Carlos Moedas: alertas da Comissão a Portugal são “os avisos dos bons amigos”
O comissário Carlos Moedas desvalorizou os avisos da Comissão Europeia sobre o Orçamento do Estado português. Mas reconheceu que ainda "há riscos para a dívida pública".
“São os avisos dos bons amigos” — foi assim que o comissário Carlos Moedas interpretou a chamada de atenção do colega dos Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici, sobre o Orçamento do Estado português. Ainda assim, o próprio Moedas sublinhou que o país ainda tem uma dívida pública muito elevada, que coloca riscos.
“Portugal tem de continuar no bom caminho da redução do défice”, disse Carlos Moedas, que falava na CSP Talks, uma conferência de imprensa sobre economia digital, organizada pela Confederação dos Serviços de Portugal, em parceria com o ECO. “Obviamente que Portugal é bem visto” pela Comissão, frisou, “não é um país que dê problemas à União Europeia”, argumentou.
E os alertas feitos pelo comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, sobre os riscos de desvio significativo das regras comunitárias em matéria orçamental? “São os avisos que são feitos não só a Portugal. São os avisos dos bons amigos, os que fazemos em geral a vários países da Europa”, desvalorizou.
Ainda assim, o comissário notou que “Portugal passou por uma crise brutal” e que, apesar da redução do défice, “ainda há riscos quanto à dívida pública” que continua em níveis muito elevados.
Centeno no Eurogrupo? “Não me passava pela cabeça que fosse possível”
“Não me passava pela cabeça que fosse possível”, reconheceu Carlos Moedas, sobre a eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo. O comissário justificou a surpresa com o facto de Portugal ter cumprido um programa de ajustamento muito duro e de ter atravessado uma crise muito profunda.
“Ter um português à frente do Eurogrupo é uma excelente notícia para Portugal”, frisou. “É sempre bom para a imagem do país. Mas é um português que não vai estar a representar Portugal”, avisou.
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