PSI-20 arrastado pela Galp tem a pior sessão em dois meses

  • Marta Santos Silva
  • 23 Maio 2018

A Galp afundou quase 3% na sua pior sessão do último ano, pressionada pela desvalorização do petróleo. A EDP esteve entre as cotadas que escaparam à razia.

Perante uma razia à qual não escapou nenhuma das principais praças europeias, também o PSI-20 teve uma quarta-feira vermelha, com as maiores perdas dos últimos dois meses. Perdeu 1,51% para chegar aos 5.700 pontos, uma queda que refletiu a sessão difícil na Europa.

A Galp foi uma das cotadas mais pressionadas, com a sua pior sessão em mais de um ano. A energética perdeu 2,71% esta quarta-feira, baixando para os 16,68 euros, pressionada em parte pelas quedas no petróleo. O Brent caiu 0,79% para os 78,89 dólares enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, cedeu 0,98% para os 71,49 dólares. A Galp ressentiu-se e impactou o índice bolsista lisboeta. Mas não foi a única a fazer pressão. Também a Jerónimo Martins perdeu mais de 1% esta quarta, e a Mota-Engil e o BCP ficaram igualmente no vermelho.

Acima da linha de água, porém, ficaram cotadas como a EDP, a REN e a Nos. Quem mais valorizou nesta sessão foi a Pharol, que ganhou 2,01%, para os 0,27 euros.

Na Europa, o Stoxx 600 perdeu mais de 1%. O índice de referência das bolsas europeias caiu para os 392,61 pontos, devido a quedas desde Paris, que perdeu 1,32%, até Londres, com perdas de 1,17%.

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Tráfego postal cai 5,1% mas receitas aumentam em 2017

  • Lusa
  • 23 Maio 2018

Anacom atribui a quebra do tráfego postal à substituição da utilização das comunicações postais por comunicações eletrónicas. Mas as receitas aumentaram para 649 milhões de euros, revela o regulador.

O tráfego postal caiu 5,1% no ano passado, registando já uma quebra acumulada de 15,9% desde 2013, mas as receitas subiram 1,7% em 2017 para 649 milhões de euros, anunciou esta quarta-feira a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

A Anacom justifica, em nota divulgada esta quarta-feira com os resultados do relatório estatístico do quarto trimestre de 2017, que a redução verificada no ano passado se deve à “substituição da utilização das comunicações postais por comunicações eletrónicas”.

De acordo com a Anacom, esta é “uma realidade a que se assiste desde 2013 e que regista uma quebra acumulada de 15,9%”.

Porém, apesar desta tendência, verificou-se um “comportamento positivo” do tráfego internacional de entrada, que aumentou 6,5% em 2017.

Ainda assim, este tipo de tráfego só representou 5% no tráfego postal total no ano passado, nota o regulador das telecomunicações.

No que toca às encomendas, representaram 5,1% do tráfego total em 2017, mais 0,2 pontos percentuais do que no ano anterior, ao registarem um acréscimo de 3,1% (em parte devido ao tráfego internacional de entrada de encomendas, devido ao desenvolvimento do comércio eletrónico).

A Anacom aponta que, entre 2013 e 2017, “as encomendas postais registaram um crescimento acumulado de 28,2%, subindo, em média, 6,4% ao ano”.

Neste período, a empresa Correios de Portugal (CTT) detinha uma quota de 92,2% do tráfego total, à qual acresciam 68 prestadores de serviço com uma participação de 7,8% neste mercado.

“Desde 2013, os CTT reduziram a sua quota em 2,5 pontos percentuais”, salienta a Anacom.

Relativamente às receitas geradas por estes prestadores de serviços postais, subiram 1,7% face a 2016 para 649 milhões de euros, a maior parte devido às correspondências (67,3%), seguindo-se as encomendas (25,8%).

Por objeto, a receita média, sem contar com o tráfego de entrada, aumentou 7,1% face a 2016 para 0,83 euros, o que “se deve ao aumento de preços promovido pelos CTT em 04 de abril de 2017, pelo valor máximo permitido, e à evolução das receitas de outro prestador”, precisa a Anacom.

Nas encomendas, a receita média era de 4,23 euros em 2017, mais 4,7% do que em 2016.

Quanto ao número de pontos de acesso à rede, subiu 0,9% no ano passado, “sobretudo pelo aumento de 9,2% do número de pontos de acesso de outros prestadores que não os CTT”, justifica a Anacom, referindo que, ainda assim, esta empresa reforçou em 0,2% o total destes pontos de acesso, “cumprindo os critérios de densidade de rede em vigor.

“Em consequência do aumento do número de pontos de acesso à rede, a cobertura postal (14,9 pontos de acesso por 100 quilómetros quadrados) e a densidade postal (749 habitantes por ponto de acesso) melhoraram”, conclui a Anacom.

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Braga sobe no ranking das exportações. E ocupa o sétimo lugar

Os grandes números de Braga foram revistos. A cidade subiu no ranking das exportações segundo os dados do INE. Carlos Oliveira, diz que em números reais, Braga está em terceiro lugar.

Braga atualizou plano estratégico para o período compreendido entre 2014-2026 e tudo porque os grandes números delineados no plano foram superados. Ao nível das exportações, e segundo dados do INE, referentes a 2017, a cidade terá subido do décimo lugar alcançado em 2016, para o sétimo lugar.

Uma subida que o presidente da InvestBraga, Carlos Oliveira, acredita que é ainda maior se for considerado o efeito de algumas empresas localizadas em Braga, mas com sede em Lisboa. Nesse caso adianta, Carlos Oliveira, “estima-se que Braga tenha sido, em 2017, o terceiro maior município exportador do país“.

“A realidade felizmente é diferente das estatísticas. Há uma empresa que exporta 510 milhões de euros, mas que tem sede em Braga e, portanto, contando com isso, Braga exporta mais de dois mil milhões de euros”, refere o presidente da InvestBraga. A empresa a que se refere o presidente da InvestBraga é a Aptiv (ex-Delphi) cuja sede é em Lisboa.

Para Carlos Oliveira, considerando “apenas as empresas com sede em Braga, as exportações de bens gerados em Braga tiveram um aumento de 93% entre 2013 e 2017 e uma taxa média de crescimento anual de cerca de 18%”. E adianta: “São as empresas e os empresários que têm feito este trabalho”.

Carlos Oliveira, presidente da InvestBraga, entidade que delineou o plano estratégico em 2013, está neste momento a apresentar as atualizações do documento, no Fórum Económico que está a decorrer em Braga, no âmbito da 3ª semana de Economia de Braga, evento em que o ECO é parceiro.

Segundo Carlos Oliveira também ao nível do emprego há números significativos. Entre 2014 e 2017 verificou-se em Braga uma geração líquida superior a oito mil postos de trabalho, o que dá uma média anual de cerca de dois mil postos de trabalho, um valor muito acima do objetivo traçado em 2014 de criar 500 novos empregos anuais.

No mesmo período houve uma redução do desemprego em 49% em Braga. No Porto, o grande centro urbano próximo, esse mesmo indicador foi de 35%, enquanto que na região norte e em Portugal Continental foi de 44%. Mas ainda assim, a InvestBraga não fez uma atualização destes dados. Carlos Oliveira diz que “não é realista pensar que vamos continuar a crescer a estes ritmos”.

Sobre o PIB, Carlos Oliveira diz que também o objetivo de crescer 1% acima da média europeia foi alcançado. Também a nível de turistas, Braga regista crescimentos. Desde 2014, o crescimento (acumulado) do número de visitantes é de 88%.

Já no que diz respeito ao empreendedorismo, a InvestBraga, através da Startup Braga, acolheu 115 startups na sua comunidade, que geraram mais de 400 postos de trabalho. No total, foram apoiados mais de 270 empreendedores. As startups que fazem parte da comunidade da InvestBraga captaram um total de 27 milhões de euros de financiamento em capital de risco e business angels.

Novas metas

Posto isto, quais são as novas metas delineadas pela equipa de Carlos Oliveira para 2026? Perante uma plateia repleta de empresários da região, o gestor trilha os grandes objetivos. “Um ajuste nas vantagens competitivas da região, alicerçadas nos centros de saber”, adianta o presidente da InvestBraga.

Por isso adianta, é preciso “colocar a cidade no Top10 ibérico e no Top3 nacional a nível económico, cultural e em termos de qualidade de vida”. A estes há ainda que somar, a manutenção do crescimento económico em 1% acima da média da Península Ibérica. Gerar em média 500 novos postos de trabalho por ano.

Carlos Oliveira quer ainda a cidade a evoluir para “uma Innovation City da Península Ibérica, baseada no conhecimento contemporâneo em articulação com um património milenar”. E ainda que Braga se “continue a consolidar como um centro de indústrias criativas e de juventude”.

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Luís Marques Mendes: “Rio e Cristas são atores secundários”

No âmbito da terceira semana de Economia de Braga, realiza-se esta quinta-feira, o Fórum Económico. Durante o evento tem lugar o ECO Talks com Marques Mendes. Acompanhe aqui em direto.

Braga acolhe pelo terceiro ano consecutivo a semana de Economia, decorrendo esta tarde de quinta-feira, o Fórum Económico. Um evento que pretende ser uma mostra do potencial económico e de inovação do concelho e da região. Dedicado ao tema da Inovação e Investimento.

Com esta edição, dedicada à Inovação e Investimento, a InvestBraga pretende passar do conceito “made in Braga”, para o “invented/designed in Braga”. Inserido no programa da tarde, está o ECO Talks, uma conversa entre o publisher do ECO, António Costa, e Luís Marques Mendes, advogado e atual comentador político. Acompanhe aqui em direto.

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Benefícios fiscais de apoio ao emprego chegaram a mais de 3.000 empresas em 2016

  • Lusa
  • 23 Maio 2018

Dados foram divulgados esta quarta-feira no Parlamento, pelo secretário de Estado do Emprego. Benefícios fiscais de apoio ao emprego custaram 41,8 milhões de euros em 2016.

Os benefícios fiscais de apoio ao emprego chegaram a mais de 3.000 empresas em 2016, ascendendo a um total de 41,8 milhões de euros, segundo dados hoje divulgados pelo secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita.

O governante falava numa audição parlamentar no âmbito da nova apreciação, na generalidade, da proposta de lei que prorroga a vigência de benefícios fiscais e questionado pelos deputados referiu que, de acordo com os dados da Autoridade Tributária, foram 3.136 o número de empresas que obteve benefícios fiscais de apoio ao emprego em 2016.

Segundo Miguel Cabrita, do total de empresas a quem chegaram os benefícios, 331 tinham um volume de negócios superior a 50 milhões euros e obtiveram 18,9 milhões de euros e as 2.756 restantes empresas conseguiram 22,5 milhões de euros.

Dentro do grupo de empresas com um volume de negócios inferior a 50 milhões de euros, 1.002 empresas tinham um volume abaixo dos dois milhões de euros.

Os setores mais representativos foram o das Indústrias transformadoras (12,8 milhões de euros) e do Comércio (7,7 milhões de euros).

Miguel Cabrita acredita que em 2017 haja um reforço destes benefícios e considerou que os benefícios fiscais vocacionados para a criação de emprego são “positivos” e devem prosseguir.

Em discussão está um conjunto de 15 benefícios fiscais, entre os quais se destacam as alterações propostas previstas pelo Governo ao artigo 19.º do EBF, referente à criação de emprego, que preveem a dedução aos lucros dos encargos salariais correspondentes à conversão de contratos de trabalho a termo em contratos sem termo, superior para as micro, pequenas e médias empresas face às restantes.

Assim, estas empresas de pequena dimensão podem deduzir 200% dos encargos salariais com as conversões que ocorram até ao final deste ano (31 de dezembro de 2018) e as empresas de dimensão superior podem deduzir 145% desses encargos.

Se transformarem os contratos precários em contratos permanentes apenas a partir do próximo ano (01 de janeiro de 2019), o benefício fiscal volta aos 150% no caso das pequenas e médias empresas e desce para 120% no caso das restantes empresas.

No entanto, caso as empresas estejam localizadas em território “economicamente desfavorecido” ou contratem trabalhadores “mais desfavorecidos”, entre outras variantes, a majoração volta a subir para 200% para as micro, pequenas e médias empresas e para 145% nos restantes casos.

Com as alterações, o executivo assume que pretende “diferenciar positivamente os benefícios para as PME, favorecer os territórios mais desfavorecidos e uniformizar os conceitos subjacentes aos critérios de aplicação do benefício”.

Até aqui, o artigo 19.º do EBF previa apenas que qualquer empresa, independentemente da sua dimensão, pudesse deduzir 150% dos encargos com a criação líquida deste emprego, o que motivou a oposição do Bloco de Esquerda (BE), que apontou o Pingo Doce como o maior beneficiário destas vantagens fiscais.

Na proposta de lei, o Governo acrescenta ainda alterações pontuais nos benefícios referentes a conta poupança-reformados (artigo 20.º do EBF), a serviços financeiros de entidades públicas (artigo 29.º), ‘swap’ e empréstimos de instituições financeiras não residentes (30.º) e depósitos de instituições de crédito não residentes (31.º do EBF).

Sem alterações, mas numa base transitória, o Governo propõe a prorrogação dos benefícios fiscais a empréstimos externos e rendas de locação de equipamentos importados, empresas armadoras da marinha mercante nacional, comissões vitivinícolas regionais, entidades gestoras de sistemas integrados de gestão de fluxos específicos de resíduos, coletividades desportivas, de cultura e recreio, deduções à coleta do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares e ao IVA – Transmissões de bens e prestações de serviços a título gratuito (artigos 28.º, 51.º, 52.º, 53.º, 54.º, 63.º e 64.º do EBF, respetivamente).

Por fim, o Governo propõe revogar os artigos 26.º, 47.º e 50.º do EBF, referentes a benefícios fiscais para planos de poupança em ações, prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribuída a utilidade turística e a parques de estacionamento subterrâneos, sendo que estes dois últimos apenas a partir de 01 de janeiro de 2019.

A totalidade destes 15 benefícios fiscais representaram uma despesa fiscal de 573,85 milhões de euros entre 2013 e 2015 (189,51 milhões de euros em 2013, 220,25 milhões em 2014 e 164,09 milhões em 2015), segundo o relatório do gabinete do secretário de Estado.

O Governo criou em abril um grupo de trabalho para desenvolver um estudo aprofundado sobre o sistema de benefícios fiscais em vigor em Portugal, que permita a avaliação individual destas vantagens e que tenha como preocupação a quantificação da despesa fiscal associada a cada um deles.

No programa de Estabilidade 2018-2022, o Governo estima que um maior controlo dos benefícios fiscais permitirá arrecadar 90 milhões de euros por ano a partir de 2020.

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Costa sobre a polémica de Siza Vieira: “Ninguém está livre de um lapso”

As políticas de valorização do interior abrem esta quarta-feira o debate quinzenal no Parlamento. António Costa já anunciou a baixa do IRC para empresas instaladas no interior do país.

As políticas de valorização do interior são o tema escolhido pelo primeiro-ministro, António Costa, para abrir o debate quinzenal na Assembleia da República. Em causa está a intenção de o Governo baixar substancialmente o IRC para empresas instaladas no interior do país, podendo atingir uma “coleta zero” em função do número de postos de trabalho criados. Acompanhe o debate quinzenal em direto no ECO.

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Presidente da República apoia reforma “quanto antes” do Tribunal de Contas

  • Lusa
  • 23 Maio 2018

Marcelo Rebelo de Sousa defende uma reforma "quanto antes" da Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas, que lhe atribua melhores condições e meios de controlo das administrações públicas.

O Presidente da República declarou esta quarta-feira apoiar uma reforma “quanto antes” da Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas, que lhe atribua melhores condições e meios de controlo das administrações públicas.

No encerramento de um seminário promovido pelo Tribunal de Contas, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, o chefe de Estado afirmou que “há que reformar uma lei com 21 anos e começar a fazê-lo quanto antes”.

No final, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou esta posição, defendendo “melhores condições, mais instrumentos, ainda melhores meios de controlo das administrações públicas” para este órgão, e considerou que “esse apertar da malha” é algo que “obriga a que a organização administrativa também se reforme”.

“O Tribunal de Contas quer ir mais longe, eu acho muitíssimo bem e tem o meu apoio. É preciso que a Administração Pública vá mais longe na sua reforma interna”, acrescentou.

Questionado sobre a notícia de que o ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, acumulou funções governamentais com a gerência de uma empresa imobiliária, o Presidente da República respondeu que nunca comenta “casos específicos”, retomando o tema do Tribunal de Contas.

“Do que se trata é da forma como é utilizado o dinheiro público. Quer dizer, não é apenas garantir que não há crime, não há responsabilidade civil, é mais do que isso: é dizer que a solução que é adotada é a melhor solução administrativa”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou o papel do Tribunal de Contas “na afirmação do Estado de direito democrático” e realçou que está em causa a fiscalização “da utilização de dinheiros públicos” e a confiança nas instituições.

O chefe de Estado argumentou que responsabilização financeira “vale ainda como dissuasora da responsabilidade civil e criminal” e insistiu que “tem de ser aperfeiçoada, porque os mecanismos de funcionamento da Administração Pública são muito diferentes do que eram há 20 e tal anos”.

No discurso que fez, o Presidente da República sustentou que esta reforma se torna “mais urgente” com a “revisão da Lei de Enquadramento Orçamental e do sistema de normalização contabilística das administrações públicas”.

No seu entender, é preciso relacionar a reforma do Tribunal de Contas com a “primeira fase da descentralização” e fazê-la “a pensar na significativa competência de certificação da Conta Geral do Estado, esse crónico irmão pobre do Orçamento, quase sempre menosprezado no seu alcance político”.

“É, pois, um imperativo nacional repensar, renovar, modernizar um quadro legal concebido para há cerca de um quarto de século. E concretizá-lo em conjunto com a Lei de Enquadramento Orçamental, o sistema de normalização contabilística, o estatuto dos eleitos locais, a Lei de Atribuições e Competências das Autarquias Locais e a Lei das Finanças Locais”, defendeu.

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Partidos aprovam suspensão de despejos até à nova lei do arrendamento

Serão suspensos todos os processos de despejo de idosos e pessoas com deficiência, incluindo os que já estão em curso, até que sejam aprovadas as alterações à lei do arrendamento.

O diploma do PS, que suspende os despejos de pessoas idosas ou deficientes, foi aprovado com os votos da esquerda no grupo de trabalho da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades.Paula Nunes / ECO

Os partidos aprovaram, esta quarta-feira, o projeto de lei do Partido Socialista (PS) que vem suspender os processos de despejo de pessoas idosas ou com deficiência, incluindo os que já estão em curso, até que sejam aprovadas as alterações à lei do arrendamento, que estão a ser discutidas no Parlamento.

A proposta dos socialistas, aprovada esta tarde no grupo de trabalho da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades, vem criar um “regime extraordinário e transitório de proteção de pessoas idosas ou com deficiência que sejam arrendatários e residam no mesmo local há mais de 15 anos“.

Ficam abrangidos por esta lei todos os contratos de arrendamento para habitação cujo inquilino resida há mais de 15 anos na casa à data de entrada em vigor da lei, tenha 65 ou mais anos ou deficiência superior a 60%. Nestes casos, os senhorios ficam impedidos de denunciar os contratos até que entre em vigor a revisão do regime do arrendamento urbano, que estará a ser discutida no Parlamento, pelo menos, até junho.

A lei abrange mesmo os processos de despejo já em curso: “Fica sem efeito as denúncias pelo senhorio, ou a oposição pelo senhorio à renovação, quando a produção de efeitos dessas comunicações deva ocorrer durante a vigência da presente lei, relativamente aos contratos de arrendamento por esta abrangidas”, pode ler-se no projeto.

Pelo caminho ficou uma outra proposta, do Bloco de Esquerda que, para além do travão a todos os despejos, independentemente da situação do inquilino, previa ainda a suspensão de todos os prazos previstos no Novo Regime do Arrendamento Urbano até 31 de dezembro deste ano. Em causa estava o período transitório de atualização das rendas antigas, previsto no NRAU, que em junho do ano passado já foi prolongado até 2020 para todos os inquilinos com contratos anteriores a 1990.

O PCP também apresentou propostas de alteração ao diploma do PS, para que a lei abrangesse todos os contratos de arrendamento habitacional e não habitacional, mas as propostas foram rejeitadas.

O projeto aprovado esta tarde ainda terá de ser aprovado na especialidade, na Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, tendo depois lugar a votação final global em plenário, o que deverá acontecer na próxima semana.

Notícia atualizada às 15h38.

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Associação Lisbonense de Proprietários: Proposta do PS “vai arrasar mercado de arrendamento”

A Associação Lisbonense de Proprietários assegura que "nenhum contrato de arrendamento será celebrado a partir de hoje por um prazo superior a um ano".

No dia em que o Parlamento votou a proposta sobre arrendamento apresentada pelos socialistas — que pretende tornar vitalícios os contratos dos inquilinos com mais de 65 anos ou com 60% de incapacidade, que residam nos imóveis há mais de 15 anos –, a Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) mostra-se descontente, por considerar que é “inconstitucional” e que “vai arrasar o mercado de arrendamento”. Nisto, assegura que “nenhum contrato de arrendamento será celebrado a partir de hoje por um prazo superior a um ano”.

“A ALP, estrutura associativa que representa há 130 anos os direitos dos proprietários portugueses, considera inconstitucional a moratória do Partido Socialista votada em sede de Comissão Parlamentar de Habitação, que suspende até ao final do ano as oposições às renovações dos contratos de arrendamento a prazo celebrados livremente entre senhorios e inquilinos ao abrigo do Regime de Arrendamento Urbano (RAU), que se encontra em vigor há 28 anos, desde 1990″, lê-se no comunicado enviado às redações.

“A moratória que hoje vai ser votada [já foi votada nesta quarta-feira] e as profundas alterações legislativas que pretendem vir a ser implementadas no curto prazo em matéria de arrendamento urbano não acautelam direitos adquiridos e expectativas criadas e são, no entender da ALP, uma clara violação do Princípio da Confiança”, continua.

A ALP refere a “falta de bom senso deste Governo e das forças políticas que o suportam” e acredita que irão “arrasar o que resta do mercado de arrendamento”. “Recorde-se que desde que este Governo tomou posse, e graças às medidas de prorrogação de arrendamentos e aumentos de impostos sobre os imóveis para habitação, foi criada uma crise habitacional sem precedentes, com uma escalada insustentável dos preços, tanto na venda como no mercado de arrendamento. Mas o cenário irá agravar-se ainda mais“, diz.

"Nenhum contrato de arrendamento será celebrado a partir de hoje por um prazo superior a um ano, por falta de confiança, e que inquilinos de meia-idade (acima e abaixo de 65 anos) terão muita dificuldade em encontrar uma solução de arrendamento.”

Associação Lisbonense de Proprietários

Para os proprietários, diz a associação, está “fora de questão, neste quadro de instabilidade política, celebrar contratos de arrendamento de longa duração” e, nesse sentido, fica a promessa de que “nenhum contrato de arrendamento será celebrado a partir de hoje por um prazo superior a um ano, por falta de confiança, e que inquilinos de meia-idade (acima e abaixo de 65 anos) terão muita dificuldade em encontrar uma solução de arrendamento”.

Os preços do arrendamento, motivados pela retração na oferta e um aumento da procura, decorrente da crescente atratividade dos centros urbanos, vão continuar a escalar exponencialmente“, conclui.

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Trump põe gelo no entusiasmo com acordo chinês e em Wall Street

Presidente americano disse não estar satisfeito com o acordo comercial alcançado com Pequim e disse que os termos do entendimento iam ser revistos. Wall Street treme com fantasma da guerra comercial.

Donald Trump voltou a adicionar incerteza em relação ao sucesso do acordo comercial com a China, ao dizer que não estava satisfeito com o entendimento alcançado, o qual considera ser um ponto de partida. Para os investidores, o descontentamento do presidente americano não é uma boa notícia. E Wall Street cede num dia de intensa pressão vendedora deste lado do Atlântico.

Esta quarta-feira, os principais índices norte-americanos abriram em baixa: o S&P 500 recua 0,45% para 2.712,08 pontos, ao mesmo tempo que o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones perdem 0,53% e 0,31%, respetivamente.

Os comentários de Trump colocaram algum gelo nas expectativas de que EUA e China iam chegar a bom porto no sentido de evitar uma guerra comercial. Aos jornalistas, antes de um encontro com o Presidente sul coreano, Trump disse não estar “agradado” com o acordo anunciado há dias e esta manhã utilizou o Twitter explicar que “o acordo comercial com a China está a evoluir bem” mas deixou algumas indicações de que haverá mudanças a ser feitas. “No final, provavelmente teremos que usar uma estrutura diferente, e isso será muito difícil de ser feito”, disse naquela rede social.

A marcar o dia nas bolsas norte-americanas está ainda a divulgação das minutas da Reserva Federal, previstas para serem divulgadas ao final da tarde (hora de Lisboa), e que poderão conter pistas em relação ao rumo que a taxa de juro poderá registar este ano. O banco central aumentou os juros em março e há diferentes visões em relação ao ritmo de subida das taxas ao longo dos próximos meses. Há quem defenda mais duas subidas e quem defenda três, tendo em conta o baixo desemprego e os bons indicadores do crescimento económico e da inflação.

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Nuno Sousa Pereira e Henrique Cruz à frente do banco de fomento

  • ECO
  • 23 Maio 2018

O Ministério da Economia já escolheu os novos dirigentes do banco de fomento. Assembleia-geral está marcada e os nomes já estão na Cresap.

O Ministério da Economia já escolheu os nomes das personalidades que vão liderar a Instituição Financeira de Desenvolvimento, avançou o Expresso. Nuno Sousa Pereira, professor da Porto Business School, vai ser o novo chairman da instituição e Henrique Cruz, o único vogal em funções na comissão executiva do banco de fomento, vai assumir o cargo de presidente executivo, confirmou ao ECO fonte oficial do ministério de Caldeira Cabral.

A assembleia geral da IFD está marcada para segunda-feira, depois de ser adiada face a 22 de março, e os nomes da direção já estarão na Cresap, mas ainda não têm luz verde, sabe o ECO. O Expresso avança ainda que o chairman da instituição, Alberto de Castro, apresentou a demissão.

“O mandato já tinha terminado em janeiro. A IFD está a funcionar e pronta a voar. É reconhecida como interlocutor pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Fundo Europeu de Investimento e tem uma estrutura técnica razoável”, justifica o chairman demissionário, em declarações ao ECO. Alberto Castro sai com uma sensação de “missão cumprida”. “É tempo de dar espaço aos mais novos”, acrescenta.

O mandato já tinha terminado em janeiro. A IFD está a funcionar e pronta a voar. É reconhecida como interlocutor pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Fundo Europeu de Investimento e tem uma estrutura técnica razoável.

Alberto de Castro

Chairman demissionário da IFD

O banco de fomento tem tido uma vida atribulada não só porque, em setembro 2017, à saída de José Fernando Figueiredo da presidência executiva, somaram-se as saídas de mais dois administradores: Ricardo Luz e Maria João Nunes. Mas também porque a IFD tem sido desde sempre o alvo identificado para perder verbas no âmbito da reprogramação do Portugal 2020.

O ECO tentou contactar a IFD mas ainda não obteve resposta até à publicação desta notícia.

(Notícia atualizada com as declarações de Alberto de Castro)

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Mais de um quinto dos trabalhadores em Portugal têm contrato a termo certo

  • Lusa
  • 23 Maio 2018

Um em cada cinco trabalhadores portugueses tem contrato a termo, garante o Eurostat. Portugal é assim o terceiro país da UE com mais trabalhadores nestas condições.

Mais de um em cada cinco trabalhadores em Portugal (22,0%) tem contrato a termo certo, taxa que dispara para dois terços entre os jovens dos 15 aos 24 anos (65,9%), segundo dados de 2017 divulgados, esta quarta-feira, pelo Eurostat.

Portugal tem a terceira maior taxa de trabalhadores com contrato a termo certo (22,0%, mais de um em cinco), depois da Espanha (26,8%, mais de um quarto) e da Polónia (26,1%) e seguido da Holanda (21,5%) e da Croácia (20,6%).

No lado oposto da tabela, a menor taxa de contratos a termos certo registou-se na Roménia (1,2%), Lituânia (1,7%), Letónia (3,0%), Estónia (3,1%), Bulgária (4,4%), Malta e Reino Unido (5,6% cada).

Na União Europeia (UE), 27 milhões de trabalhadores entre os 15 e os 64 anos tinham, no ano passado, um contrato a prazo, o que representa 14,3% dos empregados.

No geral, era maior a proporção de mulheres com contratos a prazo (14,8%) do que de homens (13,8%) e a taxa é maior na zona euro (16,0%) do que no conjunto dos 28 Estados-membros (14,3%).

No que respeita às pessoas entre os 15 e os 24 anos, Portugal tinha a quarta maior taxa da UE (65,9%, dois em cada três), depois de Espanha (73,3% mais de sete em dez), da Eslovénia (71,6%) e da Polónia (68,2%) e seguido da Itália (61,9%), Croácia (60,8%) e França (58,0%).

A Roménia (4,1%), a Letónia (6,7%), Lituânia (6,8%), Estónia (10,6%), Bulgária (12,7%), Malta (13,0%), Reino Unido (14,5%) e Hungria (17,6%) são os Estados-membros com menor percentagem de jovens trabalhadores com contratos a prazo.

Em 2017, quase oito milhões de jovens empregados com idades entre os 15 e os 24 anos tinham contratos a prazo, quase metade (43,9%) do total destes trabalhadores.

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