Protechting: 14 finalistas vêm de 10 países diferentes

A Fidelidade, a Fosun e a Beta-i já selecionaram as 14 startups que vão ter acesso à fase final do programa, que decorre de 22 de maio a 7 de julho.

Espanha, Itália, China, África do Sul, Irlanda, Brasil, Alemanha, Suíça, Reino Unido ou Estados Unidos, para além de Portugal. Entre os 14 finalistas da 2ª edição do programa de aceleração Protechting estão projetos de 10 países diferentes. A Fidelidade, a Fosun e a Beta-i já selecionaram as 14 startups que vão ter acesso à fase final do programa, que decorre de 22 de maio a 7 de julho.

Por isso, é bem possível que, em breve, volte a ouvir nomes como Amiko, Bdeo, Coinscrap Finance, Kuveda, NeuroPsyCAD, PeekMed, RiskAPP!, Sandlacus, UpHill, Videobot XClaim, VisionX, Visor.ai, WeSavvy e ifileme.

A escolha dos finalistas foi feita na sequência da semana de bootcamp, que teve como objetivo apurar os modelos de negócio e potenciar o envolvimento entre os parceiros envolvidos e as startups a participar no programa.

“Nesta segunda edição as equipas selecionadas apresentam já um bom grau de maturidade e desenvolvimento, o que permite antever um bom fit com o negócio da Fidelidade e da Fosun. A dimensão do Grupo Fidelidade, aliando serviços, seguros, poupança e saúde, em conjunto com as sinergias do grupo Fosun, injetam grande potencial neste desafio que, acreditamos, poderá reforçar significativamente a diversidade e a qualidade dos projetos a concurso”, assinala Sérgio Carvalho, diretor de marketing da Fidelidade.

O Protechting é um programa da Fidelidade e da Fosun, em parceria com a Beta-i, que quer estimular a criação de uma cultura de inovação e facilitar o acesso a recursos importantes para a evolução e concretização de ideias de negócio, como investidores e mentores. O programa de aceleração é focado em três áreas de negócio específicas: proteção/prevenção, serviços e saúde.

“Esta edição do Protechting tem despertado o interesse de startups de várias áreas de atividade, vindas de indústrias tão diversas como a Consultoria, Mobile, Finanças, Seguros, Imobiliário, Energia ou Cleantech, por exemplo. Esta diversidade é muito saudável, precisamente pelo potencial de inovação que encerra para a indústria dos seguros e saúde, e pelas possibilidades de lançamento de pilotos funcionais, ou mesmo da eventual integração no negócio, que permite”, adianta Manuel Tânger, Head of Innovation & Corporate Acceleration e co-fundador da Beta-i, citado em comunicado.

Os três melhores projetos ganham um roadshow na China, com acesso a alguns dos maiores investidores mundiais, podendo ainda beneficiar de uma participação de capital, ou integrar o seu negócio na Fidelidade ou numa das empresas do grupo Fosun. O vencedor do melhor projeto de negócio ganha ainda um prémio monetário no valor de 10 mil euros.

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OutSystems expande centro de Proença-a-Nova e quer contratar mais de 100 engenheiros

Empresa de software e plataformas low-code quer contratar em Portugal. Vinte das contratações serão para o Centro de Competências e inovação, em Proença-a-Nova.

A empresa de desenvolvimento e oferta de plataformas low-code OutSystems acaba de expandir o Centro de Competências e inovação em Proença-a-Nova e quer recrutar mais de 100 engenheiros. As contratações, levadas a cabo apenas em Portugal, deverão servir para sustentar o forte crescimento, anunciou a empresa em comunicado. Vinte das contratações vão estar alocadas ao centro de Proença-a-Nova, onde a empresa tem instalado o laboratório de inovação tecnológica.

“A expansão do nosso centro de Proença-a-Nova é fruto da crescente utilização da tecnologia low-code da OutSystems. De Portugal para o mundo, mais propriamente do interior do país, os nossos engenheiros estão a inovar no que se refere ao software para o desenvolvimento rápido de aplicações, que se traduz na eficiência das empresas que utilizam a nossa tecnologia”, explica Ricardo Araújo, diretor da área de Customer Success da OutSystems, em comunicado enviado às redações.

O Centro de Competências de Proença-a-Nova da OutSystems conta já com 55 profissionais.

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Rui Vilar: Portugal vive ambiente económico favorável que “dificilmente se vai repetir”

  • Lusa
  • 23 Maio 2017

O ambiente agora é mais positivo mas há problemas por resolver, diz o presidente do Conselho de Administração da CGD.

O presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) afirmou hoje que Portugal vive “um ambiente económico mais favorável”, considerando que é uma “oportunidade que não se pode perder” porque “dificilmente se vai repetir”.

Rui Vilar, que falava esta terça-feira na abertura do 3.º Encontro Fora da Caixa, organizado pela CGD na Aula Magna, em Lisboa, começou a sua intervenção por dizer que a experiência recente do sistema financeiro demonstrou que “o grau de previsibilidade se reduziu”, que “os mercados são extremamente voláteis” e que, perante a crise, “as autoridades europeias multiplicaram as regras preventivas e as exigências convencionais” que os bancos estão obrigados a cumprir.

Depois, o responsável reconheceu que o ambiente agora é mais positivo, mas sublinhou que há problemas por resolver: “Felizmente, no nosso país, experimentamos hoje uma conjuntura com sinais positivos e tendências encorajadoras. Mas persistem muitos problemas, alguns de natureza estrutural, e muitos e urgentes desafios para diminuir bloqueios e constrangimentos de contexto”.

Neste sentido, Rui Vilar apelou à necessidade de “não baixar os braços e continuar a lutar pela consolidação dos fundamentais” e considerou que Portugal tem agora “uma oportunidade que não se pode perder porque dificilmente se vai repetir”.

O presidente do Conselho de Administração da CGD disse ainda que “é neste ambiente económico mais favorável, mas também mais exigente que a CGD está em melhores condições para responder às necessidades, aos projetos e às iniciativas das empresas”.

Rui Vilar referiu-se ao processo de recapitalização e ao plano estratégico do banco público, “que se traduziram no aporte de 4,4 mil milhões de euros, o maior de sempre na banca portuguesa”, destacando que esta operação “foi realizada em condições de mercado”, não tendo sido, por isso, considerada como ajuda de Estado.

O responsável terminou o discurso a dar a garantia de que a CGD tem neste momento “uma posição de reforçada solidez” e que “está a avançar a execução do plano estratégico 2017/2020, reestruturando e redimensionando a operação [do banco] a caminho de condições de sustentabilidade e crescimento da rentabilidade”.

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BCP acelera. Bolsa segue a Europa

  • Marta Santos Silva
  • 23 Maio 2017

A venda de 6% em ativos da antiga PT SGPS favoreceu o BCP mas deixou a Pharol a perder na bolsa. Isto num dia em que a praça fecha em alta, tendência geral na Europa.

O PSI-20 fechou a subir 0,7%, acompanhando a tendência positiva das restantes praças europeias. Beneficiou do novo fôlego dado pelos ganhos da EDP e também do BCP, que anunciou a venda de uma parte da antiga PT SGPS que lhe valeu uma valorização bolsista. A Pharol não pode dizer o mesmo: a notícia provocou-lhe perdas de mais de 1%.

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23 anos depois, marca PT desaparece. Comando é da Altice

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Maio 2017

Com a renovação de identidade, chega ao fim um ciclo de 23 anos em que a Portugal Telecom se afirmou no campo das telecomunicações. O que resta destes e o que significa esta renovação?

Dois anos após a Altice ter comprado a PT Portugal, o grupo de comunicações francês decidiu acabar com as insígnias Meo e PT, reunindo todos os seus ativos numa só marca, a marca Altice. Com a assinatura “Together Has No Limits”, em português “juntos não há limites”, Michel Combes anunciou a nova estratégia global e explicou que o nome, a marca e o novo logótipo vão substituir gradualmente as atuais marcas em cada operação da Altice no mundo.

Com a antiga holding da PT, a Pharol, ainda a negociar nos mercados e os processos judiciais que envolvem antigos gestores da empresa a marcarem as manchetes dos jornais, parecem óbvios os motivos para esta transformação estrutural. Em comunicado, a Altice garante que a operação será “um passo significativo no desenvolvimento do Grupo para reforçar a sua plataforma industrial e operacional.”

Ainda assim, e como declara ao ECO Carlos Coelho, Presidente da Ivity Brand Corp, esta mudança de identidade vem na linha de outras que já se fizeram, como é o caso da Telecel e da Optimus. “Para a Altice é uma forma de reforçar o seu caminho, de libertar a marca das divergências das marcas locais.” Mas o que é significa esta libertação?

23 anos depois, chegou a hora do adeus

Não se pode falar do percurso das telecomunicações em Portugal sem falar da Portugal Telecom. A empresa constituiu-se em 1994 como um operador nacional de telecomunicações único, que juntava as várias empresas do setor. Nesse mesmo ano, arranca o serviço de acesso à internet em modo terminal gerido pela Telepac e, um ano depois, chega o primeiro telemóvel pré-pago do mundo, o Mimo. A operadora estabeleceu-se assim como pioneira em muitos dos serviços de telecomunicações no território nacional.

Em 1995, a PT concretiza a primeira fase do processo de privatização, processo que se conclui em 2000. Nesse ano, a operadora é líder no setor das comunicações e começa a expansão da sua área de negócio. Com a separação da PT Comunicações e da PT Multimédia surge a marca Meo, em 2008. Enquanto a segunda deu origem ao primeiro concorrente da gigante no campo dos serviços de televisão, telefone e internet, a ZON Multimédia, a PT apostou na convergência dos produtos e oferta do serviço triple-play.

Já em 2014, os serviços prestados pela marca TMN, ou seja, os serviços móveis, passaram a ser prestados sob nome Meo que, a partir daqui, passou a ser a marca central da PT. Marcada pela inovação e a irreverência, a Meo tem apostado no desbravamento de novos caminhos na área das telecomunicações, sempre acompanhado por grandes ações publicitárias que envolvem nomes desde Ricardo Araújo Pereira até Cristiano Ronaldo.

Ao considerar este um passo normal a dar, Carlos Coelho não deixa de expressar o lado mais negativo deste: “Vamos descontinuando as nossas marcas, resultado de uma economia mais global, o que vai deixando mais clara a nossa fraqueza em algumas áreas da economia”, afirma.

 

O comando deixa de ser Meo

Com a mudança de marca, surgem várias perguntas às quais não foi dada resposta. O icónico Pavilhão Atlântico, que depois de ter sido comprado da PT adotou o nome Meo Arena, passará a ser Altice Arena? Também os festivais de verão, o Meo Sudoeste e o Meo Marés Vivas, podem ver a sua nomenclatura alterada.

Para Carlos Coelho, esta mudança na identidade pode afetar a confiança dos clientes e alerta para as consequências desta instabilidade. “As mudanças são sempre delicadas para os consumidores e abrem oportunidades para os concorrentes, resta saber como estes as vão aproveitar”, garante.

Mas há resistentes

Ainda assim, este rebranding não se estende a todos os produtos do universo PT. As marcas especializadas e com públicos-alvo muito específicos, como é o portal Sapo, que inclui os serviços noticiosos, de e-mail, de compra e venda de automóveis e imóveis, entre outros, a Moche, insígnia que tem como principal alvo os jovens até aos 25 anos, e a Uzo vão manter-se inalteráveis.

A manter-se também na família está o embaixador da operadora Cristiano Ronaldo. Michel Combes considera que este membro “icónico” não vai, tendo este apontado que o mesmo representa os principais valores do grupo: “É global, rápido, responsável, dedicado e corajoso”.

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5 coisas que precisa de saber sobre a cerveja

  • ECO+ SAGRES
  • 23 Maio 2017

O nome vem do latim servisia. É feita de água, uma fonte de amido -- normalmente malte de cevada -- e lúpulo. Quanto ao segredo da receita, não podemos revelar.

É a bebida do verão por excelência e, pensa-se, a primeira bebida alcoólica a ser criada pelo homem. Mas, se pensa que a ciência de fazer cerveja — uma receita com base em água malte e lúpulo, é assim simples como parece, engana-se. Aqui estão cinco coisas que precisa de saber sobre a cerveja.

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Desemprego: Corte de 10% nos subsídios mínimos cai em junho

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Maio 2017

De acordo com António Costa, o corte será parcialmente revertido a partir de 1 de junho, garantindo que ninguém fica "abaixo do limiar do indicador de apoio social".

O travão ao corte de 10% no subsídio de desemprego para quem tem prestações de valor mais reduzido chega ao terreno no dia 1 de junho, anunciou esta terça-feira o Primeiro-Ministro no Parlamento.

Em causa está uma medida aprovada pelo Executivo de Passos Coelho, que avançou em abril de 2012. Entre outras mudanças, ficou então definido que as prestações iniciadas a partir daquela altura teriam um corte de 10% ao fim de seis meses de atribuição. A redução abrangia todos os subsídios, incluindo os de montante mínimo — em regra, o equivalente ao Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou 421,32 euros em 2017 — que acabavam por ser empurrados para um patamar inferior a este limiar. A medida já originou vários reparos do Provedor de Justiça.

Já este ano, Bloco de Esquerda e PCP defenderam a eliminação total do corte mas os socialistas preferem deixar o debate para mais tarde. Para já, o que fica garantido é que o corte de 10% não pode atirar o subsídio do desemprego para um valor abaixo do IAS. A norma foi aprovada em Conselho de Ministros em abril. De acordo com António Costa, a redução será então parcialmente revertida em junho.

“Vamos já a partir do próximo dia 1 de junho reverter parcialmente esse corte do subsídio de desemprego, com a introdução de uma norma travão para que esse corte nunca coloque ninguém abaixo do limiar do indicador de apoio social”, afirmou no debate quinzenal. Porém, o ECO sabe que o diploma ainda aguarda promulgação por parte do Presidente da República.

O corte de 10% abrange apenas os subsídios de cariz contributivo, deixando de fora os apoios sociais que são atribuídos a desempregados inseridos em famílias de rendimentos reduzidos que já esgotaram o subsídio “principal” ou que não trabalharam tempo suficiente para aceder à prestação.

(notícia atualizada às 17h40)

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Sérgio Monteiro: Sem troca de dívida? “O mais normal é que a transação não se conclua”

  • Rita Atalaia
  • 23 Maio 2017

Sérgio Monteiro foi, desde novembro de 2015, coordenador de negociação da venda do Novo Banco. O agora consultor técnico externo será ouvido pelos deputados sobre este processo do banco de transição.

Sérgio Monteiro foi ouvido esta terça-feira pelos deputados da comissão de Orçamento e Finanças (COFMA) sobre o processo de venda do novo Banco — uma operação que continua dependente de uma troca de 500 milhões de dívida sénior. Deixou de ser o coordenador da negociação em fevereiro desde ano. Mas continua ligado à operação enquanto consultor técnico externo. Leia aqui as explicações sobre o processo de venda do banco de transição.

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BCP dá novo fôlego à bolsa de Lisboa

  • Marta Santos Silva
  • 23 Maio 2017

A praça portuguesa seguiu a tendência das pares europeias. Fechou em alta, animada pelos ganhos do BCP e da EDP. A Galp Energia travou os ganhos.

O PSI-20 fechou no verde, acompanhando a tendência positiva das restantes praças europeias. Avançou à boleia do BCP, mas também da EDP num dia negativo para a Galp Energia.

Foi um dia positivo para o índice de referência nacional, embora algumas das cotadas tenham registado quedas — Nas principais praças europeias, o dia foi maioritariamente positivo, com o Stoxx 600 a subir ligeiramente para os 0,28%.

A bolsa de Lisboa subiu 0,7% para os 5.214,18 pontos, principalmente ajudada pela EDP, que ganhou 1,62% para os 3,20 euros, isto numa sessão em que a EDP Renováveis encerrou a cair 0,84% para 6,95 euros.

A animar a bolsa esteve também o BCP. O banco liderado por Nuno Amado ganhou 2,35% para 22 cêntimos, isto no dia em que anunciou que vendeu 6,17% da antiga PT SGPS, uma participação avaliada em pouco mais de 14 milhões de euros. Hoje a Pharol perdeu 1,18%, com os títulos a descerem para os 25 cêntimos.

Além da Pharol, destaque para as quedas da Galp Energia e da Jerónimo Martins. Apesar da subida do petróleo, a Galp Energia encerrou a cair 0,56% para 14,16 euros enquanto a dona do Pingo Doce, um dos títulos com maior peso no índice nacional, perdeu 0,46%.

 

 

Esta subida da bolsa acontece no dia em que a agência de rating Fitch estimou que o défice orçamental português aumente para 2,8% este ano com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. À hora de fecho da bolsa portuguesa, os juros da dívida soberana a dez anos estavam a subir ligeiramente, para os 3,16%.

 

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Altice garante que não haverá despedimento coletivo na PT. Há “muitos rumores”

  • Lusa
  • 23 Maio 2017

Michel Combes garantiu que não há qualquer plano de despedimento coletivo na PT Portugal. "Foram feitos ajustes em todas as operações", mas afasta a possibilidade de novas reduções.

O presidente executivo da Altice, Michel Combes, garantiu hoje que não há qualquer plano de despedimento coletivo na PT Portugal e afirmou que existem “muitos rumores” sobre a empresa.

“Não há planos de despedimento coletivo”, garantiu Michel Combes, em entrevista à Lusa, em Nova Iorque, referindo-se a informações divulgadas recentemente na imprensa portuguesa sobre um eventual despedimento coletivo de cerca de 3.000 trabalhadores ou sobre a alegada tentativa de afastar os cerca de 3.500 pré-reformados.

Michel Combes, que está em Nova Iorque para anunciar a adoção da marca global única Altice, admitiu que “foram feitos ajustes em todas as operações”, até porque a empresa quer “maior eficiência”, mas excluiu a possibilidade de despedimento coletivo.

“Sobre os pré-reformados, foi uma decisão que foi tomada antes de comprarmos a PT. Sobre o resto, o que posso dizer é que não há planos de despedimento coletivo. Não posso comentar algo que não é realidade”, reforçou.

Michel Combes afirmou-se “surpreendido” com a existência de “muitos rumores”: as divergências de administradores com a estratégia da empresa, a suposta venda do segmento empresarial da PT à Telefónica ou ainda a compra pela Altice dos 95% da participação da Visabeira na Fibroglobal (que recebeu fundos públicos para a criação de uma rede de fibra em zonas rurais).

Em 21 de abril, a Lusa noticiou que Guy Pacheco deixou o lugar de administrador financeiro (CFO) da PT Portugal, depois de também Luís Nascimento (pelouro comercial) ter saído da administração da operadora de telecomunicações do grupo Altice.

Segundo declarações anteriores à Lusa de uma fonte ligada ao processo, a razão da saída de Guy Pacheco deveu-se, essencialmente, a “divergências com o atual projeto empresarial definido para a empresa”.

Mas hoje Michel Combes dá a sua versão dos factos: “As duas pessoas que saíram, que respeito e que eram duas referências da administração e dois excelentes executivos da PT, fizeram-no por razões pessoais segundo sei. Não vou questionar essas razões, mas nunca os ouvi durante o tempo que estiveram na PT a questionar a estratégia e sempre se mostraram muito confortáveis com a estratégia do grupo”.

“Felizmente temos pessoas muito talentosas, que podemos promover. Mas, uma vez mais, sobre esta questão de terem saído em divergência com a estratégia, eles nunca o manifestaram enquanto estiveram na empresa e nunca os ouvi a dizer isso desde que saíram. Ouvi pessoas a dizer que se calhar saíram por talvez não estarem de acordo com a estratégia – rumores”, acrescentou.

De acordo com o presidente executivo da Altice, os exemplos sucedem-se e também passam pela Fibroglobal e a alegada venda do segmento empresarial à Telefónica.

“Vender à Telefónica é uma piada, não sei de onde vem. Vender o B2B (segmento empresarial)? Nós estamos a reforçar este segmento. Temos um excelente responsável pelo B2B em Portugal, estamos muitos contentes com este negócio e queremos crescer e desenvolvê-lo”, avançou.

E sobre a Fibroglobal acrescentou: “Eu saberia se tivesse sido eu a comprar. Eu sou presidente executivo da Altice, saberia sempre mesmo se fosse uma empresa da Altice a fazê-lo. A PT teve sempre 5% de participação nesta empresa. Os restantes 95% eram detidos por uma empresa que não faz parte da Altice, estes mudaram de donos e não foram adquiridos pela Altice”, frisou.

“Desconheço a origem de tanto rumor”, disse Michel Combes, admitindo que tem de ir mais vezes a Portugal e que a Altice não tem “estes rumores em mais lado nenhum”.

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Esta é a nova cara da PT. Ronaldo dá “like”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Maio 2017

A PT e a Meo passam a ser Altice e com esta mudança surge também uma nova identidade, mais global e conectada.

As marcas MEO e PT Empresas passarão a ser Altice. O anúncio oficial foi feito esta terça-feira, numa conferência de imprensa que juntou os presidentes executivos de todas as subsidiárias da empresa, de Portugal à República Dominicana. Com o novo nome vem também um novo logótipo, uma nova assinatura, no geral, uma nova identidade.

Para a empresa, o novo logótipo é um caminho: aberto, livre de fronteiras e sem um fundo físico, representando as aspirações de inovação contínua e de reinvenção do futuro da Altice, para ir ao encontro das necessidades dos seus clientes. A nova assinatura “Together Has No Limits”, em português “juntos não há limites”, traduz o ADN da empresa, global e local.

O nome, a marca e o novo logótipo da Altice irão substituir as atuais marcas de cada operação, prevendo-se que todas as marcas comerciais concluam o processo de transição até ao segundo trimestre de 2018. As marcas do segmento business to business vão transitar para Altice Business.

Até à mudança de marca, todos os clientes continuarão a ter ao seu dispor a mesma rede de loja e o mesmo número de atendimento ao cliente (1696), o mesmo website (meo.pt ou ptempresas.pt) com acesso a todas as funcionalidades. Com a mudança efetiva da marca está prevista a criação de um novo endereço para o website geral.

Pelas redes sociais, as reações à nova imagem vão surgindo. Cristiano Ronaldo é um dos que “dá like” à nova Altice.

A Altice tem operações em sete países. Em Portugal, registou 573 milhões de euros de receitas nos primeiros três meses do ano. Ao nível global, no final de dezembro, o grupo empregava 49.732 pessoas no total e gerou 23,52 mil milhões de euros em lucros durante o exercício do ano.

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Portugal sai do PDE com recados: o que já foi feito?

  • Cristina Oliveira da Silva, Margarida Peixoto e Rita Atalaia
  • 23 Maio 2017

A Comissão Europeia deixou quatro recomendações específicas para Portugal. O ECO diz-lhe o que já foi feito em cada uma das áreas.

Portugal já saiu do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) mas levou recados da Comissão Europeia. É preciso corrigir o défice de forma duradoura, olhar para o mercado de trabalho, acelerar esforços no sistema bancário e cortar custos administrativos, avisa Bruxelas. Mas estas não são áreas intocadas: em todas elas houve ação dos governos nestes 2.784 dias de PDE. O ECO diz-lhe o que foi feito.

Corrigir o défice de forma duradoura

No campo das finanças públicas, a preocupação da Comissão Europeia é garantir que Portugal corrige o problema do défice excessivo de forma duradoura. Não é um receio descabido: basta olhar para a história das contas públicas portuguesas para ver que os momentos de equilíbrio orçamental foram pontuais. Como diria Passos Coelho, foram “solavancos históricos”.

Fonte: INE

Para cortar com este passado, Bruxelas recomenda uma política orçamental que contribua para a retoma económica, ao mesmo tempo que assegura a sustentabilidade das finanças públicas. Traduzindo, quer dizer que a política orçamental deve ser restritiva, mas não deve colocar em causa o crescimento, sob pena de se tornar contraproducente numa economia com um nível de endividamento de 130% do PIB.

Depois de ter entrado no PDE, em 2009, a primeira abordagem que Portugal fez para baixar a despesa foi direcionada às rubricas mais pesadas para as administrações públicas: gastos com pessoal e com pensões.

Os cortes nos salários dos funcionários públicos começaram com o Governo de José Sócrates, mas perduraram — e houve momentos em que foram intensificados — durante todo o período de aplicação do programa de ajustamento da troika. Só em 2015 as reduções salariais começaram a ser revertidas, tendo os funcionários públicos recuperado o seu salário por inteiro no último trimestre de 2016.

Apesar desta política de redução salarial ter sido já revertida, não se pode dizer que os seus efeitos tenham sido apenas temporários. Os rendimentos dos trabalhadores das administrações públicas ficaram, efetivamente, desvalorizados: não é o mesmo receber mil euros em 2017, ou em 2010. O efeito da inflação fez-se sentir e não foi corrigido, implicando um poder de compra muito mais baixo para este grupo de trabalhadores.

Em simultâneo, o número de funcionários públicos foi sendo progressivamente reduzido: passou de mais de 727 mil trabalhadores em 2011, para perto de 664 mil em 2016.

Fonte: DGAEP, MF

O resultado está à vista nos gastos com pessoal das administrações públicas: passaram de 24,6 mil milhões de euros em 2010 (o equivalente a 13,7% do PIB) para 20,8 mil milhões (11,3% do PIB).

Com a chegada de António Costa à liderança do Governo, a estratégia de cortes na despesa foi alterada. Suportado por acordos com o BE e o PCP, o Executivo PS devolveu rendimentos e concentrou a redução da despesa nas rubricas do investimento e nos consumos intermédios.

O primeiro-ministro iniciou uma revisão abrangente da despesa pública, com esforços diretamente ao nível dos serviços: por exemplo, pediu sugestões de medidas de poupança a cada serviço, intensificou a estratégia da utilização das cativações na gestão orçamental e manteve regras de contenção da despesa introduzidas pelo anterior Executivo, ao nível da execução do Orçamento.

Em 2016, o défice estrutural baixou 0,25 pontos percentuais do PIB, reconheceu já a Comissão Europeia. Mas Bruxelas ainda não confia que a tendência de descida em termos estruturais se mantenha, já que não vê suficientemente especificadas as medidas que sustentam esse caminho no Programa de Estabilidade. E é por isso que pede mais esforços.

Três das áreas em que a Comissão concentra a suas recomendações são Pensões, Saúde e o setor empresarial do Estado.

Pensões

Bruxelas diz que é preciso assegurar a sustentabilidade do sistema de pensões. O Governo de Passos aumentou a idade de reforma — que continua a subir ao longo dos anos — e alterou o fator de sustentabilidade, que passou a introduzir cortes mais elevados nas novas pensões antecipadas.

Em abril de 2012, o Executivo também suspendeu o acesso à reforma antecipada na Segurança Social, deixando esta via aberta apenas para desempregados e regimes específicos (a função pública ficou fora do congelamento), uma medida de contenção orçamental. Em 2015, o regime é parcialmente desbloqueado, para trabalhadores com mais de 60 anos de idade e 40 de descontos. Esta norma ainda se aplica hoje, apesar de, durante alguns meses, ter vigorado o regime antigo, mais abrangente.

O Governo de Costa prepara-se agora para mudar o regime de pensão antecipada na Segurança Social: as saídas serão travadas mas os cortes serão mais baixos. Além disso, ganhou força o debate em torno de novas formas de financiamento da Segurança Social.

Saúde

No caso da Saúde, pedem-se esforços para reduzir os pagamentos em atraso. Com a mobilização de verbas específicas para reduzir a dívida acumulada ao longo de anos, o stock de pagamentos em atraso baixou durante o período da troika.

O Governo de Passos Coelho introduziu também a Lei dos Compromissos e Pagamentos em atraso, que limita a possibilidade de os serviços contraírem despesa para a qual não tenham fundos disponíveis. O ritmo de acumulação destes pagamentos baixou nos últimos anos, mas o problema não está sanado. Um dos motivos é porque o Serviço Nacional de Saúde continua suborçamentado.

Setor empresarial do Estado

No que toca às empresas públicas, Bruxelas quer que o Governo de António Costa recupere uma prática que começou com o final da governação de José Sócrates e que foi intensificada nos tempos da troika: que defina metas específicas de eficiência para as empresas públicas. Só para dar um exemplo, em 2015 as empresas deficitárias deveriam cortar os custos com as mercadorias, matérias consumidas, fornecimentos e serviços externos e com pessoal em 15% face a 2010.

Atenção ao mercado de trabalho

Portugal entrou no PDE em outubro de 2009, meses depois de chegar ao terreno a revisão do Código do Trabalho. Vieira da Silva era, na altura, tal como agora, ministro do Trabalho. Em 2013, o Código volta a ser alterado, desta vez pelo Governo de coligação PSD/CDS e sob assistência financeira internacional. O que mudou aqui? Entre outras normas, foram suspensos quatro feriados, eliminados os dias de férias adicionais ligados à assiduidade, reduzido o pagamento de horas extra (embora o TC não tenha deixado que o corte afetasse os contratos coletivos ao fim de dois anos), introduzido o banco de horas por negociação direta com o trabalhador — que o atual Governo já disse estar contra — e alterados os critérios do despedimento por extinção de posto de trabalho. Passos Coelho já defendeu que a descida do desemprego que se verifica é “mérito” do seu Executivo e das suas reformas laborais.

A compensação devida por despedimento — que já tinha sido cortada no final de 2011 pelo Governo socialista — volta a cair em 2012 e depois em 2013. Mas isto apenas abrange os valores devidos aos trabalhadores quando está em causa um despedimento lícito. Nada se fez quanto às indemnizações por despedimento ilícito, um ponto que a OCDE e a Comissão Europeia já abordaram. Agora, Bruxelas frisa novamente que o despedimento individual de trabalhadores nos quadros continua a gerar custos elevados e incertos para as empresas porque, em parte, estas pessoas podem vir a ser reintegradas no seu posto caso o despedimento venha a ser considerado ilícito e ainda devido a ineficiências nos procedimentos legais.

Diz a Comissão Europeia que é preciso promover a contração sem termo e que o programa de apoio ao emprego desenhado recentemente pelo Executivo neste sentido deve ter pouco impacto na redução da segmentação. A Comissão nota, porém, que o desemprego jovem está a cair, o que atribui a medidas anteriores, do Executivo de Passos, como a Garantia Jovem.

Além da reforma laboral, Vieira da Silva também avançou com o código contributivo, que previa uma medida que nunca chegou ao terreno e que volta agora a ser abordada, com efeitos no tipo de contratação. O código admite um aumento, em três pontos percentuais, da taxa contributiva a cargo do empregador quando estão em causa contratos a prazo (excluindo situações específicas) e, em contrapartida, define uma descida dos descontos, em um ponto, no caso de contratos permanentes. Mas a medida nunca foi regulamentada. Volta agora ao debate público mas o ministro já disse que terá de ser repensada.

Desemprego

É preciso ativar os desempregados de longa duração, diz Bruxelas. No que toca aos desempregados, os governos alteraram não só as políticas ativas de emprego como mexeram no próprio subsídio. O Executivo de Passos tornou a prestação mais abrangente mas, em contrapartida, também reduziu a sua duração e valor máximo. Além disso, introduziu um corte de 10% no subsídio ao fim de seis meses mas a medida vai ser parcialmente revertida e é de esperar que seja eliminada em 2018.

Salário mínimo nacional

Tema recorrente nas recomendações da Comissão, o salário mínimo volta a ser chamado ao debate. A Comissão entende que o aumento do salário mínimo traz riscos para o emprego, sobretudo de pessoas com qualificações baixas. Este referencial esteve congelado durante quase três anos: depois da subida para 485 euros em 2011, só voltou a aumentar em outubro de 2014, para 505 euros. Foi a única atualização no governo de Passos. Com António Costa, a remuneração mínima mensal garantida aumentou logo em 2016, para 530 euros. Este ano chegou aos 557 euros e vai continuar a subir durante a legislatura: o programa do Governo prevê 580 euros em 2018 e 600 euros em 2019.

Acelerar os esforços no sistema bancário

Este foi um dos pedidos feitos pela Comissão Europeia ao Governo português. As autoridades europeias querem que o Estado ponha o pé no acelerador para limpar os empréstimos em incumprimento dos balanços dos bancos. Portugal tem o segundo rácio de malparado mais elevado entre os países — está no top 3 na Zona Euro.

“O nível elevado de crédito malparado, fraca rentabilidade, exposição aos riscos da dívida soberana e fracas almofadas de capital estão a pressionar o setor bancário”, afirma a Comissão Europeia. “A deterioração da qualidade dos ativos, em particular no setor empresarial, pesa na rentabilidade do setor bancário“, acrescenta a entidade europeia.

Portugal no top do malparado

Fonte: Fundo Monetário Internacional

Neste cenário, o Executivo de António Costa já começou a implementar uma estratégia para resolver os problemas na banca. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais revelou que o Governo já está a preparar o diploma que vai permitir aos bancos abater ao IRC as perdas pelo reconhecimento de imparidades. A medida vai abranger “milhares de milhões” de euros e permitirá à banca reforçar os rácios de capital. Há ainda um plano de criar um veículo para ajudar a limpar estes ativos tóxicos. A ideia inicial era acelerar o processo para pôr em prática o banco mau até ao final do primeiro trimestre. Mas, até agora, não houve novidades.

Com a saída de Portugal do PDE, a Comissão Europeia deixou novamente a recomendação de que deve ser criado um mercado secundário para a venda de ativos tóxicos por parte dos bancos. Uma ideia que já tinha sido referida pelo vice-presidente da entidade. Valdis Dombrovskis referiu em abril que é preciso “explorar mais iniciativas que facilitem o desenvolvimento de um mercado secundário para os NPL [malparado]”.

Mais financiamento às PME e startups

O crédito malparado não é o único receio da comissão. A entidade refere que as condições do crédito estão gradualmente a melhorar, tanto do lado da oferta como da procura, mas que o acesso ao financiamento continua a ser uma grande preocupação para as pequenas e médias empresas (PME). Bruxelas nota que a percentagem das PME portuguesas que não conseguiram aceder ao montante total de crédito que procuraram em 2016 aumentou para 42%, enquanto a média da Europa dá conta de um desagravamento deste constrangimento.

O que é que já foi feito para inverter este cenário? Em julho de 2016, as autoridades nacionais lançaram o Programa Capitalizar. O objetivo é sobretudo incentivar o investimento privado. O programa cria novas linhas de crédito para as PME, desenvolve fundos especializados que participam em investimentos privados e implementa alterações ao regime tributário para suportar o investimento.

Em paralelo, o Governo pôs em andamento outra iniciativa: o Programa Semente. Com esta medida, o Executivo pretende disponibilizar financiamento às startups e pequenas empresas quando o projeto ainda está numa fase inicial. A Comissão refere que este programa vai ajudá-las a angariarem capital através de benefícios fiscais. Incentivos que duram pelo menos dois anos e são concedidos a investidores individuais que comprem novas ações nestas empresas.

“Ambos os programas devem melhorar o financiamento das empresas em Portugal, desde que sejam implementados de forma célere e na sua totalidade“, salienta a Comissão Europeia.

A própria Euronext, gestora da bolsa de Lisboa, lançou o Euronext Access+, um compartimento do mercado desenhado para as startups e PME. Esta aposta faz parte de um conjunto de medidas que a operadora bolsista anunciou e que visa facilitar o acesso da economia real ao financiamento por via dos mercados de capitais.

Cortar custos administrativos e barreiras

A Comissão Europeia continua a achar que há barreiras no acesso a algumas profissões reguladas, bem como à prestação de serviços a empresas, apesar de terem sido feito esforços no passado para resolver este problema.

Por exemplo, em 2015 discutiu-se no Parlamento alterações aos estatutos de advogados, economistas ou engenheiros. Contudo, Bruxelas nota que as reformas acabaram por ser menos ambiciosas do que estava inicialmente previstas: muitas foram “interrompidas ou revertidas”, dizem os comissários.

No que toca a custos administrativos, a Comissão Europeia reconhece que o Simplex+ (o programa desenhado pelo Governo de António Costa que dá continuidade ao Simplex de Sócrates) é “bastante ambicioso”, mas, mais uma vez, pede rapidez.

Em fevereiro, a ministra da Modernização Administrativa avançava que as medidas do Programa têm uma taxa de concretização de 62%. Uma das medidas destacadas na altura foi o IRS Automático que prevê a entrega automática da declaração de imposto em casos mais simples. Numa segunda fase, esta medida será mais abrangente, promete o Executivo.

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