Maior avião do mundo vai aterrar pela primeira vez em Portugal. A380 da HiFly “estaciona” em Beja

  • ECO
  • 22 Julho 2018

O aeroporto de Beja é a única infraestrutura aeroportuária em Portugal com capacidade para receber uma aeronave desta dimensão.

O A380 não é uma novidade na indústria. E apesar de já ter cruzado céus portugueses, nunca aterrou em território nacional. Isso vai, contudo, mudar. O maior avião comercial do mundo, vai fazer-se à pista em Portugal. Esta segunda-feira, dia 23, o A380 da HiFly vai aterrar no Aeroporto de Beja

De acordo com a companhia, a aeronave vai aterrar por volta das 17h00, ficando “estacionada” em solo nacional até quinta-feira, mais precisamente em Beja. Este aeroporto é a única infraestrutura aeroportuária, no país, com capacidade para receber aquela que é a maior aeronave de passageiros do mundo.

A HiFly comprou o avião já usado, pela Singapore Airlines, nos últimos dez anos. A companhia portuguesa é a primeira a ter este aparelho em regime de wet lease, um regime onde disponibiliza o avião, a tripulação completa, e garante a manutenção e o seguro do avião, recebendo em troca o pagamento pelas horas operadas por parte da companhia operadora.

A HiFly marcou presença na Farnborough Airshow 2018 em conjunto com a Airbus, onde revelaram a nova pintura do avião. Toda a frota da empresa portuguesa é composta por aeronaves da Airbus.

Em apoio à campanha “Salve os Recifes de Coral”, da Fundação Mirpuri, o A380 está pintado de um lado com corais destruídos, e do outro com um oceano com vida marinha colorida e saudável, para reforçar a mensagem de sustentabilidade e proteção dos oceanos.

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AIBO, o cão robô que veio a Portugal mostrar de que é feita a inovação

European Innovation Academy arrancou esta semana. No recinto, a dar as boas-vindas aos 700 participantes, esteve AIBO, um cão... especial.

AIBO, o primeiro cão-robô a usar inteligência artificial e machine-learning em todo o mundo.D.R.

AIBO não é um cão normal: é o primeiro do mundo que usa inteligência artificial e machine learning. E, claro, não tem pelo macio nem a língua de fora: é um robô. Esta semana, foi apresentado em Cascais: e, perante uma plateia de mais de 700 pessoas, não dececionou: aprende tão rápido que isso lhe possibilita saber quem são os seus donos, os horários e os sons típicos da casa onde vive, e até aprender novas palavras, gestos e ordens.

Criado pela Sony, a superfície lisa que o cobre não inclui pelos mas admite festinhas: AIBO responde ao toque e até faz truques, além de obedecer a ordens dadas por voz: tudo graças à tecnologia desenvolvida pela Cogitai, uma startup de inteligência artificial com sede na Califórnia e que foi comprada pela Sony. Também por isso, foi um dos pontos altos do arranque da European Innovation Academy, a melhor academia de verão europeia que, pelo segundo ano consecutivo, se realiza em Portugal.

E a prova de que é de inovação que se fazem estes dias que juntam estudantes universitários a desenvolver ideias de negócio com pessoas que nunca antes tinham visto na vida.

“A inovação pode ser incremental ou disruptiva, o ideal é irmos crescendo e melhorando, nas organizações e na vida em geral, com confiança e estabilidade”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa numa mensagem lida aos assistentes. “Quero sublinhar a importância da mudança de mentalidade ocorrida em Portugal e na Europa, em especial, num maior impulso à criação de projetos ou à capacidade dos empreendedores no arranque de startups em todos os setores da economia“, assinalou.

 

Na história da Academia

Anna Sinijarv, fundadora da European Innovation Academy.D.R.

“Não sejas preguiçosa. Tens de ter ambição!”. A frase que Anna Sinijarv ouviu vezes sem conta, dita pela mãe, quando aos 25 anos não sabia o que fazer, ainda ecoa na cabeça da CEO da European Innovation Academy (EIA). Nas palavras da mãe, ser ambiciosa implicava algo maior e Anna pensava muitas vezes numa maneira de poder ajudar outros jovens a seguirem os seus sonhos, a serem empreendedores. Foi nesse processo que nasceu a ideia da EIA, em Portugal pela segunda vez.

Ao nosso país, a academia chegou numa espécie de história de amor entre inovação e empreendedorismo que foi, há um ano, contada por Inês Oom de Sousa, administradora do Santander, ao ECO. “Uma parceria como esta faz parte de um compromisso maior, que confirma o ADN do Santander Totta: o de apostar em projetos que promovam o contacto entre o Ensino Superior e o mundo empresarial e que resulte cada vez mais numa transferência direta de resultados de investigação e de conhecimento para a comunidade”, explicava, na altura, a responsável.

Durante três semanas, mais de 700 pessoas entre empreendedores, investidores e mentores de todo o mundo vão estar em Cascais para o evento que privilegia, este ano, temas como a inteligência artificial e o machine learning. Longe de ser um hackathon, como sublinha o presidente da EIA, Alar Kolk, o “campo de férias” de três semanas tem tudo menos tempo para descanso. “Este ano poderá acontecer um milagre. Isto porque, estudantes portugueses sentados lado a lado com estudantes de Sillicon Valley poderá originar uma ideia que crie uma empresa global. Uma empresa de que iremos ouvir falar muito na próxima década.”, explica Kolk em entrevista. “[Portugal] é o melhor local para criar startups. Portugal possui um bom ecossistema empreendedor. Porquê? Por coisas simples: Tem boa comida, bom tempo – hoje estão 23º por exemplo –, e claro, acima de tudo tem pessoas maravilhosas. É o país mais amigável, em termos globais”, diz ainda.

Aos assistentes, a fundadora da European Innovation Academy deixa três dicas e uma ambição: que o projeto tenha impacto em um milhão de pessoas até 2020. Para isso, comece por seguir os passos:

  1. Desenhe um leão quando todos os outros desenham uma ovelha.
  2. Mantenha-se fiel a si mesmo, apesar de ouvir sempre a opinião dos outros.
  3. Nunca esqueça a criança que há em si. Quando se depare com um problema, pense no que faria nessa situação se tivessem oito, nove anos.

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Medina: “Criaram ilusão de que condomínio tem poder” no alojamento local

  • ECO
  • 22 Julho 2018

Presidente da Câmara de Lisboa é muito crítico em relação às alterações no regime jurídico do alojamento local. Garante que não vai autorizar mais registos antes de regulamento entrar em vigor.

Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, discorda das alterações no regime jurídico do alojamento local aprovadas esta semana no Parlamento, criticando a “ilusão” que se criou de que o condomínio vai agora ter poder para fechar estabelecimentos deste género. “O condomínio pode decidir no seu livre arbítrio, mas a Câmara terá de ter um regulamento muito claro para não criar ali uma fonte de litigância. Se eu fecho um alojamento local sem fundamento tenho, e bem, uma ação em tribunal”, afirma Medida ao Diário de Notícias.

Criaram uma ilusão de que o condomínio tem poder. Vamos tentar aplicar estas medidas, mas a solução não me parece feliz”, diz ainda.

O autarca preferia que fosse introduzida uma caução com um critério tipificado para fazer face àquilo que o diploma define como “prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, bem como causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos”.

"O condomínio pode decidir no seu livre arbítrio, mas a Câmara terá de ter um regulamento muito claro para não criar ali uma fonte de litigância. Se eu fecho um alojamento local sem fundamento tenho, e bem, uma ação em tribunal.”

Fernando Medina

Presidente da Câmara de Lisboa

E explica: “Por exemplo quando há um problema de ruído a polícia vai lá mas os hóspedes não abrem a porta, e no dia seguinte já lá não estão, pelo que não é possível multar os culpados. Em caso de infração, acionávamos a caução, penalizando o dono da fração, que é quem importa responsabilizar

Por outro lado, concorda com o poder que é conferido aos municípios de “definir quotas de alojamento local e zonas de contenção e expansão”.

Ainda assim, até às novas regras não entrarem em vigor, Medina diz que “não haverá novas autorizações, por prevenção”.

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ACAP confia em neutralidade fiscal com nova medição das emissões

  • ECO
  • 22 Julho 2018

Governo diz que não há "qualquer intenção de haver um aproveitamento para aumento de receitas ou uma tributação superior à pesada tributação que já existe", revela Hélder Pedro.

A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) está atenta à fiscalidade sobre a indústria automóvel. Numa altura em que se aproxima a mudança na forma de cálculo das emissões de gases poluentes, que vai levar a um aumento dos valores de CO2 dos veículos novos, Hélder Pedro, o secretário-geral da ACAP, diz estar confiante em como o Governo vai trabalhar num cenário de neutralidade fiscal.

Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Hélder Pedro adianta que em Portugal, se nada for feito relativamente ao Imposto Sobre Veículos (ISV), haverá um aumento da tributação automóvel, o que levará a subida de preços e vai prejudicar os consumidores. Em causa a alteração da forma de cálculo das emissões de CO2 para a norma WLPT, uma parte importante no ISV.

“Do Ministério das Finanças houve sempre uma grande abertura para enquadrar um cenário de neutralidade fiscal. Sempre nos foi dito não haver qualquer intenção de haver um aproveitamento para aumento de receitas ou uma tributação superior à pesada tributação que já existe”, diz, acrescentando que em termos oficiais não há nada sobre os valores, sendo que o Governo estará a aguardar informação oficial da Comissão Europeia.

Com a adoção do novo ciclo de medição das emissões poluentes WLTP (teste global harmonizado para veículos ligeiros) na homologação dos carros, os preços dos automóveis novos vai subir a 1 de setembro. Haverá um aumento em torno de 10% já, mas em janeiro o aumento no imposto poderá chegar a ser de 100% ou 150%. A Deco aponta para agravamentos no preço dos carros novos que podem chegar a 2.520 euros.

É perante esta escalada na fiscalidade que a ACAP pede que, por agora, se tomem medidas no sentido de amenizar o impacto nos valores de venda dos veículos. Mas numa próxima fase, Hélder Pedro entende que “o Governo deveria encarar uma alteração de fundo da estrutura do imposto”. Pede menos impostos para o setor.

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CTT não são para nacionalizar, mas Governo não “tolera” margem de incompetência

  • Lusa
  • 22 Julho 2018

Secretário de Estado das Infraestruturas garantiu que os CTT não vão ser nacionalizados, mas avisou que Governo não vai "tolerar" margem de "incompetência" ou "incumprimento.

O secretário de Estado das Infraestruturas garantiu que os CTT, empresa 100% privatizada desde 2014, não vão ser nacionalizados, mas avisou que o Governo não vai tolerar “margem” de “incompetência” ou “incumprimento”.

“Neste período, se o contrato é para cumprir e se o Governo tem de ter margem de exigência, não está em causa qualquer ponderação de nacionalização”, afirmou Guilherme W. d’Oliveira Martins, sublinhando, contudo, que o Governo está “convicto” de que é preciso “pugnar” pela qualidade do serviço postal universal.

O secretário de Estado das Infraestruturas, que tem a tutela das comunicações, afirmou, todavia, que o Governo não vai “transigir”.

"Neste período, se o contrato é para cumprir e se o Governo tem de ter margem de exigência, não está em causa qualquer ponderação de nacionalização”

Guilherme W. d’Oliveira Martins

Secretário de Estado das Infraestruturas

“A Anacom, neste último ano, tem transmitido essa mensagem [à administração dos CTT], que o Governo não vai tolerar qualquer margem de incompetência ou de incumprimento“, declarou Guilherme W. d’Oliveira Martins, durante o discurso que proferiu no Palácio dos Correios, na Baixa do Porto.

O governante explicou que quando fala em pugnar pela qualidade do serviço postal não se pode confundir esse debate com uma empresa que é privada.

“O Estado não tem ingerência, mas em todo o caso tem um contrato de concessão que é para cumprir. (…) Independente da empresa, estamos para cumprir um contrato e queremos promover a aproximação dos portugueses e queremos acabar com as clivagens que existem entre o litoral e o interior e dinamizar a utilização dos serviços digitais, e para isso é preciso tempo e adaptação às novas tecnologias”, acrescentou.

O secretário de Estado garantiu ainda que o Governo “está atento não só ao cumprimento desses indicadores, desta intensificação dos indicadores, como à qualidade do serviço que resulta da lei postal”.

"O Estado não tem ingerência, mas em todo o caso tem um contrato de concessão que é para cumprir. (…) Independente da empresa, estamos para cumprir um contrato e queremos promover a aproximação dos portugueses e queremos acabar com as clivagens que existem entre o litoral e o interior e dinamizar a utilização dos serviços digitais, e para isso é preciso tempo e adaptação às novas tecnologias.”

Guilherme W. d’Oliveira Martins

Secretário de Estado das Infraestruturas

“O Governo chegou à conclusão, neste primeiro trimestre, que se impunha efetuar algumas recomendações com o objetivo de ir ao encontro da garantia se um serviço postal universal mais exigente e que fosse ao encontro das necessidades da população”, referiu aquele responsável do Governo.

Guilherme W. d’Oliveira Martins recordou que ao longo de dois meses foi desenvolvido um “programa multidisciplinar em articulação com os CTT e a Anacom, envolvendo entidades como a Anafre (Associação Nacional de Freguesias) ou a Associação Nacional de Municípios Portugueses e os sindicatos dos trabalhadores dos correios”.

“O Governo não só lê o contrato, verifica e intensifica a atuação da Anacom, mas tem vindo a manter uma vigilância aberta e atenta sobre a execução do serviço postal universal e sobre a equidade da prestação deste serviço”, acrescentou.

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Reino Unido condiciona pagamento de 43,8 mil milhões a Bruxelas a acordo comercial com União Europeia

  • Lusa
  • 22 Julho 2018

O pagamento será realizado se a UE "cumprir a sua parte do acordo", afirma Dominic Raab, o novo ministro do Brexit.

O Reino Unido vai condicionar o pagamento da fatura de 39 mil milhões de libras (43,8 mil milhões de euros) a Bruxelas à assinatura do acordo comercial com a União Europeia (UE), disse o novo ministro do Brexit.

A declaração de Dominic Raab foi feita durante uma entrevista publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph.

O pagamento será realizado se a UE “cumprir a sua parte do acordo”, afirmou.

O governante sublinhou que o Artigo 50, o mecanismo de saída acionado pelo Reino Unido, exige tanto um acordo sobre o ‘divórcio’ com a UE, como um acordo comercial.

"O Artigo 50 exige que, ao negociarmos o acordo de saída, haja um enquadramento futuro sobre o nosso novo relacionamento, o que significa que os dois estão ligados.”

Dominic Raab

Ministro do Brexit

“O Artigo 50 exige que, ao negociarmos o acordo de saída, haja um enquadramento futuro sobre o nosso novo relacionamento, o que significa que os dois estão ligados”, disse.

Dominic Raab foi promovido no início de julho de secretário de Estado da Habitação para ministro responsável pelo Brexit, substituindo David Davis.

Raab, de 44 anos e advogado de profissão antes de ser eleito deputado em 2010, foi um proeminente defensor da saída do Reino Unido da UE durante o referendo de 2016.

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Um a um, os bancos estão a vender os edifícios na baixa lisboeta. E a ganhar milhões

Novo Banco, CGD, BPI e BCP. Os bancos portugueses venderam, ou estão prestes a fazê-lo, edifícios emblemáticos na Baixa de Lisboa, aproveitando a subida dos preços para encaixar milhões de euros.

Lembra-se do Monopólio? Quem jogava queria sempre conseguir pôr casas nas ruas mais caras, nomeadamente na Avenida da Liberdade, no Rossio, mas também na Rua do Ouro. E este jogo refletia exatamente o que acontecia na Baixa de Lisboa, onde todos queriam estar. Mas esta tendência inverteu-se para alguns: os bancos estão de saída da baixa pombalina. Aproveitando a escalada dos preços no imobiliário, patrocinada pelo turismo, as instituições financeiras estão a “fazer as malas” com milhões de euros que darão um forte contributo para o regresso à rentabilidade.

O primeiro a vender um edifício emblemático na Baixa de Lisboa foi o Novo Banco, que depois de ter alienado um imóvel no Marquês de Pombal colocou agora no mercado a histórica sede do BES na Avenida da Liberdade por 100 milhões de euros. Mas a grande maioria dos bancos — onde se inclui a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BPI e, agora, BCP — só agora é que começou a vender os imóveis nesta zona prestigiada da capital. As instituições financeiras estão a alienar ativos que não são considerados estratégicos.

O BPI vendeu o seu edifício na Baixa de Lisboa, com frentes para a Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua do Comércio e Rua de São Julião. E uma área bruta de construção de 11.100 metros quadrados. || Fonte: JLL

“Os bancos estão a fazer movimentos de concentração em menos edifícios, racionalizando a forma como ocupam o espaço de trabalho”, afirma o diretor geral da CBRE ao ECO. Para Francisco Horta e Costa, as instituições financeiras “estão a focar-se na sua atividade que é captar depósitos e conceder empréstimos. Deter imóveis não faz parte da atividade das instituições financeiras”.

"Os bancos estão a tirar partido das oportunidades, da procura e dinâmica de investimento que o mercado nacional regista atualmente que se tem assumido como um dos mercados europeus mais atrativos.”

Consultora Worx

Entre as instituições financeiras com ativos à venda na baixa pombalina, o BPI foi o mais recente a vender um edifício na Rua do Ouro. Este imóvel ocupa um quarteirão inteiro e é delimitado pelas ruas mais históricas da cidade. O emblemático imóvel foi vendido por mais de 66 milhões de euros a um fundo internacional, num processo que foi, segundo a consultora JLL, “muito disputado”.

Antes, e tal como o ECO avançou, foi a vez de o BCP vender um edifício na mesma rua. Com cerca de 8.850 metros quadrados distribuídos por seis pisos, esta operação está avaliada entre 40 e 50 milhões de euros. Isto de acordo com o preço médio do metro quadrado na Baixa de Lisboa.

E não há duas sem três. Além do BPI e do BCP, também a CGD tem à venda um imóvel… na Rua do Ouro. Foi neste quarteirão com 13.810 metros quadrados que se situou a principal agência do banco público, num tempo em que a Baixa ainda era o centro financeiro de Lisboa. Agora, aqui apenas se mantêm o Santander Totta, o Montepio, além do Banco de Portugal, que se mudou da Almirante Reis.

É na Rua do Ouro que o BCP, BPI e CGD venderam (ou estão prestes a fazê-lo) edifícios emblemáticos. No caso do Novo Banco, o imóvel fica mesmo ao lado do Terreiro do Paço.

“Os bancos estão a tirar partido das oportunidades, da procura e dinâmica de investimento que o mercado nacional regista atualmente que se tem assumido como um dos mercados europeus mais atrativos”, refere a consultora Worx ao ECO. “Por força das auditorias e demonstrações de resultados a que estão obrigados, as entidades bancárias necessitam de rentabilizar os seus portefólios, o que muitas vezes implica ter de vender esses ativos”, acrescenta.

Para o diretor geral da CBRE, “o momento atual do mercado é favorável à venda destes ativos por bons preços”, tendo em conta a forte subida do preço do metro quadrado nos últimos tempos. “Foi uma boa coincidência para os bancos, já que teriam sempre que vender estes ativos para se concentrarem no seu core business“, acrescenta Francisco Horta e Costa.

“O aumento do número de turistas fez aumentar as taxas de ocupação e os preços médios dos hotéis, bem como aumentou o volume de vendas nas lojas. Além disso, há muita procura de apartamentos em zonas históricas e isso fez aumentar o interesse em prédios nestas zonas, como é a Baixa de Lisboa, que há uns anos a esta parte estava deserta”, remata.

Este aumento do turismo está a permitir aos bancos encaixarem centenas de milhões de euros com imóveis históricos. “O boom do turismo veio dar a conhecer ao mundo a marca Portugal e com isso o mercado residencial e, mais particularmente, a reabilitação urbana ganhou ainda mais terreno“, nota a equipa da Worx. “O investimento estrangeiro no pais em ativos residenciais tem constituído uma importante e significativa fatia do investimento global, destinado posteriormente ao desenvolvimento de unidades residenciais turísticas ou imóveis residenciais para rendimento”, acrescenta.

O BCP vendeu o seu edifício ao Sana Hotels.

O edifício vendido pelo banco liderado por António Ramalho no Terreiro do Paço está, segundo o Expresso, a ser transformado em 28 apartamentos de tipologias T0 e T2, devendo ficar terminado em 2019. Mas a maioria está a ser adquirida para unidades residenciais turísticas, ou seja, para posteriormente serem convertidos em hotéis.

"O momento atual do mercado é favorável à venda destes ativos por bons preços. Foi uma boa coincidência para os bancos, já que teriam sempre que vender estes ativos para se concentrarem no seu core business.”

Francisco Horta e Costa

Diretor geral da CBRE

O melhor exemplo desta realidade é o facto de o BCP ter vendido o seu edifício a uma cadeia de hotéis. Foi o Sana Hotels que comprou o imóvel da instituição financeira, para abrir o quarto hotel na capital. Depois do Epic Sana Lisboa Hotel, perto do Marquês de Pombal, do Evolution Lisboa Hotel, no Saldanha, e do Sana Lisboa Hotel, no Parque Eduardo VII, o Sana chega agora à zona mais prestigiada de Lisboa para responder a uma procura cada vez maior por parte dos turistas. E esta cadeia não é a única a reforçar a presença: há 100 novos hotéis em construção por todo o país.

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Marcelo Rebelo de Sousa acredita que o Orçamento para 2019 vai ser “aprovado sem problema”

  • Lusa
  • 21 Julho 2018

O Presidente da República está confiante que o Orçamento do Estado para 2019 seja "aprovado sem problema".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acredita que o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) vai ser “aprovado sem problema”.

“Como tenho dito, aquilo que sinto e que penso, na base da realidade política portuguesa, é de que o OE2019 será aprovado sem problema”, afirmou o Presidente da República, em Marvão, no distrito de Portalegre.

Antes de assistir a um concerto no Festival Internacional de Música do Marvão (FIMM) e após uma receção ao corpo diplomático em Portugal, nesta sede de concelho alentejana, o Chefe de Estado disse também aos jornalistas ter “boas” expectativas sobre os encontros com os partidos que estão agendados para 30 e 31 deste mês.

“Eu tenho boas [expetativas]. Claro que é, não direi uma rotina, mas é um hábito adquirido, ouvi-los periodicamente. Não tem nada de dramático, precisamente a ideia é desdramatizar, ouvi-los serenamente sobre as perspetivas no futuro imediato”, acrescentou.

Questionado sobre a notícia do Expresso que refere que o orçamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “é o mais baixo dos últimos 15 anos”, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar diretamente.

Mas, segundo o Presidente da República, o SNS “será o grande tema de debate na execução do Orçamento [do Estado] atual, neste segundo semestre, e depois na preparação do OE para o ano que vem”.

“E penso que aí, obviamente, haverá um debate muito interessante sobre esse tema, uma vez que a saúde é uma prioridade social para todos os portugueses”.

O Chefe de Estado disse ainda esperar que, no OE2019, o SNS “tenha a atenção que corresponde à vontade de todos, Governo e oposição”, assim como de “todos os portugueses”. “Penso que há aí há um consenso nacional”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

As alegadas falhas no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) foi outro dos assuntos sobre o qual Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, preferiu não se pronunciar, limitando-se a afirmar que está a iniciar-se uma fase do combate aos incêndios que “exige congregação de todas as iniciativas e de todos os esforços”.

“Portanto, tudo o que seja especular, introduzir ruído nesta fase, não faz sentido”, frisou.

Quanto à greve dos professores às avaliações finais dos alunos, sobre a qual também foi questionado pelos jornalistas, o Chefe de Estado limitou-se a lembrar que “está a decorrer um prazo, até ao final do mês, que é considerado fundamental, quer por professores, quer por diretores de escola”, sendo “prematuro” qualquer comentário.

A 5.ª edição do FIMM, que arrancou na sexta-feira, prolonga-se até ao próximo dia 29, inclui 40 concertos, que envolvem 300 músicos de 20 nacionalidades, assim como conferências, iniciativas para crianças ou encontros gastronómicos.

Segundo o Presidente da República, que já no ano passado visitou o FIMM, trata-se de “um festival espetacular, de nível europeu e mundial”, para o qual convidou este ano o corpo diplomático representado em Portugal, para que os embaixadores possam “admirar o que é num concelho lindíssimo”.

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Lagarde diz que guerra comercial vai afetar crescimento económico

  • Lusa
  • 21 Julho 2018

“No pior dos casos, as medidas [comerciais] atuais poderão significar uma baixa de 0,5 pontos do PIB mundial”, alerta Christine Lagarde, na abertura da reunião do G20.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, alerta para o impacto da guerra comercial sobre o crescimento económico mundial, na abertura da reunião do G20.

“No pior dos casos, as medidas [comerciais] atuais poderão significar uma baixa de 0,5 pontos do PIB mundial”, declarou Lagarde, no primeiro dia do encontro de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais das maiores economias mundiais (19 países mais a União Europeia) que se realiza este fim de semana em Buenos Aires.

Os Estados Unidos endureceram a sua política comercial nos últimos meses, erigindo barreiras aduaneiras e ameaçando os países que têm trocas comerciais com o Irão com sanções.

“Esta guerra comercial fará apenas perdedores, destruirá empregos e pesará no crescimento mundial. Queremos chamar os Estados Unidos à razão, para que respeitem as regras multilaterais e os seus aliados”, disse à agência noticiosa francesa AFP o ministro francês da Economia e das Finanças Bruno le Maire.

Por outro lado, o secretário norte-americano do Tesouro Steven Mnuchin apelou à China e aos Estados Unidos para que façam concessões no sentido de chegar a uma relação comercial mais equilibrada, após as declarações incendiárias de Donald Trump que tratou Pequim, Bruxelas e Moscovo como “inimigos” comerciais.

Os Estados Unidos estão empenhados em reduzir o seu défice comercial com a China (376 mil milhões de dólares em 2017) e Trump ameaçou impor tarifas sobre todas as importações chinesas, que somaram 500 mil milhões de dólares em 2017.

Mnuchin reforçou as observações do presidente dos EUA, dizendo que esta era “realmente uma possibilidade realista”. “Fomos muito claros sobre nossos objetivos”, acrescentou.

Para os europeus, Steven Mnuchin renovou a mensagem americana entregue no G7: “Se a Europa acredita no livre comércio, estamos prontos para assinar um acordo de livre comércio sem direitos alfandegários ou subsídios”.

Pequim acusa Washington de querer provocar “a pior guerra comercial da história económica” e retaliou impondo tarifas sobre os produtos norte-americanos.

No encontro estão previstas conversas bilaterais entre Mnuchin e seus pares franceses, alemães, japoneses, canadenses, sul-coreanos, italianos e mexicanos.

O protecionismo da Casa Branca afeta Pequim, mas também os seus principais parceiros, como a União Europeia, o Canadá ou o México.

Numa tentativa de apaziguar as relações com os Estados Unidos, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deve ir a Washington na quarta-feira, onde se encontrará com o presidente dos Estados Unidos.

Segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, a Europa está “pronta” para responder se os Estados Unidos aumentarem seus impostos sobre as importações de veículos europeus, uma preocupação importante para os fabricantes alemães.

O G20 abordará neste fim de semana as ameaças ao crescimento global e o risco de crise nos países emergentes, bem como a tributação dos gigantes digitais, que atualmente são pouco tributados.

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Tomás Froes abre a porta a candidatura de Figo ao Sporting

  • ECO
  • 21 Julho 2018

Fundador e sócio da agência Partners diz que tem "estado a trabalhar com Luís Figo num projecto e numa visão global para o Sporting". É "um projecto em que Figo se envolveu com toda honra e paixão".

Pode estar na calha mais um candidato à presidência do Sporting. E é de peso. Luís Figo, ex-jogador de futebol de clubes como o Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, tem estado a trabalhar com Tomás Froes, fundador e sócio da agência Partners, “num projeto” para o clube de Alvalade. Froes não é explícito, mas deixa a porta aberta à eventual candidatura do ex-internacional português.

“No seguimento das notícias vindas a público sobre uma possível candidatura de Luís Figo à Presidência do Sporting Clube de Portugal, gostaria de esclarecer todos os sportinguistas que tenho estado a trabalhar com Luís Figo num projeto e numa visão global para o Sporting“, refere Froes, através de um comunicado.

Froes acrescenta que este é um “projeto em que Luís Figo se envolveu com toda honra e paixão, e no qual estamos muito empenhados para assegurar as condições necessárias para a sua viabilidade”, mas sem adiantar se esse projeto em que estão a trabalhar vai ou não traduzir-se numa candidatura à liderança do clube.

"Tenho estado a trabalhar com Luís Figo num projeto e numa visão global para o Sporting.”

Tomás Froes

Fundador da Partners

“O passado está escrito e é certo que não se pretende uma proposta de um presente previsível. O foco, mais do que nunca, tem de estar no futuro“, refere Froes.

Até agora, oito candidatos já anunciaram a intenção de concorrer às eleições do clube, sendo que até lá a presidência do clube é ocupada interinamente por Torres Pereira que designou Sousa Cintra para a presidência da SAD. As eleições no Sporting estão agendadas para 8 de setembro.

“A visão que ambos partilhamos não foi pensada nem discutida com nenhuma das pessoas ou entidades referidas em alguns órgãos de comunicação social”, acrescenta o mesmo comunicado. Froes refere-se à grande proximidade a José Maria Ricciardi ou mesmo à Holdimo, de Álvaro Sobrinho, que tem sido avançada pela imprensa, nomeadamente a desportiva.

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Morais Pires montou esquema que permitiu a Salgado tirar 3 mil milhões do BES

  • ECO
  • 21 Julho 2018

Morais Pires, ex-administrador financeiro do BES, é acusado de ter sido o pai de um esquema financeiro que colocou em prática, com o aval de Ricardo Salgado.

O Banco de Portugal, na acusação contra os responsáveis pelo colapso do Banco Espírito Santo (BES), aponta Morais Pires, ex-administrador financeiro do BES, de ter sido o pai de um esquema financeiro que colocou em prática, com o aval de Ricardo Salgado e o apoio de Isabel Almeida, uma diretora do BES, e que terá permitido retirar três mil milhões de euros do banco, entre 2009 e 2014.

O Expresso (acesso pago), que já na semana passada tinha revelado que o BdP acusou os responsáveis pela queda do BES, conta agora que Morais Pires “concebeu, deu instruções para a implementação e acompanhou a execução de um plano, o qual foi aprovado e acompanhado (…) por Ricardo Salgado”, através do qual o diferencial entre o que os clientes pagaram e o que o BES recebeu foi apropriado pela Eurofin, refere o documento de quase 400 páginas obtido pelo Expresso.

A Eurofin recorria a outras sociedades, como a Zyrcan, a Martz Brenan, a ECI e a ECT, para realizar as operações que eram decididas na sede do BES, em Lisboa. É convicção do BdP que, apesar de a Eurofin ser a dona daqueles veículos, eram Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e funcionários do BES do Departamento Financeiro, de Mercado e de Estudos (DFME) que os controlavam e geriam.

Estas operações que foram feitas com o total desconhecimento dos outros administradores. E os ganhos foram usados “em larga medida” para “servir os interesses exclusivos do Grupo Espírito Santo (GES), sacrificando o património do BES, o dos seus depositantes, investidores e demais credores”, concluiu a acusação do BdP.

A Eurofin foi usada durante anos para, pelo menos, seis objetivos diferentes:

  • Esconder e financiar investimentos da família Espírito Santo;
  • Financiar investimentos de pessoas e entidades próximas do GES, ou seja, os amigos;
  • Esconder ativos de elevado risco de desvalorização;
  • Manipular o valor e procura das ações do BES e da Espírito Santo Financial Group (ESFG);
  • Esconder participações sociais estratégicas do GES;
  • E para pagar salários, bónus e comissões.

Estas e as outras acusações constantes neste processo já são do conhecimento do Ministério Público que tem colaborado com o BdP nas investigações a Ricardo Salgado.

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Banco de Portugal acusa KPMG de mentir sobre o BES

  • ECO
  • 21 Julho 2018

Cada um dos acusados incorre numa coima que vai até aos 500 mil euros e de 1,5 milhões de euros no caso da própria KPMG.

É a primeira acusação do Banco de Portugal (BdP) ao papel da KPMG no dossiê do BES. Segundo o Expresso (acesso pago), o supervisor acusa a auditora e cinco dos seus membros de então de violação do dever de comunicação ao BdP. Além da própria auditora, são acusados Sikander Sattar, Inês Viegas, Fernando Antunes, Inês Filipe e Sílvia Gomes.

Todos os acusados tinham, à altura dos acontecimentos, responsabilidades na KPMG em Angola ou em Portugal e acesso à informação sobre o BES Angola. Segundo a acusação, ficou provado que tiveram conhecimento dos riscos da carteira de crédito e de como isso poderia afetar a operação em Portugal e não comunicaram esses factos ao supervisor. Pior, assinaram as contas do BES e não fizeram qualquer reserva.

Cada um dos acusados incorre numa coima que vai até aos 500 mil euros e de 1,5 milhões de euros no caso da própria KPMG. Além disso, os acusados incorrem em outras penas acessórias, que passam pela publicitação e a “inibição de exercício de cargos sociais e de funções de administração, gerência, direção ou chefia em quaisquer entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal”. Contactada pelo semanário, a KPMG não fez qualquer comentário remetendo para um comunicado de abril onde diz que “cumpriu todos os seus deveres”

A KPMG e os seus colaboradores, conta o Expresso, já foram informados das acusações que pendem sobre eles e já terão respondido ao BdP. Os argumentos da defesa deverão agora ser analisados, podendo, nos próximos meses, ser ouvidas as testemunhas e feitas as diligências de prova.

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