CGD: Balcões da Caixa ganham rodas para servir populações rurais

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

A Caixa Geral de Depósitos vai criar um serviço móvel de balcões para servir populações rurais, anunciou Paulo Macedo. Carlos Costa tem de dar autorização ainda.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) pediu autorização ao Banco de Portugal para ter um serviço móvel de balcões, com carrinhas que vão a zonas rurais e com populações envelhecidas prestar serviços bancários. A informação foi dada esta quarta-feira pelo presidente do banco público, Paulo Macedo, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças (COFMA), em que mostrou mesmo uma foto daquilo que poderá ser a carrinha com que a CGD irá prestar serviços em zonas mais rurais, nomeadamente naquelas em que o fecho previsto de agências do banco deixe sem acesso a serviços populações mais idosas e sem facilidade em usar serviços bancários pela Internet ou mesmo por telefone.

O gestor disse, contudo, que o banco ainda está a ponderar como poderá prestar este serviço móvel, uma vez que se essa carrinha tiver uma caixa multibanco terá provavelmente de ter acompanhamento por uma empresa de segurança devido ao transporte de dinheiro. Contudo, afirmou, este tipo de serviço já existe no Reino Unido e com “sucesso”. As declarações de Paulo Macedo foram feitas depois de o deputado do PCP Paulo Sá o ter interpelado diretamente sobre o caso de Almeida, onde esta quarta-feira se juntaram 400 pessoas para contestar o fecho da agência da CGD na sede do concelho, que pertence ao distrito da Guarda.

A CGD tem previsto encerrar 61 agências, sendo 18 na área da Grande Lisboa, 15 a norte, 15 a sul e nas regiões autónomas e 13 na zona centro, segundo a lista revista divulgada em março após os protestos do poder político local. O fecho de agências foi negociado com Bruxelas e é uma das contrapartidas acordadas para que a recapitalização da CGD que está a decorrer, num montante superior a 5.000 milhões de euros, não seja considerada ajuda de Estado.

Paulo Macedo disse esta quarta-feira que, mesmo após os fechos, é importante realçar que a CGD continuará a ser o banco a operar em Portugal com maior rede de agências.

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Empréstimos da Caixa ao GES sob investigação

  • ECO
  • 13 Abril 2017

O Ministério Público já está a investigar a lista de maiores devedores da CGD, na qual se incluem os 300 milhões de euros concedidos ao Grupo Espírito Santo.

O Ministério Público já tem em sua posse a lista dos maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para assim continuar a investigação por gestão danosa. Nesta lista, entre outros, estarão empréstimos concedidos ao Grupo Espírito Santo (GES), segundo avança o Jornal Económico na sua versão impressa.

O jornal, citando uma fonte judicial, garante que os créditos concedidos pela CGD ao GES, e que ultrapassam os 300 milhões de euros, serão um dos focos principais desta investigação que envolve o Ministério Público, a Polícia Judiciária e o Departamento Central de investigação e Ação Penal.

Em causa estarão os empréstimos concedidos à Herdade da Comporta e à Espírito Santo International, a partir dos quais a Caixa recebeu imobiliário e ações do Espírito Santo Financial Group. A CGD reconheceu no relatório de contas do ano de 2014, ano em que concluiu o processo de resolução do BES, que registou “significativos custos com imparidades associadas à exposição ao Grupo Espírito Santo.”

A lista dos maiores devedores da CGD foi divulgada pelo Correio da Manhã no verão do ano passado e inclui não só o GES, como também o Grupo Artlant, o Grupo Efacec, a Vale de Lobo, a Autoestradas do Douro e Litoral e o Grupo Lena, entre outros.

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Pedro Marques: “Abrandar a consolidação poderia pôr em perigo o país”

  • ECO
  • 13 Abril 2017

Pedro Marques destaca os resultados obtidos no último ano, mas refere que é cedo para desapertar o cinto. No entanto, diz ser possível fazê-lo continuando com a reposição de rendimentos das famílias.

Portugal está a crescer. O défice está a cair, mas é preciso manter o rigor nas contas públicas. Quem o diz é Pedro Marques, o ministro do Planeamento, responsável pelo Programa Nacional de Reformas (PNR), em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, lembrando que o país ainda não saiu da zona de perigo e é preciso ter sucesso na redução da dívida público, no aumento do rating da República e na diminuição dos juros da dívida. Pedro Marques não tem dúvidas: “Temos uma dívida pública muito elevada e que precisa de ser reduzida de forma substancial”. Está previsto que o PNR seja aprovado em Conselho de Ministros esta quinta-feira, para depois ser apresentado no Parlamento na próxima quarta-feira, dia 19 de abril.

O Programa Nacional de Reformas “reforça a confiança no cumprimento de uma trajetória muito exigente para as contas públicas com melhor crescimento económico, isso é evidente”, argumenta o ministro. O Executivo quer “continuar uma política social e de rendimentos das famílias, mas não descurando a necessidade de acentuar uma trajetória das contas públicas que permita, se possível, começar e dar sustentabilidade ao processo de redução da dívida pública”. Ou seja, a ideia é replicar na dívida o que se fez no défice.

Pedro Marques empurra algumas questões para o Orçamento do Estado para 2018, nomeadamente a revisão dos escalões do IRS, a progressão na carreira dos funcionários públicos e ainda a questão das reformas antecipadas que “avançará mais depressa”. “Ao longo desta legislatura tem ficado evidente para os partidos que suportam este Governo que tem sido no justo equilíbrio da responsabilidade orçamental e reforço da coesão social (e situação das famílias) que encontrámos um ponto bom de convergência”, considera o ministro do Planeamento.

 

Apesar de não haver convergência na área da responsabilidade orçamental, o Governo continuará a trajetória de redução dos desequilíbrios financeiros, garante Pedro Marques. Questionado sobre se enquanto não houver uma alteração no rating, o governo não pode estar tranquilo, o ministro vai mais longe: “Mesmo que o rating se altere”! “O rating é preciso que se altere, para que as taxas de juro possam baixar ainda de forma mais sustentada”, explica, referindo que “a dívida diminuirá com mais crescimento económico e menos taxas de juro”.

A solução, diz, passa ainda pela continuação do “rigor nas contas” e numa aposta “nas reformas estratégicas”. Tudo junto, esta é a estratégia “que vai tirar o país de uma situação de risco em que foi colocada por uma depressão económica fortíssima, que fez disparar a dívida”, garante. E a atual solução é para continuar: Pedro Marques termina dizendo que “surpreendemos muita gente — e manifestamente a direita — quanto à capacidade de garantir estabilidade”.

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Não há duas sem três… bolsa nacional avança

A praça portuguesa volta a valorizar. Está a subir há três sessões consecutivas, desta vez suportada pelo desempenho positivo dos títulos do BCP.

A bolsa nacional está a subir pela terceira sessão consecutiva. Nesta que é a última sessão da semana, o índice português contraria o desempenho negativo das restantes praças europeias, beneficiando de ganhos generalizados, com a energia a ser o motor. É, no entanto, o BCP que dá maior fôlego ao PSI-20.

O índice de referência português, o PSI-20, abriu a ganhar 0,1%, tendência que se acentuou. Está agora a valorizar 0,15% para os 4.986,92 pontos, numa sessão que está a ser de perdas ligeiras nos restantes mercados europeus. A negociação está a ser mais fraca que o habitual devido à ausência de investidores nesta época da Páscoa.

O BCP destaca-se entre os títulos da praça portuguesa. O banco liderado por Nuno Amado segue a valorizar 0,28%, mas esteve já a subir quase 1% para cotar nos 18,1 cêntimos, isto num dia que volta a ser de descida dos juros da dívida nacional. Depois de Portugal obter 1.250 milhões de euros em títulos a cinco e oito anos, as taxas no mercado secundário recuam cerca de dois pontos nas várias maturidades.

O setor energético também dá o seu contributo para o desempenho do índice, nomeadamente a EDP que soma 0,16% enquanto a EDP Renováveis está estável nos 6,99 euros, bem acima do preço da OPA da elétrica liderada por António Mexia. A Galp Energia, por seu lado, recua 0,44% para 14,56 euros perante a descida dos preços do petróleo nos mercados internacionais.

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Imparidades dos bancos vão ser deduzidas à fatura fiscal

  • ECO
  • 13 Abril 2017

Ao todo vão ser mais de nove mil milhões de euros que os bancos vão poder deduzir no IRC, de forma faseada, nos próximos 15 anos. O reconhecimento fiscal será imediato, mas a dedução será por fases.

O Governo vai avançar com um modelo fiscal em que os bancos vão poder abater ao IRC as perdas pelo reconhecimento de imparidades. Deste total, 75% será reconhecido como imposto diferido. A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Negócios, que revela que a dedutibilidade das imparidades será feita de forma faseada ao longo de 15 anos. O valor total, segundo a proposta de lei, poderá ser superior a nove mil milhões de euros.

O Negócios escreve que o sistema bancário vai poder abater como custo final a totalidade dos ativos por impostos diferidos que tenham sido registados até ao final do ano passado. Segundo o jornal, num passado recente os bancos acumularam valores elevados de ativos por impostos diferidos e esta é uma forma do Executivo estabilizar o quadro fiscal das imparidades dos bancos.

Este crédito fiscal será “abatido” de forma faseada para que o impacto nas finanças públicas, nomeadamente na receita de IRC, será minimizado. Do lado dos bancos, segundo o Negócios, a fórmula prevista na proposta de lei permite salvaguardar os rácios de capital, que não saem afetados com a medida. A lei terá ainda de prever regras anti-abuso, nomeadamente a proibição de deduzir fiscalmente imparidades com origem em créditos concedidos a acionistas com mais de 2% do capital.

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Regularização de precários alargada a mais trabalhadores

  • ECO
  • 13 Abril 2017

O programa de regularização de precários irá ser alargado a quase todas as carreiras da função pública, incluindo carreiras especiais. Os professores são os únicos a ficar de fora.

O programa de regularização de precários vai ser alargado de forma a abranger quase todas as carreiras da função pública, até aquelas que têm regras próprias de vinculação. A medida é avançada pelo Público que, citando uma fonte ligada ao processo, adianta ainda que o governo espera que a versão final do novo projeto de portaria seja publicada na próxima semana.

O Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública, aprovado em fevereiro, deixava de fora um conjunto de carreiras especiais, mas não eram especificadas quais. A partir de agora, o universo de abrangência do programa passa a estar definido, com os trabalhadores da administração direta e indireta do estado sujeitos a uma hierarquia um horário de trabalho e que não têm um vínculo jurídico adequado.

Serão também incluídos os trabalhadores do setor empresarial do Estado com funções permanentes, mas sem vínculo considerado adequado. De fora vão ficar os professores por serem já abrangidos por um concurso de vinculação extraordinária.

O projeto já foi enviado esta quarta-feira aos sindicatos e aos parceiros parlamentares. O Governo prevê também que os trabalhadores a tempo parcial passem a poder aceder a este programa, aproximando assim o programa daquilo que o PCP e o BE exigiam.

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Supremo Tribunal condena Banco Popular Portugal por venda de obrigações a clientes

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

O banco vendeu obrigações de um banco islandês que viria a entrar em insolvência. Foi condenado pela Relação por violação dos deveres de informação. O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou o recurso.

O Supremo Tribunal de Justiça confirmou a condenação ao Banco Popular por, enquanto intermediário financeiro, ter vendido a clientes obrigações de um banco islandês que viria a entrar em insolvência.

De acordo com a sociedade de advogados José Maria Calheiros e Associados, esta é a “primeira vez que, em Portugal, num caso de aplicações financeiras em obrigações, a Relação de Lisboa e o Supremo Tribunal de Justiça decidem condenar o banco que comercializou estes produtos financeiros a pagar uma indemnização aos clientes particulares lesados”.

O Banco Popular tinha sido condenado em primeira instância e no Tribunal da Relação por violação dos deveres de informação e de proteção dos clientes, mas o banco (que pertence ao espanhol Popular) recorreu para o Supremo Tribunal de Justiça, que rejeitou o recurso.

Em sequência dessa decisão, o banco já procedeu ao pagamento das indemnizações aos três clientes, segundo os advogados.

Em causa estavam investimentos em obrigações emitidas pelo banco islandês Kaupthing que, segundo os clientes, o Banco Popular comercializou dizendo que era de capital garantido, mas cujo investimento foi perdido com entrada do banco islandês em processo de insolvência, na sequência da crise financeiras de 2007/2008.

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CGTP promete intensificar luta para Governo aceitar as suas reivindicações

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

Arménio Carlos "não rejeita o uso de todas as formas de luta ao seu alcance" para fazer valer as reivindicações dos sindicatos da CGTP-IN.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, prometeu quarta-feira intensificar a ação sindical e usar todas as formas de intervenção e de luta para levar o Governo a responder às reivindicações da central.

“Queremos que fique claro que privilegiando o diálogo e a negociação, a CGTP não abdica de nenhuma forma de intervenção, não rejeita o uso de todas as formas de luta ao seu alcance, nem credência a ninguém para negociar em sua representação“, afirmou Arménio Carlos, perante mais de uma centena de dirigentes e antigos dirigentes da Intersindical.

O sindicalista falava num jantar comemorativo do 40.º aniversário do “Congresso de todos os Sindicatos”, o segundo congresso da Inter, que encheu o Pavilhão dos Desportos entre 27 e 30 de janeiro de 1977.

O líder da CGTP disse que, perante a aproximação do 1.º de Maio, a central sindical e as sua estruturas vão “intensificar a ação sindical em todos os planos, a começar pelos locais de trabalho, sem descurar a convergência na rua e a intervenção no plano institucional pela valorização do trabalho e dos trabalhadores”.

O objetivo é levar o Governo a “assumir com coragem e determinação política a resposta às propostas e reivindicações dos sindicatos da CGTP-IN”.

Arménio Carlos reafirmou a necessidade de revisão da legislação laboral, o investimento no emprego com direitos e uma justa distribuição da riqueza, através da contratação coletiva, a renegociação da dívida e a rotura com o Tratado Orçamental.

O sindicalista lembrou a importância deste congresso para a história da central, considerando que ele unificou e reforçou a sua estratégia sindical e a coesão do movimento sindical unitário.

O “Congresso de todos os sindicatos – congresso da unidade”, que se designou assim porque na altura só existia uma central sindical resultou de quase um ano de trabalho preparatório, durante o qual se realizaram 4.357 reuniões, 457 plenários de zona, 243 assembleias gerais, 2.634 plenários de empresa, 1.023 reuniões com comissões de trabalhadores e delegados sindicais.

Participaram no congresso 1.147 delegados em representação de 258 sindicatos e ainda, como convidados, 2.925 delegados sindicais e membros de comissões de trabalhadores.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Arranca esta quinta-feira a temporada de apresentação de resultados, com o JPMorgan Chase, o Wells Fargo e o Citibank entre as empresas que vão prestar contas aos investidores.

JPMorgan Chase, Citigroup e Wells Fargo são três grandes bancos que vão dar o pontapé de saída na temporada de apresentações de resultados trimestrais. É ainda um dia importante onde se ficarão a conhecer novos dados sobre o mercado laboral na Europa e do outro lado do Atlântico. Serão também publicados indicadores capazes de influenciar o mercado do petróleo.

Arranca a temporada de resultados

Os investidores aguardam com expectativa o início da temporada de prestação de contas, que começa esta quinta-feira e que sempre influencia o comportamento dos mercados. Na lista de empresas a apresentarem resultados estão três grandes bancos: JPMorgan Chase, Citigroup e Wells Fargo.

Há mais emprego nos países da OCDE?

Esta quinta-feira será revelado o nível de emprego nos países da OCDE. Os dados dizem respeito ao primeiro trimestre deste ano e permitirão avaliar como evolui o mercado laboral nos países da organização, assim como aqueles que geraram mais emprego e os que não foram tão capazes de o fazer entre janeiro e março.

Indicadores do Banco de Portugal

O regulador português da banca vai revelar esta quinta-feira uma série de indicadores estatísticos. Entre eles, estatísticas relacionadas com os fundos de investimento no mês de fevereiro, emissões de títulos para o mesmo mês e estatísticas das contas nacionais financeiras do quarto trimestre de 2016 e, também, do ano completo.

Petróleo sobe ou desce?

Os últimos dias têm sido de constante valorização do preço do petróleo, um fenómeno desencadeado, em parte, pelos ataques dos Estados Unidos na Síria, mas também por uma interrupção no maior campo de exploração na Líbia. A oferta caiu e o preço aumentou. Mas não esta quarta-feira: o petróleo pôs fim a sete sessões consecutivas de valorização em Londres (seis em Nova Iorque). O Brent caiu 1,07% e negoceia nos 55,62 dólares, enquanto o contrato de WTI desvalorizou 0,96% e negoceia a 52,62 dólares. Hoje, serão revelados novos indicadores que poderão mexer com o mercado desta matéria-prima: a Agência Internacional de Energia publica o relatório do mercado do petróleo, enquanto a Baker Hughes revela o relatório semanal do número de poços em exploração nos Estados Unidos.

EUA: Como está o mercado laboral?

O Ministério do Trabalho norte-americano vai divulgar o relatório semanal dos pedidos e subsídio de desemprego relativo à semana que terminou a 8 de abril. Estima-se que 245 mil pessoas o tenham feito, um número superior aos 234 mil registados na semana anterior. É um indicador relevante para perceber de que forma evolui o mercado laboral dos Estados Unidos e que pode, ou não, dar confiança aos investidores sobre a solidez da maior economia do mundo.

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Ativos tóxicos da banca mais do que duplicam num ano

Os ativos tóxicos levaram os bancos portugueses a pagar uma fatura de 6 mil milhões no ano passado, ou seja, 16 milhões por dia. Um montante que pesou nos resultados, mas não nos rácios de capital.

Muitos têm sido os alertas feitos pelas autoridades europeias para que os bancos reduzam o “peso” do malparado nos balanços. E não é por acaso. Apenas num ano, os ativos tóxicos mais do que duplicaram entre as maiores instituições financeiras portuguesas. BCP, BPI, Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Novo Banco pagaram uma fatura de 16 milhões de euros por dia em empréstimos em incumprimento. Um montante que se refletiu nos resultados. Mas não nos rácios de capital, já que alguns bancos aumentaram o capital para absorver esse impacto.

Seis mil milhões. É este montante que os bancos tiveram de registar em imparidades no ano passado. Ou seja, mais do dobro em relação ao ano anterior. Este é um problema que assola o setor há alguns anos, especialmente desde a crise financeira. São perdas resultantes, essencialmente, de empréstimos que ficaram por pagar, que o setor tem procurado limpar do balanço, mas pagando uma fatura avultada.

Imparidades superam os seis mil milhões

Fonte: Bancos | Valores em milhões de euros | Rácios da CGD contam já com o plano de recapitalização e os do BCP com o aumento de capital de 1.330 milhões de euros.

Este montante pesou inevitavelmente nos resultados do setor. Se o Santander Totta e o BPI conseguiram resistir, o BCP viu os lucros recuarem. Já o Novo Banco continuou no vermelho e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) rebentou a escala…dos prejuízos. Foram as imparidades de mais de três mil milhões de euros que atiraram o banco estatal para o pior resultado de sempre. Já sem o peso destes ativos tóxicos, os resultados não foram assim tão negativos.

Vamos olhar para alguns exemplos. No caso do Novo Banco, apesar do resultado negativo em termos líquidos, em termos operacionais houve uma clara melhoria. O resultado operacional cresceu 209%, animado pela melhoria do produto bancário e pela redução dos custos operativos. E a CGD? O mesmo. O prejuízo recorde do banco liderado por Paulo Macedo reflete as elevadas imparidades reconhecidas pelo banco no ano passado, algo que já estava previsto no âmbito do programa de recapitalização. Mas sem este efeito, os resultados até subiram. No BCP, o lucro pode ter diminuído, mas o resultado operacional aumentou quase 130 milhões.

E os rácios? Mais fortes, mas só com aumentos de capital

Se há um indicador que tem vindo a dar sinais de melhoria são os rácios de capital dos bancos nacionais. No último retrato feito ao sistema bancário europeu, os bancos portugueses apresentaram maiores fragilidades do que a média dos pares europeus: enquanto a média nacional apontava para um rácio Common Equity Tier 1 (CET 1) de 11,18%, na Europa essa média era mais robusta, de 13,64%.

Mas o que é que isto significa na prática? São estes os rácios que as autoridades analisam para aferir a robustez de uma instituição num cenário de adversidade económica. Quanto mais baixo estiver o rácio, mais desprotegido está o banco.

Olhando para os bancos nacionais, há agora uma situação completamente diferente… para melhor. O Santander Totta destaca-se ao apresentar um rácio CET1 (faseado) de 15,7% e um rácio CET1 (totalmente implementado) de 14,9%, o mais elevado do sistema.

No BCP e na CGD também há melhorias…mas apenas graças aos aumentos de capital que foram feitos no âmbito dos planos de reestruturação. No banco liderado por Nuno Amado houve um aumento de capital de 1.330 milhões de euros para reforçar os rácios. E o resultado está vista. O banco apresenta um rácio CET1 (faseado) de 12,4% e um rácio CET1 (totalmente implementado) de 9,6%. O mesmo acontece na CGD, mas aqui o apoio do Estado é essencial para a manutenção de níveis acima dos 13%. Uma ajuda de quatro mil milhões de euros.

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Wall Street cai e nem o petróleo escapa

As bolsas norte-americanas fecharam no vermelho em véspera de início de apresentações de resultados. Seis sessões depois, preço do petróleo também voltou a cair.

As bolsas norte-americanas caíram pela segunda sessão consecutiva, numa sessão de especial volatilidade. De acordo com a Bloomberg, as empresas tecnológicas estiveram sob pressão, mas foram os setores industrial, material e financeiro os que se saíram mais penalizados na sessão desta quarta-feira. Os setores das utilities e das telecomunicações travaram perdas ainda maiores.

Face a este cenário, o S&P 500 cedeu 0,31% para 2.346,51 pontos. O industrial Dow Jones recuou 0,32% para 20.585,69 pontos. E o tecnológico Nasdaq caiu 0,44% para 5.841,46 pontos. O dia voltou a ser marcado, ainda assim, pela valorização do ouro, mas o mercado do petróleo pôs fim a seis sessões consecutivas de ganhos. Nos contratos de WTI, o preço da matéria-prima derrapou 0,88%, estando agora ligeiramente abaixo dos 53 dólares o barril.

Os investidores têm sido cautelosos nas últimas semanas, por diversos motivos. De um lado, a escalada nas tensões geopolíticas, com a relação entre os Estados Unidos e países como a Síria e a Coreia do Norte a deteriorar-se a cada instante. Do outro, a incerteza quanto ao ritmo dos ajustamentos na política monetária norte-americana e, também, com as eleições na França e na Alemanha cada vez mais próximas.

Além disso, a temporada de resultados trimestrais arranca já esta quinta-feira, com três grandes bancos a prestarem contas aos mercados. Os dados recolhidos pela Reuters apontam para que os lucros tenham crescido, no geral, cerca de 10% no primeiro trimestre deste ano. Mas, como sempre, pode haver surpresas.

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“Banco público tem obrigações distintas” mas regras iguais

  • Marta Santos Silva
  • 12 Abril 2017

A deputada Mariana Mortágua diz não ser contra o fecho de balcões -- "por exemplo nas Ilhas Caimão" -- mas alerta para o serviço público bancário. Macedo concorda, mas só em princípio.

Paulo Macedo assumiu esta quarta-feira considerar que a Caixa Geral de Depósitos tem obrigações diferentes por ser um banco público, mas ressalvou: “O BCE não tem regras diferentes para bancos públicos ou privados”. Assinalando que existe pouca documentação que defina qual o serviço público que um banco desta natureza deve prestar e como este pode ser avaliado, o presidente da instituição desvalorizou o problema do fecho de balcões em concelhos mais remotos, questionado por Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, no Parlamento.

“A Caixa tem obrigação de ter balcões para prestar o serviço público bancário”, afirmou a deputada bloquista na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) desta quarta-feira. “Pode haver concelhos onde a Caixa é o único acesso das populações ao serviço bancário”. A deputada não se opôs, em princípio, à análise dos diferentes balcões para decidir quais deveriam encerrar — “Eu sou a primeira a defender que a Caixa nas Ilhas Caimão não devia existir”, exemplifica — mas essa análise deve ser feita caso a caso, e preservando o serviço público.

Paulo Macedo afirmou que também considera que “a Caixa, por ser um banco público, tem obrigações distintas”, mas o facto de o Banco Central Europeu não ter regras distintas faz com que o banco seja obrigado a fechar 180 balcões. Sublinhando que existe pouca base legal para o serviço público que deve ser prestado pelo banco, o presidente da instituição disse que “o encerramento de balcões não é nenhuma muda, e há que poder servir os clientes com outro tipo de estrutura”, incluindo métodos mais inovadores e tecnológicos.

Devemos recear muito quando a Caixa tem obrigação de encerrar 180 balcões mas depois se diz que tem de ser apenas no Porto e em Lisboa“, disse Paulo Macedo, sublinhando que são as zonas onde existe mais concorrência e onde a Caixa tem uma menor taxa de mercado. “Isso é o que os concorrentes da Caixa, se fossem mal-intencionados, quereriam”.

O deputado do CDS-PP João Almeida, por sua vez, criticou esta resposta ao afirmar que as agências privadas também encerraram a maior percentagem dos seus balcões nos grandes centros urbanos. Para a modernização, afirmou, “faz mais sentido” fechar agências nas grandes cidades do que agências remotas. A resposta do presidente não se fez esperar: “Lisboa é onde encerram mais agências, cerca de 18. Há encerramentos no interior, mas vai acontecer como está a dizer: a maior parte é nos centros urbanos”, respondeu Paulo Macedo.

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