Altice pede insolvência de empresa do grupo Nowo

A Altice pediu a insolvência da ONI, uma empresa da Nowo, o grupo que negociou os direitos de futebol para Portugal com a Eleven Sports.

A Altice Portugal requereu a insolvência da ONI, uma empresa de telecomunicações grossista controlada pela Nowo, a operadora que tem um acordo com a Eleven Sports para a distribuição de direitos do futebol como a Liga dos Campeões e a liga espanhola. Este pedido de insolvência entrou formalmente esta terça-feira na Comarca de Lisboa, apurou o ECO.

Oficialmente, ninguém faz comentários sobre este ação judicial que põe em causa a continuidade da ONI, mas que pode também chegar à própria Nowo enquanto acionista da empresa. Em causa estará uma dívida superior a seis milhões de euros que já terá tido vários acordos de pagamento no último ano. Sempre por cumprir.

A iniciativa da Altice Portugal, liderada por Alexandre Fonseca, é uma bomba: ao espoletar uma ação judicial, a ONI vai ser citada, provavelmente esta quinta-feira, e terá dez dias para responder. Quais são os motivos invocados? A incapacidade da ONI para pagar as suas dívidas e um balanço desequilibrado. Os últimos números disponíveis são os de 2016 e estão no vermelho. Com capitais próprios negativos da ordem dos 25 milhões de euros.

Em pano de fundo deste processo está, claro, a agressividade comercial da Nowo na compra dos direitos de futebol e no acordo com a Eleven Sports, que veio abanar o mercado dos direitos televisivos, ao mesmo tempo que a Altice Portugal é acionista da concorrente SportTV.

A Nowo e a ONI são duas empresas com existência jurídica própria, mas são na verdade um grupo de telecomunicações, com o mesmo presidente executivo, Miguel Venâncio. E são geridas como uma empresa única, uma para o mercado grossista (ONI) e outra para o segmento retalhista (a Nowo). A Nowo controla, através de outra empresa, a a ONI. E quem manda na Nowo? Essa é outra das surpresas nestes contexto: um dos maiores fundos do mundo, a Apax, que aliás, comprou a Nowo (antiga Cabovisão) à própria Altice em 2016. Qual será a resposta da Apax perante este processo? Vai saber-se nos próximos dias.

Como é que a Nowo tem condições para abanar o mercado dos direitos televisivos, ao fazer um acordo de distribuição com a Eleven Sports, quando o grupo tem dívidas de milhões aos outros operadores, questiona outra fonte do ECO, que está por dentro deste processo da Altice. A uma semana do encontro anual da APDC, o fórum anual que reúne todo o setor de telecomunicações, este processo vai o centro de todas as discussões.

O ECO contactou a Nowo e a Altice Portugal, no sentido de obter comentários a estas informações. Encontra-se a aguardar resposta.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Marta Santos Silva
  • 20 Setembro 2018

Desde o uso dos transportes públicos aos juros do crédito à habitação, são vários os dados a ter em conta num dia em que o Conselho de Finanças Públicas revela as suas perspetivas até 2022.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela tanto o nível dos juros suportados pelas famílias com os créditos à habitação, como a atividade nos transportes em Portugal. Ao mesmo tempo, o Conselho de Finanças Públicas avalia as perspetivas para o equilíbrio financeiro português para os próximos anos. Saiba com o que contar hoje.

CFP avalia as perspetivas das finanças portuguesas até 2022

Teodora Cardoso apresentará esta quinta-feira, às 11h00, as perspetivas do Conselho de Finanças Públicas, que lidera, para as contas públicas de Portugal até 2022. O CFP tem sido, nas últimas avaliações, mais otimista do que se tinha tornado habitual, acompanhando com mais frequência as previsões do Governo, que antevê um défice de 0,7% em 2018 e de 0,2% para 2019 no seu Programa de Estabilidade e Crescimento. Falta saber se a posição do CFP se mantém, e o que prevê para os próximos anos que abrangerão já a próxima legislatura.

Sindicatos da Função Pública voltam a reunir com o Governo

Os sindicatos da Função Pública voltam a encontrar-se com o Ministério das Finanças para procurar respostas para algumas das suas exigências que incidiriam sobre o Orçamento de Estado para 2019. Os sindicatos Fesap, Frente Comum e STE pretendem que o Governo avance com aumentos salariais, fora daqueles que advêm da progressão nas carreiras, mas o Executivo tem estado relutante em acompanhar estes pedidos.

Na Autoeuropa, será dia de contraproposta?

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa encontra-se pela terceira vez com a administração da empresa desde que a fábrica retomou atividade após a sua pausa de agosto. Desta vez, é esperado pelos representantes dos trabalhadores que a administração possa apresentar uma contraproposta para a compensação dos operários da fábrica da Volkswagen em Palmela que começaram já a trabalhar ao domingo, num novo regime de laboração contínua. Os trabalhadores querem ser remunerados a dobrar pelos domingos trabalhados, entre outras reivindicações.

INE divulga utilização dos transportes públicos

Nos últimos dados registados da atividade dos transportes, tem havido uma tendência de melhoria, ou seja, com aumento nos passageiros movimentados nos aeroportos nacionais ou no transporte ferroviário pesado ou ligeiro. O INE mostra os dados da atividade dos transportes, relativos ao segundo trimestre de 2018, permitindo agora perceber se continua o abrandamento nas mercadorias transportadas, tanto por comboio como através dos portos.

Os juros das casas continuam a tocar máximos?

Em julho, a taxa de juro implícita no crédito à habitação chegou a um máximo desde outubro de 2016. E a tendência tem sido sempre de subida desde maio. Esta quinta-feira, o Instituto Nacional de Estatística revela os dados de agosto, que permitirão saber quais as taxas dos novos contratos, indicando qual o esforço financeiro que as famílias estão a fazer para pagarem os seus créditos à habitação.

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Lucros do Benfica caem para metade. Passivo recua para níveis pré-troika

A SAD encarnada continua a apresentar resultados positivos, mas a última temporada foi menos lucrativa. Fechou a época 2017/2018 com lucros de 20 milhões de euros.

O Benfica continua a dar lucro. No entanto, na época em que perdeu o título de campeão nacional para o Futebol Clube do Porto, os resultados líquidos da SAD encarnada encolheram para menos de metade, cifrando-se em 20 milhões de euros. Quebra nas receitas com transferências de jogadores explicam os números do ano fiscal.

“O resultado líquido ascende a um montante de 20,6 milhões de euros, o que corresponde ao quinto exercício consecutivo em que a Benfica SAD apresenta lucro e ao seu segundo melhor resultado de sempre”, refere a SAD, em comunicado enviado à CMVM. O melhor tinha sido obtido no ano fiscal anterior, quando os lucros ascenderam a 44,5 milhões.

Houve uma quebra de 53% nos dos resultados líquidos, mas também nos resultados operacionais que se cifraram em 32,4 milhões de euros. Uma evolução menos positiva que traduz a quebra nas receitas, tanto sem atletas, fruto do desempenho do Benfica na Liga dos Campeões — nesta temporada, o clube estreou-se na fase de grupos com uma derrota frente ao Bayern de Munique por duas bolas a zero –, mas também considerando os proveitos com jogadores.

"A SAD volta a apresentar um passivo consolidado inferior a 400 milhões de euros, o que não se verificava desde o final do exercício de 2010/2011.”

SAD do Benfica

“Os rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) ultrapassam os 121,5 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 6,7 milhões de euros face ao período homólogo, principalmente justificado pelo desempenho desportivo na Liga dos Campeões”, diz a SAD. As transações de direitos de atletas renderam 63,8 milhões contra os mais de 100 no período homólogo.

Passivo encolhe. Custos também

Neste exercício, a SAD encarnada revela que os resultados financeiros foram negativos em 11,5 milhões de euros, “o que equivale a uma melhoria de 34,2% face ao período homólogo, sendo a variação principalmente justificada pela redução do passivo bancário”, que recuou para níveis pré-troika.

“O passivo da Benfica SAD diminuiu 40,1 milhões de euros no decorrer do exercício de 2017/2018, o que significa que no final do período atinge um valor de 398,3 milhões de euros. De realçar que a sociedade volta a apresentar um passivo consolidado inferior a 400 milhões de euros, o que não se verificava desde o final do exercício de 2010/2011″, nota a SAD.

Esta “redução do passivo é principalmente justificada pela diminuição de 110,4 milhões de euros nas rubricas de empréstimos obtidos, face à redução do passivo bancário que ocorreu no decurso deste exercício, sendo de destacar o reembolso antecipado voluntário do Project Finance do Estádio, a liquidação total do Programa de Papel Comercial e a não utilização da linha de crédito disponível junto do Novo Banco”.

SAD mais sólida. Capitais próprios em recorde

A SAD encarnada fechou a última temporada com um ativo que ascende a 485,1 milhões de euros, o que corresponde a um decréscimo de 4,1% face ao período homólogo. Ainda assim, tendo em conta a quebra do passivo, os capitais próprios da SAD liderada por Luís Filipe Vieira atingiram o valor mais elevado de sempre.

No decurso do exercício de 2017/2018, o capital próprio “apresentou uma melhoria de 19,1 milhões de euros, o que corresponde ao quinto exercício consecutivo em que a situação líquida apresenta uma variação positiva”. “O capital próprio da Benfica SAD a 30 de junho de 2018 ultrapassa os 86,8 milhões de euros, atingindo o valor mais alto de sempre deste a constituição da Sociedade”, destaca.

(Notícia atualizada às 22h38 com mais informação)

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Wall Street passa ao lado da guerra comercial. Só Nasdaq cai

  • Marta Santos Silva
  • 19 Setembro 2018

Apesar das recentes jogadas na guerra comercial que tem posto Pequim contra Washington, os investidores estão mais focados nos dados das empresas e da economia dos EUA.

Excetuando as tecnológicas, a bolsa de Nova Iorque passou ao lado das recentes trocas de ameaças e tarifas entre os Estados Unidos e a China, que tanto têm pressionado os índices internacionais, e subiu. O índice Dow Jones chegou mesmo ao seu nível mais alto desde janeiro, em parte graças ao efeito das notícias sobre os juros da dívida soberana no setor financeiro.

O índice de referência S&P 500 subiu 0,12% para os 2.907,93 pontos e o Dow Jones subiu 0,61% para os 26.406,37 pontos. Em parte, o empurrão veio das empresas do setor financeiro — o setor subiu 1,9% no S&P 500.

Bancos de investimento como o Goldman Sachs, o Citigroup e o JP Morgan Chase subiram todos mais do que 3%, o que o analista Matt Forester, que falou à Reuters, considerou normal. “A área financeira vai responder a estes dados mais fortes [da subida dos juros da dívida], mantendo a Fed no caminho da normalização” dos juros, afirmou.

Nas tecnológicas, o dia não foi tão positivo. O índice tecnológico Nasdaq caiu 0,08% para os 7.950,04 pontos. A queda no setor foi de 0,3%, motivado principalmente por uma desvalorização de 1,5% da Microsoft. Apesar de ter aumentado os dividendos, a empresa criada por Bill Gates foi penalizada por uma análise do banco de investimento Morgan Stanley.

Destaque negativo também para a queda de 1,2% na Amazon, isto no dia em que foi revelado que a empresa está a ser escrutinada pela Comissão Europeia. Em causa está o acesso que tem aos dados das empresas que vendem através do seu marketplace.

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“Função” de Manso Neto era “gerir o processo dos CMEC”, diz antigo administrador da EDP

"O mandato de [Manso Neto] era, assegurando a neutralidade económica, conseguir a melhor posição para a EDP", diz Pedro Rezende, antigo administrador executivo da EDP.

Há mais um interveniente no desenho dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (os chamados CMEC) a atribuir a João Manso Neto, atual administrador da EDP e presidente executivo da EDP Renováveis, a responsabilidade pela negociação dos CMEC com os governos da altura. Desta vez, é Pedro Bastos Rezende, antigo administrador executivo da EDP, que antes de chegar à elétrica nacional foi sócio e vice-presidente da consultora que é investigada no âmbito do processo dos CMEC, a Boston Consulting Group (BCG). A “função” de Manso Neto era a de “gerir o processo dos CMEC”, aponta Pedro Rezende, que é também arguido no processo que investiga estas rendas ao setor da eletricidade.

Numa audição no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade — que, a pedido do próprio Pedro Rezende, está a decorrer sem que seja permitido qualquer registo de imagem –, o antigo administrador da EDP começou por frisar que desconhece os motivos pelos quais é arguido, apesar dos requerimentos que já apresentou à justiça portuguesa.

Agora na AT Kearney — consultora que assessorou o grupo de trabalho criado pelo Governo de Passos Coelho para estudar a melhor forma de cortar as rendas à EDP –, Pedro Rezende esteve na administração da EDP entre março de 2003 e março de 2006, período durante o qual os CMEC foram desenhados. Nessa altura, admite ter acompanhado o “assunto dos CMEC e dos CAE [os Contrato de Aquisição de Energia, que foram cessados antecipadamente] enquanto administrador da EDP”. O seu papel, descreve, consistiu em “acompanhar diretamente as equipas técnicas envolvidas neste processo”.

Pedro Rezende admite ainda ter participado, enquanto administrador da EDP, em “duas reuniões importantes”, nas quais se discutiram “as condições necessárias para se avançar com o MIBEL [mercado ibérico de eletricidade]“. Contudo, garante que nenhuma destas foi para negociação: “a primeira foi de enquadramento e a segunda foi de ponto de situação do processo”.

O papel das equipas da EDP era, dentro do objetivo da neutralidade económica, assegurar que a EDP ficava na melhor posição possível.

Pedro Rezende

Antigo administrador executivo da EDP

Questionado pela deputada socialista Ana Passos sobre se, nestas reuniões, “tentava influenciar os políticos para que o quadro legal fosse mais generoso para a EDP”, Pedro Rezende reconheceu que “o papel das equipas da EDP era, dentro do objetivo da neutralidade económica, assegurar que a EDP ficava na melhor posição possível.

Esse objetivo, diz, terá sido assegurado, sobretudo, por João Manso Neto, que então era administrador da EDP Produção. “João Manso Neto assumiu essa tarefa de um ponto de vista mais próximo”, começou por dizer.

A deputada socialista questionou ainda se, enquanto administrador executivo da EDP, “ordenou” a Manso Neto que fosse a uma reunião com Abel Mateus, na altura presidente da Autoridade da Concorrência. “Não me lembro sequer de ter existido essa reunião”, disse. Já questionado sobre se ordenou que Manso Neto fosse a reuniões com membros do Governo, voltou a reconhecer o protagonista do agora presidente da EDP Renováveis neste processo.

“Não sei se ‘ordenar’ é a maneira de colocar as coisas. Mas a verdade é que Manso Neto, na função e responsabilidade que tinha de gerir o processo dos CMEC, reportava primeiro a mim. O mandato dele era, assegurando a neutralidade económica, conseguir a melhor posição para a EDP“, afirmou.

“CMEC custaram o mesmo que iriam custar os CAE”

Confrontado com os possíveis sobrecustos que as rendas pagas ao setor da eletricidade representam para os consumidores, Pedro Rezende discordou dessa visão.

“Sinto-me de consciência absolutamente tranquila pela minha participação no processo. A minha participação foi do máximo rigor, com o objetivo de conseguir uma neutralidade económica”, defendeu inicialmente.

E acrescentou: “Os CMEC custaram o mesmo que iriam custar os CAE. O objetivo dos CMEC, quer pelo lado do Governo, quer pelo lado da EDP e da REN, era que o custo fosse exatamente o mesmo dos CAE. Na minha opinião não houve sobrecusto nenhum“, sublinhou.

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Farfetch sobe preço de venda das ações para 17 a 19 dólares. Estreia-se esta semana em Nova Iorque

  • ECO
  • 19 Setembro 2018

A Farfetch vai estrear-se esta semana na bolsa de Nova Iorque. E há muitos interessados. Tantos que a empresa aumentou o intervalo de preços de venda das ações para 17 a 19 dólares.

A Farfetch está a atrair muitos investidores. Tantos que, a dias da sua estreia na bolsa de Nova Iorque, a empresa decidiu aumentar o intervalo de preços a que está a vender as ações na Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) dos 15 a 17 dólares por ação para 17 a 19 dólares, diz o Financial Times. Ao preço máximo, fica avaliada em 4,7 mil milhões de euros.

A retalhista de moda de luxo criada pelo empreendedor português José Neves passará a apresentar uma avaliação ainda mais elevada do que o previsto com base nos preços inicialmente apresentados no prospeto enviado à SEC. Aumentando o intervalo inicial de preços, a empresa vê a sua avaliação subir de um máximo de 3,92 mil milhões para até 4,7 mil milhões de euros (5,5 mil milhões de dólares).

A avaliação que a colocação em bolsa permite fazer da Farfetch ficará, assim, acima do que era antecipado pelo mercado, em torno dos cinco mil milhões de dólares. Atualmente, antes da entrada em bolsa, a empresa vale cerca de 1,5 mil milhões, depois de sucessivas rondas de financiamento.

O Goldman Sachs, JPMorgan, Allen & Co e o UBS são os bancos de investimento responsáveis pela operação de colocação destes títulos, sendo que poderão também vir a colocar uma outra tranche, de 5,63 milhões de ações, de acordo com a informação apresentada no prospeto enviado à SEC. O prazo para a colocação de ordens está prestes a terminar, sendo esperado que as ações comecem a negociar em Nova Iorque ainda esta semana.

A entrada em bolsa acontece numa altura em que apesar de registar prejuízos, tem conseguido apresentar aumentos expressivos das receitas. A 20 de agosto, altura em que avançou com o processo de admissão, a Farfetch revelou que entre janeiro e junho deste ano registou prejuízos de 68,4 milhões de dólares, refletindo um agravamento de 133% face ao mesmo período do ano passado. No total do ano passado, a empresa apresentou prejuízos de 112 milhões (contra 81 milhões em 2016).

Não é só pelo facto de registar prejuízos (desde 2015) que a empresa não pretende pagar dividendos. Nos documentos entregues à SEC, a CMVM dos EUA, a Farfetch já avisou que vai querer manter fundos disponíveis para financiar o desenvolvimento da sua atividade numa indústria global de bens e acessórios de luxo.

“Não antecipamos qualquer pagamento de dividendos no futuro previsível. Pretendemos reter todos os fundos disponíveis e quaisquer lucros futuros para financiar o desenvolvimento e expansão do nosso negócio”, afirmou a empresa. “Contudo, se pagarmos dividendos relativos às nossas ações ordinárias no futuro, vamos pagar tal dividendo com base nos nossos lucros”.

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Parlamento não satisfez táxis. Protesto na rua é para manter

  • Lusa
  • 19 Setembro 2018

Os dirigentes das associações dos táxis pedem aos taxistas que prolonguem o protesto nas ruas que está a abrandar Lisboa, Faro e Porto, contra a entrada em vigor da chamada "lei da Uber".

As duas entidades representativas do setor do táxi apelaram hoje para que os profissionais se mantenham em protesto nas ruas, depois de terem estado reunidas com os grupos parlamentares.

Após os encontros no parlamento, já nos Restauradores, local do início do protesto em Lisboa, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, disse que tanto esta entidade como a Federação Portuguesa do Táxi entendem que o protesto deve continuar.

Os taxistas manifestam-se hoje em Lisboa, Porto e Faro contra a entrada em vigor, a 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé.

Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho, com os votos a favor do PS, do PSD e do PAN, os votos contra do BE, do PCP e do PEV, e a abstenção do CDS-PP. A legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 31 de julho.

Os representantes do setor do táxi enviaram à Assembleia da República um pedido para serem hoje recebidos pelos deputados, a quem pediram esta tarde seja iniciado o procedimento de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma e que, até à pronúncia do Tribunal Constitucional, se suspendam os efeitos deste, “por forma a garantir a paz pública”. Desta vez, os táxis mantêm-se parados nas ruas e não realizam uma marcha lenta.

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Como medir o sucesso da transformação digital nas empresas?

  • ECO + IDC
  • 19 Setembro 2018

A IDC prevê que até 2027 a maioria das empresas que sobreviverem nos próximos 10 anos seja transformada digitalmente, com 75% das organizações a atingirem fases mais avançadas do IDC DX MaturityScape.

A transformação digital apresenta-se como uma oportunidade para as organizações tradicionais realizarem mudanças significativas nos seus negócios e operações, através de tecnologias da 3ª plataforma. Assim sendo, para que a transformação seja bem-sucedida, é necessário que as empresas se concentrem na análise do mercado, na definição de objetivos, no estabelecimento de prioridades estratégicas e na identificação dos recursos e investimentos necessários.

Embora muitas organizações já tenham iniciado os seus processos de transformação digital, são muitas não estão a conseguir evoluir e não entendem o valor dos seus investimentos nesta área. Segundo o IDC DX MaturityScape, que analisa o estado de maturidade da transformação digital das empresas, apesar das evoluções registadas ao longo dos últimos anos, apenas 4,5% das organizações em todo o mundo atingiram a fase 5 de maturidade, em 2017.

No entanto, estima-se que em 2027 a meta de 75% das organizações em fases mais avançadas do IDC DX MaturityScape, seja uma realidade junto das empresas que sobreviverem nos próximos 10 anos. Para obter estes valores e para que as empresas atinjam o sucesso através da transformação digital, é necessário medir o desempenho e os investimentos de forma eficaz. Neste sentido, as métricas tradicionais não são suficientes, e é essencial que, as medições do impacto da transformação digital, sejam feitas através da combinação de métricas tradicionais e novas para permitir acompanhar o desempenho da liderança, da experiência do ecossistema, da gestão, transformação e monetização da informação, do modelo operacional e da gestão dos talentos.

Assim, com os objetivos estabelecidos, a medição do desempenho das organizações deve ser feita com base nestas métricas de sucesso. Para que a transformação digital seja eficaz e gere inovação contínua e sustentável, o foco deverão ser as experiências pequenas, rápidas e fáceis de executar que permitem às organizações o lançamento de Minimum Viable Products (MVP) e uma abordagem rápida de correção de eventuais falhas.

Este é o caminho que os principais líderes do setor estão a seguir, estabelecendo novos padrões e redefinindo o sucesso através da inovação disruptiva e contínua com experiências controladas. Por exemplo, organizações como a P&G, Google, Amazon, Netflix e Uber, fazem por ano milhares de experiências de produtos e operações para poderem inovar mais rápido e com custos de falha menores, uma vez que quantas mais experiências são executadas, maiores são as probabilidades de descobrir o que funciona.

A lista de empresas com projetos constantes de inovação continua a crescer, e estas organizações estão a elevar o seu nível e a tornar mais dispendiosa a competição das empresas tradicionais no mercado. Para além disso, apesar de muitas das organizações tradicionais estarem a progredir nos seus processos de transformação digital, são ainda incapazes de medir efetivamente o seu sucesso e de justificar como os investimentos estão a afetar o seu desempenho.

Para responder a esta necessidade, a IDC lançou o DX Performance Scorecard. Neste documento, muitas das métricas são relevantes para todos os setores, sendo que podem também ser utilizadas para criar medidas exclusivas para setores específicos, funções corporativas ou objetivos em termos de projetos. As métricas de sucesso, apresentadas de seguida, e os seus respetivos KPIs são projetadas para ajudar os líderes de negócio e de TI a avaliarem o progresso e as metas de negócio da empresa.

Fonte: IDC, Measuring Digital Transformation Performance: Introducing the IDC Digital Native Enterprise Scorecard 1.0, #AP43037517.

O IDC DX Performance Scorecard serve como guia para: Medição, medindo os benefícios diretos e indiretos dos investimentos da transformação digital; Responsabilidade e transparência, estabelecendo pontos de referência e responsabilidade para os parceiros da transformação digital; e Estratégia, fornecendo uma base estratégica para o planeamento de resultados comerciais, operacionais e tecnológicos das iniciativas digitais.

A IDC espera que, até 2020, os investidores vejam os negócios digitais de maneira diferente, com medidas específicas baseadas na participação de plataformas, valor de dados e engagement de clientes, responsáveis por mais de 75% das avaliações do valor das empresas no mercado. Para navegar com sucesso no panorama de constante mudança, a conferência IDC Directions 2018 irá discutir estes e outros indicadores fundamentais para conseguir reduzir os riscos, aumentar a inovação, agilizar o tempo de lançamento no mercado e gerar mais resultados para o negócio.

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PS resiste ao travão à lei da Uber. E os outros partidos?

Após se reunirem com os taxistas, cada partido mostrou a sua posição relativamente à "lei da Uber". Os socialistas querem, primeiro, analisar as consequências das plataformas para o setor dos táxis.

Os táxis pararam. Contra lei da Uber, milhares de taxistas bloquearam algumas das principais vias de Lisboa, mas também do Porto e de Faro. Pedindo a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma que regula as plataformas eletrónicas, foram recebidos pelos diferentes partidos com assento no Parlamento. Se do lado de uns receberam manifestações de apoio, por parte do PS veio uma resposta negativa.

Cientes de que a maneira mais fácil de o Tribunal Constitucional (TC) se pronunciar sobre esta lei é com o apoio de, pelo menos, 23 deputados, os taxistas decidiram tomar uma atitude. Em convites enviados aos partidos, solicitaram encontros no Parlamento, pedindo a fiscalização sucessiva da constitucionalidade da lei e que, até à pronúncia do TC, se suspendam os efeitos do diploma, “por forma a garantir a paz pública”.

O primeiro encontro foi com o PS. E o resultado não agradou aos profissionais do setor. Mais tarde foi a vez do PCP, do PEV, do Bloco de Esquerda (BE) e do CDS-PP. De fora ficou o PSD que, embora se tenha mostrado disponível para este encontro, adiantou que não tinha recebido qualquer pedido.

PS quer perceber as consequências da lei

O primeiro encontro aconteceu com os socialistas, que não se mostraram convencidos. Após a reunião com os representantes do setor do táxi, Carlos Pereira, deputado do PS, adiantou à Lusa que o partido não vai pedir ao TC que fiscalize a lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte. “Essa questão não está colocada“, disse. “Nós recebemos naturalmente as preocupações, vamos avaliá-las ainda no quadro do grupo parlamentar, mas essa questão não foi colocada por nós”, acrescentou.

Para o deputado, “é preciso primeiro perceber quais são as consequências que esta lei pode ter, de facto, no setor“, o que só poderá acontecer depois de a mesma entrar em vigor. Para João Pereira, “é do mais elementar bom senso” que os deputados possam primeiro “observar quais são as consequências que esta lei vai ter nos diferentes setores, incluindo no setor do táxi, e também no setor que pretende regular”.

Contudo, o PS não fecha “as portas a nada”. “É natural que, depois de um debate tão intenso, depois de um diálogo grande que fomos fazendo ao longo dos últimos dois anos, é natural que seja expectável que esta lei possa entrar em vigor a 1 de novembro”, disse, explicando que “é da vida que as leis possam não ser tão favoráveis como era expectável, que sejam tão eficazes como é expectável”. Assente ficou um ponto: Carlos Pereira diz ser necessária uma lei que permita uma “modernização adequada” do setor do táxi.

Bloco vai “avaliar possibilidade” de solicitar fiscalização

Do lado dos taxistas está também o BE que, após a reunião com os dirigentes do setor, admitiu solicitar ao TC a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma. “Esta nossa disponibilidade faz com que, como nós estamos no início de uma nova sessão legislativa, possamos reapresentar um diploma, uma proposta de diploma alternativo à atual lei do Governo, visando a revogação da lei do Governo e visando um normativo legislativo muito alinhado com a proposta que fizemos anteriormente“, disse Heitor de Sousa.

O partido está disposto a “avaliar essa possibilidade”, mas “em conjunto com outros partidos”, de forma a “ultrapassar a barreira dos 10% (23 deputados) que subscreverão um pedido desse tipo”, tendo em conta que os bloquistas contam com 19 eleitos. Para isso, o BE vai “iniciar um processo de negociação e contacto que é indispensável ser feito” com o PCP e os Verdes — aqueles que, até ao momento, se mostraram disponíveis para tal.

Heitor de Sousa alertou ainda para o momento que se vive, dizendo que a “situação deve ser suficientemente bem ponderada para que o pedido não seja suscetível de ser apropriado ao contrário por parte daqueles que querem prejudicar o serviço de táxi”, lembrando ainda que “os pedidos de fiscalização sucessiva não interrompem a aplicação da lei”.

PCP vai apresentar “iniciativa a propor a revogação da lei”

Com uma posição diferente da dos socialistas está o PCP que, nas palavras do deputado Bruno Dias, vai propor à Assembleia da República a revogação da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte. “Aquilo que nós manifestámos foi, da parte do grupo parlamentar do PCP, a disponibilidade e o empenho em continuar a intervir contra esta lei“, disse, no final da reunião com os dirigentes da Federação Portuguesa do Táxi (FPT) e da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL).

Afirmando tratar-se de uma “lei injusta que foi aprovada (…) pelo PS e pelo PSD”, Bruno Dias sublinhou que os comunistas vão tomar medidas. “Vamos apresentar, do ponto de vista político e legislativo, uma iniciativa propondo a revogação da lei. Nós consideramos que já muito mal foi feito, mas ainda vamos a tempo de evitar o agravamento de problemas e a situação gravíssima que está em perspetiva para aquele setor”.

O setor está “ameaçado no seu futuro pelo poderio de uma multinacional que tem, de facto, um regime de privilégio relativamente à lei que está perspetivada” e, nesse sentido, “esta não pode ser uma discussão encerrada”. Para o PCP, trata-se de um “trabalho que, segura e necessariamente, tem de ser feito”.

Verdes disponíveis para “analisar a questão” do pedido junto do TC

Recordando que, em julho, foram um dos que votaram contra esta lei, os Verdes também se mostraram “solidários” com os taxistas. No final do encontro com os profissionais do setor, José Luís Ferreira começou por dizer que o PEV está “solidário com esta luta do setor dos táxis”, estando “de acordo com as suas pretensões”. “O compromisso que assumimos foi que estaríamos disponíveis para analisar o problema no futuro, e não excluímos a possibilidade de vir a apresentar uma iniciativa legislativa no sentido de revogar esta lei“, afirmou.

Lei essa “representa uma facada muito grande nas micro, pequenas e médias empresas” ligadas ao setor do táxi, uma vez que “hoje esse dinheiro fica cá”, mas “com esta lei o dinheiro vai não se sabe para onde”, disse, à Lusa.

Contudo, ainda que tenha dito que o partido está disponível para lutar pela revogação desta lei, José Luís explicou que não têm deputados suficientes para entrar com o pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma junto do TC. “Se algum partido nos contactar para formar os 23 deputados necessários, os Verdes estão disponíveis para analisar a questão“, concluiu.

CDS disponível para “atualizar e rever a lei”

Também o partido de Assunção Cristas se mostra do lado dos taxistas, dizendo estar disponível para “atualizar e rever a lei”. No entanto, descartou a hipótese de solicitar ao TC que a analise. “Obviamente estamos disponíveis para, sempre que for necessário, atualizar e rever a lei, como todas as outras, mas estamos disponíveis, e fomos até o primeiro partido a fazê-lo, a apresentar um projeto de resolução, mesmo antes do veto, para a modernização do setor do táxi“, disse o deputado Hélder Amaral, no final do encontro, à Lusa.

Os centristas dizem-se ainda disponíveis para “ir tão longe quanto possível” mas, quando questionado se o partido vai solicitar ao TC a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, Hélder Amaral respondeu que “não”. Justificando, disse: “Os grupos parlamentares fizeram um debate exaustivo, [a lei] teve o visto e a fiscalização do senhor Presidente da República, teve até o veto do senhor Presidente da República, e teve a correção desse veto por parte do parlamento“.

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Prison Insights traz especialistas em inovação prisional

A 1.ª edição do evento Prison Insights é já no próximo dia 20 de Setembro. O evento internacional é organizado em parceria entre a Associação APAC Portugal e o Instituto Miguel Galvão Teles.

A 1.ª edição do evento Prison Insights é já no próximo dia 20 de Setembro. O evento internacional, organizado em parceria entre a Associação APAC Portugal e o Instituto Miguel Galvão Teles, pretende ser um momento de networking para a partilha de conhecimento e inovação social no que toca à reinserção de pessoas que estiveram presas.

Nos objetivos inclui-se ainda o posicionamento de Portugal no mapa-mundo da inovação prisional. Segundo Duarte Fonseca, presidente da APAC Portugal, “existem muitos e bons projetos em Portugal, em parceria com a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (que estará presente em peso no evento), que merecem ser reconhecidos e mostrados ao mundo”.

“Num tempo em que se fala de inovação tecnológica, e disrupção em todas as indústrias e setores, porque não olhar para sistemas mais tradicionais e à partida mais fechados para pensar como podemos inovar e ter melhores resultados sociais, no que toca à reinserção social de pessoas reclusas?”, desafiou em comunicado o presidente da associação.

Em Portugal estarão especialistas como Tor Arne Barnes, diretor adjunto (vice governor) da famosa prisão de Bastoy (caso de estudo a nível mundial, reconhecida pela CNN e pelo jornal The Guardian como a melhor prisão do mundo), e o Juiz Luiz Carlos Rezende, coordenador do Programa Novos Rumos no estado de Minas Gerais, que tem sob a sua alçada mais de 50 prisões cogeridas com os próprios reclusos. Estarão ainda representantes das Casas CEC em Itália, bem como empreendedores sociais britânicos que só trabalham com o sistema prisional desse mesmo país.

Para António Pinto Leite, sócio fundador da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva e Associados, “apoiar este tipo de eventos e de iniciativas faz parte do ADN do escritório e de quem nele trabalha. Revemo-nos inteiramente no lema da APAC Portugal de que “todo o Homem é maior do que o seu erro” e, muitas vezes, no exercício da nossa profissão, é essa a convicção que nos guia”.

Com este primeiro evento, a APAC Portugal alerta a sociedade para a necessidade de envolvimento de todos nesta área, mostrando que a mudança é possível, através de casos concretos de recuperação como, por exemplo, o de Johnson Semedo, que esteve preso mais de 10 anos e é hoje fundador e gestor de uma IPSS (Academia do Johnson), que apoia diretamente mais de 170 crianças e as suas famílias em bairros problemáticos.

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Comissão Europeia investiga Amazon. Tem dúvidas sobre a utilização de dados de outros vendedores

A preocupação da comissária responsável pela concorrência é que a Amazon utilize os dados de outros retalhistas para perceber de que forma pode chegar mais à frente.

A União Europeia vai investigar a Amazon relativamente a práticas anticoncorrenciais, pela possível utilização de dados de outros retalhistas que também vendem produtos na plataforma.

A Amazon é simultaneamente concorrência de outras plataformas de comércio que também alberga, tendo acesso aos dados de vendas, notou Margrethe Vestager, que tutela a pasta da concorrência na União Europeia, de acordo com o Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

“A questão aqui é sobre os dados, porque se a Amazon obtiver os dados dos vendedores mais pequenos que hospeda — o que pode ser completamente legítimo porque pode melhorar os seus serviços para esses pequenos comerciantes –, também vai usar esses dados para fazer os seus próprios cálculos?“, questiona Margrethe Vestager.

Na plataforma são vendidos produtos da Amazon mas também de mais de metade dos negócios mundiais. No último ano, as empresas europeias que utilizam o serviço exportaram produtos no valor de cinco mil milhões de euros.

Para a comissária europeia, a Amazon pode perceber através dos dados de outros retalhistas “qual é a nova ‘big thing’, o que é que as pessoas querem, que tipo de ofertas gostam de receber, o que os faz comprar coisas”. Bruxelas já enviou questionários aos comerciantes para recolher informação.

Esta comissária multou a Google e investigou a Apple, e parece que a Amazon pode ser a próxima gigante tecnológica a ser alvo. A retalhista está a ver mais utilizadores pesquisarem produtos diretamente no site, o que faz aumentar a quantia gasta pelos anunciantes e a põe no caminho de se tornar a terceira maior plataforma de anúncios nos Estados Unidos, de acordo com um estudo da empresa eMarketer.

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Advogadas MLGTS convidadas a fazer parte da WISTA Portugal

A Women’s International Shipping & Trading Association convidou Magda Fernandes, Claudia Santos Cruz, Cátia Henriques Fernandes, Sara Taipa Teixeira e Ana Corrêa Cardoso.

A Women’s International Shipping & Trading Association (“WISTA”) convidou Magda Fernandes, Claudia Santos Cruz, Cátia Henriques Fernandes, Sara Taipa Teixeira e Ana Corrêa Cardoso, advogadas da equipa de Shipping da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), para fazerem parte da WISTA Portugal, uma associação para as profissionais do Shipping que pretendam promover o desenvolvimento sustentável do cluster marítimo nacional.

Cátia Henriques Fernandes, advogada sénior da MLGTS, foi ainda convidada a integrar os órgãos sociais da associação, enquanto Vice-Presidente do Conselho Fiscal.

A inauguração oficial da WISTA International em Portugal decorre no âmbito da primeira “Portugal Shipping Week”, que acontece entre os dias 17 e 21 de setembro, em Lisboa, e conta com a presença de Ana Paula Vitorino, Ministra do Mar, e Despina Panayiotou Theodosiou, Presidente da WISTA Internacional.​

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