Crescimento da easyJet em Portugal vai abrandar por congestionamentos em Lisboa e Porto
Com o congestionamento no aeroporto de Lisboa e alguma falta de capacidade temporária no do Porto, easyJet estima que o seu crescimento deverá desacelerar. Na Invicta, limitações devem acabar em 2019.
O crescimento easyJet vai desacelerar em Portugal devido ao congestionamento em Lisboa e a alguma falta de capacidade temporária no Porto, informou, esta terça-feira, à agência Lusa o diretor da transportadora aérea para Portugal, José Lopes.
“Houve um efeito de desvio [para o Porto] uma vez que o aeroporto de Lisboa está congestionado. Houve quase um desvio global de todos os operadores para o Porto, o que levou a que no verão de 2018 [entre março e outubro] ficássemos com problemas na obtenção de ‘slots’ [movimentos de aeronaves]”, explicou.
O responsável acrescentou que essas limitações no Porto deverão terminar no próximo ano, “após as obras que a ANA [empresa gestora de aeroportos] irá levar a cabo de melhoria da pista”, permitindo que a capacidade volte a crescer.
“O crescimento no Porto não vai ser aquele que nós quereríamos de início, mas vamos continuar a crescer na mesma”, garantiu o responsável, prevendo que a companhia, em Portugal, feche o ano fiscal (setembro) com “um aumento de capacidade global de cerca de 5% do número de lugares obtidos”.
As limitações nos aeroportos contribuem para as “oportunidades que se vão perdendo em Portugal”, e que podem levar as companhias a desviar-se para outros países para crescer.
Assim, a easyJet deverá crescer em Portugal em linha com a restante rede, em vez de acima como tem vindo a acontecer.
As limitações nos aeroportos contribuem para as “oportunidades que se vão perdendo em Portugal”, e que podem levar as companhias a desviar-se para outros países para crescer.
José Lopes reafirmou a necessidade de tomar decisões para aumentar a capacidade aeroportuária de Lisboa antes da nova solução complementar no Montijo em 2022.
Entre as decisões urgentes está o “fecho da pista transversal, não só por razões de segurança, como para poder aumentar a capacidade de estacionamento e permitir construir a nova torre de controlo”, que demorará quase três anos até funcionar em pleno, referiu.
Outra restrição ao crescimento da companhia britânica coloca-se com o atual quadro fiscal que “não é tão competitivo”, como em outros países europeus, para profissões muito qualificadas, como comandantes.
Em causa está a necessidade de “cobrir posições existentes”, ou seja, comandantes para aviões em bases nacionais, pelo que se “torna mais difícil implementar uma estratégia de crescimento e vinda de mais aeronaves no futuro para Portugal”.
No dia em que foram divulgados os resultados da transportadora do semestre que acabou em março, José Lopes notou que em Portugal foi conseguido o melhor inverno IATA em número de passageiros, atingindo os 2,77 milhões (+8,4%), e uma taxa de ocupação de 95,7% (+2,1 pontos percentuais).
Em Portugal estão baseadas nove aeronaves, há 61 rotas para nove países europeus, mais voos domésticos, num total de 31 aeroportos.
A easyJet cresceu nos quatro aeroportos da operação da transportadora: em Lisboa a subida foi de quase 9% (1,17 milhões passageiros), Porto de 6% (750 mil), Faro de 16,6% para 534 mil, e no Funchal de 9% (305 mil).
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