sendo fiel a uma semana marcada por poucas oscilações dos principais índices. O S&P 500 terminou esta sexta-feira a valorizar 0,06%, para os 2.502,22 pontos, enquanto o Dow Jones rumou em sentido oposto ao registar uma descida de 0,04%, para os 22.349,59 pontos. Por sua vez, o Nasdaq somou uns ligeiros 0,07%, para terminar nos 6.426,92 pontos.

 

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FT: Porque querem todos visitar Lisboa?

Lisboa e Portugal voltam a estar em destaque na imprensa internacional. Desta vez num artigo de opinião do diretor da Monocle, que procura dar uma resposta para justificar o fascínio em torno do país.

O que se passa em Lisboa?” A questão colocada por um tailandês a Tyler Brûlé durante uma reunião em Banguecoque fez soltar novamente o nome de Lisboa para a ribalta. Desta vez num artigo de opinião do diretor da Monocle, para o Financial Times (acesso pago).

Neste artigo, Tyler Brûlé procura encontrar uma explicação que justifique o facto de tantos estrangeiros se mostrarem curiosos em relação à capital portuguesa e serem também muitos os que acabam por decidir visitá-la ou mesmo decidem lá viver.

Para Tyler Brûlé, muitos justificam o fascínio em torno de Lisboa com argumentos como: a isenção de impostos sobre as pensões, o baixo custo de vida ou boom de hotéis que leva muitos a eleger a capital portuguesa para fins de semana prolongados. Mas para Brûlé há muito mais do que isso.

Tyler Brûlé diz que legiões de designers, diretores de produção e donos de marcas que já passaram semanas em fábricas pela Ásia estão agora a voar para o Porto e Lisboa em viagens diárias, ajudando a criar um frenesim em torno desses locais.

O diretor da Monocle argumenta que enquanto outros países gastaram fortunas tentando atrair “influenciadores” em viagens de imprensa para divulgar as melhores características e virtudes, Portugal teve a “boa sorte” de tal ter acontecido “organicamente”.”Um designer italiano aprecia um bom almoço em Lisboa após um dia numa fábrica, diz ao seu sócio, o sócio diz ao amigo que é editor de uma revista, e em breve há uma história brilhante sobre uma nova rua interessante em Lisboa ou um hotel para reservar em Lagos (no Algarve, não na Nigéria)”, diz no artigo publicado esta sexta-feira no Financial Times.

Tyler Brûlé diz ainda que o turismo se tornou um grande bónus, salientando a onda de empreendedores ou chefs que ajudaram a afastar a reputação de a comida portuguesa ser “pesada”, bem como a tradição do artesanato que se traduziu em hotéis que mostram o “bom design e trabalho cerâmico”.

Estar no limite da Europa é outro dos ingredientes que inclui na fórmula de sucesso de Portugal. “O estatuto de Lisboa e do Porto como cidades de ‘margem’ significou que tiveram que lutar um pouco mais para se fazerem notados, ao mesmo tempo que se deram ao luxo de olhar para a Europa em busca de oportunidades, ao invés de estarem no centro e sentirem-se complacentes”, acrescentou Tyler Brûlé neste artigo, publicado poucos dias depois de ter estado sentado junto ao MAAT, em Lisboa, a procurar respostas para as questões que já lhe colocaram a propósito do fascínio em torno da capital portuguesa.

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José de Mello Saúde fecha empréstimo obrigacionista no valor de 50 milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

O valor da emissão será usado para refinanciar a atividade corrente e fazer face a novas oportunidades de investimento, bem como alargar a maturidade média da sua dívida, diz o grupo.

O grupo José de Mello Saúde fechou um empréstimo obrigacionista no valor de 50 milhões de euros, pelo prazo de seis anos, com taxa de juro fixa de 4%, anunciou hoje ao mercado.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo avança que “a emissão foi colocada junto de investidores institucionais” e acrescenta que “será solicitada a admissão à negociação das obrigações nos mercados regulamentados Euronext Lisbon e Luxembourg Stcok Exchange”. Os bancos Financia e Santander Totta serão os principais dirigentes da emissão.

“Com este empréstimo obrigacionista a José de Mello Saúde pretende refinanciar a atividade corrente e fazer face a novas oportunidades de investimento, bem como alargar a maturidade média da sua dívida”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

A José de Mello Saúde é o grupo privado dono dos hospitais CUF.

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Seis listas na corrida à Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Entre as seis listas que concorrem para a comissão de trabalhadores estão a UGT, a CGTP e quatro candidaturas independentes.

Seis listas apresentaram candidatura à Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, sendo uma da UGT, outra da CGTP e quatro independentes, disse hoje à Lusa o presidente demissionário, Fernando Sequeira.

O período de entrega de candidaturas à Comissão de Trabalhadores da fábrica do grupo Volkswagen, em Palmela, terminou hoje, e as eleições estão marcadas para 3 de outubro.

“Há seis listas candidatas, uma afeta à UGT, outra à CGTP e quatro listas de independentes, ou seja, de trabalhadores que não estão vinculados ao movimento sindical”, contou à Lusa o atual presidente demissionário da comissão de trabalhadores da Autoeuropa.

As eleições surgem na sequência da demissão da atual Comissão de Trabalhadores da fábrica de Palmela, depois de os trabalhadores da Autoeuropa terem decidido, em julho, avançar para uma greve histórica que se realizou em 30 de agosto, a primeira por razões laborais.

A nova Comissão de Trabalhadores irá negociar com a administração da Autoeuropa a compensação pela implementação dos novos horários de laboração contínua, na sequência da escolha desta fábrica para a produção a nível mundial do T-Roc.

Em causa estão os novos horários que tinham sido pré-negociados entre a Comissão de Trabalhadores e a administração da empresa, que acabaram por ser rejeitados pela maioria dos trabalhadores da fábrica.

Para além do trabalho em três turnos, o acordo previa o trabalho ao sábado, mediante uma compensação financeira de 175 euros mensais e mais um dia de férias e outras regalias previstas na legislação de trabalho para o trabalho por turnos.

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Último ano de Passos empurra PIB de Costa para 3%

  • Margarida Peixoto
  • 22 Setembro 2017

O que é que fez a diferença de uma décima no crescimento do segundo trimestre de 2017? O INE diz que o principal contributo foi a revisão em alta do PIB de 2015.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu em alta, pela segunda vez, o crescimento do PIB do segundo trimestre de 2017. Na estimativa apresentada esta sexta-feira, o PIB cresceu 3%, o valor mais alto dos últimos 17 anos. O que justificou esta melhoria? Fundamentalmente, a revisão do crescimento de 2015.

Perante a notícia de que Portugal cresceu 3% entre abril e junho, Passos Coelho apressou-se a desvalorizar e colocou a tónica na revisão do crescimento de 2015: em vez de 1,6%, afinal a economia avançou 1,8%. Já António Costa preferiu sublinhar que estes trimestres não devem ser vistos como “exceção, mas como regra.” Mas como é que o PIB chegou a 3%?

Não foi o ritmo de criação de riqueza registado no último ano da governação de Passos Coelho que colocou Portugal a crescer 3% em 2017. Antes desta revisão, já se estimava um crescimento de 2,9%. Mas foi uma revisão em alta do valor de 2015 que fez a diferença desta décima — a décima que permite atingir o patamar psicológico dos 3%.

“Com efeito, um dos contributos mais relevantes para as revisões efetuadas em 2016 e 2017 foi a incorporação dos resultados finais para 2015 das Contas Nacionais Anuais (com informação mais detalhada e robusta), que determinou alterações ao nível da composição do PIB, o que tem implicações nas estimativas para os períodos mais recentes,” respondeu fonte oficial do INE, ao ECO.

Traduzindo: o INE tem agora mais informação sobre o ano de 2015. Essa informação engordou o PIB desse ano em 305 milhões de euros, um valor para o qual a variação dos preços praticamente não contribuiu. O principal contributo foi a revisão em alta do investimento. O consumo público também ajudou, mas o consumo das famílias, as exportações e as importações tiraram valor ao PIB nesta revisão.

Esta revisão em alta de 2015 (a que atirou o crescimento para os tais 1,8% que Passos quis sublinhar) refletiu-se em 2016. Na verdade, o crescimento do ano passado também subiu dos anteriores 1,4% para 1,5%. Aqui houve algum contributo da atualização de informação sobre as administrações públicas e do comércio internacional, mas não terá sido tão determinante. O INE adianta que a melhoria foi praticamente toda via investimento, tendo-se registado apenas ligeiros contributos das importações e do consumo das administrações públicas.

Ora, estas alterações ao nível da composição do PIB refletem-se também em 2017, empurrando o PIB aquela décima que faltava para os 3%.

Revisão do PIB: antes e depois

Fonte: INE

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? Cinco minutos à conversa sobre a dívida portuguesa

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Do boletim de voto às coligações, como vão ser as eleições alemãs?

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Setembro 2017

Voto duplo, maiorias absolutas e coligações pós-eleitorais. Da boca da urna até à chancelaria, como vão decorrer as eleições gerais na Alemanha?

Este domingo, os 61,5 milhões de eleitores alemães vão escolher os deputados que formarão o Bundestag, ou seja, o parlamento nacional, nos próximos quatro anos. Estas eleições gerais, que vão também decidir quem será o próximo governante de uma das maiores economias europeias, vêm depois de períodos tumultuosos para os seus aliados, que tiveram de tomar decisões muito importantes: o Reino Unido optou pelo Brexit, os Estados Unidos por Trump e a França por Macron.

Mas antes de se falar nas implicações políticas, sociais e económicas destas eleições, é importante perceber a sua singularidade. Ao contrário do que acontece em Portugal e em todos os outros países citados, os alemães escolhem os seus deputados e o seu chanceler através de um sistema eleitoral misto, ou de representação proporcional, o que implica um processo de votação mais complexo.

Neste destacam-se seis partidos: a aliança democrata cristã CDU/CSU, liderada por Angela Merkel, que tenta assim o seu quarto mandato, os sociais-democratas do SPD, encabeçados por Martin Schulz, que abandonou a presidência do Parlamento Europeu para voltar à política nacional, os esquerdistas do Die Linke, com Sahra Wagenknecht e Dietmar Bartsch à frente, os neoliberais do FDP, com Christian Lindner ao comando, o partido ambientalista Os Verdes, liderado pelo par Katrin Göring-Eckardt e Cem Özdemir e os nacionalistas Alternativa para Alemanha (AfD), que também conta com dois líderes.

E ainda que pareça que a decisão está tomada, com as sondagens a atribuir uma percentagem maior de votos a Angela Merkel e à sua aliança CDU/CSU, é necessária uma maioria absoluta para entrar para a chancelaria, algo que não acontece no país desde 1957. É na constituição de coligação que o jogo político vai decorrer, com mais de cinco possibilidades diferentes a emergirem.

Entre sistemas mistos, coligações e jogos políticos, como se vão desenrolar as eleições gerais deste domingo?

Um boletim, dois votos

Este foi o boletim de voto das eleições de 2009, mas o desde domingo será muito parecido.DR

Quando chegarem ao momento de votar, os eleitores alemães vão ter à sua frente um boletim bastante parecido com o apresentado acima. Na primeira coluna, vota-se diretamente no candidato que deverá representar a sua circunscrição, ou circulo eleitoral, no Bundestag. Metade do parlamento é constituído por deputados eleitos através deste método.

A segunda metade é ocupada através do segundo voto, que consiste no voto num partido. Tal como em Portugal, os partidos ordenam os deputados hierarquicamente para depois serem eleitos para o parlamento. E, para além de ser mais complexo, o que permite este voto? Os deputados que são votados individualmente têm prioridade sobre aqueles que são eleitos pelo partido, sendo que assim, os cidadãos votam diretamente nos deputados que querem que os representem.

Para governar é preciso fazer amizades

A Alemanha tem uma longa tradição de coligações pós-eleitorais. Mais do que apenas uma maneira de fazer amigos em terreno político, esta tem sido a única maneira de os partidos conseguirem atingir a maioria absoluta necessária para entrar na chancelaria. É por isso que, desde 1957, nenhum partido tem conseguido governar sozinho, com os dois polos do espetro político a darem as mãos e a partilharem, como amigos, o poder.

Foi o caso de Merkel nos seus três últimos mandatos, que fez amizades tanto à esquerda como à direita, e poderá ser o caso nestas eleições, com mais de cinco combinações possíveis entre partidos. Entre cores e líderes, há pontos fracos, pontos fortes e diferentes probabilidades de união.

Grande Coligação = CDU + SPD

  • O que é: chama-se grande coligação àquela que junta os dois maiores partidos de um país, sendo que no caso alemão estes são a CDU e o SPD. É a coligação que está agora no Governo e que ocupou a maioria dos lugares do Bundestag em dois dos três mandatos da chanceler Merkel.
  • Pontos fortes: ao juntar os dois partidos centristas, cria-se consenso em assuntos como a criação de um fundo monetário Europeu, o alívio fiscal à classe média e a posição relativamente aos Estados Unidos.
  • Pontos fracos: se esta se efetivar, o grande ponto de tensão estará na definição de cargos. O SPD, por reunir menos votos, será obrigado a abrir mão das duas posições mais importantes, a de chanceler e a de ministro das Finanças. Junta-se a isto o facto de Schulz ter concorrido como a alternativa a Merkel, o que diminuirá a probabilidade de estes se juntarem para governar.

Preto e Amarelo = CDU + FDP

  • O que é: uma coligação de centro direita que já governou no segundo mandato da chanceler Merkel, para além de ser a combinação mais frequente no período pós-guerra.
  • Pontos fortes: apela a várias gerações ao juntar os apoiantes de classe média, conservadores e cristãos da CDU e os neoliberalistas e empreendedores do FDP.
  • Pontos fracos: o FDP esteve quatro anos longe do Bundestag, por não ter conseguido, em 2013, alcançado os 5% necessários para eleger deputados. Nessa altura, as ideias antieuropeístas não foram do agrado dos alemães. As últimas sondagens apontam para que, nestas eleições, este partido seja a escolha de 9% dos eleitores.

Vermelho e Verde = SPD + Os Verdes

  • O que é: ao juntarem-se, estes dois partidos formam uma coligação de centro esquerda que governou antes da entrada de Angela Merkel, em 2005.
  • Pontos fortes: tal como a combinação preto e amarelo, apela às várias gerações juntando os apoiantes daquela que pode ser apelidada de “velha esquerda”, constituída pela classe trabalhadora e pelos sindicalistas e os progressistas.
  • Pontos fracos: o período alto de Schulz ficou-se pelos primeiros meses após a candidatura, com as sondagens a afirmarem que o SPD vai ter dificuldade em ultrapassar a barreira dos 30%. Ao mesmo tempo, os verdes veem as suas hipóteses estancadas nos 9%.

Vermelho, Vermelho e Verde = SPD + Die Linke + Os Verdes

  • O que é: união das esquerdas, desde os mais centristas — Os Verdes — aos mais radicais — Die Linke.
  • Pontos fortes: juntando os eleitorados dos três partidos, poderá ser a única maneira de Schulz conseguir a maioria que necessita para se tornar chanceler.
  • Pontos fracos: os alemães ainda associam os socialistas do Die Linke, bem como as ideias populistas que defendem, ao regime ditatorial que se vivia na República Democrática da Alemanha antes da queda do muro de Berlim.

Preto, Amarelo e Verde ou “Jamaica” = CDU + FDP + Os Verdes

  • O que é: ainda que seja centro-esquerda, Os Verdes podem juntar-se ao lado mais conservador do espectro político.
  • Pontos fortes: também junta três eleitorados diferentes.
  • Pontos fracos: nunca chegou à chanceleria.

Existem ainda outras combinações possíveis, como é o caso da “semáforo”, que junta SPD, FDA e Os Verdes, e a “Quénia”, que une SPD, CDU e Os Verdes, mas que, pelas diferenças ideológicas ou por serem raramente uma opção viável, não têm probabilidade alta de chegarem ao poder.

De fora destas combinações fica o AfD, que tem sido considerado por muitos o partido outsider destas eleições. Defensor de ideais de extrema-direita tais como a saída da União Europeia, o bloqueio das fronteiras e a aproximação com a Rússia, os outros partidos na corrida já excluíram quaisquer alianças com ele. Ainda assim, e com a liderança de Alice Weidel e Alexander Gauland, este pode proporcionar uma das surpresas da noite.

E o terceiro mais votado vai ser…

É já sabido que Merkel e Schulz vão disputar os dois primeiros lugares da votação, mas as dúvidas acerca do terceiro classificado persistem. Com o FDA a voltar à corrida quatro anos depois de não ter conseguido eleger nenhum deputado, e o AfD a apelar aos valores populistas que se têm espalhado um pouco por todo o mundo, conseguirá o Die Linke manter-se como o terceiro partido com mais deputados no Bundestag?

As últimas sondagens não apontam para tal, com o AfD ligeiramente à frente dos esquerdistas. Contudo, este surge logo a seguir, sucedido pelo FDP e pelo Os Verdes.

A combinação preferida dos economistas é preto e amarelo

Ainda que a coligação que fosse angariar mais votos fosse a que está hoje no poder, em termos económicos esta pode não ser a mais benéfica. Vinte e seis economistas ordenaram por eficácia as quatro coligações mais populares, a pedido da agência Bloomberg. Para este grupo — onde se incluem 16 alemães –, a combinação ideal assemelhar-se-ia a uma abelha e juntaria a CDU e o FDP.

Para além desta ser a mais frequente, é aquela que os economistas acham que vai potenciar mais o crescimento económico, que vai criar mais emprego e será capaz de reduzir a carga fiscal do país. Mas, para tal, vão ter de se sair bem melhor nas urnas do que se estão a sair nas sondagens.

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Médicos avançam para greve nacional a 8 de novembro

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

O sindicato dos médicos e o Ministério da Saúde não chegaram a um acordo. Os profissionais de saúde avançam assim para várias greves que culminam numa greve nacional a 8 de novembro.

Os sindicatos médicos anunciaram esta sexta-feira que vão realizar greves rotativas por regiões em outubro e uma paralisação nacional em novembro. As greves regionais começam em 11 de outubro na região norte, seguindo-se a região centro em 18 de outubro e a região sul em 25 de outubro. A paralisação nacional está marcada para 8 de novembro.

O anúncio foi feito pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) à saída de uma reunião negocial no Ministério da Saúde. Os sindicatos médicos têm estado em negociações com o Ministério da Saúde em várias matérias, avisando várias vezes que, se a postura do Governo se mantivesse, avançariam para uma nova greve nacional depois das eleições autárquicas, que seria a segunda num ano, depois da paralisação de maio.

Em causa estão sobretudo três medidas, como a redução da lista de utentes por médico de família, que atualmente se situa nos 1.900 utentes por médico, enquanto os sindicatos pretendem regressar a um máximo de 1.500.

A limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200 e a imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência são outras das matérias essenciais para os sindicatos e que já estiveram na origem da greve de maio.

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Associação Mutualista faz acordo com empresa chinesa

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

A dona do Montepio assinou uma parceria com o grupo chinês CEFC. Este acordo permitirá aos chineses entrarem no capital das empresas financeiras da Associação Mutualista.

A Associação Mutualista assinou uma parceria estratégica com o grupo chinês CEFC Energy. Este acordo assinado entre a entidade liderada por António Tomás Correia e a empresa de energia chinesa envolve várias participações em empresas financeiras da Associação, mas exclui qualquer investimento na Caixa Económica Montepio Geral.

“A cooperação estratégica será implementada através de um conjunto de acordos e projetos específicos”, lê-se num comunicado da associação liderada por António Tomás Correia. Mas “não incluirá, em nenhum dos casos, qualquer participação na Caixa Económica Montepio Geral”, acrescenta.

"A cooperação estratégica será implementada através de um conjunto de acordos e projetos específicos a serem negociados e acordados ao critério de cada parte, que não incluirá, em nenhum dos casos, qualquer participação na Caixa Económica Montepio Geral.”

Associação Mutualista Montepio Geral

Este acordo, assinado entre o vice-presidente da empresa chinesa, Hongbing Wu, e o CFO da Associação Mutualista, Miguel Teixeira Coelho, deve resultar, diz a entidade, numa “parceria estratégica de longo prazo para uma potencial cooperação empresarial multidimensional”, num acordo vantajoso para ambas as partes. Esta parceria é assinada depois de o Jornal Económico ter avançado que a Associação Mutualista pôs a seguradora Lusitânia à venda.

Segundo o comunicado, a chinesa CEFC é uma das maiores empresas privadas na China, com foco no setor energético. O grupo regista receitas superiores a 40 mil milhões de dólares anualmente e faz parte da lista Fortune Global 500 há quatro anos consecutivos.

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Lisboa: Maior consumidora aposta no consumo inteligente

  • Filipe S. Fernandes
  • 22 Setembro 2017

No consumo de energia, a área metropolitana de Lisboa representou 25,5% do consumo total de electricidade em Portugal em 2015. A grande estratégia é aproveitar a rede de conexões e inteligência.

Em julho passado, a EDP lançou em parceria com a Nos um contador inteligente assente em rede 4.5G, tecnologia também conhecia como NB-IoT. Na zona do Parque das Nações, em Lisboa, a operadora instalou duas antenas que vão suportar a rede do projeto-piloto que deverá chegar a 100 clientes até ao final do ano.

O objetivo é a deteção automática de falhas de energia, melhorando o tempo de resposta na monitorização, ou a mediação constante do consumo são apontadas como vantagens desta tecnologia, com maior capacidade de passar obstáculos físicos como paredes. Neste projeto estão envolvidos a Huawei, a Janz e a U-Blox e o lançamento do contador inteligente NB-IoT, sem fios, integra o projeto de redes inteligentes Inovgrid lançado em 2007 pela EDP Distribuição, contando com o apoio da Comissão Europeia.

A EDP Distribuição quer colocar 60% dos contadores inteligentes nos clientes residenciais, que são cerca de seis milhões, até 2020. Atualmente, um milhão têm contadores inteligentes mas só metade está a comunicar bem.

As redes inteligentes que começam a interligar os sistemas de transportes, negócios, e residenciais que são grandes utilizadores de energia vão permitir obter ganhos de eficiência e construir mecanismos mais resilientes capazes de lidar com as ameaças à sua sustentabilidade.

No domínio da energia, em termos de consumo, a área metropolitana de Lisboa representou 25,5% do consumo total de eletricidade em Portugal em 2015. Em termos de produção, no período entre 2002 e 2014, reduziu significativamente (-62%) a capacidade de produção bruta de energia elétrica, contrariando uma tendência de aumento da capacidade a nível nacional (13%) propiciada pelas energias renováveis, em particular a energia eólica. Esta redução teve a ver com o encerramento da Central Termoelétrica de Setúbal a partir de fuelóleo, a 18 de setembro de 2012, depois de 23 anos de atividade.

A região não acompanhou a tendência nacional de diversificação das fontes de energia. A Península de Setúbal depende quase exclusivamente da energia térmica, representa 99% da capacidade de produção bruta de energia da região, como as centrais de cogeração do Barreiro da Fisigen e da fábrica da Mitrena em Setúbal da The Navigator Company, e, na Grande Lisboa, menos de um quarto da energia elétrica produzida provém de fontes renováveis.

Acionistas estrangeiros com energia

As grandes empresas dos setores da energia, tanto no petróleo e gás como no eletricidade e nas redes energéticas, que são verdadeiros motores de investimento no exterior por parte do setor empresarial português, o que também tem despertado o interesse de acionistas estrangeiros. Em 2011, a China Three Gorges (CTG) pagou 2.700 milhões de euros por 21,35 da EDP, eletricidade e distribuição de gás natural, e a empresa estatal chinesa CNIC tem mais 3,02%: juntas controlam 24,37% da elétrica portuguesa. Esta empresa está agora a ser cobiçada pela espanhola Gas Natural.

Na REN, nas áreas das redes de transporte de eletricidade e de gás natural, a chinesa State Grid pagou 388 milhões de euros em 2012 para comprar 25% do capital seguindo-se, em 2014, a entrada da Fosun através da seguradora Fidelidade, que detém 5,3%. Um dos outros acionistas de referência é a Oman Oil, com 15%. Por sua vez, a GalpEnergia, setores do petróleo e gás natural e eletricidade, é controlada pelo grupo Américo Amorim e Sonangol, pertencendo à Partex Oil and Gas na exploração de petróleo no exterior à Fundação Gulbenkian.

Portugal tem uma grande dependência estrutural do exterior ao nível energético devido à escassez de recursos energéticos endógenos, designadamente petróleo, carvão e gás, e aos elevados consumos de energia. Por isso, a tendência na política energética tem sido a busca de um modelo energético mais racional e sustentável com maior contribuição da energia proveniente de fontes endógenas renováveis — hídrica, solar, eólica, biomassa, oceânica e geotérmica –, e com o aumento da eficiência energética nacional, através do favorecimento de tecnologias menos consumidoras de energia e do fomento de padrões mais sustentáveis de mobilidade e transportes, de regeneração urbana e de habitação.

Em 2016, a redução de 5,3% no saldo importador dos produtos energéticos, compensada pelo aumento de 35% da produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, permitiu que a dependência energética sofresse uma redução de 3,5%, passando de 78,3% em 2015 para 74,8%.

Esta nova política energética, acentuada ao longo do século XXI, tem dado origem a um universo crescente de projetos empresariais na área da energia como a WinPower – Engenharia e Desenvolvimento, do grupo Zagope, empresa de engenharia que tem como área central de negócio o desenvolvimento de soluções e comercialização de equipamentos e sistemas chave na mão nas áreas da energia e do ambiente; a Tecnoprojecto Internacional, de capitais luso-angolanos, especializada em serviços de engenharia, construção e arranque de instalações e de manutenção para as indústrias de Petróleo & Gás e Eletricidade & Ambiente, com destaque para as áreas de instrumentação, automação, comando e controlo e de eletricidade industrial, e está em Angola, Roménia, Rússia, Sérvia, Moçambique e Colômbia; a suíça Koch Engineering fornece à escala global serviços de engenharia, desenvolvimento e gestão de projetos e construção de instalações, bem como serviços nas áreas da qualidade, segurança e ambiente em centrais termoelétricas, fábricas petroquímicas e instalações de movimentação de granéis ou a belga TPF Planege Cenor que fornece serviços de engenharia, gestão de projetos e supervisão de obras em empreendimentos complexos em setores como transportes, energia, indústrias de processo, água e saneamento.

A exploração de energias renováveis no mar ao largo da costa portuguesa vai atrair, até 2022, investimentos de 254 milhões de euros, entre financiamento público e privado, refere o relatório “Energia no mar”, elaborado no final do ano passado por um grupo de trabalho com três dezenas de especialistas e presidido pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

O maior projeto em desenvolvimento é o Windfloat (liderado por EDP e Repsol), que explorará eólicas “offshore” ao largo de Viana do Castelo e cuja expansão do Windfloat deverá absorver 105 milhões de euros, mais 30 milhões para o cabo elétrico submarino para ligar a Viana do Castelo à produção energética no mar. A empresa Corpower deverá, no mesmo período, aplicar em Portugal 22 milhões de euros num parque de energia das ondas.

Segundo este relatório, entre 2000 e 2014 o país acolheu investimentos acumulados de 147 milhões de euros em vários projetos de investigação e desenvolvimento na área das energias oceânicas e em projetos concretos como o Pelamis, a central de energia das ondas do Pico, a AWS, o Waveroller e o Windfloat.

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