Apple investe 800 milhões em centro de dados na China

  • Lusa
  • 4 Fevereiro 2018

A gigante norte-americana anunciou um investimento de 800 milhões de euros na construção de um centro da dados na China. Objectivo é gerir serviços de armazenamento sem infringir normas chinesas.

A Apple anunciou hoje que vai investir 800 milhões de euros na construção de um centro de dados na China, que permitirá gerir os serviços de armazenamento iCloud sem infringir as normas deste país.

O centro de dados começará a ser construído ainda em fevereiro na província de Guizhou e deverá entrar em funcionamento em 2020. Será administrado pela empresa Guizhou-Cloud Big Data Industry (GCBD), propriedade do Governo chinês, o que está a levantar dúvidas sobre a segurança das contas iCloud, que armazenam informações pessoais transferidas de iPhones, iPads e computadores.

O gigante tecnológico americano avançou para a construção do centro para cumprir a legislação da China que exige que os provedores de armazenamento de dados mantenham a informação dos clientes do país em computadores localizados em território chinês.

O centro de dados de Ghizou armazenará fotos, vídeos e documentos de contas iCloud de clientes Apple que moram na China, mesmo que eles se ausentem do país em viagem.

Os dados de clientes de fora da China continuarão a ser armazenados nos Estados Unidos e no centro de dados da Dinamarca.

Enquanto o centro de Ghizou está em construção, a Apple alugará os serviços dos três maiores operadores de telecomunicações do país, de forma a cumprir todos os requisitos legais para operar na China.

 

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Humberto Pedrosa garante que grupo TAP saiu do vermelho

  • ECO
  • 4 Fevereiro 2018

O acionista da TAP garante que o grupo teve em 2017 resultados positivos. E diz que se HNA não tiver capacidade para investir, TAP tem que encontrar outro investidor.

O ano de 2017 marca um ponto de viragem no grupo TAP. A garantia é de Humberto Pedrosa, acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, detentor de 45% do capital da companhia aérea, que adianta que, mesmo com a operação de manutenção no Brasil a dar prejuízo, a empresa saiu do vermelho, o que quer dizer que vai apresentar lucros.

O empresário, que também é dono do grupo Barraqueiro, em entrevista ao Negócios e à Antena 1, sublinhou que a TAP faturou 3 mil milhões de euros, em 2017, enquanto que a dívida ficou abaixo dos 700 milhões de euros.

Já sobre a operação do Brasil, Humberto Pedrosa, que espera que os prejuízos sejam inferiores a 50 milhões, revelou que a solução passava pelo investimento que os acionistas chineses da HNA, que integram consórcio Atlântico Gateway, se preparavam para fazer na TAP, com a criação de uma parceria para a área da manutenção.

Humberto Pedrosa diz que ficou surpreendido com as notícias dando conta das dificuldades que atravessa a HNA, mas espera que a situação seja passageira. Caso contrário, garante, a TAP terá que encontrar outro investidor.

“Não estava a contar com a situação atual da HNA, mas espero que possa ser passageira. Se não for, temos pena, temos muita pena. Envolver a HNA, na empresa do Brasil, era envolver a Azul, e era a solução para o equilíbrio, vamos ter que encontrar outra solução com outro parceiro”, refere o acionista da TAP.

Para 2018, o empresário espera que a companhia continue a melhorar os resultados, mas admite que as greves têm um impacto negativo. Humberto Pedrosa revelou ainda que o acordo da empresa precisa de ser alterado. Pedrosa diz que o atual é demasiado rígido e está desatualizado, e considera que as alterações vão beneficiar a empresa e os trabalhadores.

A entrevista do acionista da TAP, acontece depois de ter sido oficializado o nome de Antonoaldo Neves como presidente da TAP. Tal como já o empresário já tinha garantido ao ECO, Pedrosa voltou a frisar que a escolha do novo presidente da empresa foi uma escolha de Fernando Pinto, o homem que durante 17 anos ocupou a presidência da TAP.

Sobre o grupo Barraqueiro, garantiu que terminou o ano de 2017, com mais de 300 milhões de passageiros, um número recorde.

A concessão do Metro do Porto, ganha pelo grupo Barraqueiro, foi também motivo de análise. Pedrosa afirmou que esta era uma bandeira importante no norte e que o grupo não queria perder. “Não vamos ganhar dinheiro, mas vamos conseguir garantir o nível de qualidade que o Metro tem”.

Ainda na conversa deixou um aviso ao Bloco de Esquerda, partido que reivindica resgatar a concessão da Fertagus para a CP em 2019. “Se a realidade em 2019, terminar a concessão, o Estado vai ter que indemnizar o concessionário“, afirmou.

O governo foi também objeto de análise por Humberto Pedrosa, com o empresário a garantir que o executivo trouxe estabilidade à economia.

“Este Governo conseguiu trazer estabilidade, tem contribuído para a evolução positiva da economia portuguesa e para um equilíbrio, que era necessário, entre empresas, sindicatos e todos os participantes da economia”, afirmou.

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Vai pedir crédito? Isto é o que vai mudar

Os bancos vão ter de implementar três tipos de limites na concessão de crédito à habitação ou ao consumo. Conheça em detalhe cada uma das recomendações do Banco de Portugal.

Prepare-se porque a partir de 1 de julho as regras do crédito à habitação e ao consumo vão sofrer uma revolução. O Banco de Portugal está preocupado com o aumento da concessão de crédito às famílias e aos riscos de facilitismo que daí possam resultar. Para prevenir impactos negativos sobre as famílias, a banca e a economia, o regulador decidiu recomendar aos bancos a imposição de limites a alguns dos critérios tidos em conta na atribuição de crédito.

São três medidas que prometem restringir o acesso das famílias aos empréstimos realizados a partir do início do segundo semestre deste ano. Em concreto, a criação de limites para o rácio entre o montante do financiamento face ao valor do imóvel que serve de garantia (LTV), o estabelecimento de um teto máximo para o rácio entre os encargos com créditos e o rendimento familiar, bem como uma limitação à maturidade dos empréstimos.

Fique a conhecer mais em detalhe o que está em causa em cada uma destas três novas medidas:

  • LTV limitados a 90%

A primeira medida está focada na concessão de crédito à habitação e tem como alvo o rácio LTV. Ou seja, o rácio entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel dado em garantia (LTV). O Banco de Portugal recomendou a imposição de limites a este indicador que é tido em conta pelos bancos na negociação das condições de financiamento para a compra de casa. esses tetos são diferentes consoante a natureza do crédito à habitação em causa.

No que respeita ao crédito à habitação própria e permanente, o limite para este indicador é de 90%. Ou seja, assumindo um imóvel avaliado em 100 mil euros, o montante do financiamento não pode ser superior a 90 mil euros. No caso dos créditos com outras finalidades que não habitação própria e permanente, o teto é de 80%, enquanto nos créditos para aquisição de imóveis detidos pelas instituições e para contratos de locação financeira imobiliária, o limite é de 100%.

  • Taxa de esforço até 50%

A taxa de esforço associada ao contrato de crédito é outro dos alvos da imposição de limites. O teto será de 50%, para o rácio entre o montante da prestação mensal calculada tendo em conta todos os empréstimos que o cliente tem e o seu rendimento (DSTI – debt service-to-income). Mas há exceções, com limites mais altos para a taxa de esforço. Até 20% do montante total de créditos concedidos por cada instituição financeira, em cada ano, pode ser concedido a famílias com DSTI até 60%. Até 5% do montante total de créditos concedidos por cada instituição, em cada ano, pode ainda ultrapassar os limites previstos a taxa de juro.

O cálculo da taxa de esforço não é um rácio simples. Para a determinação do DSTI, as prestações mensais do novo contrato de crédito devem ser calculadas assumindo que são constantes ao longo do período de vigência do contrato. Mas no caso de contratos a taxa de juro variável e mista, deve ser considerado o impacto de um aumento da taxa de juro. No cálculo dessa taxa de esforço deve ainda ser contabilizada uma redução do rendimento do cliente quando o mutuário tenha mais de 70 anos de idade, exceto se, no momento da avaliação da solvabilidade, este já estiver reformado.

  • Maturidades dos créditos da casa baixam para 30%

O terceiro limite tem como alvo a maturidade original dos empréstimos. No caso do crédito à habitação, o objetivo é que essa maturidade passe dos 33 anos, em média, que acontecia nos novos empréstimos para a compra de casa, em 2016, para 30 anos. Para já é aplicado um teto de 40 anos nos novos contratos de crédito à habitação e crédito com garantia hipotecária ou equivalente, e convergência gradual para uma maturidade média de 30 anos até final de 2022. Já no crédito ao consumo, o limite é de 10 anos para a maturidade nos novos contratos.

No que respeita ao crédito à habitação, os cinco maiores bancos nacionais permitem maturidades máximas entre 40 e 50 anos, o que significa vão ter de encurtar o teto temporal dos seus empréstimos em 20 ou dez anos. Já do lado das famílias essa mexida poderá implicar o recuo na decisão de compra de casa com crédito. Ou uma acentuada subida dos encargos mensais com a prestação.

As exceções…

O objetivo do Banco de Portugal é que os três limites aplicáveis para o LTV, o DSTI e a maturidade sejam considerados em simultâneo. A medida estabelece ainda que os contratos de crédito tenham pagamentos regulares de juros e capital.

Mas há situações que não serão abrangidas pela recomendação que a entidade liderada por Carlos Costa fez aos bancos:

  • Os contratos de crédito destinados a prevenir ou a regularizar situações de incumprimento;
  • Os contratos de crédito cujo montante total seja igual ou inferior a dez vezes o ordenado mínimo mensal;
  • As ultrapassagens de crédito;
  • Os contratos de crédito sob a forma de facilidades de descoberto e outros créditos sem plano de reembolso definido (incluindo cartões e linhas de crédito);
  • Os contratos de crédito celebrados ao abrigo do regime de concessão de crédito bonificado à habitação a pessoa com deficiência.

 

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Vice procurador-geral da República: “Tem sido penoso gerir o MP”

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2018

Adriano Cunha, vice-procurador da República disse, este sábado, que tem sido penoso gerir o Ministério Público, atendendo à falta de meios e ao atraso na revisão do estatuto daqueles magistrados.

O vice procurador-geral da República, Adriano Cunha, disse hoje que tem sido penoso gerir o Ministério Público, atendendo à falta de meios e ao atraso na revisão do estatuto daqueles magistrados.

“Tem sido penoso gerir o Ministério Público ao longo deste mandato não só por causa desta falta de estatuto mas também por aquela penúria nos meios, sobretudo humanos”, referiu no XI Congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), que hoje termina no Funchal sob o lema “Identidade, exemplo, futuro”.

Ao intervir na mesa sobre “O Ministério Público Português: carreira e desempenho da instituição“, Adriano Cunha lembrou que a lei orgânica do Ministério Público já previa a revisão do estatuto desde 2014.

“Entrou em vigor em 2014 [a lei orgânica do Ministério Público], estamos em 2018 e ainda estamos no início da discussão formal do estatuto”, observou.

Adriano Cunha manifestou a sua satisfação por a classe estar a discutir o anteprojeto de lei precisamente “numa altura em que não se sabe quem é o [próximo] procurador da República” porque “não se pode legislar para o transitório, há que ver isto em termos abstratos, em termos futuros”.

“É bom que não se saiba quem é, podendo ser toda a gente e ninguém, ou seja, podendo ser qualquer pessoa, obriga-nos, de facto, a ter muito mais cautelas”, argumentou.

Ao falar sobre as carreiras no Ministério Público, o procurador da República Rui Cardoso, antigo presidente do SMMP, recordou que a lei de 2008 continua atual.

“Estamos desde 2008 a 2018 a discutir as carreiras, o problema é o mesmo, o diagnóstico é o mesmo, os princípios a defender são os mesmos”, disse.

No âmbito do XI Congresso, será ainda apresentada a obra “Sindicalismo na Magistratura do Ministério Público, motor histórico da sua dignificação”, da autoria do juiz conselheiro António Bernardo Colaço, que “dá conta da situação existente anteriormente no regime derrubado onde o papel do MP estava quase reduzido ao de um agente do governo com a má nota de envolver o juiz neste sistema”, refere a sinopse.

O livro contém igualmente o relato pormenorizado do envolvimento e intervenções mais significativas do Sindicato dos Magistrados do Ministério Púbico.

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Utilitário, de cinco portas… a gasóleo. O carro dos portugueses

Os portugueses compraram mais automóveis novos no ano passado. Uma boa parte destes foram para rent a car, mas muitos estão nas mãos das famílias. Mas que carros compraram?

222.129. É este o número total de automóveis ligeiros de passageiros comercializados no mercado nacional durante o ano passado, valor que representa um crescimento de 7,1% face ao ano passado — o mercado, como um todo, registou um aumento de 7,7% nas vendas. Muitos destes veículos foram para rent a car, segmento que já representa quase um quarto do total das vendas (24%). Mas que carros são estes? Essencialmente, utilitários. São de cinco portas e maioritariamente a gasóleo, sendo que o peso do diesel está a cair. A eletricidade começa a acelerar nas quatro rodas.

Não há dúvida de que os carros de menores dimensões, os utilitários, recolhem a “preferência” dos consumidores portugueses. De acordo com os dados da ACAP, o segmento representou 40,2% do total de automóveis comercializados no mercado nacional, sendo esta eleição reflexo, muitas vezes, dos valores mais em conta destes automóveis. São a maior fatia, mas encolheu face a 2016. Os compactos, ou médios familiares, por seu lado, ganharam quota, passando de 37,3% para 37,8% do total. Além destes, só mesmo o segmento E, o de automóveis de gama alta, registou um crescimento.

Os portugueses “preferem” utilitários, sendo que a maioria são modelos de cinco portas. Os dados da ACAP revelam que as berlinas de cinco portas representam quase metade de todos os veículos comercializados no ano passado, sendo que as de três portas apenas conquistaram 2% de um mercado no qual as carrinhas também já foram bem mais representativas. Agora, representam apenas 18% do total.

O destaque, olhando para o tipo de carroçaria, vai para os SUV. Este segmento tem vindo a ganhar cada vez maior peso “seja pela procura, seja pelo crescimento da oferta” por parte das marcas, salientou Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Os SUV 4×2 representaram 19% das vendas no último ano, enquanto os SUV 4×4 ficaram com uma quota de 3%. No total, estes automóveis representaram 22% das vendas.

Recapitulando: os portugueses compram utilitários de cinco portas. E qual é o motor? A gasóleo. O diesel continua a ser a preferência da generalidade dos condutores nacionais que seguem atraídos pelos menores consumos associados a estes motores, mas também pelo preço de venda de gasóleo mais baixo do que o da gasolina.

Ainda assim, o peso do gasóleo já foi bem mais expressivo. Em 2013, o peso era de 72%, caindo para 61% em 2017. No ano passado “verificou-se uma diminuição do peso do gasóleo, basicamente em resultado de uma transferência para outras energias”, nota a ACAP, acrescentando que o “peso da gasolina aumentou em um ponto percentual”.

Juntando todas as variáveis, o modelo mais vendido no mercado nacional durante o ano passado foi o Renault Clio, superando a fasquia das 12 mil unidades, praticamente duplicando as vendas do segundo, o Peugeot 208 que ficou “taco a taco” com outro Renault, nesta caso de gama superior, o Megane. Há ainda mais um Renault no top 5, o Captur, um pequeno SUV que tentou fazer frente a outro SUV, o que lançou a moda, o Nissan Qashqai.

 

Mais carros elétricos. E mais cheques

Ao mesmo tempo que o gasóleo perde peso no mix de vendas, os veículos que utilizam energias alternativas ganham peso, representando 4,7% do total, com os elétricos a destacarem-se. A ACAP salienta o “crescimento de três dígitos, verificado nos veículos elétricos e híbridos plug-in, que é revelador da crescente procura que existe neste segmento”.

“Só para termos a noção exata, em 2010 venderam-se cinco veículos híbridos plug-in. Em 2017, as vendas foram de 2.442 unidades. Nos veículos elétricos, o crescimento foi de 117% em 2017. A crescente eletrificação do parque automóvel é uma realidade incontornável no futuro próximo”, refere Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Neste sentido, a associação defende o “fim do limite de mil unidades nos incentivos aos carros elétricos”.

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Herdeiros de dono do IKEA não vão ter controlo da empresa

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2018

Estrutura criada por Kamprad, em 1980, assegura que empresa sueca, fica fora do controle direto da família. Fortuna de Kamprad fica dividida.

Os herdeiros do patrão do Ikea, Ingvar Kamprad, não vão ficar a controlar diretamente a empresa. Com a morte de Kamprad, a sua fortuna vai dissipar-se devido à estrutura singular criada pelo fundador da marca sueca para garantir a independência e a sobrevivência do conceito da empresa a longo prazo.

A estrutura de Kamprad foi criada em 1980, e assegura que a empresa sueca, fica fora do controlo da família.

A notícia está a ser divulgada pelo site Chron, que cita um artigo da Bloomberg. Ainda segundo aquele artigo, os herdeiros da Kamprad vão ficar com uma fortuna mais pequena, concentrada na Ikano Group, uma holding que agrega os negócios financeiros, imobiliários, industriais e de retalho da propriedade da família com ativos avaliados em perto de 10 mil milhões de dólares, em 2016.

Kamprad que tinha uma personalidade muito própria, sempre rejeitou o estatuto que o incluía entre os homens mais ricos do mundo, tendo mesmo cedido o controlo do Ikea, a uma rede de fundações e empresas controladas. Aliás, a maioria das lojas do Ikea pertencem à Stichting Ingka Foudation, uma entidade holandesa cujo âmbito de ação é fazer doações de caridade e apoiar a inovação no design.

Ivan Kamprad morreu no passado dia 27 de janeiro, aos 91 anos, e controlava uma fortuna avaliada em 58,7 mil milhões de euros, ocupando o oitavo lugar no Bloomberg Billionaires Index.

A marca e o conceito da empresa sueca foram colocados sob controlo final da Interogo Foundation, com sede em Liechtenstein, cuja subsidiária, a Inter Ikea, é o franchising global da Ikea.

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Ranking das escolas deve ser importante documento de reflexão

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2018

O presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) diz que ranking das escolas deve ser um importante documento de trabalho e reflexão para as escolas.

O presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) considerou que o ‘ranking’ das escolas hoje divulgado deve ser um importante documento de trabalho e de reflexão para as escolas.

Rui Martins destacou que a CNIPE considera “interessante” e “muito importante” este tipo de documento e de trabalho para a reflexão que as escolas devem fazer quanto ao sucesso das crianças nas escolas.

“O que nós verificamos é que há esta comparação entre ensino privado e público, que é significativo. Verificamos também que as escolas em termos de projeto de autonomia da escola pública, já existem boas aprendizagens, bons projetos e os resultados estão a começar a aparecer”, destacou.

Por outro lado, destacou com preocupação “que há um grande número de alunos ainda nas escolas com retenções, ou chumbos”.

“Também verificamos que se as pessoas, os profissionais, os professores forem felizes também conseguem transmitir isso e partilhar junto dos nossos filhos e educandos e todos são felizes. E, portanto, a partilha, o espírito de entreajuda, é fundamental para o sucesso de qualquer projeto escolar e, portanto, acho que as escolas devem olhar para este documento como uma ferramenta de trabalho de reflexão para um futuro melhor para todos”, considerou.

Rui Martins salientou ainda que “aos pais de alunos das escolas do interior do país não lhes vale muito saber que determinada escola está melhor ou pior classificada, porque não têm outra para colocar os seus filhos”.

“Aquilo que os pais pedem no interior, o chamado interior profundo do nosso país, é que todos aprendam com todos e que as escolas que estão no interior, que são as únicas que estão à disposição dos pais, consigam fazer mais e melhor para um futuro melhor para os nossos filhos”, afirmou.

É no Porto que se encontram as escolas pública e privada com melhores resultados nos exames do secundário, segundo um ‘ranking’ elaborado pela agência Lusa tendo em conta as médias dos alunos internos das escolas onde se realizaram mais de cem provas.

Os alunos do Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, voltaram a destacar-se ao conseguirem a melhor média nacional, com 15,02 valores em 479 exames realizados.

Numa lista de 521 estabelecimentos de ensino, a primeira escola pública surge em 28.º lugar, graças aos estudantes da Secundária Garcia de Orta, também no Porto, que fizeram 796 exames e obtiveram uma média de 12,91 valores.

Comparando com o ano anterior, quando os primeiros 33 lugares da lista foram ocupados por privados, verifica-se uma ligeira subida das escolas públicas.

As dez escolas públicas com melhores resultados encontram-se nos primeiros 50 lugares da lista, sendo que, muitas vezes, as diferenças entre elas só são percetíveis olhando para as centésimas.

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Ministro da Educação não é adepto de “ranking” das escolas

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2018

Tiago Brandão Rodrigues não é adepto das listas de escolas por considerar que as realidades do ensino superior público e privado não podem ser comparadas.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues reafirmou, hoje, em Viana do Castelo que “não é adepto” das listas de escolas por considerar que as realidades do ensino público e privado não podem ser comparadas.

“Eu disse há um ano que não era adepto destas listas seriadas e continuo a manter a minha opinião porque sei que o bom trabalho que se faz nas escolas vai muito além dos ‘ranking'”, afirmou o governante.

Questionado pelos jornalistas sobre os resultados dos exames nacionais, que colocam 27 escolas privadas à frente das públicas, Tiago Brandão Rodrigues, disse que as “escolas públicas são muito mais do que as notas dos exames de fecho de ciclo“.

“São os exames, mas também todo o trabalho que se faz, todos os dias, em contextos socioculturais e económicos tão diferentes e que precisamos todos de valorizar”, defendeu Tiago Brandão Rodrigues.

“Que diferença é que há numa escola que está no número 200 lugar ou que está no número 350? Que diferença é que há entre uma escola que tem de lidar todos os dias, aí sim há diferença, com um meio socioeconómico complexo, comparativamente, a uma escola que pode escolher os alunos e dizer quais são os que contarão para essa lista seriada? Obviamente que são realidades que não podem ser comparadas”, disse.

Os primeiros 27 lugares das escolas com melhores médias nos exames nacionais do secundário são ocupados por colégios privados, registando-se uma subida de cinco lugares das escolas públicas no ‘ranking’ elaborado pela agência Lusa.

"Os exames servem, acima de tudo, para entendermos e para seriarmos a entrada no ensino superior, acima de tudo, porque as instituições de ensino superior assim o pedem e o Ministério corresponde, mas há vida para além dos exames”

Tiago Brandão Rodrigues

Ministro da Educação

“Todos sabemos a realidade que enfrenta, todos os dias, a nossa escola pública, de luta constante para que a equidade e o sucesso escolar aconteçam em cada um dos contextos socioeconómicos do país, independentemente, de estarmos numa aldeia do Alto Minho ou num bairro da grande Lisboa”, referiu o ministro da Educação.

“Os exames servem, acima de tudo, para entendermos e para seriarmos a entrada no ensino superior, acima de tudo, porque as instituições de ensino superior assim o pedem e o Ministério corresponde, mas há vida para além dos exames”, destacou.

O governante adiantou que, este ano, “em nome da transparência”, o Ministério da Educação forneceu novos indicadores para a elaboração das listas seriadas, nomeadamente, do ensino profissional para “valorizar” uma via que o Governo “não quer ver secundarizada nem estigmatizada”.

Tiago Brandão Rodrigues disse que o “importante” para o Governo é “trabalhar para que cada aluno possa dar o seu máximo“, apontando como exemplo o investimento de 5,8 milhões de euros que está em curso na escola EB 2/3 Frei Bartolomeu dos Mártires, em Viana do Castelo.

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Apple manda reparar iphone 7 nos Estados Unidos e Ásia

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2018

Empresa garante que as reparações não têm custo para o cliente. Modelos afetados foram vendidos entre setembro de 2016 e fevereiro de 2018.

A Apple vai mandar reparar vários iphones 7 no mercados dos Estados Unidos e Ásia. As unidades afetadas foram vendidas entre setembro de 2016 e fevereiro deste ano na China, Hong Kong, Japão, Macau e Estados Unidos.

A informação consta na página oficial da Apple. A marca especifica que existe uma pequena percentagem de dispositivos que mostram no visor a indicação “sem serviço”, mesmo quando tem rede disponível.

A empresa liderada por Tim Cook garante que esta reparação não terá qualquer tipo de custo para o cliente.

Esta não é a primeira vez que a marca se viu obrigada a reparar defeitos nos iphones. O iphone 5S, o iphone 6 plus e o 6S foram alguns dos modelos anteriormente afetados.

Estas notícias acontecem na semana em que a Apple registou lucros de 20 mil milhões de dólares no último trimestre do ano. Um valor recorde, que foi conseguido, apesar da venda de menos iphones no período. Segundo os números disponibilizados pela empresa, no último trimestre do ano, foram vendidos 77,3 milhões de iphones, cerca de 1% menos do que no ano anterior e cerca de um milhão a menos do que era projetado pelos analistas.

No entanto, a quebra no número de unidades foi compensada pela venda de unidades mais caras, como é o caso do iphone X.

 

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Da telepatia ao fim dos telemóveis: estas são as dez previsões tecnológicas da Cisco até 2050

O fim dos smartphones, as comunicações por telepatia e os carros flutuantes são apenas três das dez previsões da Cisco para as próximas três décadas. Porque o futuro "não está assim tão longe".

Rowan Trollope apresentou as previsões da Cisco num evento em Barcelona.Ben Phillips Photography/Cisco

O mundo está a mudar por causa da tecnologia. Mas essa mudança está a acontecer bem mais rápido do que muitos imaginam. Esta terça-feira, Rowan Trollope, alto cargo da multinacional, partilhou as previsões da Cisco até 2050. A empresa acredita que os smartphones vão desaparecer em meados da próxima década e que haverá cura para o Alzheimer em 2036. Mas já em 2022, um primeiro conceito de carro voador deverá ser realidade. Conheça as previsões em detalhe.

2022: Carros autónomos e flutuantes chegam ao Dubai

Na visão de Rowan Trollope, vice-presidente sénior da Cisco e diretor-geral das divisões de aplicações e internet das coisas, em 2022 deverão começar a circular no Dubai os primeiros carros autónomos e… flutuantes. Isso mesmo. O especialista antecipou que existirá tecnologia que permitirá estes automóveis circular junto à estrada mas sem tocar no chão. “Os carros voadores vão estar por aí. Isto é real e está a acontecer. Não estamos assim tão longe”, garantiu o responsável da Cisco.

2025: Smartphones vão desaparecer

É outra previsão do especialista da Cisco. Em 2025, os telemóveis vão desaparecer. Mas não num sentido de regressão tecnológica — pelo contrário. Rowan Trollope prevê o fim dos smartphones porque já não serão necessários, garantiu. Nesta altura, deverão estar a chegar ao mercado novas tecnologias avançadas de realidade aumentada, que permitirão usar um novo tipo de telemóvel que não será físico, mas uma espécie de holograma. “É totalmente revolucionário. O Google Glass foi a primeira versão. A Magic Leap é a segunda. Veremos esta tecnologia a levantar voo”, disse. A Magic Leap é uma startup norte-americana envolta em grande secretismo, mas que se acredita que esteja a desenvolver uma tecnologia que vai permitir a existência de hologramas, como em Hollywood.

Rowan Trollope acredita que os smartphones vão desaparecer para darem lugar aos hologramas.Pixabay

2027: Será possível escrever com o pensamento

Rowan Trollope acredita que, em 2027, será possível escrever através do pensamento. Ao invés de rebuscado, o especialista explicou que “esta tecnologia já existe”, mas que só no final da próxima década é que deverá massificar-se. “É tão excitante como esquisito”, comentou.

2028: Simulações do cérebro humano serão realidade

Rowan Trollope acredita que será possível emular o cérebro humano e criar uma simulação no final da próxima década, tecnologia que é hoje muito aguardada por ter potencial para revolucionar áreas críticas como a medicina. O alto cargo da Cisco também disse que esta tecnologia já existe, mas numa dimensão menor, sendo possível levar a cabo pequenas simulações do cérebro de ratos. “Acreditamos que simulações completas do cérebro humano vão ser possíveis. Simular totalmente o cérebro humano. Já pode ser feito com ratos”, disse.

2030: Novos (e estranhos) empregos no LinkedIn

No início da década seguinte, os cargos dos profissionais no LinkedIn serão bem diferentes dos atuais. Vai ser comum ver cargos como “gestor de avatares”, “criador de partes do corpo”, “especialista em reversão das alterações climáticas”, entre outras, indicou Rowan Trollope.

2034: Serão comuns as ligações à internet de 1 Tbps

Atualmente, as redes de nova geração permitem transferências, na melhor das hipóteses, de 100 Mbps (megabits por segundo), numa altura em que se tenta chegar às ligações de 1 Gbps com o 5G, a rede móvel de quinta geração. Em 2034, antecipa o especialista da Cisco, deverão ser comuns as redes com débitos de 1 Tbps. “Há muito trabalho a fazer. A rede terá um papel importantíssimo. Essa conectividade vai mudar a forma como vivemos”, previu.

As ligações por fibra ótica vão parecer um caracol ao lado das redes com débitos de 1 Tbps.Pixabay

2036: Descoberta a cura do Alzheimer

A Cisco defende que a tecnologia vai desempenhar um papel maioritariamente positivo na vida das sociedades do futuro. Segundo Rowan Trollope, em 2036, “graças à engenharia reversiva no cérebro humano”, os especialistas chegarão à cura do Alzheimer, uma das mais preocupantes doenças dos dias de hoje.

2040: PCs terão o poder de mil milhões de cérebros

“É aqui que as coisas realmente começam a acontecer: um computador pessoal mediano terá o poder de mil milhões de cérebros humanos. Teremos mil milhões de cérebros numa caixa”, disse Rowan Trollope. Os avanços na capacidade de processamento dos CPUs, que são as unidades centrais de processamento em qualquer aparelho minimamente inteligente, permitirão chegar a aparelhos bem mais poderosos e preditivos. Isso permitirá a uma pessoa comum realizar tarefas mais complexas com maior rapidez.

2048: Telepatia virtual dominará as telecomunicações

Quem precisa de um tarifário quando pode, simplesmente, transmitir um pensamento para outra pessoa? É a forma de comunicar no futuro, de acordo com as previsões de Rowan Trollope, que garantiu esta terça-feira que, em 2048, as telecomunicações serão “dominadas pela telepatia virtual”. Será o resultado de avanços numa outra tecnologia já falada anteriormente: a hipótese de transmitir pensamentos para texto, que o especialista acredita que será realidade algures em 2027.

A Fira Barcelona encheu para ouvir as previsões da Cisco até 2050.Ben Phillips Photography/Cisco

2050: Base permanente em Marte

A previsão de Rowan Trollope é mais modesta do que a de Elon Musk, o fundador da Tesla e da SpaceX, que tem envidado esforços para pôr o homem em Marte num curto prazo. Em contrapartida, a Cisco só vê o homem no planeta vermelho dentro de pouco mais de 30 anos, algures nos anos 50 do corrente século. Em 2050, Rowan Trollope crê que existirá uma base permanente em Marte e estima que a Terra tenha 9,7 mil milhões de habitantes, duas vezes mais do que a capacidade do planeta. Isso forçará o ser humano a começar a empenhar esforços para se lançar à escala “interplanetária”.

A realidade é que o futuro não está assim tão longe. 2050 não está assim tão longe.

Rowan Trollope

Vice-presidente sénior da Cisco, diretor-geral dos departamentos de aplicações e IoT

Estas previsões foram partilhadas pelo especialista no arranque da conferência Cisco Live em Barcelona, o maior evento da multinacional na Europa. A empresa esperava entre 10.000 a 15.000 pessoas na Fira Barcelona, onde centenas de parceiros da companhia expuseram as tecnologias desenvolvidas numa conferência que decorreu até ao final da semana.

O ECO viajou para Barcelona a convite da Cisco Portugal.

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Gulbenkian: Sair do petróleo “é uma questão de coerência com as nossas convicções”

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2018

Isabel Mota, presidente da Fundação Gulbenkian, diz que venda do negócio do petróleo " é uma questão de coerência com as nossas convicções". Património da Fundação vai manter dimensão após venda.

A Fundação Calouste Gulbenkian, que esta semana anunciou, a venda do negócio do petróleo garante que o negócio não afetará nem a dimensão nem o património da fundação. Isabel Mota, presidente da Fundação, em declarações ao Expresso, deste sábado, justifica o negócio com a coerência. “É uma questão de coerência com as nossas convicções“, refere.

Para a presidente da Gulbenkian “a sustentabilidade que defendemos implicaria, mais cedo ou mais tarde, sairmos dos combustíveis fósseis. E corresponde a um movimento geral nas grandes fundações internacionais e não só: ter uma preocupação ética em relação ao bem comum e direcionar os investimentos em relação à filantropia”.

Isabel Mota diz mesmo que “é uma contradição defender a sustentabilidade, o Acordo de Paris, o ambiente, os oceanos e depois aumentar o investimento em petróleo, o que seria indispensável para manter a Partex como player internacional”.

A decisão, prossegue, Isabel Mota foi tomada por unanimidade dentro do conselho de administração.

A presidente da Gulbenkian ressalva que “a Fundação já não vive sobretudo do petróleo” e, salienta “a identidade da Fundação Gulbenkian está no que ela faz e não na forma como ela é financiada”. Porém admite que “é uma mudança de forte simbolismo na Fundação mas que em nada muda a sua atividade”.

A Fundação Gulbenkian garante que a verba arrecadada com a alienação da Partex, holding que agrega o negócio petrolífero, será reinvestido não afetando assim a atividade.

As negociações para vender a Partex, conhecidas esta semana, já decorrem há meses, tendo mesmo já sido assinado um memorando de entendimento com a CEFC China Energy, devendo o desfecho ocorrer durante as próximas semanas, avança o Expresso. O negócio do petróleo tem um peso de cerca de 18% do total do ativo, sendo o valor contabilístico da Partex de perto de 500 milhões de euros, valor que serve de referência para o negócio em curso.

 

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Investimento da Google ameaça direitos de autor

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2018

O Governo poderá rever a sua posição, em Bruxelas, face à criação de barreiras ao negócio das plataformas digitais devido ao investimento da Google em Portugal.

O governo tem defendido junto de Bruxelas a criação de fortes barreiras ao negócio das plataformas digitais, como é o caso do Youtube, mas essa posição pode estar a ser revista devido ao investimento da Google.

O jornal Expresso, escreve este sábado que o investimento da Google em Portugal, nomeadamente em Oeiras, pode vir a ser maior do que o anunciado por António Costa e que dava conta da criação de 535 postos de trabalho, mas para que isso aconteça necessário que o Governo português reveja a sua posição face à diretiva europeia que regula os direitos de autor no mercado único digital, lesiva dos interesses de plataformas digitais de partilha de conteúdos, como o Youtube (propriedade da Google).

Segundo a diretiva europeia, as plataformas digitais de partilha de conteúdos poderão ter que vir a pagar pela divulgação dos mesmos, o que até agora não acontecia, amealhando milhares de milhões de euros em publicidade que não repartiam com os detentores de direitos.

O ministério da Cultura que até agora tinha assumido uma posição dura na defesa da diretiva europeia está já a mudar o discurso oficial. Em declarações aquele jornal, o ministério da Cultura adianta que esta “é uma matéria que radica numa negociação e que é, portanto, evolutiva”.

O Expresso cita fontes envolvidas no processo, dando conta de que durante as negociações entre o Executivo e a Google, o ministério da Economia terá questionado o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes sobre alguns dos pressupostos da proposta nacional.

De acordo com aquela publicação, que cita fontes das negociações, alguns destes pressupostos podem colocar em causa “a capacidade de Portugal atrair investimento estrangeiro” por parte dos gigantes tecnológicos. Mas a mesma fonte nega que estes contactos tenham acontecido no âmbito da negociação da Google com o governo português, alegando que o processo já estava fechado.

Outra fonte nega ao semanário qualquer ligação entre futuros investimentos da Google em Portugal e a posição do governo face à diretiva europeia, mas não confirma se foram, ou não, negociadas com a tecnológica contrapartidas em troca do reforço ou diversificação do investimento anunciado.

Já fonte oficial da Google afirma que a empresa “não decide os seus investimentos com base em decisões políticas”.

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