Lone Star quer Novo Banco como um pilar da economia

O fundo norte-americano diz em comunicado estar satisfeito com o acordo da venda do Novo Banco, acreditando ser um passo significativo no sentido de assegurar que o banco é um pilar da economia.

O Lone Star — fundo norte-americano que nesta sexta-feira assinou a compra do Novo banco ao fundo de resolução — já se pronunciou relativamente ao acordo celebrado. Em comunicado divulgado este sábado, o presidente do Lone Star para a Europa, diz que o fundo está agradado com o acordo alcançado com o Banco de Portugal, destacando que este é um passo significativo no sentido de o Novo Banco se manter como um pilar forte da economia portuguesa.

“Estamos satisfeitos com o acordo alcançado com o Banco de Portugal e aguardamos com expectativa trabalhar com as autoridades portuguesas, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia de modo a assegurar que todas as condições são alcançadas nos próximos meses”, começa por dizer Olivier Brahin, presidente do Lone Star para a Europa.

O presidente para a Europa do Lone Star diz ainda que “este acordo é um passo significativo no sentido de dotar o Novo Banco do capital, recursos e experiência necessários para assegurar que o banco permanece um forte pilar do setor bancário português, focado no mercado doméstico”, destacando o papel desempenhado pelo Novo Banco no apoio às pequenas e médias empresas. “Acreditamos no futuro da economia portuguesa. Reconhecemos a força e a relevância única do Novo Banco no apoio às pequenas e médias empresas, um motor fundamental para o crescimento de Portugal”, acrescenta Olivier Brahin.

De salientar que o acordo assinado nesta sexta-feira que prevê que o fundo norte-americano fique com o controlo de 75% do Novo Banco e o fundo de resolução com a restante parcela de 25%, está ainda sujeito a condições, incluindo várias autorizações regulatórias.

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Três gestores do Montepio convidados a sair

  • ECO
  • 1 Abril 2017

Três gestores da antiga administração de Tomás Correia cujo mandato terminou no final do ano passado foram avisados informalmente de que devem sair, avança o Expresso.

Paulo Magalhães, Barros Luís e Pedro Ribeiro. Estes são os nomes dos gestores que integram o Conselho de Administração do Montepio Crédito, empresa que pertence ao banco Montepio que foram “convidados” a abandonar os cargos que exerciam, avança o Expresso na edição em papel deste sábado (acesso pago).

Os três gestores que foram administradores do banco Montepio no mandado anterior, liderado por Tomás Correia, e que continuam em funções, terão recebido informalmente a notícia de que não são desejados na nova lista de administradores do Montepio Crédito, numa altura em que a Associação Mutualista está em choque com a nova administração do banco liderada por Félix Morgado.

Segundo apurou o Expresso, os gestores em causa deverão afastar-se pelo próprio pé, com o argumento de que o respetivo mandato terminou em dezembro. Paulo Magalhães, contactado pelo semanário, afirmou que a renovação do seu mandato “não foi abordada” com ele, e que não tinha conhecimento do tema ter sido discutido internamente no banco. “Poderei não estar disponível para me manter no cargo”, avançou contudo. Já Barros Luís, presidente executivo do Montepio Crédito desde junho de 2016, disse também que o tema da renovação de mandato não lhe tinha sido colocado, adiantando que “não tinha qualquer decisão tomada”. Por sua vez, Pedro Ribeiro vai sair do banco e dedicar-se a um novo projeto.

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OGMA vai distribuir 1,5 milhões dos seus lucros pelos funcionários

  • Lusa
  • 1 Abril 2017

O presidente da empresa de serviços de manutenção e fabrico de aeronaves anunciou que vai distribuir 1,5 mihões de euros dos lucros de 2016 pelos funcionários.

A OGMA – Indústria Aeronáutica Portugal pretende distribuir parte dos lucros obtidos em 2016, ou seja, cerca de 1,5 milhões de euros, pelos seus funcionários, anunciou o presidente da empresa.

Rodrigo Rosa disse, em entrevista à rádio TSF, que a empresa de serviços de manutenção e fabrico de aeronaves, com maioria de capital detido pela brasileira Embraer, apresentou resultados líquidos superiores a 10 milhões, no ano passado.

O presidente da OGMA garantiu no programa A Vida do Dinheiro que “todos os empregados estão abrangidos” pela iniciativa, que distribuirá uma parte dos lucros, em função das metas que cada um atingiu no ano a que os resultados dizem respeito.

Para este ano, o responsável tem perspetivas positivas e prevê novas contratações, de “cerca de 100 novos trabalhadores”, plano para concretizar a visão de crescimento para os próximos anos.

A OGMA desenvolve trabalhos em manutenção, reparação e revisão geral de aeronaves, de motores e componentes de aviação comercial, executiva e de defesa, dedicando-se ainda ao fabrico de estruturas para aeronaves civis e militares.

Desde a privatização, concretizada em 2005, a OGMA é detida em 65% pela Airholding SGPS (100% Embraer) e em 35% pela Empordef (100% Estado português). A empresa conta com 1.734 trabalhadores.

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Centeno sondado para liderar Eurogrupo

  • ECO
  • 1 Abril 2017

O ministro das Finanças é um dos nomes falados para substituir Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo. Mário Centeno e Governo terão recusado, segundo apurou o Expresso.

Mário Centeno será um dos nomes falados para substituir o holandês Jeroen Dijsselbloem, na liderança dos destinos do Eurogrupo. Contudo, nem o ministro das Finanças nem o Governo português se terão mostrado disponíveis para aceitar o cargo, diz o Expresso na edição em papel deste sábado (acesso pago).

De acordo com o semanário, Mário Centeno terá sido sondado pessoalmente, recusando aceitar o cargo. Também o Governo não terá visto com bons olhos essa hipótese devido aos vários e complexos dossiers que o ministro das Finanças tem entre mãos com a Comissão Europeia. “Neste momento, com tanta coisa ainda a negociar com Bruxelas e Frankfurt é preferível não ter o ministro preso à presidência”, disse uma fonte governamental que confirmou a informação ao Expresso, acrescentando que “para já não é uma prioridade”. Contudo, a mesma fonte não descartou a possibilidade de, dentro de alguns meses, haver uma mudança de opinião caso os atuais dossiers que Centeno tem em mãos estejam encerrados ou pelo menos encaminhados.

A sucessão do atual presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, é um tema que saltou para a ribalta nos últimos tempos, após a declarações proferidas pelo ministro das Finanças holandês sobre a alegada preferência dos países do Sul da Europa por “copos e mulheres”. Declarações que praticamente inviabilizam a sua permanência na liderança do Eurogrupo. O governo português pediu na ocasião a sua demissão imediata do cargo, tendo sido secundado pelos socialistas europeus, cujo grupo parlamentar (socialistas e democratas) e Partido Popular Europeu, reclamaram a demissão de Jeroen Dijsselbloem, bem como um pedido de desculpas.

Apesar da forte pressão exercida de diferentes lados, Jeroen Dijsselbloem recusou-se a deixar o cargo de presidente do Eurogrupo, apesar de ter pedido desculpa pelas declarações proferidas.

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Contribuintes podem entregar declaração de IRS a partir de hoje

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 1 Abril 2017

Já começou o prazo de entrega de IRS. Estende-se até 31 de maio e, este ano, não faz distinção entre tipo de rendimentos.

Os contribuintes podem entregar a partir de hoje a sua declaração de IRS. E este ano ano há novidades a ter em conta: desde logo, o próprio prazo de entrega, que vai de 1 de abril a 31 de maio para todo o tipo de rendimentos, sem distinções.

Mas há mais: cerca de 1,8 milhões de contribuintes podem aceder a uma declaração totalmente preenchida que só terão de validar, caso confirmem que todos os dados apresentados estão corretos. Nestes casos — para já limitados a situações fiscais mais simples — o Ministério das Finanças espera pagar o reembolso no prazo máximo de 15 dias.

Nos restantes, em que é preciso entregar a declaração de IRS nos termos gerais, o prazo de reembolso deverá ser inferior ao dos últimos dois anos — em média, 30 e 36 dias — mas o Governo avisa que, “em alguns casos mais complexos”, o período “pode exceder significativamente aquela duração”.

Quando preencher a declaração, pode optar por consignar 0,5% do IRS ou o benefício de 15% do IVA a uma entidade da lista já publicada pelo Ministério das Finanças. Se o primeiro caso está isento de custos para o contribuinte, porque o valor afetado é receita do Estado, o segundo já implica abdicar da dedução à coleta relativa ao IVA de despesas com restauração, alojamento, cabeleireiros, veterinários e reparação de automóveis ou motociclos.

Se tem apenas rendimentos de trabalho dependente, pode simular aqui o valor do IRS a receber ou a pagar. Entre outros pressupostos, o simulador da EY assume que o utilizador e restante agregado são residentes no Continente, que os dependentes têm mais de três anos e que dependentes e ascendentes não recebem rendimento.

 

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Prova dos 9: A venda do Novo Banco não tem encargos para os contribuintes?

O primeiro-ministro garante que a venda do Novo Banco não vai implicar quaisquer custos, diretos ou indiretos, para os contribuintes. É verdade?


António Costa garante que o negócio acordado para a venda do Novo Banco não implica quaisquer custos para os contribuintes — nem diretos, nem indiretos. A afirmação é verdadeira, em parte. Mas há uma série de fatores que colocam em causa a garantia do primeiro-ministro.

As frases

Não existirá impacto direto ou indireto nas contas públicas, nem novos encargos para os contribuintes“, disse António Costa na conferência de imprensa onde, em conjunto com o ministro das Finanças, Mário Centeno, falou em detalhe da venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.

Sobre o “mecanismo de capital contingente“, o primeiro-ministro voltou a sublinhar que não há contribuição do Estado: “Não há garantia. Nem direta, nem indireta. Nem do Estado, nem do Fundo de Resolução. Os contribuintes não pagarão nem direta, nem indiretamente. Necessidades eventuais têm de ser asseguradas pelo Fundo de Resolução e o Fundo de Resolução tem as suas dotações asseguradas pelos bancos”.

Os factos (I)

O Fundo de Resolução é dono do Novo Banco. Em 2014, o fundo injetou 4,9 mil milhões de euros no capital do banco. Deste montante, 3,9 mil milhões foram emprestados pelo Estado, ou seja, pelos contribuintes. Este empréstimo tem um prazo de maturidade de perto de 30 anos: foi recentemente alargado para dezembro de 2046, para garantir que o esforço das contribuições exigidas aos bancos se mantém “ao nível atual”, explicou o Governo.

Esta revisão permite que “seja assegurado o pagamento integral das responsabilidades do Fundo de Resolução, bem como a respetiva remuneração, sem necessidade de recurso a contribuições especiais ou qualquer outro tipo de de contribuições extraordinárias por parte do setor bancário”, explicou, na altura, o Ministério das Finanças.

Os bancos que receberam este empréstimo, e que asseguram o Fundo de Resolução, pagam, por ele, uma taxa de juro indexada a uma taxa da dívida da República Portuguesa, que será periodicamente atualizada.

Os factos (II)

O acordo alcançado com o Lone Star implica a criação de um “mecanismo de capital contingente”, que, na prática, é um mecanismo de garantia para o fundo norte-americano, para cobrir eventuais desvalorizações dos ativos do Novo Banco. Mas esta não é uma garantia pública, segundo as explicações de António Costa.

O modelo encontrado define que o Fundo de Resolução apenas terá de cobrir as necessidades de capital se, e só se, o rácio de capital do Novo Banco cair abaixo dos 12,5%. Ora, com o nível de capitalização que está previsto — mil milhões de euros injetados pelo Lone Star e outros 500 milhões que serão conseguidos com a conversão das obrigações seniores do Novo Banco em títulos de dívida de alta subordinação –, os rácios de capital subirão acima dos 15%, realça o primeiro-ministro.

Mais: “Entre os 15,5% e os 12,5%, haverá cerca de 600 milhões de euros de distância. É, portanto, um mecanismo muito distinto de um mecanismo de garantia”.

Ou seja, se os ativos do Novo Banco desvalorizarem em 600 milhões de euros, o mecanismo entra em ação. Não para repor esse montante em falta, mas para cobrir o impacto dessa desvalorização, repondo o rácio de capital em 12,5%.

O primeiro-ministro nota que quem vai assegurar esta eventual necessidade de reposição é o Fundo de Resolução. Quem são os contribuintes do Fundo? São os bancos. “As instituições financeiras assegurá-lo-ão através das suas contribuições ordinárias. Não vamos exigir contribuições extraordinárias, isso perturbaria o conjunto da estabilidade do sistema financeiro. Se houver necessidade de financiamento, será feito como foi feito no passado, com um empréstimo sujeito à taxa de juro a que está sujeita a República”.

Se o Fundo de Resolução vier, no futuro, a precisar de novo empréstimo, o peso continua a não recair sobre os contribuintes, assegura o primeiro-ministro. “Esse empréstimo será feito e será remunerado pelos bancos da mesma forma que a República remunera os seus empréstimos. Portanto, não haverá nenhum favor, não haverá nenhum perdão, será devidamente remunerado por parte dos bancos”, disse António Costa.

Prova dos 9

António Costa diz que não há custos, diretos ou indiretos, para os contribuintes. Em relação aos custos diretos, o primeiro-ministro está correto. Porque, neste caso, são os bancos que pagam o Fundo de Resolução.

Mas há, pelo menos, quatro tipos de custos indiretos que podemos apontar. Em primeiro lugar, há o custo de oportunidade. Se é verdade que o dinheiro emprestado pelo Estado aos bancos vai ser pago, e com juros, é também verdade que este empréstimo tem um prazo de maturidade muito alargado: 30 anos. E isso significa que, durante 30 anos, o dinheiro que está a ser usado para financiar a banca não estará a ser utilizado para outros fins. Por exemplo, não está a ser investido em infraestruturas públicas.

O segundo é o impacto que estes empréstimos têm para a dívida de Portugal, que aumenta. No final de 2016, a dívida pública fixou-se nos 130,6% do produto interno bruto (PIB), acima dos 129% registados no ano anterior. A dívida pública ficou, assim, acima do previsto pelo Governo, que, segundo o Orçamento do Estado para 2017, estimava que este indicador subisse de 129% do PIB em 2015 para 129,7% do PIB no final de 2016.

Ora, se o Fundo de Resolução tiver de voltar a intervir para cobrir necessidades de capital do Novo Banco, o próprio Estado terá de voltar a endividar-se para emprestar aos bancos que asseguram o Fundo de Resolução.

Em terceiro lugar, e ainda que não seja possível contabilizar com certeza aquilo que Portugal perde neste ponto, é preciso fazer a comparação entre os juros que os bancos estão a pagar ao Estado e os juros que o Estado paga aos seus credores. Até 2021, os bancos que asseguram o Fundo de Resolução vão pagar um juro de 2,1%. A partir dessa data, os juros serão acrescidos de um spread de 0,15 pontos percentuais. Esta taxa de juro de 2,1% é semelhante à que Portugal paga na dívida a cinco anos, de 2,28%. Contudo, a dez e a 30 anos, o país está a pagar juros de 3,98% e 4,63%, respetivamente.

Por fim, e ainda na contabilização dos custos indiretos para o Estado, o banco público Caixa Geral de Depósitos é a instituição financeira que, pela sua dimensão, mais contribui com dinheiro para o Fundo de Resolução.

Conclusão: se António Costa tivesse dito que não há encargos diretos para os contribuintes, a frase estaria certa. Mas o primeiro-ministro disse que não há quaisquer encargos: nem diretos, nem indiretos. E isso, como vimos, torna a frase quase errada.

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Associação reúne a 4 de abril para abrir porta a acionistas do Montepio

  • Lusa
  • 31 Março 2017

A Associação Mutualista Montepio convocou uma assembleia geral, para dia 4 de abril. Os mutualistas vão decidir sobre a passagem da Caixa Económica a sociedade anónima.

A Associação Mutualista Montepio convocou uma assembleia geral, para dia 4 de abril, com o objetivo de “ultimar o processo de transformação da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) em sociedade anónima”, conforme nota explicativa hoje distribuída.

A razão da mudança deve-se à evolução e alargamento do seu âmbito de atividade, desde a fundação em 1844, a atividades exclusivas dos bancos, adiantou a instituição.

Tal alargamento motivou inclusive um novo regime jurídico das caixas económicas, criado em 2015.

A CEMG tem estado subordinada ao Montepio Geral – Associação Mutualista, a quem tem alocado os respetivos lucros.

Concretiza-se assim a deliberação do Banco de Portugal, que determinou em 21 de novembro de 2016, a transformação da CEMG em sociedade anónima.

A assembleia geral vai aprovar, em particular, uma proposta de alteração dos estatutos, aprovada pela administração em 30 de março último, a culminar um processo que envolveu outras entidades, designadamente o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de valores Mobiliários.

Em dezembro, o presidente do Grupo Montepio, António Tomás Correia, garantiu que a Associação Mutualista Montepio Geral continuará a ser proprietária do total do capital social da CEMG, apesar da transformação do banco mutualista em sociedade anónima.

As contas individuais da Associação Mutualista Montepio, relativas a 2016, foram aprovadas na quinta-feira, em assembleia-geral, com um lucro de 7,4 milhões de euros.

Antes, na quarta-feira, a CEMG apresentou um prejuízo de 86,5 milhões relativo ao exercício do ano passado, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 243 milhões de euros em 2015.

A associação e o banco mutualistas têm estado em foco, com uma sucessão de notícias negativas, como a constituição de António Tomás Correia como arguido num processo em que é suspeito de ter recebido indevidamente 1,5 milhões de euros do empresário da construção civil José Guilherme.

Fonte ligada à investigação precisou na quarta-feira à Lusa que Tomás Correia não é arguido na “Operação Marquês”, mas num outro inquérito autónomo resultante de elementos recolhidos naquela investigação em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates é um dos arguidos.

Tomás Correia reiterou na quarta-feira, em comunicado, que abdicará das suas funções se se colocar a possibilidade de transitar em julgado algo a seu desfavor.

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Quer obrigações? IGCP duplicou a oferta

Perante a forte procura, que esgotou os títulos logo no primeiro dia, o IGCP reviu em alta a oferta. Em vez de 500 vai, agora, emitir mil milhões de euros.

A meta inicial era de 500 milhões, mas o valor final da emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) acabou por ser duplicado, tendo em conta a elevada procura registada por estes títulos. Assim, estão disponíveis mil milhões de euros para subscrever até 7 de abril.

A emissão foi lançada com um valor inicial de 500 milhões de euros. O período de subscrição arrancou a 27 de março, dia em que foram registadas intenções de compra de um valor que ficou acima da oferta. De acordo com fontes contactadas pelo ECO, que preferiram não ser identificadas, os investidores colocaram ordens para um montante em torno dos 600 milhões de euros.

Assim, “o Conselho de Administração do IGCP decidiu aumentar o valor nominal global da emissão de OTRV denominada ‘OTRV Abril 2022’ para mil milhões de euros“, refere o comunicado emitido pela agência liderada por Cristina Casalinho. A possibilidade de aumento da oferta já estava prevista logo aquando do lançamento da oferta.

Nas anteriores operações com OTRV, o IGCP elevou sempre o montante a colocar junto de investidores de retalho. Na primeira emissão elevou a oferta de 350 para 750, na segunda passou de 500 para 1.200 e na terceira passou para 1.500 milhões de euros (contra os 500 milhões iniciais). No total, só com OTRV o Estado financiou-se em 3.450 milhões no ano passado.

A forte procura tem sido uma constante nestas obrigações destinadas ao retalho. O contexto de juros muito baixos nos produtos tradicionais, nomeadamente os depósitos comercializados pela banca, tem levado muitos aforradores a investirem neste novo produto de poupança que tem pago taxas em torno de 2%. Nesta emissão, o juro apresentado é de 1,9%. A subscrição termina a 7 de abril.

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Bruxelas pede plano de reestruturação do Novo Banco

  • Lusa
  • 31 Março 2017

Margrethe Vestager, comissária europeia da Concorrência, congratulou-se com a venda do banco, mas aguarda o plano de reestruturação para fechar formalmente o negócio.

A Comissão Europeia congratulou-se hoje com a venda do Novo Banco à Lone Star e disse aguardar a apresentação do plano final de reestruturação do banco para que o negócio seja formalmente aprovado segundo as regras europeias.

A comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, congratulou-se hoje com a assinatura do acordo de aquisição entre as autoridades portuguesas e a norte-americana Lone Star, “com o objetivo de levar o Novo Banco à viabilidade a longo prazo”, lê-se numa nota enviada pelo seu gabinete à Lusa.

“Os serviços da Comissão irão agora contactar Portugal e o comprador sobre os detalhes do plano final de reestruturação do Novo Banco. Este plano deverá ser apresentado à Comissão para que a venda seja formalmente aprovada ao abrigo das regras comunitárias em matéria de auxílios estatais”, afirma um porta-voz da Comissão.

É que o Governo apenas tem da Comissão Europeia um “acordo de princípio”, que permitirá a aprovação do negócio, “em conformidade com as regras da União Europeia em matéria de auxílios de Estado”, segundo a mesma fonte.

O gabinete de Vestager lembra que acordo ocorre no seguimento de “contactos estreitos e construtivos” entre a comissária da Concorrência e o ministro das Finanças, Mário Centeno.

O Novo Banco foi criado como banco de transição na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES) em agosto de 2014.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, confirmou hoje a venda do Novo Banco à Lone Star. Num comunicado divulgado depois da intervenção, o supervisor bancário acrescentou que a norte-americana Lone Star vai realizar injeções de capital no Novo Banco no montante total de 1.000 milhões de euros, dos quais 750 milhões de euros logo no fecho a operação e 250 milhões de euros até 2020.

Este investimento permite-lhe passar a controlar 75% do capital do banco, mantendo-se os restantes 25% nas mãos do Fundo de Resolução.

O Lone Star Funds foi fundado em 1995 e investe nos setores financeiro e no imobiliário. Em Portugal, tem um investimento em Vilamoura.

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Wall Street cai. Trimestre é o melhor em mais de um ano

As praças norte-americanas encerraram em queda. A pressão da banca atirou os índices para o vermelho, mas não o suficiente para estragar a festa. Foi o melhor trimestre em mais de um ano.

As bolsas norte-americanas fecharam a semana sem tendência definida. O setor financeiro pressionou os índices, embora as descidas tenham acabado por ser ligeiras. Desempenhos negativos na última sessão de um trimestre que, contudo, acabou por ser de ganhos em Wall Street. Foi o melhor em mais de um ano.

Tanto o Dow Jones como o S&P 500 fecharam com sinal negativo. O índice industrial perdeu 0,32%, já o S&P 500 recuou ligeiros 0,01%, com o setor financeiro a ser penalizado pela queda das taxas das Treasuries dos EUA. A descida só não foi mais expressiva devido aos ganhos das utilities. O Nasdaq caiu 0,04%.

Estas quedas foram, ainda assim, insuficientes para impedir os ganhos dos principais índices norte-americanos no final dos primeiros três meses deste ano. Wall Street, que recentemente tocou máximos históricos, conseguiu valorizar pelo sexto trimestre consecutivo, tendo este sido o melhor desde 2015.

Enquanto o Nasdaq ganhou quase 10%, o S&P 500 registou uma valorização de 5,7% no acumulado dos três primeiros meses de 2017, um desempenho que superou mesmo a valorização registada deste lado do Atlântico pelo Stoxx 600. O índice de referência dos mercados europeus terminou o trimestre com uma subida de 5,5%.

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BE e PCP receiam custos. PSD e CDS falam em má decisão

  • Lusa
  • 31 Março 2017

O PS diz que a venda “solução menos má de todas”, mas os restantes partidos, da esquerda à direita, criticam a operação. Entre "má decisão" a receios com custos futuros. Leia as reações.

O Bloco de Esquerda classificou o negócio do Novo Banco como “uma venda a preço zero”. E vaticinou que, dentro de alguns anos, o Estado será chamado a pagar os custos. O PCP também prevê que terá custos para o Orçamento do Estado, enquanto o CDS-PP diz que “o Governo falhou em toda a linha nesta matéria”. O PSD fala numa “má decisão”. O PS fala na “solução menos má de todas”.

BE: “Estado assume futuras perdas que vão até quatro mil milhões”

Em declarações aos jornalistas, a deputada Mariana Mortágua desafiou o Governo a debater esta operação no parlamento, dizendo que, se tal não acontecer, o BE avaliará de que forma poderá trazer o tema à Assembleia da República para propor a nacionalização do Novo Banco como a sua alternativa “entre a liquidação e uma má venda”.

“Temos de ser muito claros, o que está em causa é uma venda a preço zero: o banco vai ser dado a um fundo americano. O fundo americano vai injetar dinheiro no seu próprio banco, vai-se pagar a si mesmo, e no meio deste processo o Estado assume futuras perdas no banco que vão até 4 mil milhões de euros”, criticou Mariana Mortágua.

Para a deputada do BE, a decisão do Governo “até pode parecer a mais correta no curto prazo, mas o que vai fazer é empurrar os problemas com a barriga para o futuro, para outro Governo, para os contribuintes, daqui a quatro, daqui a cinco, daqui a seis anos”.

PCP antecipa custos para o Orçamento do Estado

“O negócio que agora vemos apresentado aos portugueses e que se traduzirá num novo custo sobre o Orçamento do Estado e o esforço dos trabalhadores demonstra bem a necessidade de travar o processo de alienação. Aquilo que testemunhámos uma vez mais foi o Estado utilizar os recursos dos portugueses para limpar o balanço de um banco“, afirmou Miguel Tiago, deputado do PCP.

Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque também já tinham dito que os portugueses não assumiriam os custos imputados ao Fundo de Resolução. A verdade é que, para já, prevê-se que os bancos pagarão, quando muito, daqui a 40 anos, aos poucos, a dívida do empréstimo do Estado de 3,9 mil milhões de euros”, salientou.

PS: “Solução menos má de todas”

O PS, por seu lado, diz que a solução é a “menos má”. “Não sendo ideal, não sendo a venda estrondosa que, durante muito tempo, inúmeras figuras garantiam que iria acontecer, foi, pelo menos, o encerramento de um ciclo que tinha riscos para o país. Fazendo as contas, olhando para todas as alternativas, parece-nos ser a solução menos má de todas“, disse João Galamba, porta-voz do PS.

“Esta solução, como é evidente, não é a ideal, mas, dadas as condicionantes existentes e, sobretudo, compromissos assumidos pelo Governo anterior em 2014 e sucessivas falhas em vender, se olharmos para as alternativas, esta acaba por ser a solução que minimiza os impactos negativos sobre o nosso país“, acrescentou.

CDS-PP: “Governo falhou em toda a linha”

“Na perspetiva do CDS o Governo falhou em toda a linha nesta matéria. Não atingiu nenhum dos objetivos a que se propôs. Fez uma má negociação”, afirmou Assunção Cristas.

A líder centrista, que falava à margem de um jantar que assinala a tomada de posse da nova comissão política distrital do partido, salientou que o Governo “não vendeu o banco na sua totalidade como se tinha proposto, vendeu apenas 75% e não encaixou um cêntimo sequer para o Fundo de Resolução”.

“Pelo contrário, o Fundo de Resolução, que é detido por todos os bancos do sistema financeiro, e é bom lembrar que um deles é um banco 100% público e chama-se Caixa Geral de Depósitos, ficam responsáveis por calotes que podem ir até aos 3.800 milhões de euros durante oito e, portanto, não é uma responsabilidade pequena”, sustentou.

PSD: “É uma má decisão”

A decisão não é uma boa decisão, é uma má decisão. Vem na sequência de um processo de desvalorização do Novo Banco, que, entre outras coisas, teve o contributo do Ministro das Finanças quando, por mais de uma vez, acenou com a possibilidade da nacionalização ou mesmo da liquidação do banco”, afirmou Luís Montenegro.

Para Luís Montenegro, aquilo não só foi prejudicial, como o “Governo veio hoje reconhecer que isso teria custos que eram incomportáveis”.

 

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Rácio abaixo de 12,5% ativa garantia do Fundo de Resolução

O Lone Star vai injetar mil milhões de euros no Novo Banco. Além disso, haverá uma troca de obrigações que terá um impacto de 500 milhões no capital, elevando o rácio até 15%.

Depois da capitalização de que vai ser alvo, o Novo Banco vai ficar com um rácio de capital de 15%. A informação é avançada pelo primeiro-ministro, que está a explicar os contornos do processo de venda do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES). O mecanismo de capital contingente só vai ser acionado caso o rácio de capital caia abaixo de 12,5%.

O Lone Star vai injetar mil milhões de euros no capital do Novo Banco, em dois momentos: 750 milhões de euros entram já e 250 milhões de euros entram no prazo de três anos. Além disso, vai ser feita uma troca das obrigações seniores do Novo Banco, operação que terá um impacto de 500 milhões no capital da instituição.

É depois destas três operações que o Novo Banco ficará com um rácio de capital de 15%, adiantou António Costa. Desta forma, assegura o primeiro-ministro, não haverá qualquer garantia de Estado, já que “eventuais necessidades futuras” serão asseguradas pelos bancos do Fundo de Resolução. E estes só entram em cena se os rácios do Novo Banco caírem abaixo dos tais 12,5%.

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