Termina hoje prazo para serviços darem informações para cálculo das progressões

  • Lusa
  • 22 Maio 2017

O prazo para os serviços da Administração Pública enviarem informação sobre os trabalhadores que podem progredir na carreira da Função Pública termina hoje.

Termina hoje o prazo para os serviços da Administração Pública enviarem informação sobre os trabalhadores que podem progredir e o respetivo impacto financeiro do descongelamento das carreiras.

Este é o segundo prazo fixado pelo Governo – o primeiro foi 15 de maio – para “todos os organismos, serviços e entidades integrados no setor das Administrações Públicas (Administração Central, Local e Segurança Social), no setor público empresarial (Setor Empresarial do Estado e setor empresarial local), bem como as fundações públicas, as entidades intermunicipais (áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais) […], com exceção do subsetor regional”, remeterem toda a informação relevante para efeitos de valorização remuneratória.

Segundo o despacho que adiou o prazo, de 16 de maio, nos organismos com maior número de trabalhadores “o processo de recolha e registo tem-se revelado complexo, mostrando-se difícil assegurar o cumprimento do prazo inicialmente estipulado sem comprometer a fiabilidade da informação”.

Já para as entidades de Administração Local, o prazo continua a ser 31 de maio.

Depois, até 30 de junho próximo, a Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP), a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) e a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) têm que assegurar o tratamento e sistematização da informação recolhida sobre os trabalhadores da Administração Pública e elaborar um “relatório síntese”.

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5 coisas que precisa de saber antes de abrirem os mercados

Dia importante para Portugal: sabe se vai sair do PDE e tem razões para esperar boas notícias. Isto no mesmo dia em que Eurogrupo começa a discutir o alívio da dívida da Grécia.

Em dia de poucos indicadores económicos na Europa, as atenções dos investidores vão estar centradas em Lisboa e em Atenas. Portugal vai saber se saiu do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) e tem boas razões para esperar notícias positivas. Já o Eurogrupo inicia negociações com o governo grego no sentido de proceder a um alívio da dívida. Nos EUA, com alguns dos efeitos de Trump já superados pelos investidores, dois membros da Reserva Federal norte-americana falam durante o dia e poderão deixar pistas sobre o rumo da política monetária nos EUA.

Portugal sai do PDE

Depois da reunião do colégio de comissários, decorrida na semana passada, a Comissão Europeia vai revelar que decisão tomaram e quais são as recomendações de política económica e financeira, específicas para Portugal, que fica a saber se sai do PDE. Os dados mais recentes colocam Portugal bem encaminhado.

Comprou casa? Veja como estão os juros

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) atualiza a evolução das taxas de juro implícitas no crédito à habitação. Em março, os juros praticados na compra de casa caíram para um novo mínimo, tendo registado uma queda pelo 31.º mês consecutivo.

Europa aprova alívio da dívida à Grécia

Os ministros das Finanças da Zona Euro iniciam esta segunda-feira as discussões oficiais a propósito do alívio da dívida da Grécia. O Governo e o parlamento grego estiveram nas últimas semanas a preparar novas medidas de austeridades para obter luz verde dos credores europeus.

Twitter passa a cooperativa?

Os acionistas do Twitter decidem esta segunda-feira se avançam com um plano para transformar aquela rede social numa cooperativa detida pelos seus utilizadores. Há uma proposta em cima da mesa que pede à tecnológica para “preparar um relatório acerca da natureza e viabilidade de vender a plataforma aos seus utilizadores através de uma cooperativa ou de uma estrutura de propriedade ampla”. A administração da empresa está contra.

Fed fala (outra vez)

O mercado já esteve mais convencido em relação às duas subidas das taxas de juro que a Fed deverá promover este ano. Tudo por causa de Trump e das implicações que as polémicas em torno do presidente americano podem ter na economia. O banco central diz que está atento à crise política em Washington. Os presidentes da Fed de Minneapolis e Philadelphia falam ao longo o dia em eventos diferentes.

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Blanchard, o académico com o toque prático

  • Helena Garrido
  • 22 Maio 2017

Nasceu e cresceu em Amiens, a cidade agora tornada famosa por ser também a terra natal do novo presidente francês Emmanuel Macron.

Olivier Jean Blanchard, 68 anos, foi economista-chefe do FMI de 2008 até ao outono de 2016, um tempo em que a crise financeira deu depois lugar à crise das dívidas soberanas na Zona Euro. O seu sucessor David Lipton dele disse num perfil publicado no Washington Post e que Jorge Braga de Macedo citou: “Olivier é um daqueles raros académicos que merecem ter autorização para praticar”. Para Paul Krugman, o FMI (e a Europa) ganharam com “O toque de Blanchard”. Foi ele que assinou como economista-chefe do Fundo as críticas mais severas à política de austeridade da era da troika.

Tem por Portugal um especial interesse retribuído. Em novembro de 2009 a secção de economia da Academia das Ciências de Lisboa propôs Olivier Blanchard e Paul Krugman como sócio-correspondente da secção de Letras. Em maio de 2010 Paul Krugman recebeu o seu diploma e na quinta-feira 18 de maio foi a vez de o entregar a Olivier Blanchard, uma vez que as suas funções de economista-chefe do FMI o impediram de o fazer mais cedo.

Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças e professor na Nova School of Business and Economics, que apresentou Blanchard na Academia das Ciências e na conferência que decorreu na sexta-feira, identifica seis trabalhos de Blanchard sobre Portugal. Mas há pelo menos quatro que são especialmente influentes. O primeiro em co-autoria com Francesco Giavazzi , “Current Account Deficits in the Euro Area. The End of the Feldstein Horioka Puzzle?” data de setembro de 2002 e pode ser considerado como uma referência para se perceber os erros de avaliação que a maioria dos economistas cometeu quando analisou os primeiros efeitos do euro nos países mais pobres que o integravam.

Um ano depois Blanchard começa a perceber que se tinha enganado na avaliação que fez da natureza e dos efeitos do euro em Portugal. Participa num trabalho da McKinsey Global Institute de 2003 “Portugal 2010: Increasing Productivity in Portugal” e é nessa altura, como ele próprio revela, que percebe que o país está numa dinâmica que lhe vai gerar dificuldades futuras. E em 2006, a convite do então governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio, elabora um trabalho em que revela as suas novas perspetivas, indo contra a corrente na altura. “Adjustment within the euro. The difficult case of Portugal” é apresentado numa conferência promovida pelo Banco de Portugal mas essa era uma altura em que ainda ninguém queria acreditar no que lá se dizia. Hoje percebe-se que aquilo que o país viveu posteriormente já lá estava, não se conseguindo isolar o efeito da crise financeira iniciada em 2007. Como diz na entrevista ao ECO, acertou.

“How to strengthen the Portuguese recovery” escrito com Pedro Portugal é o seu mais recente trabalho sobre Portugal e aquele que veio apresentar na conferência que decorreu sexta-feira dia 19 de maio. É um economista prático que se reflete nessa investigação, com recomendações concretas sobre o que fazer e o que não fazer em matéria de política económica.

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Saída do PDE: Hoje é dia de Costa e Centeno fazerem a festa?

  • Margarida Peixoto
  • 22 Maio 2017

A Comissão Europeia vai revelar esta segunda-feira se Portugal sai do Procedimento por Défice Excessivo. E vai também dizer se o país se livra de uma vigilância, para entrar noutra.

António Costa e Mário Centeno chegaram a planear a festa para o dia 24 de março. Mas a recapitalização da CGD obrigou o primeiro-ministro e o ministro das Finanças a guardarem os confetti por mais umas semanas. Será esta segunda-feira o dia de abrir o champanhe?

A Comissão Europeia vai revelar se retirou Portugal do Procedimento por Défice Excessivo. As perspetivas são positivas: Portugal parece cumprir, pelo menos à primeira vista, os critérios que ditam a saída. Ainda na sexta-feira passada tanto o ministro das Finanças, como o chefe do Governo reafirmaram a confiança no resultado da decisão, que está na mão dos comissários Valdis Dombrovskis, Pierre Moscovici e Marianne Thyssen. Mas o jogo ainda não está ganho: há também pontos em que a economia nacional deixa dúvidas.

O que joga a favor da saída

  1. Défice de 2016. Portugal cortou o défice para menos de 3% do PIB, o limite máximo permitido pelas regras comunitárias. Para além disso, o valor conseguido no ano passado ficou com uma boa margem de segurança e superou todas as metas e expectativas: foi de 2%, o valor mais baixo em mais de 40 anos.

  2. Projeções para 2017 e 2018. Este é o segundo critério fundamental para a saída: nos dois anos seguintes, tem de ser previsível que o défice se vai manter abaixo do limite dos 3%, de forma a demonstrar que a correção do desequilíbrio excessivo das contas públicas foi duradoura e não apenas um resultado pontual. De acordo com as Previsões de Primavera da própria Comissão Europeia, o défice vai manter-se sempre abaixo do limite máximo.
  3. Crescimento do PIB. No primeiro trimestre deste ano, a economia nacional cresceu acima de todas as expectativas, tendo atingido um aumento homólogo de 2,8% do PIB. Este número dá ainda mais confiança à previsão do défice orçamental de 2017: como o objetivo consiste num rácio sobre o PIB, se o PIB for mais alto é mais fácil atingir um défice em percentagem do PIB mais baixo.

O que deixa dúvidas sobre a saída

  1. Potencial impacto da CGD. A recapitalização da Caixa Geral de Depósitos deverá afetar o défice e não se sabe ainda em que medida. O assunto ainda está a ser debatido entre o Instituto Nacional de Estatística e o Eurostat e só deverá ficar fechado em junho. A Comissão Europeia tem avisado que este é um risco que pode prejudicar a trajetória de consolidação orçamental aparente dos números.
  2. Meta estrutural curta. Em termos estruturais — isto é, descontando os efeitos da atividade económica e das medidas extraordinárias — a meta definida pelo Governo para 2017 fica aquém do que é imposto pelas normas comunitárias. Este ponto não é determinante para decidir a saída, mas ajuda a Comissão a avaliar se o país está a fazer uma correção duradoura do défice, ou não.
  3. Escassez de medidas. Além da meta ser curta, a Comissão Europeia estima uma evolução dos saldos estruturais oposta à do Governo: diz que o défice se vai degradar, em vez de corrigir. Isto porque não encontra medidas estruturais suficientes que justifiquem a consolidação orçamental projetada. Bruxelas, bem como outras instituições, como por exemplo o Conselho das Finanças Públicas, têm avisado que a correção do défice que está prevista está demasiado dependente da evolução da atividade económica.

As recomendações que aí vêm

Para além da decisão sobre a saída do PDE, a Comissão vai publicar esta segunda-feira as recomendações específicas por país. Este é um documento onde os comissários reúnem as medidas que, no seu ponto de vista, devem ser adotadas pelos países para garantirem que corrigem os seus desequilíbrios macroeconómicos.

Em fevereiro, Bruxelas avisou Portugal que os progressos que fez no cumprimento das recomendações em 2016 foram poucos. E que, por isso, o país poderá qualificar para ser colocado sob Procedimento por Desequilíbrios Macroeconómicos. Quer dizer que Portugal se pode livrar de um Procedimento, para entrar noutro? Sim, isso mesmo.

Este novo procedimento — conhecido pela sigla PDM — também implica sanções, caso o incumprimento por parte dos países seja reiterado. Tal como avançou o Jornal de Negócios em março, esta foi, aliás, a posição defendida pelo Banco Central Europeu, em relação a Portugal.

Para evitar esse caminho, os comissários pediram ao Governo de António Costa que apresentasse um Programa Nacional de Reformas robusto, que desse mostras da determinação do Governo de atacar os problemas estruturais da economia. É aqui que o discurso do Executivo se tem centrado nos últimos dias, sublinhando os avanços estruturais das exportações ou programas, como o Capitalizar, por exemplo, que visam responder a problemas estruturais identificados, como o excessivo endividamento das empresas.

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Pedro Sánchez é o escolhido para voltar a liderar os socialistas espanhóis

  • Lusa
  • 21 Maio 2017

Ex-secretário-geral do PSOE Pedro Sánchez ganhou as “primárias” dos socialistas espanholas com 49,77% dos votos dos militantes.

O ex-secretário-geral do PSOE Pedro Sánchez ganhou as “primárias” dos socialistas espanholas com 49,77% dos votos dos militantes, à frente de Susana Díaz com 40,32%, quando estão escrutinados mais de 90% dos votos.

A presidente da Comunidade Autónoma da Andaluzia, Susana Díaz, não esperou pelo fim do escrutínio e já telefonou a Pedro Sánchez para o felicitar pela vitória.

Segundo os últimos dados revelados pelos socialistas espanhóis, quando já estão contados 90,02% dos votos, Pedro Sánchez tem a preferência de 49,77% dos que votaram e Susana Díaz 40,18%.

O terceiro candidato, Patxi López teve 10,05% dos votos escrutinados até agora.

Pedro Sánchez vai assim suceder a si próprio oito meses depois de se ter demitido de líder do partido em choque com os “barões” regionais do PSOE.

O novo líder vai agora ter a difícil tarefa de tentar unir um partido muito dividido e em crise de identidade, assim como acontece em muitos partidos socialistas ou social-democratas em toda a Europa.

Daqui a quatro semanas, o congresso do PSOE vai confirmar o nome do novo secretário-geral que irá tentar que os socialistas voltem a ser uma alternativa credível de Governo que neste momento pertence ao Partido Popular (direita).

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Lisboa tem um novo espaço de cowork premium

  • Juliana Nogueira Santos
  • 21 Maio 2017

O novo espaço da Ávila Spaces é dirigido a clientes corporativos, que podem encontrar um espaço de trabalho mais flexível e próximo do centro financeiro da cidade.

O espaço lounge é o principal diferenciador deste novo escritório.Ávila Spaces

A Avenida da República, na zona do Saldanha, recebe o novo espaço de cowork da cidade de Lisboa. A Ávila Spaces abre o seu terceiro espaço e foca-se na personalização e no fator mais descontraído dos negócios, estreando um espaço lounge nestes escritórios.

Com 35 secretárias disponíveis em regime de cowork e 50 lugares no espaço de lounge, esta nova aposta da empresa de escritórios está dirigido para clientes corporativos, que podem encontrar ali um espaço de trabalho mais flexível e próximo do centro financeiro da cidade. Como explica ao ECO Carlos Gonçalves, CEO do Ávila Spaces, “este é um cowork mais corporativo, com empresas que já estão ou em fase de crescimento, ou já consolidadas no mercado.”

E porquê apostar num lounge? “Era muito importante termos um espaço comum amplo. Tínhamos um business lounge muito pequeno e havia muitos clientes, nomeadamente os de escritório virtual, que procuravam locais onde pudessem trabalhar de uma forma descontraída durante um dia, ou durante uma manhã”, garante Carlos Gonçalves.

Os trabalhadores também têm à disposição um terraço para reuniões informais, cafés de negócios ou só para relaxar. Esta solução foi pensada em conjunto com o departamento de investigação e desenvolvimento da empresa, tendo em conta esta nova geração de empresários. “O departamento procura sempre as boas práticas internacionais e procuramos implementar estas práticas não só ao nível dos modelos de trabalho, mas também ao nível da ergonomia”, explica o CEO da empresa.

Com planos que começam nos 15 euros diários, em situação nómada, e culminam nos 250 euros mensais, em situação “free pass”, com acesso 24 horas ao espaço e 8 horas de sala de reuniões, os utilizadores poderão ter acesso a comodidades tão diversas como biblioteca, serviço de secretariado, phone booths para mais privacidade, estacionamento o prédio e utilização da aplicação exclusiva “My Office”.

A aplicação “My Office” permite ao trabalhador estar em contacto permanente com o escritório.Ávila Spaces

Esta plataforma, convertida em aplicação para dispositivos móveis, permite ao trabalhador receber notificações em tempo real sobre contactos telefónicos e correspondência recebida, reservar salas de reunião e aceder a qualquer espaço que pertença à rede internacional da Ávila Spaces. “Onde quer que esteja está em contacto com o seu escritório”, confirma Carlos Gonçalves.

O espaço, que já conta com uma ocupação de 50%, foi equipado com peças especialmente desenvolvidas para o propósito, sendo que todas as soluções são personalizáveis. “Não é tanto o cliente a adaptar-se à nossa forma de funcionamento, somos nós que estamos sempre disponíveis para nos adaptarmos àquilo que o cliente necessita”, remata Carlos Gonçalves.

Conheça melhor o espaço através da galeria abaixo.

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A banca e a economia portuguesa. O prefácio de Cadilhe

  • ECO
  • 21 Maio 2017

Miguel Cadilhe escreveu o prefácio do livro 'A banca e a economia portuguesa', assinado por Carlos Tavares e Carlos Alves e publicado pela editora Bnomics. O ECO publica um excerto desta análise.

O livro [A banca e a economia portuguesa] lê-se com interesse e agrado. Como texto especializado, o livro é muito bom. A característica mais substantiva e distintiva do livro consiste no facto de a banca ser tratada pelos autores não apenas por si mesma, mas pelas interconexões com a economia portuguesa, o que dá ao livro uma utilidade e singularidade que muito me aprouve registar.

Concordo em geral com as conclusões que os autores resumem no cap X. nomeadamente: boa governação da banca; políticas económicas e regulatórias; redimensionamento dos bancos; articulação dos tempos dos dois membros do balanço; participações financeiras e financiamentos a accionistas; activos stressados e solução para os créditos vencidos (NPL); função social da banca que é a transformação de recursos em crédito; papel da banca na eficiência do investimento e afectação de recursos da economia portuguesa.

E subscrevo asserções dos autores, como as seguintes, tendencialmente: os bancos podem ser mais simples e mais pequenos; o regresso aos modelos tradicionais da banca pode ser um padrão de bom senso, pode corresponder ao sábio movimento que o pêndulo nos sugere; as inovações financeiras e tecnológicas (fintech) requerem cautela e ponderação; as concentrações bancárias podem trazer deseconomias em vez de economias de escala. (…)

A arrancada do crédito…

No cap VIII, os autores mostram, por análise empírica (mas os leitores poderão dispensar os detalhes e a aridez das regressões estatísticas), que a dimensão da banca, a liquidez e o risco andam no mesmo sentido: quanto maior a dimensão do sistema e quanto maior a permissividade da politica monetária, maior tende a ser a tomada do risco de crédito.

Certamente, a recomendação dos autores não será atrofiar o sistema bancário a fim de minorar a propensão ao risco. O problema é que Portugal caiu no fenómeno da sobrebancarização, com o correlativo sobre-risco de crédito.

Segundo os autores, a tendência de sobrebancarização era antevisível em meados dos anos 90 e visível no 1º decénio do século XXi. O diagnóstico e os avisos de um dos autores, transcritos no livro, recuam a 1996 e, à posteriori, revelam-se bastante certeiros em algumas das marcantes linhas previsionais da banca.

A crise financeira internacional de 2007/08 desnudou a desproporção dimensional entre os bancos e a economia portuguesa. Esta é uma das ideias mais bem exploradas pelos autores, que nos falam da sobrebancarização crescente do país durante 15 anos. Em fins da 1ª década de 2000, o retrato da sobrebancarização era dado, por exemplo, pela hiper-transformação de depósitos em crédito (C/D = 160%); ou pela descolagem do total dos balanços da banca relativamente ao PiB, de que destaco a parte do crédito (C/PiB = 209%); ou pelo reduzido número de habitantes por balcão e por máquina ATM , uma das mais densas coberturas bancárias da Europa.

Os autores dão a sua versão dos factos, que é, em suma, a seguinte. Na 2ª metade dos anos 90, convergiram vários factores para uma arrancada do crédito: havia bastante folga na transformação de depósitos em crédito; alargava-se a rede bancária; consumavam-se as privatizações da banca; habitávamos as antecâmaras do Euro e beneficiávamos das baixas taxas de inflação e de juro; estávamos em expansão económica; prosperava a banca… A arrancada do crédito, que se fazia a +26% ao ano em 1996/99, haveria de exorbitar. De 1995 a 2010, o rácio de transformação “crédito/depósitos” subiu 55 pontos percentuais (pp) logo nos primeiros cinco anos, mais 30pp nos cinco anos seguintes e mais 15pp nos últimos cinco anos.

Portanto, como os autores sublinham, um dos factos mais significativos em 15 anos, desde meados de 90 até 2010, é o aumento do crédito em demasia, tudo de início propiciado pela baixa transformação, anos noventa, e interrelacionado com a sobre-expansão da capacidade física da banca: entre 1997 e 2010, um crescimento de quase 40% da rede bancária, líquido de racionalizações. Nos anos 90, segundo os autores, a rede de cobertura bancária estava já sobredimensionada, por indicadores como, por exemplo, o baixo número médio de habitantes por balcão, ou o elevado número médio de empregados por balcão, acusando baixas produtividades. Ao mesmo tempo, houve forte impulso de meios automáticos e telebanca (ATM, internet e telefone), uma forma, bem vinda, de modernizar e alargar a capacidade da rede.

Como, nos anos deste século, o PIB real andou frouxo e a inflação não saiu dos eixos da Zona Euro, o crescimento do crédito, empurrado por outras causas que os AA analisam, deu-se bastante acima do PiB nominal. Trata-se do outro indicador de sobrebancarização que os autores usam e a que já aludi: rácio “crédito/PiB”. Era 61% em 1995, subiu muito, era 209% em 2010. Desceu com a Troika, está nos 157% em 2015.

O crédito à habitação foi um dos casos mais expressivos de crescimento absoluto e relativo. Todavia, retrocedendo aos anos 80, este crédito tinha bastante espaço social por preencher e motivara, por exemplo, estudos no BPA publicados em Financiamento à Habitação, 1983, com levantamento da situação e formulação de projecções e propostas de medidas. O defeito, neste como noutros domínios, é mais adiante não sabermos afrouxar a tempo e, programadamente, prudentemente, a anos de vista, iniciar uma suave vertente descendente – quem há-de exercer uma tal função institucional, que é macro e de risco sectorial, eis uma boa pergunta cuja resposta os leitores poderão encontrar nas linhas e entrelinhas do livro (acho que no ponto 16 retenho um aspecto da resposta).

Duas outras frentes especiais de procura e oferta de crédito ganharam algum volume e merecem referência no livro. Por um lado, o crédito para operações de controlo de grandes empresas, grupos e bancos. Por outro lado, o crédito para PPP, parcerias público-privadas, uma forma de outros se endividarem para o Estado fazer despesa fora do OE. O Estado dispensava as PPP de autênticas e independentes análises custos benefícios (ACB), um erro de omissão politicamente conveniente já que as ACB poderiam ter excluído algumas das parcerias. E a banca dispensava as PPP de aturadas avaliações de risco, graças às garantias prestadas pelo Tesouro.

A função social, o tempo e as pessoas…

Os autores consideram que a banca viu abaladas algumas das suas clássicas referências.

Uma dessas referências, que precisamos de repor em bom cultivo, é o conceito de função social da banca, que menciono várias vezes neste prefácio. A banca deve ter boa rentabilidade, claro que sim, porém o seu primeiro desígnio é construir pontes entre depósitos e crédito, os dois lados da função social. Uma segunda referência é o tempo, faz parte da sabedoria do bom banqueiro.

Estas duas ideias basilares entraram em alguma desestruturação quando os bancos enveredaram por vias ignotas, escancaradas pela globalização e internet, e saíram, em parte, da órbita das suas práticas, produtos e riscos, da sua experiência secular, das suas origens e fins. E tudo entronca numa terceira referência: são as pessoas, a sua capacidade e hombridade, quem antes e depois de tudo faz a consistência das instituições, incluindo a conformidade a princípios e valores que dão pelo nome de ética. (…)

Talvez o banqueiro tradicional seja pouco compaginável com a novíssima noção do tempo, quando o tempo deixa de ser estabilizador de situações, ou passa mesmo a desestabilizador. Talvez estejamos no meio de uma indeterminável fase de transição da banca. Ou talvez estejamos, com algum optimismo, no trilho que suponho ser a tese de Robert Shiller, 2012.

Ele antevê a reconquista do bom nome da banca e do exercício da dita função social, contudo advoga a liberdade, não a restrição, da inovação financeira, algo um pouco diferente – ou será apenas uma questão de grau? – do que me pareceu ser a posição dos autores, conforme sintetizei em uma linha do ponto 1.

No meio de tantos estragos e incertezas, alguns evitáveis, penso que devemos dar, não encurtar, tempo à banca para que restaure equilíbrios tangíveis e intangíveis dos seus balanços e das suas valorimetrias.

Na arte de gerir o tempo, a Zona Euro tem uma pesada co-responsabilidade e não vai ficar bem vista quando se escrever a história bancária destes anos. Nas horas mais críticas, os eurocratas não puderam ou não souberam estar à altura dessa condição da banca que é o tempo.

As perdas de valor e de rentabilidade…

Em concomitância com a sobrebancarização, os autores referem no cap VI que houve uma espécie de extravagância de estratégias de grupo e de alianças, em defesa de accionistas, talvez também em defesa de gestores e quadros superiores, que conduziu a volumosas operações de crédito, com penhor de acções que a crise de 2007/08 se encarregaria de devastar; operações dedicadas a accionistas do próprio banco ou de bancos concorrentes, ou de sociedades exteriores à banca; participações unilaterais, bilaterais ou multilaterais, cruzadas, circulares; etc. não se entende como a supervisão autorizava, ou não se opunha, a várias destas operações que prefiguravam dependências, castelos de areia, riscos extraordinários, eventual crowding-out de outros fins mais meritórios da função social da banca. (…)

Seja-me permitido dizer que, nas andanças pelo sistema financeiro sempre cultivei, como sei os autores cultivam, a temperança contra a temeridade. Não deixa de ser paradigmático um pequeno episódio que vivi há anos, quando um estratega de aquisições e participações da banca, perante as minhas reticências a mais uma dessas operações, disse a vulgaridade ‘quem tem medo compra um cão’, resisti, reforçou, então ‘compra dois’.

Tomando apenas o subconjunto de participações qualificadas directas da banca em empresas cotadas, os autores estimam que em 15 anos, até 2015, a Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) média tenha sido uns arrasadores 4,6% negativos ao ano. Isto dá uma noção do que poderá ter sido a TIR do total de participações da banca, dentro e fora do sector.

De novo, o modelo de governação dos bancos, o modelo de auditoria, o modelo de supervisão, etc, então vigentes, são postos em causa por estes investimentos financeiros em participações qualificadas. Fatalmente, os autores tinham de se referir à fragilidade de tais estratégias e de tais modelos, fazem-no por diversas vezes, em diversas passagens do livro. (…)

Nesta vulnerabilidade, houve responsabilidades institucionais, nacionais e europeias, privadas e públicas, que se localizaram sobretudo na 1ª década do século XXI, quando a economia portuguesa deixa de crescer e a sobrebancarização se torna cada vez mais perceptível. No campo do sistema financeiro, como no das finanças públicas, temos de olhar também para dentro e para cima e concluir que a República e as suas instituições não foram capazes de antecipar fraquezas e ameaças.

A banca destruiu valor social e valor económico, para a economia portuguesa e para todos. No cap VII, os autores descrevem a fenomenologia, exaurem causas e consequências.

A destruição de valor é quantificada pelos autores por diversas vias aproximativas, em diversas dimensões: ROE e COE (rentabilidade e custo do capital accionista); valor económico; esforço de capitalização; capitalização bolsista.

Os autores analisam a perda de valor para os accionistas por diferença entre a rentabilidade efectiva e o custo do capital próprio, durante 15 anos, até 2015. Apuram que em 2008/15, oito anos de crise e pós crise, o valor accionista foi destruído em mais de sessenta mil milhões de euros, o equivalente a mais de um terço do PIB de 2015.

Miguel Cadilhe

Os autores lembram que a destruição de valor estava em potência e consumou-se nas circunstâncias da crise internacional 2007/08 e anos seguintes, circunstâncias agravadas pelas anteriores políticas económicas e regulatórias, que se caracterizaram por uma certa complacência e propiciação, e pelas posteriores políticas de ajustamento económico e financeiro, de teor troikiano.

Os autores analisam a perda de valor para os accionistas por diferença entre a rentabilidade efectiva e o custo do capital próprio, durante 15 anos, até 2015. Apuram que em 2008/15, oito anos de crise e pós crise, o valor accionista foi destruído em mais de sessenta mil milhões de euros, o equivalente a mais de um terço do PIB de 2015. (…)

O rácio “crédito vencido/crédito total” era, em 2015, um dos mais elevados da Europa. A política de preços da banca é motivo de preocupação que os autores exprimem e fundamentam através de apropriados instrumentos analíticos.

As más afectações de recursos e os T/NT…

Como um mal nunca vem só, a época da sobrebancarização crescente não foi época de melhor afectação de recursos na economia portuguesa, longe disso. no capítulo V, um dos mais interessantes do livro, e depois no capítulo IX, um dos mais profundos e fecundos do livro, os autores provam, mediante análise empírica e delimitação sectorial, que os chamados não transaccionáveis (NT) predominaram, e muito, no crédito concedido. É um facto lamentável.

A forma mais exigente de competitividade, que só a concorrência externa consente, foi subalternizada através de uma conjugação de política económica, incluindo obras públicas, política regulatória e sobrebancarização. Conjugação que os autores observam ao longo de dois decénios, desde a 2ª metade dos anos 90. A banca tem aqui a sua quota parte de responsabilidade. não admira que os autores, ao formularem recomendações para o futuro, o façam ao nível comportamental da banca, do modelo de negócio, das políticas económicas e regulatórias.

As ideias defendidas pelos autores são especialmente valiosas, quer em termos de ajuizar a essencialidade da função económica da banca – a sobredita função social –, quer na perspectiva das políticas macro e micro económicas, quer ainda no quadro do problema, que é estrutural e não está resolvido, do défice externo.

Na questão dos Transacionáveis/Não Transacionáveis e a par da questão da eficiência do investimento, os autores configuram um grave problema estrutural, diria erro estratégico, da economia portuguesa no período analisado. A matéria está muito bem dissecada no livro e é uma parte que me diz muito, há anos que venho pedindo atenção para a dicotomia T/NT, como outros o pedem.

Os autores observam que a banca financiou os Transacionáveis em proporção muito inferior ao seu peso no VAB, mantendo a banca uma tradição em prol dos Não Transacionáveis que não foi contrariada, foi mesmo favorecida e fomentada pelos critérios dos fundos estruturais europeus, pelas intensas campanhas de crédito às famílias, pelas obras públicas directas e pelas PPP, pelo iDE em parte e seus contratos de investimento, pelos regimes de concorrência interna (Portugal na 22ª pior posição da UE em 2015), por certas políticas regulatórias que os autores exemplificam em concreto.

Segundo os autores, os sectores da construção, obras públicas e imobiliário, que são NT em larguíssima extensão (ou na totalidade, para alguns), receberam quase 4/5 dos fluxos de crédito entre 2001 e 2015.

Como foi possível, deve agora responder quem administra, supervisiona e governa, a fim de assegurar que o passado não se vai repetir, isto sem rejeitar o gradualismo que é um bom princípio geral. (…)

Em suma, penso que uma das mais importantes mensagens dos autores congrega três ideias que se entrelaçam no sistema bancário: o crédito cresceu demasiado até 2010; o crédito destinou-se mais a sectores menos eficientes, sectores mais abrigados da concorrência externa, muito mais a NT do que a T; isto contribuiu para o afrouxamento do crescimento económico.

Como pano de fundo, não esqueçamos, a banca ajudou a financiar a vertente íngreme da dívida pública e assistiu em 2011, de um cume do rácio “dívida pública/PIB”, ao descontrolo e descalabro das finanças públicas e à vinda da Troika. Este rácio era, em meados dos anos 90, 50 a 60% do PiB, passou a mais do dobro e era 130% em 2016 (com perímetro reclassificado). (…)

Se outro tivesse sido o investimento…

No subcapítulo IX.5, os autores passam a um outro ângulo de análise de muito interesse: os cenários contrafactuais. Fazem-no em bom substrato conceptual.

Como teria sido o crescimento do PIB se outra tivesse sido a eficiência do investimento? É talvez a parte mais inesperada do livro, não pelo sentido
que os autores apontam, que é de acréscimo do PIB, mas sim pela magnitude da conclusão contrafactual.

Os autores constroem dois tipos de análise contrafactual.

  1. Num 1º tipo, os autores consideram um cenário base retrospectivo de 15 anos, 2000/15: o que seria se a eficiência do investimento igualasse o custo do investimento (ambos em termos marginais, que, já sabemos, é a forma correcta de os economistas procederem a estes cálculos). Os AA estimam que o PiB contrafactual teria crescido mais 1,4 pp reais ao ano, durante 15 anos, 2000/15, acima do factual. no fim do 15º ano, acumulado, o PiB contrafactual teria ficado cerca de um quarto acima do factual, ambos a preços constantes.
  2. No mesmo subcap IX.5, os autores ensaiam um 2º tipo de análise contrafactual e supõem um cenário retrospectivo de 20 anos, 1994/2015: o que seria se a eficiência do investimento igualasse a eficiência dos T versus os NT. Os autores observam que o PIB contrafactual decorrente da eficiência dos T supera o dos NT nos primeiros dois terços dos anos, de 1994 a 2008, mas a partir de 2009 inverte-se a relação, o que faz regressar a tese de os exportadores poderem estar, novamente, a defender a competitividade-preço por esmagamento das suas margens.

A questão das margens dos exportadores chama à colação outros aspectos como o investimento e a modernização dos Transacionáveis, a nossa posição de pricetaker, o valor acrescentado versus valor exportado, a elasticidade das importações relativamente à procura externa e à interna, o citado problema estrutural do défice externo – temas que os autores decerto gostariam de tratar, com muito proveito para o leitor, se o livro pudesse arcar muitas mais páginas viradas para a economia portuguesa.

Todo o cap IX é particularmente bem conseguido. Os gráficos 11 a 15 são preciosos, são uma interpelação às elites portuguesas e, de um modo geral, a todos nós, leitores e cidadãos. Pelo que me diz respeito, julgo poder responder aos autores, aqui tácitos interpelantes, que não poderia estar mais de acordo com eles; há anos venho insistindo nas más e péssimas afectações de recursos em Portugal, uma questão que naturalmente abrange os T/NT, mas é-lhes mais ampla, e está no cerne da teoria e da política económica, incluindo a política orçamental.

O Cap IX deve ser meditado por quem pense em grande política, pense na qualidade das instituições, na função social da banca, no desenvolvimento e progresso, na competitividade e dicotomia Transacionáveis/Não Transacionáveis, no bom e mau investimento, nos projectos de avultadas despesas públicas…

É claro que a análise dos autores conduz-nos a uma questão filosófica sobre o papel do Estado na economia, sobre o liberalismo e os valores da iniciativa privada, o intervencionismo. E sobre as capturas do Estado, sobre why nations fail; sobre o papel do sistema financeiro e das inovações financeiras, sobre finance and good society, sobre ética e finanças.

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Marques Mendes: PDE? A decisão está tomada… positivamente

No habitual comentário de domingo, Marques Mendes falou da saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos e diz que Portugal reforça credibilidade e confiança na economia.

Marques Mendes diz que “Não vale a pena ter grandes ansiedades” sobre a decisão da saída ou não de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) “porque a decisão está tomada.” “Não vale a pena ansiedades. A decisão está tomada… Positivamente. O importante não é se Portugal conseguiu um bom resultado. O importante é o futuro., disse Marques Mendes, no habitual comentário de domingo, na Sic.

Desde 2009 que Portugal está na lista negra. Marques Mendes diz que a saída, que deverá ser apresentada esta segunda-feira, é uma “boa notícia” e uma vitória de vários governos da qual ninguém deve apropriar-se.

A conferência da Comissão Europeia sobre esta matéria está marcada para esta segunda-feira às 10h30.

Durante a semana

Sobre os impostos, Marques Mendes acredita que o alargamento do número de escalões poderá ser possível em breve.

“O mérito é repartido. Há um mérito do Governo anterior e um mérito inegável do atual governo”, disse ainda Marques Mendes, sobre a divulgação dos números do PIB de 2,8%, revelados esta semana. “É apenas um trimestre mas, se continuar, significa duas coisas: é uma grande notícia para o Governo e um grande contributo para a maioria absoluta de António Costa nas próximas eleições, em 2019”, acrescentou.

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CDS considera positiva a saída de Portugal do procedimento por défice excessivo

  • Lusa
  • 21 Maio 2017

Assunção Cristas, disse que é "muito positivo" que Portugal saia do procedimento por défice excessivo, considerando que tal é fruto do esforço dos portugueses.

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, disse hoje que é “muito positivo” que Portugal saia do procedimento por défice excessivo, considerando que tal é fruto do esforço dos portugueses.

“Na perspetiva do CDS-PP, gostaríamos que a saída do procedimento de défice excessivo tivesse acontecido mais cedo. Eu, em outubro, escrevi uma carta ao presidente da Comissão Europeia [Jean-Claude Juncker] sinalizando que uma vez que o défice de 2015 tinha ficado em 2,98 % que fazia sentido, imediatamente, a saída deste procedimento e instámos o Governo a que trabalhasse nesse sentido”, frisou.

A líder centrista falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Festival do Vinho do Douro Superior, que hoje termina em Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.

“Esta saída do défice excessivo é fruto do esforço de muitos e muitos portugueses que ao longo dos últimos anos tiveram de facto de se empenhar para podermos recuperar a saúde financeira do país. Agora temos de nos empenhar em não levar [de novo] o país ao estado de procedimento de défice excessivo “, enfatizou.

A Comissão Europeia anuncia na segunda-feira a sua decisão sobre o défice português, esperando as autoridades nacionais que o executivo comunitário recomende ao Conselho o encerramento do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) aplicado ao país desde 2009.

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Estratégia de Macron para as legislativas está nos ministros

  • Marta Santos Silva
  • 21 Maio 2017

Emmanuel Macron e o seu primeiro-ministro escolheram um gabinete que os reflete -- metade homens, metade mulheres; metade políticos, metade outsiders. E os franceses estão satisfeitos.

“As coisas são claras. O Presidente da República é Emmanuel Macron. Por isso, é à volta dele e do seu projeto que os franceses se reuniram para que o nosso país avance.” Foi assim que o primeiro-ministro Édouard Philippe, escolhido por Macron pouco depois de o independente de 38 anos ter tomado posse como novo Presidente francês, explicou na televisão France Inter a escolha eclética feita por si e pelo Chefe de Estado para o grupo de ministros — nove homens e nove mulheres, à la Justin Trudeau — que inclui membros de cinco partidos diferentes e ainda personalidades conhecidas da sociedade civil francesa que nunca tiveram vida política.

Mas por detrás das decisões feitas pelos novos Chefes de Estado e de Governo está também um outro objetivo: continuar a convencer os franceses de que o movimento criado por Emmanuel Macron, En Marche!, que virou La République en Marche (LREM) para as legislativas, merece o seu voto nas eleições que se aproximam em junho para definir a composição da Assembleia da República. Essa composição vai ser essencial para permitir a Macron pôr em prática o seu programa, e é por isso que a escolha do Governo também representa uma pluralidade de vozes e partidos.

A foto de família do novo Governo francês.Palácio do Eliseu

É uma equipa que o jornal Le Monde, em editorial, apelidou de “transgressão + renovação + experiência”, uma combinação que, lê-se no artigo, “seria absurdo mudar” após ter sido tão bem sucedida nas eleições presidenciais, e “prepara habilmente as eleições legislativas decisivas de 11 e 18 de junho”. Quem pertence, afinal, a este Governo?

Escolhas que dão pistas aos eleitores

Para apaziguar a direita, já que se posicionou na campanha como um liberal económico, Emmanuel Macron fez duas escolhas que surpreenderam: Bruno Le Maire, que foi candidato à nomeação republicana para a presidência, vai ser ministro da Economia, e Gérald Darmanin, de 34 anos e com experiência como presidente da Câmara, vai ser ministro das Finanças. Uma escolha que, escreve o jornal europeu Politico, assinala para os franceses mas também para a Europa que “Macron leva a sério a contenção orçamental”.

As escolhas a partir do partido de direita Les Républicains, cujo próprio candidato à presidência François Fillon ficou para trás na primeira volta após se ter envolvido em escândalos jurídicos, não estão sozinhas. Macron e Philippe foram “pescar” a outros partidos — desde os socialistas aos centristas até à esquerda radical, assim como, claro, ao próprio movimento fundado pelo novo Chefe de Estado.

Mas o Governo também conta com um número igual de personagens da vida civil francesa. A ministra da Cultura é uma editora conhecida, a ministra da Saúde é uma reputada professora de medicina, uma campeã olímpica ficou com o pelouro do Desporto.

Uma das caras mais mediáticas do novo Governo é sem dúvida a de Nicolas Hulot. A antiga estrela de televisão transformou-se num ecologista reconhecido. Durante a campanha, Macron nem sempre se colocou como um candidato verde, deixando esse espaço para os mais encostados à esquerda Benoît Hamon e Jean-Luc Mélenchon. A seleção de Hulot para segurar o cargo da Ecologia torna o seu Governo — e o seu movimento — mais apelativo para os eleitores daqueles dois esquerdistas, muitos dos quais se terão abstido na segunda volta das presidenciais.

A jogada satisfez os franceses

A composição do grupo de ministros escolhido por Édouard Philippe e Emmanuel Macron parece ter deixado os franceses satisfeitos. Entre os inquiridos pelo instituto de sondagens Elabe, 65% consideraram que a equipa era “uma renovação” em relação à política até então seguida, escreve o Les Échos.

Cerca de seis em dez franceses inquiridos estavam satisfeitos com a composição do primeiro governo da presidência de Emmanuel Macron, e o inquérito, realizado esta quarta-feira após o anúncio das pessoas que integrariam a lista, mostra que apenas 33% não veem novidade nem renovação na equipa escolhida.

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Trump acusa Irão de desestabilizar a região e apoiar os crimes de Assad

  • Lusa
  • 21 Maio 2017

“Tudo o que está a acontecer na Síria é culpa do regime iraniano”, disse Trump ao discursar perante os líderes de 55 países muçulmanos numa conferência na capital da Arábia Saudita.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou hoje o Irão de desestabilizar a região do Médio Oriente e de apoiar os “crimes indescritíveis” do presidente sírio, Bashar al-Assad. “Tudo o que está a acontecer na Síria é culpa do regime iraniano”, disse Trump ao discursar perante os líderes de 55 países muçulmanos numa conferência na capital da Arábia Saudita.

O presidente norte-americano apelou a todas as nações para “trabalharem para isolar o Irão e [privá-lo] dos fundos que financiam o terrorismo”. Insistindo nas críticas “à agressão” iraniana na região, Trump afirmou que “as vítimas que sofrem há mais tempo” com ela são os iranianos, que “suportaram dificuldades e desespero pela procura irresponsável dos seus líderes de conflito e de terror”.

Num discurso muito centrado no combate ao terrorismo, Donald Trump afirmou que todos os países têm de participar nos esforços para erradicar o terrorismo e “trabalhar honestamente” para combater “a crise do extremismo islâmico e os grupos terroristas islâmicos que inspira”. “Todos os países têm um dever absoluto de garantir que os terroristas não encontram refúgio no seu território”, disse.

O presidente norte-americano assegurou que esta “não é uma batalha entre diferentes religiões […] ou diferentes civilizações”, mas “uma batalha entre criminosos bárbaros que tentam aniquilar a vida humana e gente boa de todas as religiões que tenta protegê-la”. “É uma batalha entre o bem e o mal”, disse.

O discurso de Donald Trump na cimeira de países muçulmanos é um dos pontos altos da visita de dois dias à Arábia Saudita, primeira etapa da sua primeira viagem ao estrangeiro como presidente dos Estados Unidos.

Não estamos aqui para dar lições, para dizer aos outros como devem viver, o que devem fazer, quem ser ou quem adorar. Estamos aqui para oferecer uma parceria, baseada em interesses e valores comuns, para alcançarmos um futuro melhor para todos”, disse. Os Estados Unidos, afirmou, procuram estabelecer uma “coligação de nações” no Médio Oriente que permita “erradicar o terrorismo”.

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Lesados da PT/Oi aprovam estratégia para tentar recuperar entre 50 e 100 milhões

  • Lusa
  • 21 Maio 2017

Os clientes lesados da PT/Oi aprovaram a estratégia para tentar recuperar investimentos perdidos, que começa por identificar os responsáveis por perdas que estimam ser entre 50 e 100 milhões de euros.

Os clientes lesados da PT/Oi aprovaram no último sábado a estratégia do advogado Nuno da Silva Vieira para tentar recuperar investimentos perdidos, que começa por identificar os responsáveis pelas perdas, que estimam entre 50 e 100 milhões de euros.

Reunida hoje no Porto em assembleia-geral, a ALOPE – Associação de Lesados da PT/Oi começou por dar a conhecer o advogado escolhido para defender os seus interesses – Nuno Silva Vieira, cujo escritório integra o consórcio de quatro sociedades de advogados que se encontra já a defender os clientes lesados pela falência do BES – e depois aprovou por unanimidade o plano apresentado pelo causídico.

“O plano, a três anos, consiste numa primeira fase, em tentar escrutinar quais são as entidades responsáveis pelos prejuízos dos lesados e depois notificar essas pessoas e identificar os agentes que nos possam conciliar no sentido de obtermos o retorno dos nossos investimentos perdidos”, disse à Lusa Francisco Mateus, presidente da ALOPE.

O montante estimado das perdas entre os atuais associados é de “50 a 100 milhões de euros, neste momento”. “Mas todos os dias recebemos novas adesões”, disse Francisco Mateus.

O plano apresentado por Nuno Vieira foi aprovado por unanimidade, com um quórum presente de cerca de 80 associados, segundo Mateus. A ALOPE conta atualmente com 170 associados, mas tem vindo a registar um grande número de adesões nos últimos dias, segundo o seu presidente.

Antes da conclusão desta primeira fase, reconhece o presidente da ALOPE, os lesados da PT não podem “avançar muito”. “Temos primeiro que identificar as pessoas que nos prejudicaram, quem esteve envolvido neste processo, para depois podermos confirmar com 100% de certeza o que iremos realmente fazer”, disse.

Entre estas, porém, há já responsáveis identificados, que são “os intermediários financeiros”, que a ALOPE irá “processar judicialmente, pedindo indemnização pelos danos causados”.

“Depois, existirão muitas mais entidades, e mesmo pessoas – seja políticos ou ex-administradores -, que também têm uma quota-parte das culpas em todo este processo”, completou Francisco Mateus.

No ano passado, com a insolvência da Oi (a maior operadora de telefone fixo do Brasil e quarta em rede móvel, que está agora em tentativa de recuperação), os produtos relacionados com dívida da PT sofreram perdas consideráveis, na ordem ou acima dos 80% do montante investido, pelo que houve clientes que já avançaram para tribunal contra os bancos que, enquanto intermediários financeiros, lhes venderam esses produtos. Em causa estão instituições como Banco Best, Barclays e Deutsche Bank.

Os clientes argumentam que houve irregularidades na venda dos produtos que podem fazer com que seja pedida a sua nulidade e que os bancos vendedores não lhes deram informação sobre a evolução da Portugal Telecom e as implicações que isso tinha para os seus investimentos.

Foi o pedido de recuperação judicial da operadora de telecomunicações brasileira Oi que levou a perdas para estes investidores, já que foi considerado um “evento de crédito” pela Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA).

Isso implicou que os clientes fossem reembolsados em apenas uma parte do total investido. Em geral, um cliente que investiu 100 mil euros nestes produtos recebeu apenas 20 mil. Há casos em que clientes receberam ainda menos, pouco mais de 10%.

A Oi vendeu em 2015 a PT Portugal à empresa francesa Altice. A Pharol, antiga PT SGPS, detém cerca de 27% da operadora de telecomunicações brasileira Oi.

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